Piraju -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo (original) (raw)

| E. F. Sorocabana (1906-1966) | | | | 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| | --------------------------- | | PIRAJU Município de Piraju, SP (veja a cidade) | | | | Ramal de Piraju - km 411,294 (1960) | | SP-2080 | | Altitude: 589 m | | Inauguração: 03.10.1906 | | Uso atual: museu (2016) | | sem trilhos | | Data de construção do prédio atual: 1908 | | | | | | | | | | | | | | | | HISTORICO DA LINHA: O ramal de Piraju, com 26,041 km, foi aberto ao tr�fego em 3 de outubro de 1906, e na �poca era na verdade a continua��o da linha do Tibagi, nome na �poca do tronco da Sorocabana. A linha tinha apenas duas esta��es, Ataliba Leonel e Piraju, e partia da esta��o de Manduri. Em 1908, com a linha do Tibagi continuando a partir de Manduri, a linha de Piraju passou a ser o ramal de Piraju. A linha foi constru�da, na verdade, com a C�mara Municipal de Piraju bancando parte do seu custo. O ramal foi um dos dois �ltimos, ao lado do ramal de Santa Cruz do Rio Pardo, ali pr�ximo, dos curtos ramais da Sorocabana a ser desativado, no final de 1966. Em seguida, os trilhos foram retirados e tudo caiu no abandono. | | | | | | | | A ESTAÇÃO: A esta��o de Piraju, inaugurada em 1906 como ponta da linha do Tibagi, transformou-se dois anos mais tarde no ponto terminal do ramal de Piraju, visto que o que viria a se tornar o tronco da Sorocabana continuou a partir de Manduri para oeste. Na verdade, o ramal Manduri-Piraju foi custeado pela Prefeitura de Piraju, interessada em ter a Sorocabana coletando café em suas terras. Constru�da e aberta em 05/04/1908, portanto dois anos depois de sua inaugura��o, na �poca de Percival Farquar, empres�rio americano dono da Sorocabana a partir de 1907 e de uma enorme rede ferrovi�ria no Brasil da �poca, a nova esta��o seguia uma tipologia arquitet�nica diferente das demais esta��es constru�das pelo governo, tendo sido projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo. Antes dela existia uma estação provisória. Vale lembrar também que quem construiu a estrada de rodagem que ligou a estação, longe da cidade, à ponte sobre o rio Paranapanema foi a Sorocabana. A partir de 1915, passou a ligar a esta��o � cidade, e dali a Sarutai�, uma linha de bondes com 26 km - mesma extens�o do ramal - que, segundo Werner Vana, tem import�ncia hist�rica devido a dois fatos: a conex�o com a esta��o da Sorocabana, e pelo fato de Piraju ser na �poca a menor cidade do Estado de S�o Paulo. Na �poca da inaugura��o dos bondes, a cidade tinha menos de 4000 habitantes. Os bondes foram desativados nos anos 1930, 30 anos antes do fim das operações no ramal. Sem os bondes, o centro da cidade passou a contar também com uma agência da ferrovia, devido à distância (e a enorme ladeira) que separava a estação da cidade (ver caixa abaixo). Em 1937, o conjunto da estação passou por grandes transforma��es: novas unidades residenciais foram constru�das, al�m de outro armaz�m, maior que o original. A esta��o foi ampliada no piso superior: l� era a resid�ncia do chefe da esta��o e, por causa da fam�lia numerosa, foram constru�dos mais dois quartos. Com a desativa��o do ramal ferrovi�rio em 1966, o local ficou em estado de semi-abandono. Os armazéns ainda foram usados até 1971 para estoque de café produzido na região, em sacas que passaram a ser enviadas de caminhão para a estação de Bernardino de Campos, ondeeram transportadas pelos trens da Sorocabana. A estação, bem como todo o ativo do ramal, passou não para a Fepasa, em 1971, mas para o Governo do Estado. Foi usado pela Prefeitura e alguns outros usos, depois foi invadida, e depois foi abandonada. Um acordo entre a Prefeitura e o Estado, onde este �ltimo doou a �rea para o munic�pio, permitiu o uso provis�rio dos galp�es o que, de fato, resultou em certo n�vel de conserva��o dos im�veis. A doa��o exigiu que o conjunto fosse usado para fins culturais. A esta��o continua abandonada, mas os armaz�ns est�o sendo utilizados como oficina cultural com apoio do Senac, j� desde 1997. Finalmente, em 2009, iniciou-se a restauração do prédio da estação, incluindo a recuperação de seus detalhes e suas pinturas. O museu na estação e no armazém foram finalmente abertos ao público em 2016. Maiores detalhes sobre a estação de Piraju podem ser vistos no excelente livro ARQUEOLOGIA DA ARQUITETURA: ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE PIRAJU - ENSAIO DE ARQUELOGIA DA ARQUITETURA DE RAMOS DE AZEVEDO, POR DAISY DE MORAIS, EDITORA HABILIS, 2007. ACIMA: Em 1913, o já ex-Presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, o primeiro à esquerda sentado no tílburi, visita o Brasil e pára em Piraju, aonde foi pelo trem da Sorocabana; Roosevelt estava descendo para o sul, de onde voltaria para o Mato Grosso, onde se encontraria com o General Rondon. Aqui, ele está em frente à estação da cidade (Autor desconhecido - Acervo Elias Vieira). 1933 AO LADO: O acesso da cidade à estação está às escuras (O Estado de S. Paulo, 24/2/1933). 1933 AO LADO: A estação, lotada de café (O Estado de S. Paulo, 30/11/1933). OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1934 - Abastecimento de água 1937 AO LADO: O mau estado dos armazéns levou à reforma total do conjunto no ano de 1937 (O Estado de S. Paulo, 15/1/1937). 1939 AO LADO: Faltam vagões em Piraju (O Estado de S. Paulo, 1/12/1939). 1941 AO LADO: Sem bondes, uma agência passou a servir à população na cidade, mesmo com a estação funcionando (O Estado de S. Paulo, 16/4/1941). 1942 AO LADO: Folha da Manhã, SP, 1/2/1942. ACIMA: A estação em reforma, em fotografias de maio de 2009 (Fotos Reinaldo Bernardes Rodrigues). (Fontes: Ralph M. Giesbrecht - pesquisa local; Reinaldo Bernardes Rodrigues; Antonio C. Belviso; Elias Vieira; Adriano Martins; E. F. Sorocabana: relatórios anuais, 1900-69; O Estado de S. Paulo, 27/12/1906 e 1937; Folha de Piraju, 2000-01; Folha da Manhã, 1942; Daisy de Morais: Arqueologia da Arquitetura - Estação Ferroviária de Piraju - Ensaio de Arqueologia da Arquitetura de Ramos de Azevedo, Ed. Habilis, 2007; A Cigarra, 1915; IBGE, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht). | | | | | | | | | A estação de Piraju na época da inauguração do prédio da estação, em 1908. Foto de livro comemorativo da Sorocabana Railway, 1909 A estação de Piraju na época da inauguração do prédio da estação, em 1908. Foto de livro comemorativo da Sorocabana Railway, 1909 No dia da inauguração do bonde, em 1915. Foto da revista A Cigarra, 1915 A estação em festa aguarda a chegada do Presidente do Estado, Jorge Tibiriçá, na inauguração do prédio da estação, em 05/04/1908. Foto cedida por Antonio C. Belviso A estação abandonada, em 22/10/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht A estação abandonada, em 22/10/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht A estação abandonada, em 22/10/2000. Foto Ralph M. Giesbrecht A estação em 09/2002. Foto Adriano Martins A estação vista da cidade, em 09/2002. Foto Adriano Martins A estação em fase final de restauro, em 9/2009. Foto Reinaldo Rodrigues A estação já como museu, em 10/2016. Foto Reinaldo Rodrigues | | | | | | | | | Atualização: 21.09.2018 | | |