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N�LTON SANTOS

N�lton dos Santos - Lateral-Esquerdo - Rio de Janeiro (RJ) - 16.05.1925

Uma lenda viva do futebol. Devido � sua t�cnica fora do comum, � sua intelig�ncia e vis�o de jogo, ficou conhecido como "A Enciclop�dia do Futebol". Foi um dos maiores respons�veis pela moderniza��o do futebol. � considerado o maior lateral-esquerdo da hist�ria.

Em um tempo em que os defensores n�o ultrapassavam o meio-campo, N�lton Santos inovava e apoiava constantemente, causando espanto em seus companheiros e treinadores.

Era um jogador cl�ssico, raramente fazia falta e nunca jogou com viol�ncia. Come�ou a carreira como centroavante, mas foi colocado como quarto-zagueiro em um treino e logo em seguida firmou-se na lateral. A obsess�o pelo ataque, no entanto, permaneceu e o fez inovar o futebol de sua �poca, com suas "estranhas arrancadas" pela esquerda. Sua carreira � marcada por in�meras hist�rias curiosas, que acabaram rendendo um livro intitulado "Minha Bola, Minha Vida".

Diz-se que costumava marcar os atacantes com a ajuda do Sol. Em 64, j� em fim de carreira, deu um tapa no rosto do �rbitro Armando Marques, que havia apontado o dedo para ele. Por esse epis�dio, foi suspenso por 60 dias. Cinco anos depois, j� como diretor de futebol, repetiu a dose, acertando novamente o mesmo �rbitro, agora com dois socos.

Entretanto, sua passagem mais marcante foi a de um gol na Copa de 58. O Brasil enfrentava a �ustria e vencia por 1-0, no come�o do segundo tempo. N�lton pega a bola na defesa e come�a a avan�ar: "Volta, N�lton", grita do banco Vicente Feola, t�cnico do Brasil. O lateral continua correndo e ultrapassando os advers�rios. J� estava quase na intermedi�ria e ouve novamente: "Volta, N�lton". Ele finge n�o ouvir e chega � entrada da �rea austr�aca: "Volta, N�lton", berra Feola, quase se esgoelando. N�lton chuta com maestria da entrada da �rea, marca o segundo gol brasileiro e leva o p�blico ao del�rio: "Boa, N�lton", murmura Feola, j� se sentando no banco novamente.

Jogou toda a sua carreira no Botafogo, clube que ajudou a consagrar como um dos grandes do futebol brasileiro. Pela estrela solit�ria, foram 17 anos, nos quais conseguiu in�meros t�tulos como estaduais e torneios Rio-S�o Paulo. Det�m o recorde de jogos pelo clube carioca: 718.

Era um verdadeiro "rom�ntico" do futebol. Nunca ligou para o dinheiro que o futebol lhe trazia. Com a alegria de sempre, dizia que "lhe pagavam para fazer o que mais gostava". Chegava a assinar contratos em branco, tal era seu desinteresse por tal assunto. Por este motivo, acabou sendo prejudicado por dirigentes botafoguenses, que se aproveitavam da inoc�ncia do jogador e n�o lhe pagavam o que merecia.

Chegou a ser sondado por Palmeiras e Corinthians para deixar o Rio, mas recusou-se a ir para uma cidade sem praia. "L� eu iria receber mais, mas a minha ambi��o era ser feliz", afirma.

Recentemente, foi considerado em uma elei��o da Revista Placar como o melhor jogador da hist�ria do Botafogo, superando at� mesmo Man� Garrincha. Garrincha, ali�s, que ele ajudou a levar para o clube. Ap�s um treino em General Severiano (est�dio que hoje leva o seu nome) do qual participou o jovem Man�, N�lton Santos disse ao t�cnico Gentil Cardoso: "Contrata este menino. N�o vou conseguir dormir se ficar pensando que poderei voltar a jogar contra ele".

Disputou quatro Copas do Mundo. Em 1950, era reserva da azarenta equipe que acabou perdendo o t�tulo para o Uruguai, em pleno Maracan�. Quatro anos depois, na Su��a, jogou apenas tr�s jogos, devido � elimina��o precoce do Brasil, ainda na primeira fase. Foi ainda expulso na partida contra a Hungria, por ter brigado com Boszik.

A merecida consagra��o viria em 1958, na Su�cia. N�lton Santos era um dos c�rebros desta que foi uma das maiores equipes do futebol mundial em todos os tempos. No primeiro jogo, o Brasil vence a �ustria por 3 a 0, com N�lton marcando o gol descrito acima. Pensando ter encontrado a escala��o ideal, o treinador brasileiro Vicente Feola repete a dose contra a desfalcada Inglaterra. Resultado: 0 a 0. Frustra��o.

Ap�s esse jogo, Didi e N�lton Santos, dois mestres do futebol naquela �poca, tiveram uma conversa reservada com Vicente Feola e Paulo Machado de Carvalho, supervisor da sele��o. Na conversa, argumentaram a favor do endiabrado Garrincha e do menino Pel�, de apenas 17 anos. �Mas Garrincha? Ele prende muito a bola�, teria dito Feola. Teve que aceitar. Afinal, o pedido n�o vinha de quaisquer jogadores.

Contra a poderosa URSS, t�nhamos Garrincha no lugar de Joel e Pel� no de Mazola. O show estava come�ando. O resto da hist�ria j� se sabe de cor. Nas palavras do �rbitro Mervyn Griffith, que apitou a final, vencida pelo Brasil por 5 a 2, contra os donos da casa: �Fiquei encantado com o que vi. Nunca vou me esquecer de Didi, N�lton Santos, Garrincha e Pel�. Eles n�o eram humanos�.

Aos 33 anos, N�lton conquista seu primeiro mundial e acaba eleito o melhor lateral-esquerdo da Copa. No Chile, em 1962, j� com 37 anos, novamente N�lton Santos � um dos mais importantes jogadores do Brasil na conquista do bi. No total, jogou 85 partidas com a camisa da Sele��o, marcando 3 gols.

Foi bicampe�o mundial, campe�o sul-americano (49) e pan-americano (52). Aos 39 anos, pendurou as chuteiras deixando saudades. Em 1998, seu nome figurava entre os 11 jogadores da hipot�tica sele��o do s�culo, anunciada pela FIFA, antes da Copa da Fran�a. Mais do que merecido.

"Se eu e N�lton estiv�ssemos no Mundial da Inglaterra, n�o haveria aquele fiasco. Aquela gente ia ver quem tinha gasolina no tanque." (Didi, ex-meia da Sele��o Brasileira, sobre N�lton Santos e a Copa de 66)

"Nos dias em que o tempo ficava nublado os companheiros perguntavam como eu ia me virar." (N�lton Santos, ex-lateral-esquerdo do Botafogo e da Sele��o Brasileira, sobre sua t�tica de marcar os atacantes com a ajuda do Sol)

"Naquele tempo, lateral que passasse do meio do campo era considerado maluco." (N�lton Santos, ex-lateral-esquerdo do Botafogo e da Sele��o Brasileira, sobre as d�cadas de 40 e 50)

"N�lton Santos foi chamado de 'A Enciclop�dia'. Se, um dia, eu chegar a Dicion�rio, j� me darei por muito feliz." (J�nior, ex-lateral-esquerdo do Flamengo e da Sele��o Brasileira)

�Ele me deu um baile. Pedi que o contratassem e o pusessem entre os titulares. Eu n�o queria enfrent�-lo de novo." (N�lton Santos, maior lateral-esquerdo da hist�ria do Brasil e do Botafogo, sobre Garrincha

�Veja aquele beque do Brasil. Olhe seu uniforme, limpo, parece engomado. Olhe seus cabelos, penteados. Ele � N�lton Santos. Aquela cabe�a armazena o que h� de melhor em intelig�ncia. Aquelas pernas limpas produzem o melhor estilo do mundo. Ele joga em p�, pleno de classe, como conv�m aos deuses da bola." (Nestor Rossi, indignado com o companheiro, que marcava Garrincha e estava todo sujo de lama)

"Rossi se esqueceu de dizer que eu sempre joguei junto com Garrincha. Contra ele, s� no primeiro treino no Botafogo. Pedi que o contratassem. Gra�as a Deus, fui atendido." (N�lton Santos, em resposta a Nestor Rossi)

"O craque s� tem uma preocupa��o: o advers�rio. Com a bola ele tem intimidade." (N�lton Santos, ex-lateral-esquerdo do Botafogo e da Sele��o Brasileira)

"Recebi v�rias propostas do Corinthians e do Palmeiras ao longo dos anos. Queriam me contratar, mas eu n�o ia para uma cidade que n�o tem praia. Al�m do mais, eu me divertia e ainda me pagavam bem para isso. L� eu iria receber mais, mas a minha ambi��o era e � ser feliz". (N�lton Santos, sobre o fato de nunca ter deixado o Botafogo)

"Todo 12 de maio vou acender uma vela e conversar com o Didi, como fa�o com Garrincha todo o dia 20 de janeiro. Tomara que exista outro mundo, porque a gente se encontrar� l�." (N�lton Santos, sobre os falecimento de Didi e Garrincha)

"Fui apresentado aos vizinhos todos de Pau Grande com um orgulho comovente da parte de Garrincha. Era como se s� eu, ali, fosse um jogador famoso." (N�lton Santos, contando sobre quando foi a Pau Grande, visitar Garrincha, por ter sido convidado a batizar sua sexta filha, Maria Cec�lia)