Wanessa de Oliveira Coelho | Universidade Federal do Pará (original) (raw)
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Papers by Wanessa de Oliveira Coelho
Revista Asas da Palavra
Este artigo discorre sobre a figuração da Amazônia no romance Mad Maria, de Márcio Souza. Verific... more Este artigo discorre sobre a figuração da Amazônia no romance Mad Maria, de Márcio Souza. Verificam-se no romance, os avanços e recuos, em confronto com uma tradição, no retrato da Amazônia brasileira, além disso, investigam-se as técnicas de elaboração literária da obra. Importa-nos averiguar, em Mad Maria, a continuidade da quebra de paradigmas na configuração da Amazônia representada por Galvez, imperador do Acre, naquele contexto dos anos 70, bem como para assinalar Márcio Souza como um diferencial na literatura brasileira. Pois, diferente de outras narrativas que repetem o assunto e o estilo daquelas pautadas na economia local, principalmente a da borracha, soando até anacrônicas, Mad Maria ressignifica o assunto por meio de recursos como o humor, opondo-se as narrativas advindas da tradição literária que se estabeleceu a partir de À margem da História, de Euclides da Cunha. A base teórica utilizada para consolidar este artigo pode ser encontrada nos trabalhos de João Carlos de Carvalho - Amazônia revisitada: de Carvajal a Márcio Souza (2011) – de Allison Leão - Amazonas: natureza e ficção (2013)- e de Márcio Souza - A expressão amazonense: do colonialismo ao neocolonialismo (1977), entre outros
COELHO, Wanessa de Oliveira, 2019
A presente pesquisa se refere a um estudo sobre como se configura a personagem feminina no romanc... more A presente pesquisa se refere a um estudo sobre como se configura a personagem feminina no romance A Rainha do Ignoto (1899), de Emília Freitas. Ao eleger tal obra como objeto deste trabalho, interessa-nos averiguar a quebra de paradigmas na configuração da mulher representada nela. No século XIX, a sociedade, fundada no patriarcalismo, concebia a atividade artística como uma qualidade especificamente masculina, logo, as mulheres deveriam se conformar com as suas imagens moldadas pelos homens. Desse modo, a representação da mulher na literatura desse período era assentada na polaridade anjo e demônio. De um lado, havia a representação de uma mulher passiva e dócil e, do outro, a representação de uma mulher de forte personalidade, aspecto esse considerado demoníaco, pois essas mulheres-demônio seduziam os homens para roubar sua energia criadora. No entanto, sabe-se que algumas mulheres conseguiram superar essa imposição e não somente produziram textos literários como trataram das experiências femininas sob suas perspectivas. Por meio da criação literária, conseguiram revisar e reconstruir a configuração das personagens femininas, ainda que de forma dissimulada. Para isso usaram de muitos recursos dentre os quais a narrativa fantástica; é o caso de Emília Freitas (1855-1908) em sua obra fantástico-maravilhosa A Rainha do Ignoto (1899). Nela, a escritora subverte a concepção de mulher do final do século XIX, no Brasil, por meio do recurso sobrenatural. Nesse sentido, Emília Freitas se utiliza desse artifício como uma maneira de burlar a ordem masculina dominante e, assim, propor uma nova configuração da mulher na narrativa literária. Para evidenciar essa nova configuração na narrativa da escritora, este trabalho toma como base os autores Gilbert e Gubar (1998), Todorov (2006), Bourdieu (2012), Verona (2013), Cavalcante (2008), Colares (1980), Ribeiro (1989), dentre outros.
Revista Asas da Palavra
Este artigo discorre sobre a figuração da Amazônia no romance Mad Maria, de Márcio Souza. Verific... more Este artigo discorre sobre a figuração da Amazônia no romance Mad Maria, de Márcio Souza. Verificam-se no romance, os avanços e recuos, em confronto com uma tradição, no retrato da Amazônia brasileira, além disso, investigam-se as técnicas de elaboração literária da obra. Importa-nos averiguar, em Mad Maria, a continuidade da quebra de paradigmas na configuração da Amazônia representada por Galvez, imperador do Acre, naquele contexto dos anos 70, bem como para assinalar Márcio Souza como um diferencial na literatura brasileira. Pois, diferente de outras narrativas que repetem o assunto e o estilo daquelas pautadas na economia local, principalmente a da borracha, soando até anacrônicas, Mad Maria ressignifica o assunto por meio de recursos como o humor, opondo-se as narrativas advindas da tradição literária que se estabeleceu a partir de À margem da História, de Euclides da Cunha. A base teórica utilizada para consolidar este artigo pode ser encontrada nos trabalhos de João Carlos de Carvalho - Amazônia revisitada: de Carvajal a Márcio Souza (2011) – de Allison Leão - Amazonas: natureza e ficção (2013)- e de Márcio Souza - A expressão amazonense: do colonialismo ao neocolonialismo (1977), entre outros
COELHO, Wanessa de Oliveira, 2019
A presente pesquisa se refere a um estudo sobre como se configura a personagem feminina no romanc... more A presente pesquisa se refere a um estudo sobre como se configura a personagem feminina no romance A Rainha do Ignoto (1899), de Emília Freitas. Ao eleger tal obra como objeto deste trabalho, interessa-nos averiguar a quebra de paradigmas na configuração da mulher representada nela. No século XIX, a sociedade, fundada no patriarcalismo, concebia a atividade artística como uma qualidade especificamente masculina, logo, as mulheres deveriam se conformar com as suas imagens moldadas pelos homens. Desse modo, a representação da mulher na literatura desse período era assentada na polaridade anjo e demônio. De um lado, havia a representação de uma mulher passiva e dócil e, do outro, a representação de uma mulher de forte personalidade, aspecto esse considerado demoníaco, pois essas mulheres-demônio seduziam os homens para roubar sua energia criadora. No entanto, sabe-se que algumas mulheres conseguiram superar essa imposição e não somente produziram textos literários como trataram das experiências femininas sob suas perspectivas. Por meio da criação literária, conseguiram revisar e reconstruir a configuração das personagens femininas, ainda que de forma dissimulada. Para isso usaram de muitos recursos dentre os quais a narrativa fantástica; é o caso de Emília Freitas (1855-1908) em sua obra fantástico-maravilhosa A Rainha do Ignoto (1899). Nela, a escritora subverte a concepção de mulher do final do século XIX, no Brasil, por meio do recurso sobrenatural. Nesse sentido, Emília Freitas se utiliza desse artifício como uma maneira de burlar a ordem masculina dominante e, assim, propor uma nova configuração da mulher na narrativa literária. Para evidenciar essa nova configuração na narrativa da escritora, este trabalho toma como base os autores Gilbert e Gubar (1998), Todorov (2006), Bourdieu (2012), Verona (2013), Cavalcante (2008), Colares (1980), Ribeiro (1989), dentre outros.