Rodas de Viriato (original) (raw)
Folheto da Cinal Pachancho C-501
O encanto do papel velho, com humidade e já a meio caminho da putrefação é algo que está vedado à maioria dos comuns. E o pior é que o processo de aquisição gustativo não é como o da cerveja. Aqui não há o começar devagar e aos poucos ir mudando. E só uma alergia pode impedir e estragar este sentimento.
Nas imagens vemos um folheto antigo da Cinal Pachancho C-501, datado de Novembro de 1961 (e do qual foram impressos 10.000 exemplares, na Costa Carregal do Porto).
A motorizada era anunciada como um motociclo de categoria internacional, português de ponta a ponta e vencedor em todas as competições.
Está dobrado em 3 na vertical e uma das partes tem as características técnicas da Cinal Pachancho C 501. Uma das partes é sobre a "bicicleta" (ou seja, a parte das peças do motociclo sem o motor) e a outra é sobre o motor.
O motor tinha 3 velocidades e consumia 1 litro aos 60 Km´s.
Esta motorizada Cinal Pachancho atingia 60 km/h.
Motorizada Pachancho na Fundação Portuguesa das Telecomunicações
Para além das vendas feitas a particulares, os fabricantes de veículos em Portugal também venderam viaturas para empresas e para o Estado Português. Os casos mais conhecidos são os UMM vendidos para o Exército Português e as Casal Boss vendidas para os CTT, mas há mais exemplos.
O caso que apresentamos é de uma motorizada Pachancho KSC que teve um passado nos TLP (?), pois foi usada para a deslocação de técnicos que faziam a manutenção das redes telefónicas em Portugal.
Este exemplar está exposto na Fundação Portuguesa das telecomunicações, em Lisboa. Como se pode ver na imagem anterior, está equipado com motor Pachancho KSC que tem dois escapes.
Nota-se que foi restaurada, pois a pintura é uniforme, sem riscos ou pontos de ferrugem.
O suporte de mercadorias é de dimensões generosas e parte está sobre o selim, evidenciando que a motorizada era usada só por uma pessoa e que nela eram transportados alguns materiais e ferramentas.
A matrícula tem as letras VND, será que foi registada em Vendas Novas?
Motorizada Cinal Pachancho Himalaia - Museu Duas Rodas
Parece que o fundo da zona expositiva que vemos foi feito propositadamente para mostrar esta motorizada Cinal Pachancho, modelo Himalaia, que está pintada num tom de azul muito parecido.
É mais outra das motorizadas de fabrico português que se podem ver no Museu Duas Rodas, em Sangalhos
De acordo com a legenda que consta perto desta motorizada com motor Pachancho, com 49,9 CC, fabricado em Braga, é do ano de 1958.
Na lateral do depósito de combustível pode-se ver o emblema Cinal Pachancho em que o nome da marca é associado a um motociclista estilizado.
Na frente não falta a carenagem aerodinâmica, que acentua o ar desportivo que esta motorizada tem.
A completar o conjunto, temos um dos tradicionais capacetes fabricado em Portugal, pintado de azul e rematado em baixo com uma faixa de xadrez branco e preto.
CANCELADA 28.ª Automobilia de Aveiro / 2020
É oficial, a 28.ª Automobilia de Aveiro / 2020 foi cancelada devido ao panorama de pandemia Coronavírus / Covid-19.
Sendo o maior evento do género em Portugal, é uma triste notícia para todos os que gostam da temática, mas compreende-se e entende-se a decisão da organização, com quem estamos solidários.
Vendo as coisas pelo lado positivo, só estamos a dar tempo para que os veículos de que tanto gostamos, fiquem um pouco mais velhos!
Lá estaremos na 29.ª Automobilia de Aveiro / 2021.
Publicidades antigas em Angola - Pachancho e outras...
Através de publicidades antigas é possível descobrir pistas importantes sobre empresas e os produtos que comercializavam.
A Pachancho em Angola era distribuída no Norte do país pela Travassos & Jorge, L.da (Casa das Bicicletas), em Luanda. No Sul de Angola era distribuída pela Sociedade Angolana Figueiredos S.A.R.L., em Benguela. Em relação aos pistões, camisas, segmentos, cavilhas, amortecedores, etc. Pachancho, tinham como depositários-distribuidores para o Norte do país a Socolango - Sociedade Comercial de Angola, L.da, em Luanda.
Estas publicidades antigas foram encontradas nos jornais "Diário de Luanda" e "ABC" e foram-nos enviados por Filipe Santos (muito obrigado mais uma vez!).
Na imagem anterior vemos um anúncio ao Austin Champ, que tinha como agentes gerais em Angola a Hull, Blyth (Angola), Ltd. - Casa Inglesa.
E continuando com viaturas para o mato, para picadas e estradas de terra, a Lusolanda dava assistência garantida aos jipes Suzuki LJ 50, com 540 cc e 3 cilindros.
E terminamos com uma publicidade da Empresa do Comércio Geral de Angola, Lda. - Comgerang, que comercializava camiões, automóveis, tractores, entre muitos outros equipamentos e maquinarias, de marcas como a Magirus Deutz, FIAT e Simca.
Reportagem do Leiria Sobre Rodas 2019 - 2 rodas
Como prometido, aqui fica a segunda parte da reportagem do Leiria Sobre Rodas 2019, desta vez dedicada aos veículos de duas rodas que estiveram em exposição no Estádio Municipal de Leiria. Este exposição pode ser vista pelas 50000 pessoas que visitaram o evento.
Como podemos ver pelas fotografias que acompanham este texto, os veículos de duas rodas expostos foram bem selecionados e eram bem representativos do que se fabricou em Portugal.
Começando pelos ciclomotores antigos, havia vários exemplares restaurados em exposição.
Entre eles destacamos um ciclomotor de marca Alma, com deposito cromado lateralmente e malas de ferramenta no suporte de mercadorias.
Havia ainda um ciclomotor Vilar, com motor Cucciolo, pintado na tradicional cor de vermelho forte.
Em relação a ciclomotores fabricados a Norte de Portugal, em Braga, tínhamos um Cinal Pachancho de 1954, também com o depósito cromado lateralmente.
Bem como um outro ciclomotor Pachancho, com alavanca das mudanças junto ao depósito e com malas laterais, para transporte de pequenas mercadorias, feita em couro.
Em relação às motos de 125 cc, estavam representadas por uma moto Casal K 260, ainda por restaurar.
Os modelos mais recentes, estavam representados por 3 motos Casal K 276, sendo uma vermelha e duas brancas.
As motorizadas também abundavam na exposição, sendo possível ver muitas, alinhadas lado a lado.
Na imagem anterior podemos ver uma série de motorizadas Diana G3 e Macal Astronauta.
A Famel não ficou esquecida, destacando-se uma versão mais antiga, uma Famel Victoria modelo 5 estrelas.
E não faltavam as icónicas motorizadas Famel XF 17.
O modo como estavam expostas foi pensado, de modo a ser dinâmico, como se pode ver na imagem anterior, em que quatro motorizadas foram colocadas a fazer uma cruz, vistas de cima.
Neste conjunto estavam duas Motoesa e duas SIS Sachs.
Antes de acabarmos a parte relativa às motorizadas, há ainda espaço para uma Vilar Júnior, vendida pela Bicimotor, do Porto.
E concluímos com uma bicicleta Órbita, versão militar, com as cores da GNR.
Mais uma vez agradecemos a Paulo Ascenso pelo envio das fotografias (obrigado!)
Motorizada Cinal Pachancho Himalaia - 27.ª Automobilia de Aveiro / 2019
A Cinal Pachancho Himalaia foi um dos veículos nacionais de duas rodas, com motor, que tinha umas linhas bem características, como se pode ver nas imagens que apresentamos.
É mais uma das motorizadas fabricada naquela que é conhecida como a cidade dos arcebispos.
Na 27.ª Automobilia de Aveiro / 2019 foi possível ver uma exemplar à venda, estando pintado de azul, com pormenores a branco.
Um desses pormenores era o guarda-corrente de forma aerodinâmica, que fazia o prolongamento das linhas do motor, até à zona do eixo da roda traseira. Se fosse feito do mesmo material do motor, ficava com um ar espacial.
Como o nome indica, estava equipada com motor Pachancho, sendo a marca visível dos dois lados do motor.
Se no guarda-lamas da roda da frente tinha um decalque com o emblema da Pachancho, que dizia "Made in Portugal"; no quadro, por baixo do selim, tinha um autocolante que dizia "Braga - Portugal".
Por cima do depósito de combustível tinha uma grelha em metal que permitia o transporte de pequenos volumes ou de uma pasta com documentos / papéis, que eram presos com recurso a uma mola de metal.
Na imagem anterior vemos a zona da roda de trás, com o amortecedor, o escape e a zona onde prendem as malas, notando-se o cuidado com que os vários elementos foram concebidos.
No guiador vemos a marca Guia, num botão plástico. O farol era cromado e tinha o velocímetro embutido no metal.
O farolim também acompanha as linhas do conjunto, sendo como que o terminar da Cinal Pachancho Himalaia. Estava aplicado numa peça pintada de preto, para que a luz se fizesse notar melhor.
Nesta versão da Cinal Pachancho Himalaia ainda temos umas malas laterais na traseira, como que lembrando versões mais antigas da Pachancho.