Elton Gomes dos Reis | ARIC-Faculdade Damas da Instrunção Cristã (original) (raw)
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Papers by Elton Gomes dos Reis
Revista Brasileira de Sociologia & Política, 2017
Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para ... more Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para o regionalismo sul-americano? A literatura acadêmica especializada afirma existir um distanciamento do Brasil em relação a cooperação e integração regional na América do Sul. Esse distanciamento, porém, não desmantelou o regionalismo estabelecido em período anterior (Mercosul) e não impediu o estabelecimento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A partir da formulação do conceito de Cooperação para Autonomia, o presente trabalho propõe uma resposta ao puzzle. O estudo utiliza a metodologia de Estudo de Caso combinada com modelos de Análise de Política Externa. A hipótese deste trabalho é que o baixo nível de engajamento do governo Lula em relação ao desenvolvimento institucional e à atribuição de responsabilidades à Unasul pode ser explicado pelo desejo de, por um lado, distanciar a PEB para arenas e temas globais e, por outro lado, ancorar tal distanciamento em uma lógica estatocêntrica. A essa estratégia, todavia, soma-se o interesse de assegurar os ganhos econômicos e comerciais brasileiros na região e de manter a estabilidade no campo da segurança no subcontinente. Como resultado, o Brasil adota um perfil reduzido na região, diminuindo os seus custos com a América do Sul, ao mesmo tempo em que busca preservar sua autonomia. Para verificação desta hipótese, o artigo analisa iniciativas de cooperação regional do Brasil nos campos do comércio (Mercosul Ampliado), infraestrutural (IIRSA) e de defesa (CDS). A pesquisa conclui que o perfil apresentado pela PEB junto à Unasul expressa a adequação nos moldes de pequenos ajustes nas relações com as nações vizinhas. Distinto da aparente ruptura na Política Externa, tal estratégia preserva os ganhos prévios do regionalismo sem, contudo, obstar uma maior inserção internacional e a busca por metas extrarregionais de Política Externa. PALAVRAS-CHAVE: Unasul; política externa brasileira; autonomia; distanciamento; América do Sul. Recebido em 25 de Setembro de 2015. Aceito em 14 de Dezembro de 2015.
4º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais De 22 a 26 de julho de 2013, 2013
O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalismo sul-a... more O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalismo
sul-americano e sua relação com a macro linhas da atuação internacional do país,
identificando seus limites e potencialidades em termos de recursos de poder, liderança
regional. A pesquisa emprega o aporte teórico das abordagens de Foreign Policy Decision
Making (FDPM) e teorias do regionalismo influenciadas por estudos sobre inserção
internacional para explicar a relação entre o poder hard (militar-econômico), o perfil da
controversa liderança regional brasileira no contexto sul-americano e a atuação do Brasil no
contexto internacional. Metodologicamente o estudo lança mão das técnicas de process
tracing (deep case study) e séries históricas. O artigo conclui que o Brasil busca robustecer
o seu eixo de integração sul-americana em uma agenda mais ampla de projeção de
capacidades nos cenários regional e internacional. Isto é feito através da adoção
progressiva de uma agenda múltipla, que envolve tanto a ampliação dos recursos de poder
tradicional quanto à criação de arranjos políticos intergovernamentais capazes de favorecer
a posição brasileira na região e no plano político internacional.
Palavras-Chave: Política Externa Brasileira, Integração regional, Liderança regional,
Mercosul, UNASUL
Abstract
This paper analyzes Brazilian foreign policy’s strategy for the South American regionalism
and its connections with the main lines of the country's international relations. The research
identifies Brazilian capabilities in terms of power resources and regional leadership. The
inquiry employs the theoretical approach provided by Foreign Policy Decision Making
(FDPM) and theories of regionalism influenced by international insertion studies to explain
the relationship between hard power (military and economic), the profile of controversial
Brazilian regional leadership within South America and Brazil's role in the international
context. Methodologically the study adopts process tracing techniques (deep case study) and
time series. The paper poses the assumption that MERCOSUR alongside with UNASUR, as
the core of the South American regional integration, is the main platform for the Brazilian
project of consolidating itself as a regional and global player, overcoming its status of
intermediate power. We conclude that Brazil seeks to strengthen its axis of South American
integration on a broader agenda adopted in regional and international scenarios. Such
multiple agenda involves both the increase of traditional power resources and the
establishment of intergovernmental political arrangements capable of benefit Brazilian
position in the region and in the international political level.
Keywords: Brazilian Foreign Policy, Regional Integration, Regional Leadership, Mercosur,
UNASUR
Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para ... more Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para o regionalismo sul-americano? A literatura acadêmica especializada afirma existir um distanciamento do Brasil em relação a cooperação e integração regional na América do Sul. Esse distanciamento, porém, não desmantelou o regionalismo estabelecido em período anterior (Mercosul) e não impediu o estabelecimento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A partir da formulação do conceito de Cooperação para Autonomia, o presente trabalho propõe uma resposta ao puzzle. O estudo utiliza a metodologia de Estudo de Caso combinada com modelos de Análise de Política Externa. A hipótese deste trabalho é que o baixo nível de engajamento do governo Lula em relação ao desenvolvimento institucional e à atribuição de responsabilidades à Unasul pode ser explicado pelo desejo de, por um lado, distanciar a PEB para arenas e temas globais e, por outro lado, ancorar tal distanciamento em uma lógica estatocêntrica. A essa estratégia, todavia, soma-se o interesse de assegurar os ganhos econômicos e comerciais brasileiros na região e de manter a estabilidade no campo da segurança no subcontinente. Como resultado, o Brasil adota um perfil reduzido na região, diminuindo os seus custos com a América do Sul, ao mesmo tempo em que busca preservar sua autonomia. Para verificação desta hipótese, o artigo analisa iniciativas de cooperação regional do Brasil nos campos do comércio (Mercosul Ampliado), infraestrutural (IIRSA) e de defesa (CDS). A pesquisa conclui que o perfil apresentado pela PEB junto à Unasul expressa a adequação nos moldes de pequenos ajustes nas relações com as nações vizinhas. Distinto da aparente ruptura na Política Externa, tal estratégia preserva os ganhos prévios do regionalismo sem, contudo, obstar uma maior inserção internacional e a busca por metas extrarregionais de Política Externa. PALAVRAS-CHAVE: Unasul; política externa brasileira; autonomia; distanciamento; América do Sul. Recebido em 25 de Setembro de 2015. Aceito em 14 de Dezembro de 2015.
Resumo: o presente capítulo fornece uma apreciação geral e um breve estudo comparativo do papel d... more Resumo: o presente capítulo fornece uma apreciação geral e um breve estudo comparativo do papel desempenhado pelas potências regionais no sistema internacional contemporâneo. Analisa-se primeiro a crescente influência desses atores emergentes nos cenários político e econômico internacional verificada tanto em agendas de caráter intra-regional, quanto em contatos extra regionais. Em seguida o trabalho examina comparativamente a conduta estratégica da política externa de Brasil, Índia e África do Sul enquanto elementos representativos de alguns dos mais relevantes câmbios produzidos no plano político internacional em período recente. Os legados históricos, interesses políticos, idéias e estratégias dessas potências regionais são contrapostas de modo a identificar seus limites e possibilidades objetivas no contexto das transformações dinâmicas do plano internacional globalizado. Assim, o estudo identifica as características compartilhadas por esses Estados e os pontos de divergência encontrados entre os atores investigados na condução de suas respectivas políticas externas. A pesquisa demonstra que os poderes regionais buscam aumentar sua importância na ordem internacional através de uma complexa combinação que conjuga elementos de projeção de capacidades na arena internacional, liderança de projetos de integração regional e parcerias estratégicas com outros países emergentes.
Resumo O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalism... more Resumo
O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalismo
sul-americano e sua relação com a macro linhas da atuação internacional do país,
identificando seus limites e potencialidades em termos de recursos de poder, liderança
regional. A pesquisa emprega o aporte teórico das abordagens de Foreign Policy Decision
Making (FDPM) e teorias do regionalismo influenciadas por estudos sobre inserção
internacional para explicar a relação entre o poder hard (militar-econômico), o perfil da
controversa liderança regional brasileira no contexto sul-americano e a atuação do Brasil no
contexto internacional. Metodologicamente o estudo lança mão das técnicas de process
tracing (deep case study) e séries históricas. O artigo conclui que o Brasil busca robustecer
o seu eixo de integração sul-americana em uma agenda mais ampla de projeção de
capacidades nos cenários regional e internacional. Isto é feito através da adoção
progressiva de uma agenda múltipla, que envolve tanto a ampliação dos recursos de poder tradicional quanto à criação de arranjos políticos intergovernamentais capazes de favorecer a posição brasileira na região e no plano político internacional.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é uma experiência dinâmica e, como tal, as formas de abordá-lo ... more O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é uma experiência dinâmica e, como tal, as formas de abordá-lo evoluem com o
tempo. De trabalhos pioneiros no campo do Direito e da Economia, publicações recentes tendem a priorizar a dimensão
do poder político nas questões da integração regional. O presente artigo apresenta a evolução do debate acadêmico sobre
o Mercosul, priorizando a emergência de agendas de política internacional mercosulinas. Inicialmente são apresentados
os trabalhos pioneiros sobre o bloco, situados majoritariamente na década de 1990. Logo após são discutidas as publica-
ções mais recentes, organizadas aqui como grandes linhas de pesquisa, a saber: integração regional comparada, economia
política da integração e o Mercosul na política externa brasileira. Finalmente, o artigo demonstra como cada uma dessas vertentes de estudo contribui para as pesquisas sobre o Mercosul como objeto da política internacional.
Thesis Chapters by Elton Gomes dos Reis
A presente dissertação examina o envolvimento internacional de unidades subnacionais e suas rela... more A presente dissertação examina o envolvimento internacional de unidades subnacionais e
suas relações com seus governos centrais através de uma perspectiva institucional que investiga a
provincia de Québec na federação canadense e no âmbito do Nafta. A pesquisa analisa as
estratégias de inserção internacional do referido governo subnacional e as medidas adotadas pela
federação canadense, em diferentes períodos, com o propósito de permitir ou tolerar as medidas
paradiplomáticas de seus entes federados. O trabalho discute a imbricada relação desses arranjos
políticos com a governança complexa, a ordem doméstica e a integração regional. Da mesma
forma, o estudo trata do processo de formação das preferências dos principais atores políticos
envolvidos para explicar a construção do atual estratégia de promoção econômica da província e
sua relação com o nacionalismo minoritário subestatal. O estudo explica o comportamento dos
atores políticos investigados diante de momentos críticos, mostrando ligação desses com a
emergência e normalização da paradiplomacia quebequense, que conduziu à implementação de
reformas e a criação de novas instituições
RREIS, E.G, 2015
A presente tese de doutorado analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionali... more A presente tese de doutorado analisa a estratégia da política externa brasileira para o
regionalismo sul-americano e a sua conexão com as macrolinhas da atuação internacional do
país, identificando os seus limites e as suas potencialidades em termos de recursos de poder e
liderança regional. A pesquisa emprega o aporte teórico proveniente da Teoria da Hegemonia
Cooperativa para explicar as grandes bases do comportamento da política externa brasileira no
que tange, especificamente, ao Mercosul e ao regionalismo sul-americano, durante o período
2000-2012. A tese analisa o perfil da controversa liderança regional brasileira no contexto sulamericano e a sua relação com a atuação do Brasil no contexto internacional.
Metodologicamente, o estudo lança mão das técnicas de process-tracing, em conjunto com
séries históricas aplicadas à análise de política externa. A pesquisa conclui que o Brasil busca
robustecer o seu eixo de integração sul-americana em um plano mais amplo de projeção de
capacidades, nos cenários regional e internacional. Isto é feito através da adoção progressiva de
uma agenda múltipla, que envolve tanto a ampliação dos recursos de poder tradicionais quanto
a criação de arranjos políticos intergovernamentais, capazes de favorecer a posição brasileira
na região e no plano político mundial.
Palavras-chave:Política Externa Brasileira.IntegraçãoRegional. Liderança Regional. Mercosul. UNASUL.
This doctoral dissertation analyses Brazilian foreign policy strategy towards South American
regionalism and its connections with the main lines of the country’s international operations,
identifying Brazil’s limitations and capabilities in terms of power resources and regional leadership. The research employs the theoretical approach provided by the Theory of Cooperative
Hegemony to explain the major basis of Brazilian foreign policy behavior towards, specifically,
Mercosur and South American regionalism, during the period from 2002 to 2012. This thesis
analyses Brazil’s controversial leadership profile within South America and its role in the international context. As its methodology of research, this study adopts techniques of processtracing and historical series applied to foreign policy analysis of. The dissertation asserts that
Brazil seeks to strengthen its South American axis of integration as a part of a plan, adopted to
enable a broader projection of its capacity in the regional and international scenarios. This is
done through the progressive adoption of a multiple agenda, which involves both the extension
of traditional power resources and the creation of intergovernmental political arrangements,
capable of favoring the Brazilian position in the region and in the world political sphere.
Keywords:Brazilian Foreign Policy. Regional Integration. Regional Leadership. Mercosur. UNASUR
Revista Brasileira de Sociologia & Política, 2017
Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para ... more Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para o regionalismo sul-americano? A literatura acadêmica especializada afirma existir um distanciamento do Brasil em relação a cooperação e integração regional na América do Sul. Esse distanciamento, porém, não desmantelou o regionalismo estabelecido em período anterior (Mercosul) e não impediu o estabelecimento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A partir da formulação do conceito de Cooperação para Autonomia, o presente trabalho propõe uma resposta ao puzzle. O estudo utiliza a metodologia de Estudo de Caso combinada com modelos de Análise de Política Externa. A hipótese deste trabalho é que o baixo nível de engajamento do governo Lula em relação ao desenvolvimento institucional e à atribuição de responsabilidades à Unasul pode ser explicado pelo desejo de, por um lado, distanciar a PEB para arenas e temas globais e, por outro lado, ancorar tal distanciamento em uma lógica estatocêntrica. A essa estratégia, todavia, soma-se o interesse de assegurar os ganhos econômicos e comerciais brasileiros na região e de manter a estabilidade no campo da segurança no subcontinente. Como resultado, o Brasil adota um perfil reduzido na região, diminuindo os seus custos com a América do Sul, ao mesmo tempo em que busca preservar sua autonomia. Para verificação desta hipótese, o artigo analisa iniciativas de cooperação regional do Brasil nos campos do comércio (Mercosul Ampliado), infraestrutural (IIRSA) e de defesa (CDS). A pesquisa conclui que o perfil apresentado pela PEB junto à Unasul expressa a adequação nos moldes de pequenos ajustes nas relações com as nações vizinhas. Distinto da aparente ruptura na Política Externa, tal estratégia preserva os ganhos prévios do regionalismo sem, contudo, obstar uma maior inserção internacional e a busca por metas extrarregionais de Política Externa. PALAVRAS-CHAVE: Unasul; política externa brasileira; autonomia; distanciamento; América do Sul. Recebido em 25 de Setembro de 2015. Aceito em 14 de Dezembro de 2015.
4º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais De 22 a 26 de julho de 2013, 2013
O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalismo sul-a... more O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalismo
sul-americano e sua relação com a macro linhas da atuação internacional do país,
identificando seus limites e potencialidades em termos de recursos de poder, liderança
regional. A pesquisa emprega o aporte teórico das abordagens de Foreign Policy Decision
Making (FDPM) e teorias do regionalismo influenciadas por estudos sobre inserção
internacional para explicar a relação entre o poder hard (militar-econômico), o perfil da
controversa liderança regional brasileira no contexto sul-americano e a atuação do Brasil no
contexto internacional. Metodologicamente o estudo lança mão das técnicas de process
tracing (deep case study) e séries históricas. O artigo conclui que o Brasil busca robustecer
o seu eixo de integração sul-americana em uma agenda mais ampla de projeção de
capacidades nos cenários regional e internacional. Isto é feito através da adoção
progressiva de uma agenda múltipla, que envolve tanto a ampliação dos recursos de poder
tradicional quanto à criação de arranjos políticos intergovernamentais capazes de favorecer
a posição brasileira na região e no plano político internacional.
Palavras-Chave: Política Externa Brasileira, Integração regional, Liderança regional,
Mercosul, UNASUL
Abstract
This paper analyzes Brazilian foreign policy’s strategy for the South American regionalism
and its connections with the main lines of the country's international relations. The research
identifies Brazilian capabilities in terms of power resources and regional leadership. The
inquiry employs the theoretical approach provided by Foreign Policy Decision Making
(FDPM) and theories of regionalism influenced by international insertion studies to explain
the relationship between hard power (military and economic), the profile of controversial
Brazilian regional leadership within South America and Brazil's role in the international
context. Methodologically the study adopts process tracing techniques (deep case study) and
time series. The paper poses the assumption that MERCOSUR alongside with UNASUR, as
the core of the South American regional integration, is the main platform for the Brazilian
project of consolidating itself as a regional and global player, overcoming its status of
intermediate power. We conclude that Brazil seeks to strengthen its axis of South American
integration on a broader agenda adopted in regional and international scenarios. Such
multiple agenda involves both the increase of traditional power resources and the
establishment of intergovernmental political arrangements capable of benefit Brazilian
position in the region and in the international political level.
Keywords: Brazilian Foreign Policy, Regional Integration, Regional Leadership, Mercosur,
UNASUR
Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para ... more Resumo Como explicar o comportamento aparentemente paradoxal da Política Externa Brasileira para o regionalismo sul-americano? A literatura acadêmica especializada afirma existir um distanciamento do Brasil em relação a cooperação e integração regional na América do Sul. Esse distanciamento, porém, não desmantelou o regionalismo estabelecido em período anterior (Mercosul) e não impediu o estabelecimento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). A partir da formulação do conceito de Cooperação para Autonomia, o presente trabalho propõe uma resposta ao puzzle. O estudo utiliza a metodologia de Estudo de Caso combinada com modelos de Análise de Política Externa. A hipótese deste trabalho é que o baixo nível de engajamento do governo Lula em relação ao desenvolvimento institucional e à atribuição de responsabilidades à Unasul pode ser explicado pelo desejo de, por um lado, distanciar a PEB para arenas e temas globais e, por outro lado, ancorar tal distanciamento em uma lógica estatocêntrica. A essa estratégia, todavia, soma-se o interesse de assegurar os ganhos econômicos e comerciais brasileiros na região e de manter a estabilidade no campo da segurança no subcontinente. Como resultado, o Brasil adota um perfil reduzido na região, diminuindo os seus custos com a América do Sul, ao mesmo tempo em que busca preservar sua autonomia. Para verificação desta hipótese, o artigo analisa iniciativas de cooperação regional do Brasil nos campos do comércio (Mercosul Ampliado), infraestrutural (IIRSA) e de defesa (CDS). A pesquisa conclui que o perfil apresentado pela PEB junto à Unasul expressa a adequação nos moldes de pequenos ajustes nas relações com as nações vizinhas. Distinto da aparente ruptura na Política Externa, tal estratégia preserva os ganhos prévios do regionalismo sem, contudo, obstar uma maior inserção internacional e a busca por metas extrarregionais de Política Externa. PALAVRAS-CHAVE: Unasul; política externa brasileira; autonomia; distanciamento; América do Sul. Recebido em 25 de Setembro de 2015. Aceito em 14 de Dezembro de 2015.
Resumo: o presente capítulo fornece uma apreciação geral e um breve estudo comparativo do papel d... more Resumo: o presente capítulo fornece uma apreciação geral e um breve estudo comparativo do papel desempenhado pelas potências regionais no sistema internacional contemporâneo. Analisa-se primeiro a crescente influência desses atores emergentes nos cenários político e econômico internacional verificada tanto em agendas de caráter intra-regional, quanto em contatos extra regionais. Em seguida o trabalho examina comparativamente a conduta estratégica da política externa de Brasil, Índia e África do Sul enquanto elementos representativos de alguns dos mais relevantes câmbios produzidos no plano político internacional em período recente. Os legados históricos, interesses políticos, idéias e estratégias dessas potências regionais são contrapostas de modo a identificar seus limites e possibilidades objetivas no contexto das transformações dinâmicas do plano internacional globalizado. Assim, o estudo identifica as características compartilhadas por esses Estados e os pontos de divergência encontrados entre os atores investigados na condução de suas respectivas políticas externas. A pesquisa demonstra que os poderes regionais buscam aumentar sua importância na ordem internacional através de uma complexa combinação que conjuga elementos de projeção de capacidades na arena internacional, liderança de projetos de integração regional e parcerias estratégicas com outros países emergentes.
Resumo O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalism... more Resumo
O presente trabalho analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionalismo
sul-americano e sua relação com a macro linhas da atuação internacional do país,
identificando seus limites e potencialidades em termos de recursos de poder, liderança
regional. A pesquisa emprega o aporte teórico das abordagens de Foreign Policy Decision
Making (FDPM) e teorias do regionalismo influenciadas por estudos sobre inserção
internacional para explicar a relação entre o poder hard (militar-econômico), o perfil da
controversa liderança regional brasileira no contexto sul-americano e a atuação do Brasil no
contexto internacional. Metodologicamente o estudo lança mão das técnicas de process
tracing (deep case study) e séries históricas. O artigo conclui que o Brasil busca robustecer
o seu eixo de integração sul-americana em uma agenda mais ampla de projeção de
capacidades nos cenários regional e internacional. Isto é feito através da adoção
progressiva de uma agenda múltipla, que envolve tanto a ampliação dos recursos de poder tradicional quanto à criação de arranjos políticos intergovernamentais capazes de favorecer a posição brasileira na região e no plano político internacional.
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é uma experiência dinâmica e, como tal, as formas de abordá-lo ... more O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é uma experiência dinâmica e, como tal, as formas de abordá-lo evoluem com o
tempo. De trabalhos pioneiros no campo do Direito e da Economia, publicações recentes tendem a priorizar a dimensão
do poder político nas questões da integração regional. O presente artigo apresenta a evolução do debate acadêmico sobre
o Mercosul, priorizando a emergência de agendas de política internacional mercosulinas. Inicialmente são apresentados
os trabalhos pioneiros sobre o bloco, situados majoritariamente na década de 1990. Logo após são discutidas as publica-
ções mais recentes, organizadas aqui como grandes linhas de pesquisa, a saber: integração regional comparada, economia
política da integração e o Mercosul na política externa brasileira. Finalmente, o artigo demonstra como cada uma dessas vertentes de estudo contribui para as pesquisas sobre o Mercosul como objeto da política internacional.
A presente dissertação examina o envolvimento internacional de unidades subnacionais e suas rela... more A presente dissertação examina o envolvimento internacional de unidades subnacionais e
suas relações com seus governos centrais através de uma perspectiva institucional que investiga a
provincia de Québec na federação canadense e no âmbito do Nafta. A pesquisa analisa as
estratégias de inserção internacional do referido governo subnacional e as medidas adotadas pela
federação canadense, em diferentes períodos, com o propósito de permitir ou tolerar as medidas
paradiplomáticas de seus entes federados. O trabalho discute a imbricada relação desses arranjos
políticos com a governança complexa, a ordem doméstica e a integração regional. Da mesma
forma, o estudo trata do processo de formação das preferências dos principais atores políticos
envolvidos para explicar a construção do atual estratégia de promoção econômica da província e
sua relação com o nacionalismo minoritário subestatal. O estudo explica o comportamento dos
atores políticos investigados diante de momentos críticos, mostrando ligação desses com a
emergência e normalização da paradiplomacia quebequense, que conduziu à implementação de
reformas e a criação de novas instituições
RREIS, E.G, 2015
A presente tese de doutorado analisa a estratégia da política externa brasileira para o regionali... more A presente tese de doutorado analisa a estratégia da política externa brasileira para o
regionalismo sul-americano e a sua conexão com as macrolinhas da atuação internacional do
país, identificando os seus limites e as suas potencialidades em termos de recursos de poder e
liderança regional. A pesquisa emprega o aporte teórico proveniente da Teoria da Hegemonia
Cooperativa para explicar as grandes bases do comportamento da política externa brasileira no
que tange, especificamente, ao Mercosul e ao regionalismo sul-americano, durante o período
2000-2012. A tese analisa o perfil da controversa liderança regional brasileira no contexto sulamericano e a sua relação com a atuação do Brasil no contexto internacional.
Metodologicamente, o estudo lança mão das técnicas de process-tracing, em conjunto com
séries históricas aplicadas à análise de política externa. A pesquisa conclui que o Brasil busca
robustecer o seu eixo de integração sul-americana em um plano mais amplo de projeção de
capacidades, nos cenários regional e internacional. Isto é feito através da adoção progressiva de
uma agenda múltipla, que envolve tanto a ampliação dos recursos de poder tradicionais quanto
a criação de arranjos políticos intergovernamentais, capazes de favorecer a posição brasileira
na região e no plano político mundial.
Palavras-chave:Política Externa Brasileira.IntegraçãoRegional. Liderança Regional. Mercosul. UNASUL.
This doctoral dissertation analyses Brazilian foreign policy strategy towards South American
regionalism and its connections with the main lines of the country’s international operations,
identifying Brazil’s limitations and capabilities in terms of power resources and regional leadership. The research employs the theoretical approach provided by the Theory of Cooperative
Hegemony to explain the major basis of Brazilian foreign policy behavior towards, specifically,
Mercosur and South American regionalism, during the period from 2002 to 2012. This thesis
analyses Brazil’s controversial leadership profile within South America and its role in the international context. As its methodology of research, this study adopts techniques of processtracing and historical series applied to foreign policy analysis of. The dissertation asserts that
Brazil seeks to strengthen its South American axis of integration as a part of a plan, adopted to
enable a broader projection of its capacity in the regional and international scenarios. This is
done through the progressive adoption of a multiple agenda, which involves both the extension
of traditional power resources and the creation of intergovernmental political arrangements,
capable of favoring the Brazilian position in the region and in the world political sphere.
Keywords:Brazilian Foreign Policy. Regional Integration. Regional Leadership. Mercosur. UNASUR