Rodas de Viriato (original) (raw)
Panfleto da Motalli com o Motalli City Cabrio
Hoje é dia das mentiras e o que vamos contar parece ser conversa de aldrabão, mas como se costuma dizer "só acredita quem quiser".
Recuando um pouco no tempo, por volta do ano de 2002, já corria nas veias o gosto pelos veículos fabricados em Portugal. Por ter visto um Sado 550 transformado em automóvel descapotável (que foi divulgado no site "JCLE") decidi agarrar no telefone e contactar a Motalli em Braga para saber preços das viaturas e para saber se tinham (ou faziam) uma versão descapotável.
Consegui falar com a empresa, tendo apontado os preços dos Motalli numa folha (que existe algures no arquivo pessoal) e ficado a saber que não tinham, nem faziam, uma versão descapotável, pois isso implicava homologação e alterações estruturais, o que teria custos elevados. E como achei compreensível, a coisa ficou por ai...
Duas décadas depois encontro à venda este folheto com os conhecidos Motalli City Car, o Motalli City Carga e um Motalli City Cabrio, que era descapotável! Não queria acreditar no que via! Será que o meu telefonema acendeu o rastilho para a criação de mais uma versão dos tricarros Motalli? Fica a dúvida!
Do que vemos neste folheto da Motalli, a versão Motalli City Cabrio tinha capota de lona branca com zonas em acrílico maleável transparente (no lugar dos tradicionais vidros) e o banco forrado com um tecido às riscas, em duas cores diferentes alternadas, lembrando as casas da Costa Nova.
Junto de cada fotografia dos diferentes Motalli há indicação do seu peso e o Motalli City Cabrio pesava 240 quilogramas, menos 20 Kg do que os outros.
Curiosamente também vemos que a frente do Motalli City Car estava um pouco diferente, tendo a zona dos faróis pintada de preto.
Há um cartão de visita agrafado ao folheto e que tem os contactos da empresa. E no verso tem informação escrita à mão a dizer que as cores "stander" eram o azul, o bege e o verde. E que outras cores custavam mais 11.600$00. Dizia ainda que a "kitagem" do Motalli custava mais 25.000$00.
Belos tempos! E onde andam os Motalli City Cabrio?
Alfinete de lapela dos Motores Alma - Braga
Diz-se que há sempre espaço à mesa para mais um amigos e, no mundo dos alfinetes de lapela, podemos dizer que há sempre espaço para mais um na colecção.
Braga foi no passado um importante centro industrial relacionado com veículos de duas rodas com motor, tendo as fábricas Pachancho e Motalli feito com que o nome desta cidade ficasse registado para sempre nos livros de motos em Portugal.
A Alma começou no Porto, mas mudou-se para Braga, tendo a marca depois evoluído para Motalli. Mas os motores fabricados pela marca continuaram a ter este nome, mesmo quando montados em motorizadas Motalli.
Este alfinete de lapela leva-nos para essa época!
Tricarro Motalli City Car - XVII Automobilia Ibérica da Moita
Na imediação das feiras de veículos antigos, há sempre automóveis clássicos e motos antigas que serviram de transporte até ao evento, ou que estão para venda - tentado tirar vantagem do ponto de encontro dos entusiastas.
Perto do Pavilhão de Exposições da Moita, onde ser realizou a XVII Automobilia Ibérica da Moita, era possível ver este triciclo motorizado Motalli City Car com três rodas.
E assim quem visitava o evento podia ver ao vivo um exemplar da indústria nacional, com os seus diferentes pormenores, sejam eles de fábrica ou do gosto e/ou necessidade do(s) proprietário(s).
No vidro da frente, fabricado pela Covina, podemos ver na parte superior uma faixa preta acrescentada para evitar que o sol dificulte a visibilidade durante a condução.
Este exemplar tinha bancos corridos, mas era possível ter um Motalli City Car com bancos individuais, pois eram um extra fornecido pela fábrica de Braga.
Os pneus que equipavam este Motalli eram de fabrico português, de marca Camac (da CNP), medida 4.00 - 8.
Na traseira via-se que este Motalli tinha uma porta traseira que dava acesso à bagageira e, em caso de necessidade, ao compartimento do motor - ao qual se acede por uma abertura colocada nesta zona.
Decalque Motalli Gira por usar
Os ciclos fecham-se, é só uma questão de tempo e voltamos ao ponto de partida.
Dizemos isto a propósito deste decalque antigo das motorizadas Motalli Gira.
Em 2006 divulgámos aqui um autocolante da Motalli Gira, que na verdade é um decalque... Estava aplicado num vidro de uma oficina antiga de motorizadas e agora mostramos o original, por utilizar.
Nele podemos ler "É Gira... É Motalli".
Graficamente este decalque tem por base um sinal de proibição de exceder a velocidade de 40 km/h.
Como este decalque está por usar, nele é possível ver a marca do fabricante - a Serical, bem como as instruções para a utilização deste tipo de artigo.
Publicidade à Motalli - Triciclos motorizados (Bicimota 94)
A simplicidade é uma boa maneira de fazer as coisas bem e de forma intemporal.
Nela podemos ver um tricarro Motalli City-Car com as portas do condutor e da bagageira abertas.
Na zona da traseira vemos várias malas no exterior da viatura, adivinhando-se que estiveram dentro do tricarro, como que a dizer que o Moatlli City-Car tinha muito espaço de bagageira, situação que é verdadeira.
Nesta publicidade vê-se a morada do escritório da empresa, na Praça Mouzinho de Albuquerque, 35; em Braga.
Esta publicidade foi publicada no catálogo da Bicimota 94.
Motalli - Tabela oficial de preços dos ciclomotores e triciclos de carga - 1967
Corria o ano de 1967 e no mês de Novembro a Motalli tornava públicos os preços dos seus ciclomotores e triciclos de carga nesta folha de papel impressa a duas cores.
Os valores referidos eram válidos para compras no armazém da Motalli, podendo ser a dinheiro ou em mensalidades de 12 ou 18 meses.
A tabela está organizada de acordo com o tipo de viatura: bicicleta com motor Motalli Gira; ciclomotores Motalli Braga UT e Motalli Fúria; e nos triciclos de carga, Mod. TR.
Depois eram apresentados os valores para cada veículo, de acordo com o tipo de pagamento; havendo a indicação do total em caso de compra em mensalidades.
Folheto motorizada Motalli Fúria TV-50 / 4,7 HP (Turismo-Veloz)
Como complemento à divulgação da imagem da Motalli Fúria Turismo, aqui fica o folheto completo desta motorizada produzida em Braga. Nele é referido que a motorizada era equipada com pneus Motalli 21 x 2.75 e que o depósito de combustível tinha 15 litros de capacidade.
Havia ainda indicação das cores com que podia ser adquirida: cinza / beje; cinza / vermelho e cinza / azul. O carburador usado no motor Motalli TV-50 era o Dellorto modelo UA 17 S. O motor tinha 3 velocidades.
Em termos de velocidade máxima, era indicado que podia atingir 95 km/h, gastando 2,5 litros de combustível em 100 quilómetros.
Folheto do Motalli Invacar 96 - Triciclo para deficientes
Fazendo pequenos triciclos/quadriciclos motorizados e motorizadas, a Motalli foi uma grande marca, pela variedade de veículos que fabricou e comercializou. Para além disso funcionou durante várias décadas, o que permitiu ver como evoluiu e procurou responder às solicitações com que se deparava. Graças a esse esforço foi das últimas empresas da indústria nacional de veículos de "duas rodas" com motor a encerrar.
Neste folheto antigo vemos a apresentação do triciclo para deficientes Motalli Invacar 96, que estava pintado no característico azul, tão usado por esta marca.
O Motalli Invacar 96 foi resultado de um projecto de concepção pensado; de modo a conciliar o aspecto, com a funcionalidade e com os métodos de fabrico disponíveis na Alberto Carvalho Araújo & C.ª Lda, em Vila Nova, Nogueira (Braga).
No verso deste folheto podemos encontrar as características técnicas do Motalli Invacar 96, onde se destaca o arranque eléctrico, tendo transmissão primária automática com variador contínuo de velocidade e transmissão secundária por cardan ao diferencial, com marcha-atrás incorporada.
A versão base tinha velocímetro com conta quilómetros; sinalizador luminoso de reserva de óleo; luz de iluminação do painel de instrumentos; indicador luminoso de piscas e máximos; indicador do nível de combustível; luzes dianteiras e traseiras e apoios para caderia de rodas, o que permitia maior autonomia do condutor.
Para além deste equipamento, era possível adquirir uma capota com limpa vidros eléctrico e pintura metalizada.
Quadriciclo Motalli City Carga em recuperação
Os quadriciclos da Motalli continuam a ser vistos, alguns em circulação, outros a precisar de reparação, como no caso deste que vemos nas imagens, que nos foram enviadas por Cristóvão Filipe (obrigado!).
Como vemos nas fotografias, apresenta pontos de ferrugem na chapa em vários locais, especialmente nas zonas onde há arestas ou são zonas de ligação entre elementos.
Este quadriciclo Motalli está equipado com motor Minarelli, tendo marcha atrás e é do ano de 1997.
Entretanto já está a ser recuperado, tendo sido desmontada a caixa de carga, bem como vidros, para-choques, bancos, portas e guarda-lamas.
Depois de ter sido desmontado foi para a decapagem, de modo a retirar a tinta e a ferrugem.
Deste modo foi possível ver as zonas onde o metal desapareceu, de modo a pode ser reparado.
Entretanto temos de esperar para ver como avançam os trabalhos!
CANCELADA 28.ª Automobilia de Aveiro / 2020
É oficial, a 28.ª Automobilia de Aveiro / 2020 foi cancelada devido ao panorama de pandemia Coronavírus / Covid-19.
Sendo o maior evento do género em Portugal, é uma triste notícia para todos os que gostam da temática, mas compreende-se e entende-se a decisão da organização, com quem estamos solidários.
Vendo as coisas pelo lado positivo, só estamos a dar tempo para que os veículos de que tanto gostamos, fiquem um pouco mais velhos!
Lá estaremos na 29.ª Automobilia de Aveiro / 2021.
Tricarro Motalli Invacar - 27.ª Automobilia de Aveiro / 2019
Podemos dizer que a Motalli é mais conhecida pelos tricarros e quadriciclos que fabricou, do que propriamente pelas motorizadas que fez.
Esta observação não tem qualquer fundamento em estudos, baseia-se tão somente no facto de um tricarro ou quadriciclo Motalli dar mais nas vistas do que uma motorizada - ainda que a Motalli tenha desenvolvido modelos marcantes e que também merecem destaque.
No caso do tricarro que aqui apresentamos, foi um modelo fabricado a pensar em clientes com dificuldades de locomoção / deslocação, pelo que tem uma entrada lateral e um banco que quase parece uma poltrona, com encosto para braços e tudo.
Como este modelo tem três rodas, de modo a não exigir que o condutor tenha de se equilibrar como numa moto, tem uma grande distância entre eixos, obrigando o guiador a ter uma dimensão generosa e, consequentemente, a exigir um reforço junto da zona de aperto com a coluna da direcção.
Uma vez que o condutor viaja literalmente sentado, este Motalli Invacar tem um avental que desvia o ar da zona das pernas e, ao mesmo tempo, também impede que água molhe as pernas do condutor.
O avental não substituía a existência de guarda-lamas, que na roda de trás têm aproximadamente metade do arco de uma circunferência, pois encontram-se perto do local onde o condutor viaja. Deste modo não salta água ou lama da roda.
A roda traseira usa um cubo de roda comum, sendo o eixo suportado por uma estrutura de metal (e não como acontece num automóvel ou mesmo num tricarro / quadriciclo comum).
Este Motalli Invacar está equipado com um Motor Alma L.da, de marca Motalli, da série P3 - 48, modelo P3/KS - AC, com 48 cc.
Motorizada Motalli Braga - XVI Automobilia Ibérica da Moita / 2019
Na XVI Automobilia Ibérica da Moita / 2019 foi possível ver esta motorizada Motalli à venda no pavilhão principal.
Como ainda estava em estado original, aproveitámos para fotografar esta motorizada fabricada em Braga, pela ACA - Alberto Carvalho Araújo.
Nas tampas da mala de ferramenta ainda se conseguia ver o decalque com letras tipo manuscritas, onde se lia "Braga", o modelo desta motorizada Motalli.
O motor era de marca Motalli, pois esta empresa tinha os direitos de produção do motor, não tendo deste modo de os comprar a outros fabricantes.
O escape tinha uma forma modesta, não dando muito nas vistas, tendo em conta o conjunto.
O esquema cromático era limitado a duas cores: azul e branco.
Tinha ainda ferros protectores das pernas com uma forma própria. Os que se situavam na traseira, como que acompanhavam a curvatura do guarda-lamas traseiro.
O velocímetro era de marca Huret, tendo sido vendido pela MIL, estando embutido no farol cromado da motorizada.
