Alcebiades Diniz - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Alcebiades Diniz
Orientador: Suzi Frankl SperberDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instit... more Orientador: Suzi Frankl SperberDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: O horror ficcional é uma das constantes na produção cultural do século XX, como um reflexo que acompanha o horror político. Esse horror culturalmente produzido, que é estético, podemos vislumbrar em vasta produção da indústria cultural ¿ que cobre as mais diversas mídias e formas de representação ¿, tendo seu momento inicial na ficção fantástica dos séculos XVIII-XIX. Na década de 1920-30, o escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft retomaria essa tradição do fantástico, acrescentando novos significados, formas, usos e estratégias. Neste trabalho, nossa meta foi realizar um panorama da ficção de horror abordando analiticamente elementos das narrativas de seu criador, H. P. LovecraftAbstract: An persistent principle in the contemporary cultural productions, as a reflection and a shadow of certains aspects of the reality, are the fictional horror...
The passing time, the development in structured stages, assured in the human being case, it's... more The passing time, the development in structured stages, assured in the human being case, it's not usually a monster attribute. Perennial image that does not change and that obeys other temporal lineage, incarnation of ancient stereotypes or delusional vision of a threatening continuity, the monster when turned to physical form in the historical process must necessarily abandon its childhood. However, there is some chance for the innovation in this process; in this article, our analysis will be focused in two of these innovative varieties, both readings inspired by the Golem traditional narrative: Golem by Gustav Meyrink and Horia Bonciu "Sarpele cu Ochelari".91
Orientador: Suzi Frankl SperberTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de... more Orientador: Suzi Frankl SperberTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Desde a Renascença, culminando nos séculos XVIII e XIX, a Ciência despontava como campo discursivo definido. A economia própria desse novo campo foi logo destrinchada na esfera do imaginário: a literatura fantástica surgia, enquanto gênero, justamente a partir da dúvida essencial entre o factível e o que parecia louca especulação. Logo, a própria Ciência alimentaria a ficção, após o colapso dos mitos tradicionais que se alimentavam das estruturas explicativas primitivas para os fenômenos da natureza (os vampiros, demônios, lobisomens, etc.). Nossa pesquisa propõe algumas formas possíveis de approach e definição do campo ficcional da ficção científica, do processo de desestabilização citado acima e também discussões sobre as formas como os discursos dos dois lados da fronteira interagem e dialogam. Para tanto, sem desprezar seus precursores, analisaremos um au...
A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um a... more A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um atributo do monstro. Imagem perene que não se altera e que obedece outra possibilidade temporal, encarnação de estereótipos ancestrais ou visão delirante de uma continuidade ameaçadora, o monstro quando encarnado no processo histórico deve, necessariamente, abandonar sua infância. Contudo, há variedade nesse processo; analisaremos, neste artigo, duas dessas variedades, ambas leituras inspiradas da narrativo do Golem: o Golem de Gustav Meyrink e a "Sarpele cu Ochelari" de Horia Bonciu91711
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 2008
O sacrifício de Abraão e suas sombrias possibilidades visuais The sacrifice of Abraham and their ... more O sacrifício de Abraão e suas sombrias possibilidades visuais The sacrifice of Abraham and their obscure visual possibilities Alcebíades Diniz Miguel* Resumo: A paradigmática narrativa bíblica escolhida por Auerbach-que é contrastada ao episódio homérico da descoberta da cicatriz na coxa de Ulisses, na Odisseia-é, justamente, aquela do sacrifício de Abraão. A trama prototípica pela própria obscuridade deixa vislumbrar os significantes manifestos em estranho conflito com o que não pode ser expresso. A voz de Deus, como demonstra Auerbach, surge de algum lugar obscuro, recebendo mesmo assim a pronta resposta de Abraão que, apesar de tudo, estava preparado para responder imediata e obedientemente ao chamado misterioso e que sequer é deslocado, uma vez que o espaço de sua manifestação não é esboçado na curta narrativa do episódio.
Uma dificuldade que se apresenta ao pesquisador que se dedica ao estudo dos pioneiros de determin... more Uma dificuldade que se apresenta ao pesquisador que se dedica ao estudo dos pioneiros de determinado campo ou tecnologia e justamente a dificuldade em se determinar os limites e desdobramentos da subjetividade que impulsionava uma primeira geracao de desbravadores. Mergulhados nos complexos e eventualmente numerosos problemas conceituais, estruturais e tecnicos imediatos, um desbravador nao teia tempo de realizar reflexoes ou mesmo registrar as flutuacoes de sua subjetividade durante tal processo. Assim, propomos em nosso trabalho uma possibilidade de recuperacao – atraves de um processo de construcao narrativa e onirica – esse processo subjetivo que se perdeu nos primordios daquilo que viria a ser o cinema.
The horror and fantastic fiction has a complex development, with comings and goings around the My... more The horror and fantastic fiction has a complex development, with comings and goings around the Myth, the Supernatural and the Science and its cartesian assumptions. The filmmaker and writer Guillermo del Toro working these shifts, although focused on the monster, the disruptive element par excellence of narrative and non narrative continuity or explanatory theory. Thus, in a fictional work and film marked by obsessions materialized in ways consistent and stable, Guillermo del Toro, while situated around the fantastic past flow, his peculiar mythology and narrative formats, also seeking new outlets for crooked ways in which still crosses the horror registered on past history and otherness manifested in seemingly stable social contracts.
O horror ficcional e uma das constantes na producao cultural do seculo XX, como um reflexo que ac... more O horror ficcional e uma das constantes na producao cultural do seculo XX, como um reflexo que acompanha o horror politico. Esse horror culturalmente produzido, que e estetico, podemos vislumbrar em vasta producao da industria cultural ? que cobre as mais diversas midias e formas de representacao ?, tendo seu momento inicial na ficcao fantastica dos seculos XVIII-XIX. Na decada de 1920-30, o escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft retomaria essa tradicao do fantastico, acrescentando novos significados, formas, usos e estrategias. Neste trabalho, nossa meta foi realizar um panorama da ficcao de horror abordando analiticamente elementos das narrativas de seu criador, H. P. Lovecraft Abstract
O campo no imaginario destinado a tecnologia possui fronteiras elasticas, que nao cessam de cresc... more O campo no imaginario destinado a tecnologia possui fronteiras elasticas, que nao cessam de crescer desde o Renascimento. No seculo XX, era do automovel e da televisao, a maquina como bem de consumo torna-se acessivel a todos, possibilitando novas interacoes. Nesse contexto, a ficcao de J. G. Ballard apresenta as contradicoes do projeto tecnologico em universos narrativos que manifestam o fascinante e o horrivel na interacao entre homens tornados mecanismos e mecanismos alcados a condicao de idolos, fetiches, deuses de pequenos e amplos apocalipses.
A iconoclastia, em geral, costuma estar associado acriticamente ao judaísmo como uma espécie de e... more A iconoclastia, em geral, costuma estar associado acriticamente ao judaísmo como uma espécie de exclusão por preconceito ou por observância excessivamente estrita de dogmas religiosos. Tal associação, surgida na Idade Média – que alimentou vasta literatura antijudaica, focada na conversão dos judeus ao cristianismo – alicerça uma visão do judeu quase como um inimigo das artes visuais, da perspectiva do espectador e do observador. Mas tal perspectiva, evidentemente, é equivocada; pois a iconoclastia no judaísmo possuía muitas outras funções e uma complexidade teórica muito própria. E tal complexidade, de certa forma, sobreviveu e persistiu em plena modernidade – como veremos no caso do grupo de vanguarda Infra-noir, majoritariamente judeu, em suas relações com a imagem estética e cinematográfica.
Desde a Renascenca, culminando nos seculos XVIII e XIX, a Ciencia despontava como campo discursiv... more Desde a Renascenca, culminando nos seculos XVIII e XIX, a Ciencia despontava como campo discursivo definido. A economia propria desse novo campo foi logo destrinchada na esfera do imaginario: a literatura fantastica surgia, enquanto genero, justamente a partir da duvida essencial entre o factivel e o que parecia louca especulacao. Logo, a propria Ciencia alimentaria a ficcao, apos o colapso dos mitos tradicionais que se alimentavam das estruturas explicativas primitivas para os fenomenos da natureza (os vampiros, demonios, lobisomens, etc.). Nossa pesquisa propoe algumas formas possiveis de approach e definicao do campo ficcional da ficcao cientifica, do processo de desestabilizacao citado acima e tambem discussoes sobre as formas como os discursos dos dois lados da fronteira interagem e dialogam. Para tanto, sem desprezar seus precursores, analisaremos um autor cuja imaginacao e procedimento criativo - levados a cabo na ultima decada do seculo XIX - persistem mesmo neste seculo XXI...
O universo dos bestiarios, com suas variacoes (complexas, aparentemente infinitas) de formulas e ... more O universo dos bestiarios, com suas variacoes (complexas, aparentemente infinitas) de formulas e interpolacoes, oferecia uma possibilidade narrativa dentro de quadro hibrido (entre a descricao e o conceito, tudo mimeticamente evocado pela narracao). Villem Flusser e Louis Bec, em pleno seculo XX, recuperam algo da estrutura de composicao do bestiario medieval, bem como algo de sua provocadora estrutura mesclada ao propor um espelho para o homem nas profundezas oceânicas, o Vampyroteuthis infernalis.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 2010
animação apresenta, como base de constituição, a estilização radical do universo que lhe serve de... more animação apresenta, como base de constituição, a estilização radical do universo que lhe serve de referência. Essa estilização, contudo, não ocorre a partir de materiais desconectados da realidade referencial, a realidade referencial, como nas caricaturas, ainda está presente e sua deformação denuncia um processo ideologicamente formativo. A moderna animação, globalizada e democratizada graças ao progresso tecnológico, não está isenta desses aspectos ideológicos. A produzida em Israel, coroada pelos vários prêmios internacionais concedidos ao longa metragem de animação "ʺValsa com Bashir"ʺ (Vals im Bashir, 2008) de Ari Folman, reproduz o problema crucial da estilização na representação da catástrofe histórica agravado pelo complexo de culpa gera a necessidade de um realismo de denúncia ideológica que, em última instância, anula o valor simbólico da animação como arte estética, convertida em crônica parcial de uma realidade muito mais complexa. Palavras-chave: Cinema. Animação Israelense. Semiologia. Abstract: The Animation Art displays, as the basis of the constitution, the radical styling of the universe that serves as a reference. This stylization, however, does not occur disconnected from material reference of reality, the referential, as in cartoons, is still present and its deformation denounces an ideologically formative process. Modern animation, globalized and democratized in the stream of technological progress, is not free of these ideological aspects. Thus modern animation produced in Israel, crowned by the various international awards granted to the animated film "ʺWaltz with Bashir"ʺ (Vals im Bashir, 2008) directed by Ari Folman, play the crucial problem of styling in representation of the historic catastrophe compounded by guilt complex; its generates a need for ideological realism complaint that ultimately cancel the symbolic value of animation as aesthetic art, converted to a partial chronicle about a much more complex reality. Keywords: Cinema. Israeli Animation. Semiology. O olhar fixado na desgraça tem algo da fascinação. Mas também algo de uma secreta cumplicidade. Theodor Adorno e Max Horkheimer A animação transmitiu, desde seus distantes primórdios, tanto aos seus criadores quanto a seus espectadores uma curiosa sensação de liberdade diante do pesado mundo factual e prosaico, presente em outras formas de audiovisual. Assim, os espetáculos de lanterna mágica e ilusionismo óptico na Europa de princípios do século XIX, batizados de "ʺfantasmagorias"ʺ, colocavam em cena figuras históricas de um passado recente e dramático-Danton ou Robespierre, por exemplo. Os espetáculos utilizavam o mecanismo do horror mais fácil, primitivo, o que fazia com que a densa carga histórica associada a tais figuras sofresse algo como um fantasmagórico desvanecimento. Eram, durante o espetáculo, "ʺfantasmas"ʺ, que conviviam com outros, mais agradáveis, com seres advindos da ficção e com outros fenômenos de prestidigitação: As tempestades, a harmonica [recipientes de cristal em instrumento rotativo, que criava sonoridades "ʺespectrais"ʺ, ao qual o projecionista incluiu percussão], o sino fúnebre que clama pelas sombras dos túmulos, tudo inspira um silêncio religioso: os fantasmas aparecem à distância, agigantam-se e avançam até próximo dos olhos, desaparecendo com a rapidez do
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 2009
A experiência concentracionária marca o tom de parte da literatura de Primo Levi, dedicada à reme... more A experiência concentracionária marca o tom de parte da literatura de Primo Levi, dedicada à rememoração e testemunho do horror: o processo de desumanização e extermínio pelo qual os judeus passaram durante o Holocausto. Mas há outra literatura cultivada por Levi: fantástica e alegórica, com a apropriação de elementos e motivos da ficção científica. Mas estariam essas duas literaturas – diferentes em tom e temática – distantes de fato, ou haveria elementos que as aproximaria? Essa questão é o motor central de nosso ensaio.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um a... more A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um atributo do monstro. Imagem perene que não se altera e que obedece outra possibilidade temporal, encarnação de estereótipos ancestrais ou visão delirante de uma continuidade ameaçadora, o monstro quando encarnado no processo histórico deve, necessariamente, abandonar sua infância. Contudo, há variedade nesse processo; analisaremos, neste artigo, duas dessas variedades, ambas leituras inspiradas da narrativo do Golem: o Golem de Gustav Meyrink e a "Sarpele cu Ochelari" de Horia Bonciu.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
O descentramento cultural da Romênia é bastante conhecido e profundamente estudado por seus filós... more O descentramento cultural da Romênia é bastante conhecido e profundamente estudado por seus filósofos ao menos desde o século XIX. Esse pequeno país, com seu idioma de ascendência latina, sua arquitetura e estruturas político-cultural derivadas ao mesmo tempo das França e da Itália, está encravado no meio de nações – mesmo de potências – eslavas e da vastidão política imperial representada pela Hungria. Tal descentramento, de certa forma, impulsionaria uma vanguarda, composta notadamente por judeus, a estruturar um amplo apocalipse cultural desde o início do século XX – projeto revolucionário que não afetaria apenas a Romênia, mas toda a Europa. Tal apocalipse cultural, é necessário destacar, foi bastante amplificado por não ter raízes ou formas de identificação que o prendessem a um país, uma paisagem. Este artigo abordará os desdobramentos tardios desse projeto, quando os autores do grupo “Infra-Noir” enfrentaram com seu discurso do exílio, o(s) totalitarismo(s) genocida(s) que su...
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Em termos conceituais, o livro apresenta um curioso paradoxo: como ideia, noção, conceito, sua ma... more Em termos conceituais, o livro apresenta um curioso paradoxo: como ideia, noção, conceito, sua manifestação acontece simultaneamente a partir de seu uso (a maneira como absorvemos seu conteúdo), de seu conteúdo em si (aquilo que poderíamos denominar de plano semântico) e de sua forma, seu exterior, a maneira como ele se apresenta ao seu potencial usuário. Ou seja, o livro se manifesta através de uma interação tripartida entre operacionalidade, conteúdo e forma. Algumas tendências editoriais, como o movimento Private Press surgido na Inglaterra no século XIX, trabalharam a questão formal de maneira mais intensa, buscando transformar o livro em um objeto de arte e descobrindo novas possibilidades do encadeamento conceitual entre a maneira como recebemos o livro e percebemos seu conteúdo. Um desses movimentos despontou, de forma subterrânea (mas já perceptível) na Europa, aglutinando novos autores na busca de um Livro como objeto único, concreto, na era da desintegração virtual.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
Este artigo trata de um estudo sobre a percepção do hebraico não somente como um sistema de signo... more Este artigo trata de um estudo sobre a percepção do hebraico não somente como um sistema de signos, mas como cifras, isto é, como elementos de um sistema secreto disponível apenas em parte para a compreensão imediata, havendo camadas simbólicas complexas, voltadas para outros olhos interpretativos nas letras e demais grafismos da língua. Essa percepção foi desenvolvida por alguns autores de vanguarda e foi central para a configuração visionária e/ou narrativa de Jorge Luis Borges e seu “mestre”, Xul Solar. O hebraico, nas formulações desses escritores surgia como uma espécie de paisagem crepuscular, de miragem no horizonte interpretativo, no momento em que a própria Palavra parece se desfazer, nos liames tanto da construção narrativa quanto da formulação linguística que torna concreta uma paisagem puramente abstrata, visionária.
Orientador: Suzi Frankl SperberDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instit... more Orientador: Suzi Frankl SperberDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: O horror ficcional é uma das constantes na produção cultural do século XX, como um reflexo que acompanha o horror político. Esse horror culturalmente produzido, que é estético, podemos vislumbrar em vasta produção da indústria cultural ¿ que cobre as mais diversas mídias e formas de representação ¿, tendo seu momento inicial na ficção fantástica dos séculos XVIII-XIX. Na década de 1920-30, o escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft retomaria essa tradição do fantástico, acrescentando novos significados, formas, usos e estratégias. Neste trabalho, nossa meta foi realizar um panorama da ficção de horror abordando analiticamente elementos das narrativas de seu criador, H. P. LovecraftAbstract: An persistent principle in the contemporary cultural productions, as a reflection and a shadow of certains aspects of the reality, are the fictional horror...
The passing time, the development in structured stages, assured in the human being case, it's... more The passing time, the development in structured stages, assured in the human being case, it's not usually a monster attribute. Perennial image that does not change and that obeys other temporal lineage, incarnation of ancient stereotypes or delusional vision of a threatening continuity, the monster when turned to physical form in the historical process must necessarily abandon its childhood. However, there is some chance for the innovation in this process; in this article, our analysis will be focused in two of these innovative varieties, both readings inspired by the Golem traditional narrative: Golem by Gustav Meyrink and Horia Bonciu "Sarpele cu Ochelari".91
Orientador: Suzi Frankl SperberTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de... more Orientador: Suzi Frankl SperberTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Desde a Renascença, culminando nos séculos XVIII e XIX, a Ciência despontava como campo discursivo definido. A economia própria desse novo campo foi logo destrinchada na esfera do imaginário: a literatura fantástica surgia, enquanto gênero, justamente a partir da dúvida essencial entre o factível e o que parecia louca especulação. Logo, a própria Ciência alimentaria a ficção, após o colapso dos mitos tradicionais que se alimentavam das estruturas explicativas primitivas para os fenômenos da natureza (os vampiros, demônios, lobisomens, etc.). Nossa pesquisa propõe algumas formas possíveis de approach e definição do campo ficcional da ficção científica, do processo de desestabilização citado acima e também discussões sobre as formas como os discursos dos dois lados da fronteira interagem e dialogam. Para tanto, sem desprezar seus precursores, analisaremos um au...
A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um a... more A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um atributo do monstro. Imagem perene que não se altera e que obedece outra possibilidade temporal, encarnação de estereótipos ancestrais ou visão delirante de uma continuidade ameaçadora, o monstro quando encarnado no processo histórico deve, necessariamente, abandonar sua infância. Contudo, há variedade nesse processo; analisaremos, neste artigo, duas dessas variedades, ambas leituras inspiradas da narrativo do Golem: o Golem de Gustav Meyrink e a "Sarpele cu Ochelari" de Horia Bonciu91711
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 2008
O sacrifício de Abraão e suas sombrias possibilidades visuais The sacrifice of Abraham and their ... more O sacrifício de Abraão e suas sombrias possibilidades visuais The sacrifice of Abraham and their obscure visual possibilities Alcebíades Diniz Miguel* Resumo: A paradigmática narrativa bíblica escolhida por Auerbach-que é contrastada ao episódio homérico da descoberta da cicatriz na coxa de Ulisses, na Odisseia-é, justamente, aquela do sacrifício de Abraão. A trama prototípica pela própria obscuridade deixa vislumbrar os significantes manifestos em estranho conflito com o que não pode ser expresso. A voz de Deus, como demonstra Auerbach, surge de algum lugar obscuro, recebendo mesmo assim a pronta resposta de Abraão que, apesar de tudo, estava preparado para responder imediata e obedientemente ao chamado misterioso e que sequer é deslocado, uma vez que o espaço de sua manifestação não é esboçado na curta narrativa do episódio.
Uma dificuldade que se apresenta ao pesquisador que se dedica ao estudo dos pioneiros de determin... more Uma dificuldade que se apresenta ao pesquisador que se dedica ao estudo dos pioneiros de determinado campo ou tecnologia e justamente a dificuldade em se determinar os limites e desdobramentos da subjetividade que impulsionava uma primeira geracao de desbravadores. Mergulhados nos complexos e eventualmente numerosos problemas conceituais, estruturais e tecnicos imediatos, um desbravador nao teia tempo de realizar reflexoes ou mesmo registrar as flutuacoes de sua subjetividade durante tal processo. Assim, propomos em nosso trabalho uma possibilidade de recuperacao – atraves de um processo de construcao narrativa e onirica – esse processo subjetivo que se perdeu nos primordios daquilo que viria a ser o cinema.
The horror and fantastic fiction has a complex development, with comings and goings around the My... more The horror and fantastic fiction has a complex development, with comings and goings around the Myth, the Supernatural and the Science and its cartesian assumptions. The filmmaker and writer Guillermo del Toro working these shifts, although focused on the monster, the disruptive element par excellence of narrative and non narrative continuity or explanatory theory. Thus, in a fictional work and film marked by obsessions materialized in ways consistent and stable, Guillermo del Toro, while situated around the fantastic past flow, his peculiar mythology and narrative formats, also seeking new outlets for crooked ways in which still crosses the horror registered on past history and otherness manifested in seemingly stable social contracts.
O horror ficcional e uma das constantes na producao cultural do seculo XX, como um reflexo que ac... more O horror ficcional e uma das constantes na producao cultural do seculo XX, como um reflexo que acompanha o horror politico. Esse horror culturalmente produzido, que e estetico, podemos vislumbrar em vasta producao da industria cultural ? que cobre as mais diversas midias e formas de representacao ?, tendo seu momento inicial na ficcao fantastica dos seculos XVIII-XIX. Na decada de 1920-30, o escritor norte-americano Howard Phillips Lovecraft retomaria essa tradicao do fantastico, acrescentando novos significados, formas, usos e estrategias. Neste trabalho, nossa meta foi realizar um panorama da ficcao de horror abordando analiticamente elementos das narrativas de seu criador, H. P. Lovecraft Abstract
O campo no imaginario destinado a tecnologia possui fronteiras elasticas, que nao cessam de cresc... more O campo no imaginario destinado a tecnologia possui fronteiras elasticas, que nao cessam de crescer desde o Renascimento. No seculo XX, era do automovel e da televisao, a maquina como bem de consumo torna-se acessivel a todos, possibilitando novas interacoes. Nesse contexto, a ficcao de J. G. Ballard apresenta as contradicoes do projeto tecnologico em universos narrativos que manifestam o fascinante e o horrivel na interacao entre homens tornados mecanismos e mecanismos alcados a condicao de idolos, fetiches, deuses de pequenos e amplos apocalipses.
A iconoclastia, em geral, costuma estar associado acriticamente ao judaísmo como uma espécie de e... more A iconoclastia, em geral, costuma estar associado acriticamente ao judaísmo como uma espécie de exclusão por preconceito ou por observância excessivamente estrita de dogmas religiosos. Tal associação, surgida na Idade Média – que alimentou vasta literatura antijudaica, focada na conversão dos judeus ao cristianismo – alicerça uma visão do judeu quase como um inimigo das artes visuais, da perspectiva do espectador e do observador. Mas tal perspectiva, evidentemente, é equivocada; pois a iconoclastia no judaísmo possuía muitas outras funções e uma complexidade teórica muito própria. E tal complexidade, de certa forma, sobreviveu e persistiu em plena modernidade – como veremos no caso do grupo de vanguarda Infra-noir, majoritariamente judeu, em suas relações com a imagem estética e cinematográfica.
Desde a Renascenca, culminando nos seculos XVIII e XIX, a Ciencia despontava como campo discursiv... more Desde a Renascenca, culminando nos seculos XVIII e XIX, a Ciencia despontava como campo discursivo definido. A economia propria desse novo campo foi logo destrinchada na esfera do imaginario: a literatura fantastica surgia, enquanto genero, justamente a partir da duvida essencial entre o factivel e o que parecia louca especulacao. Logo, a propria Ciencia alimentaria a ficcao, apos o colapso dos mitos tradicionais que se alimentavam das estruturas explicativas primitivas para os fenomenos da natureza (os vampiros, demonios, lobisomens, etc.). Nossa pesquisa propoe algumas formas possiveis de approach e definicao do campo ficcional da ficcao cientifica, do processo de desestabilizacao citado acima e tambem discussoes sobre as formas como os discursos dos dois lados da fronteira interagem e dialogam. Para tanto, sem desprezar seus precursores, analisaremos um autor cuja imaginacao e procedimento criativo - levados a cabo na ultima decada do seculo XIX - persistem mesmo neste seculo XXI...
O universo dos bestiarios, com suas variacoes (complexas, aparentemente infinitas) de formulas e ... more O universo dos bestiarios, com suas variacoes (complexas, aparentemente infinitas) de formulas e interpolacoes, oferecia uma possibilidade narrativa dentro de quadro hibrido (entre a descricao e o conceito, tudo mimeticamente evocado pela narracao). Villem Flusser e Louis Bec, em pleno seculo XX, recuperam algo da estrutura de composicao do bestiario medieval, bem como algo de sua provocadora estrutura mesclada ao propor um espelho para o homem nas profundezas oceânicas, o Vampyroteuthis infernalis.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 2010
animação apresenta, como base de constituição, a estilização radical do universo que lhe serve de... more animação apresenta, como base de constituição, a estilização radical do universo que lhe serve de referência. Essa estilização, contudo, não ocorre a partir de materiais desconectados da realidade referencial, a realidade referencial, como nas caricaturas, ainda está presente e sua deformação denuncia um processo ideologicamente formativo. A moderna animação, globalizada e democratizada graças ao progresso tecnológico, não está isenta desses aspectos ideológicos. A produzida em Israel, coroada pelos vários prêmios internacionais concedidos ao longa metragem de animação "ʺValsa com Bashir"ʺ (Vals im Bashir, 2008) de Ari Folman, reproduz o problema crucial da estilização na representação da catástrofe histórica agravado pelo complexo de culpa gera a necessidade de um realismo de denúncia ideológica que, em última instância, anula o valor simbólico da animação como arte estética, convertida em crônica parcial de uma realidade muito mais complexa. Palavras-chave: Cinema. Animação Israelense. Semiologia. Abstract: The Animation Art displays, as the basis of the constitution, the radical styling of the universe that serves as a reference. This stylization, however, does not occur disconnected from material reference of reality, the referential, as in cartoons, is still present and its deformation denounces an ideologically formative process. Modern animation, globalized and democratized in the stream of technological progress, is not free of these ideological aspects. Thus modern animation produced in Israel, crowned by the various international awards granted to the animated film "ʺWaltz with Bashir"ʺ (Vals im Bashir, 2008) directed by Ari Folman, play the crucial problem of styling in representation of the historic catastrophe compounded by guilt complex; its generates a need for ideological realism complaint that ultimately cancel the symbolic value of animation as aesthetic art, converted to a partial chronicle about a much more complex reality. Keywords: Cinema. Israeli Animation. Semiology. O olhar fixado na desgraça tem algo da fascinação. Mas também algo de uma secreta cumplicidade. Theodor Adorno e Max Horkheimer A animação transmitiu, desde seus distantes primórdios, tanto aos seus criadores quanto a seus espectadores uma curiosa sensação de liberdade diante do pesado mundo factual e prosaico, presente em outras formas de audiovisual. Assim, os espetáculos de lanterna mágica e ilusionismo óptico na Europa de princípios do século XIX, batizados de "ʺfantasmagorias"ʺ, colocavam em cena figuras históricas de um passado recente e dramático-Danton ou Robespierre, por exemplo. Os espetáculos utilizavam o mecanismo do horror mais fácil, primitivo, o que fazia com que a densa carga histórica associada a tais figuras sofresse algo como um fantasmagórico desvanecimento. Eram, durante o espetáculo, "ʺfantasmas"ʺ, que conviviam com outros, mais agradáveis, com seres advindos da ficção e com outros fenômenos de prestidigitação: As tempestades, a harmonica [recipientes de cristal em instrumento rotativo, que criava sonoridades "ʺespectrais"ʺ, ao qual o projecionista incluiu percussão], o sino fúnebre que clama pelas sombras dos túmulos, tudo inspira um silêncio religioso: os fantasmas aparecem à distância, agigantam-se e avançam até próximo dos olhos, desaparecendo com a rapidez do
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, 2009
A experiência concentracionária marca o tom de parte da literatura de Primo Levi, dedicada à reme... more A experiência concentracionária marca o tom de parte da literatura de Primo Levi, dedicada à rememoração e testemunho do horror: o processo de desumanização e extermínio pelo qual os judeus passaram durante o Holocausto. Mas há outra literatura cultivada por Levi: fantástica e alegórica, com a apropriação de elementos e motivos da ficção científica. Mas estariam essas duas literaturas – diferentes em tom e temática – distantes de fato, ou haveria elementos que as aproximaria? Essa questão é o motor central de nosso ensaio.
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A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um a... more A passagem do tempo e o desenvolvimento em etapas, assegurado ao ser humano, não costuma ser um atributo do monstro. Imagem perene que não se altera e que obedece outra possibilidade temporal, encarnação de estereótipos ancestrais ou visão delirante de uma continuidade ameaçadora, o monstro quando encarnado no processo histórico deve, necessariamente, abandonar sua infância. Contudo, há variedade nesse processo; analisaremos, neste artigo, duas dessas variedades, ambas leituras inspiradas da narrativo do Golem: o Golem de Gustav Meyrink e a "Sarpele cu Ochelari" de Horia Bonciu.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
O descentramento cultural da Romênia é bastante conhecido e profundamente estudado por seus filós... more O descentramento cultural da Romênia é bastante conhecido e profundamente estudado por seus filósofos ao menos desde o século XIX. Esse pequeno país, com seu idioma de ascendência latina, sua arquitetura e estruturas político-cultural derivadas ao mesmo tempo das França e da Itália, está encravado no meio de nações – mesmo de potências – eslavas e da vastidão política imperial representada pela Hungria. Tal descentramento, de certa forma, impulsionaria uma vanguarda, composta notadamente por judeus, a estruturar um amplo apocalipse cultural desde o início do século XX – projeto revolucionário que não afetaria apenas a Romênia, mas toda a Europa. Tal apocalipse cultural, é necessário destacar, foi bastante amplificado por não ter raízes ou formas de identificação que o prendessem a um país, uma paisagem. Este artigo abordará os desdobramentos tardios desse projeto, quando os autores do grupo “Infra-Noir” enfrentaram com seu discurso do exílio, o(s) totalitarismo(s) genocida(s) que su...
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Em termos conceituais, o livro apresenta um curioso paradoxo: como ideia, noção, conceito, sua ma... more Em termos conceituais, o livro apresenta um curioso paradoxo: como ideia, noção, conceito, sua manifestação acontece simultaneamente a partir de seu uso (a maneira como absorvemos seu conteúdo), de seu conteúdo em si (aquilo que poderíamos denominar de plano semântico) e de sua forma, seu exterior, a maneira como ele se apresenta ao seu potencial usuário. Ou seja, o livro se manifesta através de uma interação tripartida entre operacionalidade, conteúdo e forma. Algumas tendências editoriais, como o movimento Private Press surgido na Inglaterra no século XIX, trabalharam a questão formal de maneira mais intensa, buscando transformar o livro em um objeto de arte e descobrindo novas possibilidades do encadeamento conceitual entre a maneira como recebemos o livro e percebemos seu conteúdo. Um desses movimentos despontou, de forma subterrânea (mas já perceptível) na Europa, aglutinando novos autores na busca de um Livro como objeto único, concreto, na era da desintegração virtual.
Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
Este artigo trata de um estudo sobre a percepção do hebraico não somente como um sistema de signo... more Este artigo trata de um estudo sobre a percepção do hebraico não somente como um sistema de signos, mas como cifras, isto é, como elementos de um sistema secreto disponível apenas em parte para a compreensão imediata, havendo camadas simbólicas complexas, voltadas para outros olhos interpretativos nas letras e demais grafismos da língua. Essa percepção foi desenvolvida por alguns autores de vanguarda e foi central para a configuração visionária e/ou narrativa de Jorge Luis Borges e seu “mestre”, Xul Solar. O hebraico, nas formulações desses escritores surgia como uma espécie de paisagem crepuscular, de miragem no horizonte interpretativo, no momento em que a própria Palavra parece se desfazer, nos liames tanto da construção narrativa quanto da formulação linguística que torna concreta uma paisagem puramente abstrata, visionária.