SPFW come�a hoje sem estrelas nas passarelas (original) (raw)

12/07/2006 -08h30

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da Folha Online

Nada de Gisele B�ndchen ou Raica Oliveira. A S�o Paulo Fashion Week - Ver�o 2007 come�a nesta quarta-feira, no Pavilh�o da Bienal, no Ibirapuera, sem as estrelas no casting das 45 marcas. Gisele, contratada da Colcci, j� era carta fora do baralho h� tempos, e a ag�ncia de Raica no Brasil, a 40 Graus, confirmou nesta segunda que a namorada do craque Ronaldo tamb�m n�o desfilar� para nenhuma marca.

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Raica, namorada de Ronaldo, desfilou s� no Fashion Rio e n�o vir� para a SP Fashion Week
Raica, namorada de Ronaldo, desfilou s� no Fashion Rio e n�o vir� para a SP Fashion Week

Apesar de n�o desfilar, Raica chegou nesta ter�a-feira ao Brasil para a festa de lan�amento do Calend�rio SPFW, a ser realizada no Bar Royal, na Consola��o (regi�o central de S�o Paulo). Na publica��o, que ser� vendida em livrarias, as 25 principais tops do pa�s foram clicadas, sempre em preto-e-branco, pelo fot�grafo Bob Wolfenson. Nomes como Adriana Lima, Gisele B�ndchen, Ana Claudia Michels, Shirley Malmann e Camila Finn aparecem sempre em poses sensuais, mostrando ora um seio, ora um perfil seminu.

Outros nomes de peso foram escalados, mas ningu�m que cause o furor registrado nos corredores da Bienal quando Raica, observada por Ronaldo na primeira fila, desfilou pela Rosa Ch�; ou quando Gisele chegou de helic�ptero para rodopiar pela Colcci. Entre eles est�o Let�cia Birkheuer (que entra pela Ellus), Marcelle Bittar, Carol Trentini (exclusiva da Zoomp), Camila Finn e Juliana Imai, esta �ltima uma das recordistas de desfiles (at� agora, s�o 21 confirmados).

Como o tema da 21� SPFW � a �frica, os estilistas e respons�veis pelo casting aproveitaram as modelos negras e com toques ex�ticos --meninas, ali�s, que cada vez mais ganham espa�o no mundo da moda. Al�m de Juliana Imai, com toques orientais e pele morena, aparecem Samira, Carmelita e Emanuela de Paula.

Mais desfalques

O principal evento do calend�rio da moda brasileira ter� uma maratona com 48 desfiles de 45 estilistas em sete dias --Alexandre Herchcovitch, Cavalera e Fause Haten mostram as pe�as femininas e masculinas em entradas diferentes. A expectativa � reunir 12 mil pessoas

Neste ano, nomes de peso ficaram de fora, por decis�o pr�pria. A Rosa Ch�, uma das marcas mais tradicionais de moda praia do pa�s, optou por desfilar apenas em Nova York. A Sommer, que n�o � mais de Marcelo Sommer, apesar do nome, se transferiu para o Fashion Rio.

Tamb�m est�o fora, mesmo que temporariamente, as badaladas Zapping, de Renato Kherlakian, que aparece no evento apenas com a Zoomp; a �gua Doce, da Cia. Mar�tima; a VR; a Alphorria e os estilistas Caio Gobbi e Giselle Nasser. Por outro lado, refor�am o time dois estilistas portugueses convidados por Paulo Borges, organizador da Fashion Week, Miguel Vieira e Anabela Baldaque, al�m do grupo de design OESTUDIO.

Quem voltou foi Carlos Tufvesson, que saiu de cena em janeiro e, na quinta-feira, promete levar a apresentadora Ang�lica � passarela de uma das salas da Bienal. Espa�os externos, ali�s, ser�o mais explorados neste ano pelos criadores.

A V.Rom vai ao Parque da Luz; a Ellus optou pelo Bosque dos Eucaliptos, no Ibirapuera; Karla Girotto escolheu o jardim em frente ao pr�dio de Niemeyer; a Cavalera exibe sua cole��o masculina no Aut�dromo de Interlagos; Pedro Louren�o e Gl�ria Coelho v�o ao espa�o de eventos do Shopping Iguatemy; Reinaldo Louren�o, ao Shopping Cidade Jardim. Lorenzo Merlino completa a agenda, mas n�o divulgou sua loca��o.

Em baixa

Apesar de n�o ser o �nico term�metro (as vendas seriam melhor medidor, mas os n�meros s�o guardados a sete chaves por "quest�es estrat�gicas", dizem os criadores), a decis�o de estilistas em n�o mostrar suas cole��es de ver�o na SPFW, famosa por ser a "vitrine" do trabalho brasileiro, � um dos indicativos de que a "Semana de Moda de S�o Paulo" anda em baixa.

Primeiro, segundo afirmam todos os fashionistas de renome, ter duas semanas de moda (SPFW e Fashion Rio) � "over" ("exagerado", na tradu��o para quem n�o � "entendido" do "mundinho"). Ter que preencher dois calend�rios acaba colocando na passarela marcas que ainda n�o estariam maduras o suficiente para o mercado internacional ou de ponta.

Segundo, porque o evento acabou perdendo o rumo. Apesar de o acesso �s salas de desfile ou qualquer canto da Bienal estar condicionado a convites individuais, ele n�o atende aos endinheirados, p�blico consumidor das grifes que mostram suas pe�as nas passarelas. Al�m dos "emergentes" e poucos artistas, ningu�m quer ser perseguido por jornalista sedento por not�cias de celebridade.

A SPFW tamb�m n�o afeta diretamente os seres comuns. Falem o que for -- por exemplo, que a moda est� cada vez mais pr�xima das pessoas--, os pre�os ardidos acabam com o sonho de qualquer um que passar o olho nas fotos e imagens divulgadas por TVs, sites, jornais e revistas de adquirir alguma das pe�as apresentadas, com raras exce��es.

Mas se o papo � a moda como arte, que agrade aos olhos e prove que o Brasil tem artistas t�o capazes e competentes quanto os do mundo, a� a hist�ria � outra. Ou se o argumento � que o aspecto financeiro do neg�cio vale � pena, que ent�o n�o se restrinja tanto o acesso dos jornalistas e compradores do pa�s.

Na tentativa de resolver este �ltimo problema, a Bienal abrigar� neste ano o FWHouse, showroom coletivo direcionado a compradores de multimarcas do mundo. O local funcionar� com lojas improvisadas de mais de 70 marcas que participam ou n�o da SPFW. Em 2005, na primeira edi��o, foram movimentados R$ 1 bilh�o.

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