Fernando Comiran | FURG - Universidade Federal do Rio Grande (original) (raw)

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Papers by Fernando Comiran

Research paper thumbnail of “Exilados No Rio”: Conspirações Platinas Na Intervenção Portuguesa Da Banda Oriental Do Uruguai (1816)

Oficina Do Historiador, Oct 17, 2014

A segunda década do século XIX, período em que se deu a intervenção portuguesa na Banda Oriental ... more A segunda década do século XIX, período em que se deu a intervenção portuguesa na Banda Oriental do Uruguai foi marcada por inúmeras contendas políticas e diplomáticas, comuns daquele momento. A intervenção lusitana do ano de 1816 foi reflexo deste conturbado contexto, marcado pelo processo de independências e pela readequação da política externa européia. A corte portuguesa conectou interesses de diversas naturezas para empreender tal projeto: em seu discurso, alertou para os perigos do federalismo artiguista em território limítrofe ao seu; de outra maneira, atendeu demandas econômicas de alguns de seus súditos; ao lançar a intervenção em nome dos direitos de Fernando VII, deu a entender que tudo não passava de uma "cooperação ideológica"; e, por fim, vinculou interesses da política externa que se redesenhava no território europeu, a partir do Congresso de Viena, com seus interesses na América Meridional. Porém, outro elemento deve ser considerado: a influência de interesses platinos-portenhos e "orientais"na ocupação portuguesa da região. A partir de correspondências de Manuel José Garcia e Nicolas Herrera, exilados no Rio de Janeiro às vésperas da expedição de Carlos Federico Lecor, este trabalho busca apresentar a interferência direta de personagens da política platina na intervenção portuguesa da Banda Oriental.

Research paper thumbnail of Clodoaldo Bueno e a História da Política Externa Brasileira: pioneirismo e itinerário intelectual

Revista História: Debates e Tendências, 2022

O campo da Histórica da Política Externa Brasileira se confunde com a trajetória de Clodoaldo Bue... more O campo da Histórica da Política Externa Brasileira se confunde com a trajetória de Clodoaldo Bueno. Não é exagero afirmar a impossibilidade de se estudar a história das relações internacionais do Brasil sem, em algum momento, dialogar com a sua produção bibliográfica e intelectual. Graduado em História pela Universidade do Estado de São Paulo - UNESP/Marília (1966), mestre (1974) e doutor (1977) em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP), é professor livre-docente (1984) pela Unesp/Marília, onde foi professor titular em uma trajetória de permanente interesse na inserção internacional do Brasil. Atuou como professor visitante na Universidade de Brasília (UnB) e no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Integrou o corpo docente fundador do Programa de Pós-Graduação em História da Unesp/Assis, onde também lecionou no curso de graduação até 2013, e integrou, também, o grupo de docentes fundador do Programa de Pós-Graduação “San Tiago Dantas” (UNESP...

Research paper thumbnail of “A valsa dos pobres” : o Congresso de Viena, os Países Ibéricos e a América Meridional

O presente trabalho tem por objetivo compreender as relacoes diplomaticas entre Espanha e Portuga... more O presente trabalho tem por objetivo compreender as relacoes diplomaticas entre Espanha e Portugal durante o Congresso de Viena e suas vinculacoes com a politica iberica na America meridional. Apos as guerras napoleonicas espanhois e portugueses foram reinseridos no sistema internacional como forcas perifericas da politica europeia. Sem a mesma densidade diplomatica de tempos anteriores coube a diplomacia luso-espanhola construir arranjos que fossem capazes de oferecer algum lugar de participacao na reorganizacao da ordem europeia. A partir do estudo de correspondencia diplomatica entre as duas cortes e seus diplomatas foi possivel perceber que, enquanto a Espanha direcionava seus esforcos pela legitimidade dinastica bourbonica nos territorios italianos a diplomacia portuguesa concentrava seus esforcos na restituicao do territorio de Olivenca, tomado pelos espanhois na Guerra de 1801. Por motivos distintos e por agendas, ora estruturadas, ora improvisadas, as questoes relativas a Am...

Research paper thumbnail of o CONGRESSO DE VIENA -FóRUM DA DIPLOMACIA CONSERVADORA NO RAFAZER DA CARTA EUROPEIA

I) Como diz Pierre Renouvin em «Histoire des relations Intemationales», Tomo VI. p. 26: «Em todos... more I) Como diz Pierre Renouvin em «Histoire des relations Intemationales», Tomo VI. p. 26: «Em todos esses estados Europeus a questão das relações COm o Império Alemão está no centro das preocupações dos homens de governo.» (2) Sobre esta comparação confiro Duroselle, 4J.A Europa de 1815 aos nossos dias», p. 7, S5. (l) Ov. cit, p. 4, S~. 40 o CONGRESSO DE VIENA-FóRUM DA DIPWMACIA CONSERVADORA que não teriam o seu estatuto de poder afirmado pelo princlplO da legitimidade monárquica (os principados eclesiásticos da Alemanha, Veneza, Génova e a Polônia). -Outro, pragmático -visando estabelecer um equilíbrio de forças na Europa.

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Oficina Do Historiador, Oct 17, 2014

A segunda década do século XIX, período em que se deu a intervenção portuguesa na Banda Oriental ... more A segunda década do século XIX, período em que se deu a intervenção portuguesa na Banda Oriental do Uruguai foi marcada por inúmeras contendas políticas e diplomáticas, comuns daquele momento. A intervenção lusitana do ano de 1816 foi reflexo deste conturbado contexto, marcado pelo processo de independências e pela readequação da política externa européia. A corte portuguesa conectou interesses de diversas naturezas para empreender tal projeto: em seu discurso, alertou para os perigos do federalismo artiguista em território limítrofe ao seu; de outra maneira, atendeu demandas econômicas de alguns de seus súditos; ao lançar a intervenção em nome dos direitos de Fernando VII, deu a entender que tudo não passava de uma "cooperação ideológica"; e, por fim, vinculou interesses da política externa que se redesenhava no território europeu, a partir do Congresso de Viena, com seus interesses na América Meridional. Porém, outro elemento deve ser considerado: a influência de interesses platinos-portenhos e "orientais"na ocupação portuguesa da região. A partir de correspondências de Manuel José Garcia e Nicolas Herrera, exilados no Rio de Janeiro às vésperas da expedição de Carlos Federico Lecor, este trabalho busca apresentar a interferência direta de personagens da política platina na intervenção portuguesa da Banda Oriental.

Research paper thumbnail of Clodoaldo Bueno e a História da Política Externa Brasileira: pioneirismo e itinerário intelectual

Revista História: Debates e Tendências, 2022

O campo da Histórica da Política Externa Brasileira se confunde com a trajetória de Clodoaldo Bue... more O campo da Histórica da Política Externa Brasileira se confunde com a trajetória de Clodoaldo Bueno. Não é exagero afirmar a impossibilidade de se estudar a história das relações internacionais do Brasil sem, em algum momento, dialogar com a sua produção bibliográfica e intelectual. Graduado em História pela Universidade do Estado de São Paulo - UNESP/Marília (1966), mestre (1974) e doutor (1977) em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP), é professor livre-docente (1984) pela Unesp/Marília, onde foi professor titular em uma trajetória de permanente interesse na inserção internacional do Brasil. Atuou como professor visitante na Universidade de Brasília (UnB) e no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Integrou o corpo docente fundador do Programa de Pós-Graduação em História da Unesp/Assis, onde também lecionou no curso de graduação até 2013, e integrou, também, o grupo de docentes fundador do Programa de Pós-Graduação “San Tiago Dantas” (UNESP...

Research paper thumbnail of “A valsa dos pobres” : o Congresso de Viena, os Países Ibéricos e a América Meridional

O presente trabalho tem por objetivo compreender as relacoes diplomaticas entre Espanha e Portuga... more O presente trabalho tem por objetivo compreender as relacoes diplomaticas entre Espanha e Portugal durante o Congresso de Viena e suas vinculacoes com a politica iberica na America meridional. Apos as guerras napoleonicas espanhois e portugueses foram reinseridos no sistema internacional como forcas perifericas da politica europeia. Sem a mesma densidade diplomatica de tempos anteriores coube a diplomacia luso-espanhola construir arranjos que fossem capazes de oferecer algum lugar de participacao na reorganizacao da ordem europeia. A partir do estudo de correspondencia diplomatica entre as duas cortes e seus diplomatas foi possivel perceber que, enquanto a Espanha direcionava seus esforcos pela legitimidade dinastica bourbonica nos territorios italianos a diplomacia portuguesa concentrava seus esforcos na restituicao do territorio de Olivenca, tomado pelos espanhois na Guerra de 1801. Por motivos distintos e por agendas, ora estruturadas, ora improvisadas, as questoes relativas a Am...

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I) Como diz Pierre Renouvin em «Histoire des relations Intemationales», Tomo VI. p. 26: «Em todos... more I) Como diz Pierre Renouvin em «Histoire des relations Intemationales», Tomo VI. p. 26: «Em todos esses estados Europeus a questão das relações COm o Império Alemão está no centro das preocupações dos homens de governo.» (2) Sobre esta comparação confiro Duroselle, 4J.A Europa de 1815 aos nossos dias», p. 7, S5. (l) Ov. cit, p. 4, S~. 40 o CONGRESSO DE VIENA-FóRUM DA DIPWMACIA CONSERVADORA que não teriam o seu estatuto de poder afirmado pelo princlplO da legitimidade monárquica (os principados eclesiásticos da Alemanha, Veneza, Génova e a Polônia). -Outro, pragmático -visando estabelecer um equilíbrio de forças na Europa.