Camila Amaral | Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa (original) (raw)
Historiadora, estudante de doutorado da FCSH-NOVA
Supervisors: Diogo Ramada Curto, Pedro Cardim, and Evergton Sales Souza
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Talks by Camila Amaral
Primeiro governador nomeado pela dinastia brigantina para administrar o Brasil, Antonio Telles da... more Primeiro governador nomeado pela dinastia brigantina para administrar o Brasil, Antonio Telles da Silva chegou a Salvador em 1642 trazendo consigo uma vasta experiência militar. Descendente de umas das famílias mais ricas de Portugal e típico filho secundogênito, ele deixou a carreira eclesiástica para seguir o caminho das armas. Participou da armada que veio à Bahia em 1625 para lutar contra os holandeses e dez anos depois partiu em uma jornada para Índia 2 e em 1640 fez parte da aclamação de Dom João IV, lutando no Paço ao lado de outros restauradores. 3 Chegou na cidade da Bahia em Agosto de 1642 focado principalmente nas questões militares e de defesa do território ocasionadas pela presença dos holandeses em Pernambuco e as constantes investidas em outras partes da costa nordestina. Nesse sentido, tão logo chegou na Bahia e observou sua defesa bastante vulnerável, Telles da Silva tratou de fazer objeção ao desejo da coroa de manter apenas dois mil homens na guarnição da cidade. Afirmou que mesmo que fossem dois mil homens em atividade na Praça da Bahia seriam necessários os três mil, para casos de doenças e impedimentos, e também porque grande parte atendia às outras partes da capitania. 4 Há muitos exemplos que denotam os esforços de Telles da Silva em favor da defesa do Brasil, e principalmente o Nordeste, Salvador e seu recôncavo. Evaldo Cabral de Mello narrou a participação ativa do governador na guerra contra os holandeses em Pernambuco 5 . Segundo ele, Telles da Silva foi responsável por articular um levante contra o inimigo, e seu sucesso militar o manteve no posto após o fim do seu triênio. 6
Thesis by Camila Amaral
A presente dissertação tem como objetivo a análise das tensões e dos conflitos entre o poder secu... more A presente dissertação tem como objetivo a análise das tensões e dos conflitos entre o poder secular e o poder eclesiástico na Bahia Colonial entre 1640 e 1750, inserindo-a em uma perspectiva mais ampla das relações entre a Igreja e o poder civil no Império português. A partir do estudo mais aprofundado de dois conflitos pretendemos também fazer um exame acerca das superposições das jurisdições e ainda buscaremos compreender melhor o cotidiano político-administrativo de Salvador e perceber nele as disputas por poder, privilégio e distinção.
Papers by Camila Amaral
Os conflitos entre o poder civil e o poder eclesiastico ao longo da historia da Bahia colonial pa... more Os conflitos entre o poder civil e o poder eclesiastico ao longo da historia da Bahia colonial parecem merecer mais atencao do que aquela dedicada pela historiografia brasileira ate hoje. A sociedade baiana dos seculos XVII e XVIII, como toda sociedade de Antigo Regime, era profundamente marcada por uma hierarquia politica, social e economica na qual a possessao de privilegios constituia um poderoso instrumento de distincao. A criacao de um acougue separado para os clerigos, no arcebispado de D. Joao da Madre de Deus, deve ser compreendida nesse sentido. Nesta comunicacao pretendo narrar alguns momentos da historia desse acougue, alem de mostrar de que maneira a posse de um estabelecimento distinto para esses religiosos despertou, para alem das reclamacoes dos oficiais da Câmara acerca dos prejuizos da Fazenda Real, conflitos mais diretos entre o Arcebispo Dom Sebastiao Monteiro da Vide e o Ouvidor da Comarca Miguel Manso Preto.
Primeiro governador nomeado pela dinastia brigantina para administrar o Brasil, Antonio Telles da... more Primeiro governador nomeado pela dinastia brigantina para administrar o Brasil, Antonio Telles da Silva chegou a Salvador em 1642 trazendo consigo uma vasta experiência militar. Descendente de umas das famílias mais ricas de Portugal e típico filho secundogênito, ele deixou a carreira eclesiástica para seguir o caminho das armas. Participou da armada que veio à Bahia em 1625 para lutar contra os holandeses e dez anos depois partiu em uma jornada para Índia 2 e em 1640 fez parte da aclamação de Dom João IV, lutando no Paço ao lado de outros restauradores. 3 Chegou na cidade da Bahia em Agosto de 1642 focado principalmente nas questões militares e de defesa do território ocasionadas pela presença dos holandeses em Pernambuco e as constantes investidas em outras partes da costa nordestina. Nesse sentido, tão logo chegou na Bahia e observou sua defesa bastante vulnerável, Telles da Silva tratou de fazer objeção ao desejo da coroa de manter apenas dois mil homens na guarnição da cidade. Afirmou que mesmo que fossem dois mil homens em atividade na Praça da Bahia seriam necessários os três mil, para casos de doenças e impedimentos, e também porque grande parte atendia às outras partes da capitania. 4 Há muitos exemplos que denotam os esforços de Telles da Silva em favor da defesa do Brasil, e principalmente o Nordeste, Salvador e seu recôncavo. Evaldo Cabral de Mello narrou a participação ativa do governador na guerra contra os holandeses em Pernambuco 5 . Segundo ele, Telles da Silva foi responsável por articular um levante contra o inimigo, e seu sucesso militar o manteve no posto após o fim do seu triênio. 6
A presente dissertação tem como objetivo a análise das tensões e dos conflitos entre o poder secu... more A presente dissertação tem como objetivo a análise das tensões e dos conflitos entre o poder secular e o poder eclesiástico na Bahia Colonial entre 1640 e 1750, inserindo-a em uma perspectiva mais ampla das relações entre a Igreja e o poder civil no Império português. A partir do estudo mais aprofundado de dois conflitos pretendemos também fazer um exame acerca das superposições das jurisdições e ainda buscaremos compreender melhor o cotidiano político-administrativo de Salvador e perceber nele as disputas por poder, privilégio e distinção.
Os conflitos entre o poder civil e o poder eclesiastico ao longo da historia da Bahia colonial pa... more Os conflitos entre o poder civil e o poder eclesiastico ao longo da historia da Bahia colonial parecem merecer mais atencao do que aquela dedicada pela historiografia brasileira ate hoje. A sociedade baiana dos seculos XVII e XVIII, como toda sociedade de Antigo Regime, era profundamente marcada por uma hierarquia politica, social e economica na qual a possessao de privilegios constituia um poderoso instrumento de distincao. A criacao de um acougue separado para os clerigos, no arcebispado de D. Joao da Madre de Deus, deve ser compreendida nesse sentido. Nesta comunicacao pretendo narrar alguns momentos da historia desse acougue, alem de mostrar de que maneira a posse de um estabelecimento distinto para esses religiosos despertou, para alem das reclamacoes dos oficiais da Câmara acerca dos prejuizos da Fazenda Real, conflitos mais diretos entre o Arcebispo Dom Sebastiao Monteiro da Vide e o Ouvidor da Comarca Miguel Manso Preto.