Adriana Taets | Fepi - Centro Universitário de Itajubá (original) (raw)
Papers by Adriana Taets
O Massacre do Carandiru, ocorrido no dia 2 de outubro de 1992, é considerado, neste artigo, como ... more O Massacre do Carandiru, ocorrido no dia 2 de outubro de 1992, é considerado, neste artigo, como um evento crítico que, além de dizimar a vida de uma centena de presos, é também um disparador de narrativas. Tão logo o evento ocorreu, narrativas diversas foram elaboradas para dar conta dos acontecimentos. Se, por um lado, o olhar “de fora” do cárcere, e portanto, de fora do Pavilhão 9, apressou-se em relatar os eventos de modo a buscar compreendê-lo, as narrativas daqueles que experimentaram o mesmo evento – e sobreviveram – levaram anos para serem elaboradas. A partir dos conceitos de Veena Das (1999) sobre a experiência do horror, a construção de narrativas e o trabalho do tempo, este artigo busca compreender as diferenças entre a construção de narrativas da violência por aqueles que observaram de fora os eventos, e aqueles que a vivenciaram enquanto experiência.Abstract: The Carandiru Massacre, occurred on 2nd October in 1992, is considered in this article as a critical event that...
Anuário Antropológico, Jun 1, 2014
Os cárceres brasileiros são perpassados por relações violentas. A violência, compreendida como um... more Os cárceres brasileiros são perpassados por relações violentas. A violência, compreendida como uma relação em que há um excesso de poder ou força num dos polos da relação, e um dano, no outro (Chauí, 1985; Gregori, 1993; Tavares, 2009), se dá a partir de diversos pontos no cárcere (Foucault, 1987), estabelecendo ligações diferenciadas, seja entre os próprios detentos e detentas, entre a instituição e os presos, ou ainda entre os(as) guardas e os(as) reclusos(as). O antropólogo, ao se aproximar desta instituição com o intuito de observá-la, depara-se de imediato com histórias e narrativas em que a violência, em suas diversas possibilidades de manifestação e compreensão, se mostra presente. O dizível e o indizível: narrativas de dor e violência em cárceres brasileiros Anuário Antropológico, I | 2014 O dizível e o indizível: narrativas de dor e violência em cárceres brasileiros
a quem admiro pela força intelectual, olhar refinado, incansável trabalho de orientação e pela pr... more a quem admiro pela força intelectual, olhar refinado, incansável trabalho de orientação e pela presença precisa nos momentos precisos. Ter recebido sua orientação durante o doutorado foi fundamental para a realização deste trabalho, mas também para compreender um pouco mais sobre isso que chamamos de Antropologia. Agradeço seu cuidado acadêmico e também pessoal. Agradeço por ser uma orientadora presente e exigente. Agradeço, ainda, pelo carinho e cuidado quando eles foram precisos.
This paper presents an analysis of prisons from the perspective of ten female prison security off... more This paper presents an analysis of prisons from the perspective of ten female prison security officers. In order to understand the impact of working in a prison facility on the lives of female prison guards, an analysis was made of the professional careers of these women, with a focus on the narratives crafted around their experience in prisons. Prisons are, therefore, regarded by these women as a locus of conflicting forces, in which institutional thinking both shapes and is shaped by personal experiences. The personal lives of prison guards affect the choices that these women make when dealing with institutional rules. And from an institutional standpoint, these choices may promote either change or compliance with prison structures. In fact, the professional identity of female prison guards is formed as these choices are made. The narratives that were gathered in this study focus on the professional stories of these women. These narratives raise issues around both their institutional and personal experiences when dealing with people held in confinement. Pain and violence, inherent to prison systems, are processed through a specific type of language. In this process, the experience of the Other is crucial. Based on the narratives constructed by female prison guards, this study also presents a discussion on the limits and possibilities of ethnographic in an approximation to literary forms of narrating experience.
Mediacoes Revista De Ciencias Sociais, Aug 15, 2013
O Massacre do Carandiru, ocorrido no dia 2 de outubro de 1992, é considerado, neste artigo, como ... more O Massacre do Carandiru, ocorrido no dia 2 de outubro de 1992, é considerado, neste artigo, como um evento crítico que, além de dizimar a vida de uma centena de presos, é também um disparador de narrativas. Tão logo o evento ocorreu, narrativas diversas foram elaboradas para dar conta dos acontecimentos. Se, por um lado, o olhar “de fora” do cárcere, e portanto, de fora do Pavilhão 9, apressou-se em relatar os eventos de modo a buscar compreendê-lo, as narrativas daqueles que experimentaram o mesmo evento – e sobreviveram – levaram anos para serem elaboradas. A partir dos conceitos de Veena Das (1999) sobre a experiência do horror, a construção de narrativas e o trabalho do tempo, este artigo busca compreender as diferenças entre a construção de narrativas da violência por aqueles que observaram de fora os eventos, e aqueles que a vivenciaram enquanto experiência.Abstract: The Carandiru Massacre, occurred on 2nd October in 1992, is considered in this article as a critical event that...
Anuário Antropológico, Jun 1, 2014
Os cárceres brasileiros são perpassados por relações violentas. A violência, compreendida como um... more Os cárceres brasileiros são perpassados por relações violentas. A violência, compreendida como uma relação em que há um excesso de poder ou força num dos polos da relação, e um dano, no outro (Chauí, 1985; Gregori, 1993; Tavares, 2009), se dá a partir de diversos pontos no cárcere (Foucault, 1987), estabelecendo ligações diferenciadas, seja entre os próprios detentos e detentas, entre a instituição e os presos, ou ainda entre os(as) guardas e os(as) reclusos(as). O antropólogo, ao se aproximar desta instituição com o intuito de observá-la, depara-se de imediato com histórias e narrativas em que a violência, em suas diversas possibilidades de manifestação e compreensão, se mostra presente. O dizível e o indizível: narrativas de dor e violência em cárceres brasileiros Anuário Antropológico, I | 2014 O dizível e o indizível: narrativas de dor e violência em cárceres brasileiros
a quem admiro pela força intelectual, olhar refinado, incansável trabalho de orientação e pela pr... more a quem admiro pela força intelectual, olhar refinado, incansável trabalho de orientação e pela presença precisa nos momentos precisos. Ter recebido sua orientação durante o doutorado foi fundamental para a realização deste trabalho, mas também para compreender um pouco mais sobre isso que chamamos de Antropologia. Agradeço seu cuidado acadêmico e também pessoal. Agradeço por ser uma orientadora presente e exigente. Agradeço, ainda, pelo carinho e cuidado quando eles foram precisos.
This paper presents an analysis of prisons from the perspective of ten female prison security off... more This paper presents an analysis of prisons from the perspective of ten female prison security officers. In order to understand the impact of working in a prison facility on the lives of female prison guards, an analysis was made of the professional careers of these women, with a focus on the narratives crafted around their experience in prisons. Prisons are, therefore, regarded by these women as a locus of conflicting forces, in which institutional thinking both shapes and is shaped by personal experiences. The personal lives of prison guards affect the choices that these women make when dealing with institutional rules. And from an institutional standpoint, these choices may promote either change or compliance with prison structures. In fact, the professional identity of female prison guards is formed as these choices are made. The narratives that were gathered in this study focus on the professional stories of these women. These narratives raise issues around both their institutional and personal experiences when dealing with people held in confinement. Pain and violence, inherent to prison systems, are processed through a specific type of language. In this process, the experience of the Other is crucial. Based on the narratives constructed by female prison guards, this study also presents a discussion on the limits and possibilities of ethnographic in an approximation to literary forms of narrating experience.
Mediacoes Revista De Ciencias Sociais, Aug 15, 2013