Marechais portugueses (original) (raw)
Em 1383, o Rei D. Fernando I, criou o cargo de Condestável de Portugal, com a função de comandante-chefe do Exército. Na mesma altura foi criado o cargo de Marechal de Portugal ou Marechal do Reino, segundo no comando, a seguir ao Condestável e responsável pela supervisão directa da logística do Exército. Com a Restauração da Independência, em 1640, ambos os cargos perderam as funções militares, mantendo-se, apenas como títulos honoríficos da Coroa.
Pela reorganização do Exército de 1762 foram criados dois postos de marechal, o de marechal-general e o de marechal do Exército. De observar que, nessa altura, também foi criado o posto de marechal de campo - substituindo o de Sargento-mor de batalha - para ser atribuído aos oficiais generais que comandavam brigadas.
O posto de marechal-general foi destinado a ser atribuído aos comandantes-chefes mais notáveis do Exército. Ocasionalmente foi atribuído, como dignidade honorífica, a militares de grande destaque. Na Monarquia Constitucional o posto de marechal-general passou a ser privativo do Rei, na sua qualidade de comandante supremo do Exército Português. O último marechal-general foi o Rei D. Manuel II.
O posto de marechal do Exército destinava-se, inicialmente, a ser atribuído aos generais que exerciam as funções de governadores das armas de uma província. No entanto, o posto acabou por ser apenas atribuído aos oficiais que desempenhavam as funções de comandante-chefe do Exército ou de chefe do Estado-Maior. Com a extinção da função de comandante-chefe do Exército, o posto passou a ser apenas concedido como dignidade honorífica a generais de grande destaque. No século XX o posto só foi concedido a generais que desempenharam a função de Chefe de Estado. De observar que, com a criação da Força Aérea Portuguesa, como ramo independente, em 1952, passou também a existir o posto de marechal da Força Aérea.
Seguem-se as listas de Marechais de Portugal, marechais-generais, marechais do Exército e marechais da Força Aérea, com a indicação do ano em que os titulares receberam o cargo ou a patente.
Marechais de Portugal
- Gonçalo Vasques de Azevedo (1383)
- Gonçalo Vasques Coutinho, senhor de Leomil (1385)
- Vasco Fernandes Coutinho, conde de Marialva (c. 1413)
- D. Fernando (I) Coutinho (c. 1450)
- D. Álvaro Gonçalves Coutinho (c. 1480)
- D. Fernando (II) Coutinho (c. 1500)
- D. Álvaro Coutinho (c. 1530)
- D. Fernando (III) Coutinho (c. 1560)
- D. Fernando (IV) Coutinho (c. 1578)
- D. Fernando de Mascarenhas, conde de Serém (1643)
- D. Jorge de Mascarenhas, conde de Serém (1650)
Marechais-generais
- Frederico Guilherme Ernesto, conde reinante de Schaumbourg-Lippe (1762)
- D. José António Francisco Lobo da Silveira, marquês de Alvito (1768 )
- D. João Carlos de Bragança, duque de Lafões (1791)
- Artur Wellesley, duque de Wellington (1809)
- Guilherme Carr Beresford, conde de Campo Maior (1816)
- D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, duque do Cadaval (1832)
- Luís Augusto Vitor, conde de Bourmont (1833)
- D. Augusto, Príncipe consorte de Portugal (1835)
- D. Fernando II, Rei consorte de Portugal (1836)
- D. Pedro V, Rei de Portugal (1855)
- D. Luís I, Rei de Portugal (1861)
- D. Carlos I, Rei de Portugal (1889)
- D. Manuel II, Rei de Portugal (1908)
Marechais do Exército
- D. José António Francisco Lobo da Silveira, marquês de Alvito (1762)
- Cristiano Augusto, príncipe de Valdeck e Pyrmont (1792)
- Carlos Alexandre, conde de Goltz (1800)
- Carlos José Jacinto du Houx, marquês de Viomènil (1801)
- Guilherme Carr Beresford, conde de Campo Maior (1809)
- Manuel Pamplona Carneiro Rangel, visconde de Beire (1833)
- João Baptista, barão de Soulignac (1833)
- D. António José Severim de Noronha, duque da Terceira (1833)
- D. João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun, duque de Saldanha (1833)
- António Vicente de Queirós, conde da Ponte de Santa Maria (1860)
- Manuel de Oliveira Gomes da Costa (1926)
- António Óscar de Fragoso Carmona (1947)
- António Sebastião Ribeiro de Spínola (1981)
- Francisco da Costa Gomes (1982)
Marechais da Força Aérea
- Francisco Higino Craveiro Lopes (1958)
- Humberto da Silva Delgado (1990 - a título póstomo)
JOSÉ J. X. SOBRAL