Alice Villela - Academia.edu (original) (raw)
Book Chapters by Alice Villela
Entre arte e ciência: a fotografia na antropologia, 2015
Este texto busca uma reflexão introdutória sobre o estatuto da imagem e da noção de pessoa amerín... more Este texto busca uma reflexão introdutória sobre o estatuto da imagem e da noção de pessoa ameríndia, a partir das relações que a sociedade Asuriní do Xingu estabelece com imagens de seu próprio povo reproduzidas em fotografias.
Papers by Alice Villela
Anais ABRACE, 2008
Sobre a abordagem da performance A noção de performance é adequada para dar conta da compreensão ... more Sobre a abordagem da performance A noção de performance é adequada para dar conta da compreensão processual das formas expressivas tendo em vista o contexto histórico. Uma das referências pioneiras nesse campo é o trabalho do antropólogo Victor Turner. Para ele, performance é uma unidade de experiência social i expressa por meio de uma manifestação estética e um constituinte elementar da cultura, pois possui "uma medida de tempo limitada, ou pelo menos, um começo e um fim, um programa organizado de atividades, um conjunto de atores, uma audiência e um lugar de ocasião [...]" (TURNER, 1988: 24). No caminho do teatro à Antropologia, Richard Shechner, pesquisador em artes cênicas
Horizontes Antropológicos, Apr 1, 2020
Proa : Revista de Antropologia e Arte, Feb 29, 2024
Iluminuras, Oct 14, 2022
Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filma... more Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filmado entre os Kariri-Xocó, povo indígena de Alagoas, em uma área de retomada de terras. A proposta do filme foi a de encontrar ressonâncias e equivalências audiovisuais à experiência de imersão junto aos cantos indígenas. Esta reflexão apresenta os caminhos conceituais e técnicos em que esta produção audiovisual firmou sua base, e advoga por uma proposta do uso do audiovisual como "tradução" de uma experiência nas performances musicais.
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia, Jul 23, 2018
Este artigo aborda os encontros e desencontros de concepções e entendimentos entre os Asuriní do ... more Este artigo aborda os encontros e desencontros de concepções e entendimentos entre os Asuriní do Xingu e os padres etnólogos, que realizaram o contato oficial com o grupo em 1971, em torno da presença da fotografia nessa situação. Pretende explorar de forma comparativa a presença das fotografias no projeto documental e científico de Lukesch, publicado em 1976 no livro Bearded indians of the tropical forest, em contraposição à sua agência entre os Asuriní quase quarenta anos depois. O objetivo é construir uma narrativa fotográfica do contato informada por versões de padres etnólogos e de índios. Tais versões por vezes se contrapõem, ao mesmo tempo que revelam que fotografias funcionam como mediadoras de relações entre índios e brancos. Se as fotografias 1 Este texto deriva de reflexões presentes em minha tese de doutorado, realizada no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (Villela 2016). Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) pela bolsa de estudos (Proc. 2010/19789-5) e à Profa. Dra. Sylvia Caiuby Novaes, que orientou o trabalho e se constituiu como importante interlocutora em diferentes etapas da pesquisa.
The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asurinı, a Tupi group living ... more The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asurinı, a Tupi group living on the right bank of the Xingu River (Pará), with images produced by technologies of the non-indigenous, in particular, photographic. The study's emphasis is on the manner in which these new images provoke agency and reflections from the Asurinı́ perspective, in a dialogue with native concepts for the image domain, such as ynga and ayngava. The relationship with photos, understood here as material images, is dealt with from the moment of first contact to the present day. If in the encounter with Catholic priests photography functioned in a pathogenic way, causing illness and death, nowadays it can evoke memories of deceased relatives, an experience that has come to be seen in a positive light by indigeous people. Therefore, it can be seen that the Asurinı's relationship to images is not a restrictive one, but varies according to historical context and, in particular, is dependent on the type of relationship established with the non-indigenous producers of these images. It is not only as an instrument for field work that photography has demonstrated its power, but it has also become a subject for vigorous research by making possible the access to numerous Asurinı́ concepts related to the image, to death, shamanism, memory, stories of contact, to the historical process and to changes that the group has experienced in the more than forty years of intense interaction with nonindigenous people.
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, 2022
This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festiv... more This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festivals, celebrations and rituals in which music-making involves a process of collective musical production, practices linked to what Turino (2008) has called 'participatory music.' By making music together, the participants take part in intense non-verbal social interactions that very often reach a collective climax or trace, an experience difficult to translate into words. How can film express and communicate this type of musical experience involving all the senses? Setting out from technical guidelines developed in a project to film participative musical performances for a documentary series, Taquaras, Tambores e Violas, the text aims to reflect on the potential of the audiovisual medium as an experiential mode that both apprehends the musical context and enables the spectator to access and discover the participatory performances depicted through the evoked experience and senses.
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology
This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festiv... more This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festivals, celebrations and rituals in which music-making involves a process of collective musical production, practices linked to what Turino (2008) has called ‘participatory music.’ By making music together, the participants take part in intense non-verbal social interactions that very often reach a collective climax or trace, an experience difficult to translate into words. How can film express and communicate this type of musical experience involving all the senses? Setting out from technical guidelines developed in a project to film participative musical performances for a documentary series, Taquaras, Tambores e Violas, the text aims to reflect on the potential of the audiovisual medium as an experiential mode that both apprehends the musical context and enables the spectator to access and discover the participatory performances depicted through the evoked experience and senses.
Vibrant, 2022
This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festiv... more This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festivals, celebrations and rituals in which music-making involves a process of collective musical production, practices linked to what Turino (2008) has called 'participatory music.' By making music together, the participants take part in intense non-verbal social interactions that very often reach a collective climax or trace, an experience difficult to translate into words. How can film express and communicate this type of musical experience involving all the senses? Setting out from technical guidelines developed in a project to film participative musical performances for a documentary series, Taquaras, Tambores e Violas, the text aims to reflect on the potential of the audiovisual medium as an experiential mode that both apprehends the musical context and enables the spectator to access and discover the participatory performances depicted through the evoked experience and senses.
Orientador: Regina Aparecida Polo MullerAcompanha 1 DVDDissertação (mestrado) - Universidade Esta... more Orientador: Regina Aparecida Polo MullerAcompanha 1 DVDDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de ArtesResumo: Esta dissertação aborda processos e transformações. De um lado, o grupo indígena Asuriní do Xingu (PA) em contexto marcado por mudanças decorrentes das relações com diferentes interlocutores akaraí (não-indígenas) e, de outro, uma pesquisadora em metamorfose durante um processo de investigação sobre o grupo indígena. A performance no ritual xamanístico Apykwara, momento liminar e subjuntivo, no qual os Asuriní expressam a experiência social em curso, é o lugar do encontro etnográfico, objeto de análise e de criação artística. Da pesquisa realizada resultaram dois produtos, uma etnografia a partir do recorte teóricometodológico da Antropologia da Performance, e o audiovisual Acontecências, produto artístico que tematiza as reflexões suscitadas durante o processo de trabalho com as filmagens realizadas em campo. Diante das imagens, a pesquisador ...
Apresentação do dossiê: O musicar como trilha para a etnomusicologi
Iluminuras, Oct 14, 2022
Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filma... more Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filmado entre os Kariri-Xocó, povo indígena de Alagoas, em uma área de retomada de terras. A proposta do filme foi a de encontrar ressonâncias e equivalências audiovisuais à experiência de imersão junto aos cantos indígenas. Esta reflexão apresenta os caminhos conceituais e técnicos em que esta produção audiovisual firmou sua base, e advoga por uma proposta do uso do audiovisual como "tradução" de uma experiência nas performances musicais.
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia
Sylvia Caiuby Novaes é professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (U... more Sylvia Caiuby Novaes é professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e dedica-se há cerca de 50 anos à pesquisa e ao ensino em antropologia. Entre outras realizações, ela é uma das pioneiras da antropologia visual no Brasil, é fundadora do Laboratório de Imagem e Som da Antropologia (LISA) e editora responsável pela revista Gesto, Imagem e Som. Revista de Antropologia (GIS). Nesta entrevista, realizada por mais de 30 orientandos de diferentes gerações, Sylvia fala sobre sua trajetória, projetos, visão de mundo, suas diversas viagens, o fascínio pelas pesquisas de campo e a universidade. Ao contar sobre sua trajetória acadêmica e pessoal, Sylvia traz reflexões sobre sua relação com a fotografia e a produção de imagens.
Número temático 56, ano 26, jan./abr. 2019. Organizado por Ruben Oliven, Arlei Sander Damo e Loui... more Número temático 56, ano 26, jan./abr. 2019. Organizado por Ruben Oliven, Arlei Sander Damo e Louise Scoz Pasteur de Faria.
This study deals with the agreements and disagreements of conceptions and understandings between ... more This study deals with the agreements and disagreements of conceptions and understandings between the Xingu Asuriní and the ethnologist-priests who made the official contact with the group in 1971, regarding the presence of photography during the first contact. I will make a comparative analysis of the photographs included in Lukesch’s documentary and scientific project published in 1976 in the book Bearded Indians of the Tropical Forest, in contrast to its agency among the Asuriní almost forty years later. The idea is to construct a photographic narrative of the ethnologist-priests’ and indigenous versions of the contact. Such versions often contradict each other, while also revealing that photographs mediate the relations between natives and non-indigenous people. Although referring to the same photographs, their use is quite different: the priests employ them as evidence that the contact was peaceful, and the Asuriní use them as artifacts of memory. 1 This text was retrieved from ...
RESUMO Este paper 2 discute a experiência de compartilhamento do acervo integral de fotografias d... more RESUMO Este paper 2 discute a experiência de compartilhamento do acervo integral de fotografias de Renato Delarole-produzido entre os Asuriní em fins dos anos 1970 e início dos 1980-com os Asuriní contemporâneos. De início pretende-se explorar metodologicamente a construção do encontro etnográfico com os Asuriní em torno do compartilhar imagens para, na sequência, dar atenção à recepção asuriní às imagens, momento em que serão abordados os jogos de ver e lembrar os parentes falecidos via fotografias. Diante das imagens dos antigos, os parentes são identificados e suas memórias, evocadas, o que coloca em evidência as tramas do parentesco e os vínculos de pertencimento. ABSTRACT This paper discusses the experience of sharing the complete collection of photographs of Renato Delarole-produced among the Asuriní in the late 1970s and early 1980s-with the contemporary Asuriní. The first aim is to explore methodologically the construction of the ethnographic encounter with the Asuriní aroun...
Entre arte e ciência: a fotografia na antropologia, 2015
Este texto busca uma reflexão introdutória sobre o estatuto da imagem e da noção de pessoa amerín... more Este texto busca uma reflexão introdutória sobre o estatuto da imagem e da noção de pessoa ameríndia, a partir das relações que a sociedade Asuriní do Xingu estabelece com imagens de seu próprio povo reproduzidas em fotografias.
Anais ABRACE, 2008
Sobre a abordagem da performance A noção de performance é adequada para dar conta da compreensão ... more Sobre a abordagem da performance A noção de performance é adequada para dar conta da compreensão processual das formas expressivas tendo em vista o contexto histórico. Uma das referências pioneiras nesse campo é o trabalho do antropólogo Victor Turner. Para ele, performance é uma unidade de experiência social i expressa por meio de uma manifestação estética e um constituinte elementar da cultura, pois possui "uma medida de tempo limitada, ou pelo menos, um começo e um fim, um programa organizado de atividades, um conjunto de atores, uma audiência e um lugar de ocasião [...]" (TURNER, 1988: 24). No caminho do teatro à Antropologia, Richard Shechner, pesquisador em artes cênicas
Horizontes Antropológicos, Apr 1, 2020
Proa : Revista de Antropologia e Arte, Feb 29, 2024
Iluminuras, Oct 14, 2022
Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filma... more Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filmado entre os Kariri-Xocó, povo indígena de Alagoas, em uma área de retomada de terras. A proposta do filme foi a de encontrar ressonâncias e equivalências audiovisuais à experiência de imersão junto aos cantos indígenas. Esta reflexão apresenta os caminhos conceituais e técnicos em que esta produção audiovisual firmou sua base, e advoga por uma proposta do uso do audiovisual como "tradução" de uma experiência nas performances musicais.
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia, Jul 23, 2018
Este artigo aborda os encontros e desencontros de concepções e entendimentos entre os Asuriní do ... more Este artigo aborda os encontros e desencontros de concepções e entendimentos entre os Asuriní do Xingu e os padres etnólogos, que realizaram o contato oficial com o grupo em 1971, em torno da presença da fotografia nessa situação. Pretende explorar de forma comparativa a presença das fotografias no projeto documental e científico de Lukesch, publicado em 1976 no livro Bearded indians of the tropical forest, em contraposição à sua agência entre os Asuriní quase quarenta anos depois. O objetivo é construir uma narrativa fotográfica do contato informada por versões de padres etnólogos e de índios. Tais versões por vezes se contrapõem, ao mesmo tempo que revelam que fotografias funcionam como mediadoras de relações entre índios e brancos. Se as fotografias 1 Este texto deriva de reflexões presentes em minha tese de doutorado, realizada no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (Villela 2016). Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) pela bolsa de estudos (Proc. 2010/19789-5) e à Profa. Dra. Sylvia Caiuby Novaes, que orientou o trabalho e se constituiu como importante interlocutora em diferentes etapas da pesquisa.
The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asurinı, a Tupi group living ... more The subject of this work is the relationship developed by the Xingu Asurinı, a Tupi group living on the right bank of the Xingu River (Pará), with images produced by technologies of the non-indigenous, in particular, photographic. The study's emphasis is on the manner in which these new images provoke agency and reflections from the Asurinı́ perspective, in a dialogue with native concepts for the image domain, such as ynga and ayngava. The relationship with photos, understood here as material images, is dealt with from the moment of first contact to the present day. If in the encounter with Catholic priests photography functioned in a pathogenic way, causing illness and death, nowadays it can evoke memories of deceased relatives, an experience that has come to be seen in a positive light by indigeous people. Therefore, it can be seen that the Asurinı's relationship to images is not a restrictive one, but varies according to historical context and, in particular, is dependent on the type of relationship established with the non-indigenous producers of these images. It is not only as an instrument for field work that photography has demonstrated its power, but it has also become a subject for vigorous research by making possible the access to numerous Asurinı́ concepts related to the image, to death, shamanism, memory, stories of contact, to the historical process and to changes that the group has experienced in the more than forty years of intense interaction with nonindigenous people.
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, 2022
This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festiv... more This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festivals, celebrations and rituals in which music-making involves a process of collective musical production, practices linked to what Turino (2008) has called 'participatory music.' By making music together, the participants take part in intense non-verbal social interactions that very often reach a collective climax or trace, an experience difficult to translate into words. How can film express and communicate this type of musical experience involving all the senses? Setting out from technical guidelines developed in a project to film participative musical performances for a documentary series, Taquaras, Tambores e Violas, the text aims to reflect on the potential of the audiovisual medium as an experiential mode that both apprehends the musical context and enables the spectator to access and discover the participatory performances depicted through the evoked experience and senses.
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology
This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festiv... more This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festivals, celebrations and rituals in which music-making involves a process of collective musical production, practices linked to what Turino (2008) has called ‘participatory music.’ By making music together, the participants take part in intense non-verbal social interactions that very often reach a collective climax or trace, an experience difficult to translate into words. How can film express and communicate this type of musical experience involving all the senses? Setting out from technical guidelines developed in a project to film participative musical performances for a documentary series, Taquaras, Tambores e Violas, the text aims to reflect on the potential of the audiovisual medium as an experiential mode that both apprehends the musical context and enables the spectator to access and discover the participatory performances depicted through the evoked experience and senses.
Vibrant, 2022
This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festiv... more This text sets out to discuss questions arising from the work of filming Brazilian popular festivals, celebrations and rituals in which music-making involves a process of collective musical production, practices linked to what Turino (2008) has called 'participatory music.' By making music together, the participants take part in intense non-verbal social interactions that very often reach a collective climax or trace, an experience difficult to translate into words. How can film express and communicate this type of musical experience involving all the senses? Setting out from technical guidelines developed in a project to film participative musical performances for a documentary series, Taquaras, Tambores e Violas, the text aims to reflect on the potential of the audiovisual medium as an experiential mode that both apprehends the musical context and enables the spectator to access and discover the participatory performances depicted through the evoked experience and senses.
Orientador: Regina Aparecida Polo MullerAcompanha 1 DVDDissertação (mestrado) - Universidade Esta... more Orientador: Regina Aparecida Polo MullerAcompanha 1 DVDDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de ArtesResumo: Esta dissertação aborda processos e transformações. De um lado, o grupo indígena Asuriní do Xingu (PA) em contexto marcado por mudanças decorrentes das relações com diferentes interlocutores akaraí (não-indígenas) e, de outro, uma pesquisadora em metamorfose durante um processo de investigação sobre o grupo indígena. A performance no ritual xamanístico Apykwara, momento liminar e subjuntivo, no qual os Asuriní expressam a experiência social em curso, é o lugar do encontro etnográfico, objeto de análise e de criação artística. Da pesquisa realizada resultaram dois produtos, uma etnografia a partir do recorte teóricometodológico da Antropologia da Performance, e o audiovisual Acontecências, produto artístico que tematiza as reflexões suscitadas durante o processo de trabalho com as filmagens realizadas em campo. Diante das imagens, a pesquisador ...
Apresentação do dossiê: O musicar como trilha para a etnomusicologi
Iluminuras, Oct 14, 2022
Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filma... more Este texto apresenta o processo de realização do curta Torécom ênfase na etapa da montagem, filmado entre os Kariri-Xocó, povo indígena de Alagoas, em uma área de retomada de terras. A proposta do filme foi a de encontrar ressonâncias e equivalências audiovisuais à experiência de imersão junto aos cantos indígenas. Esta reflexão apresenta os caminhos conceituais e técnicos em que esta produção audiovisual firmou sua base, e advoga por uma proposta do uso do audiovisual como "tradução" de uma experiência nas performances musicais.
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia
Sylvia Caiuby Novaes é professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (U... more Sylvia Caiuby Novaes é professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e dedica-se há cerca de 50 anos à pesquisa e ao ensino em antropologia. Entre outras realizações, ela é uma das pioneiras da antropologia visual no Brasil, é fundadora do Laboratório de Imagem e Som da Antropologia (LISA) e editora responsável pela revista Gesto, Imagem e Som. Revista de Antropologia (GIS). Nesta entrevista, realizada por mais de 30 orientandos de diferentes gerações, Sylvia fala sobre sua trajetória, projetos, visão de mundo, suas diversas viagens, o fascínio pelas pesquisas de campo e a universidade. Ao contar sobre sua trajetória acadêmica e pessoal, Sylvia traz reflexões sobre sua relação com a fotografia e a produção de imagens.
Número temático 56, ano 26, jan./abr. 2019. Organizado por Ruben Oliven, Arlei Sander Damo e Loui... more Número temático 56, ano 26, jan./abr. 2019. Organizado por Ruben Oliven, Arlei Sander Damo e Louise Scoz Pasteur de Faria.
This study deals with the agreements and disagreements of conceptions and understandings between ... more This study deals with the agreements and disagreements of conceptions and understandings between the Xingu Asuriní and the ethnologist-priests who made the official contact with the group in 1971, regarding the presence of photography during the first contact. I will make a comparative analysis of the photographs included in Lukesch’s documentary and scientific project published in 1976 in the book Bearded Indians of the Tropical Forest, in contrast to its agency among the Asuriní almost forty years later. The idea is to construct a photographic narrative of the ethnologist-priests’ and indigenous versions of the contact. Such versions often contradict each other, while also revealing that photographs mediate the relations between natives and non-indigenous people. Although referring to the same photographs, their use is quite different: the priests employ them as evidence that the contact was peaceful, and the Asuriní use them as artifacts of memory. 1 This text was retrieved from ...
RESUMO Este paper 2 discute a experiência de compartilhamento do acervo integral de fotografias d... more RESUMO Este paper 2 discute a experiência de compartilhamento do acervo integral de fotografias de Renato Delarole-produzido entre os Asuriní em fins dos anos 1970 e início dos 1980-com os Asuriní contemporâneos. De início pretende-se explorar metodologicamente a construção do encontro etnográfico com os Asuriní em torno do compartilhar imagens para, na sequência, dar atenção à recepção asuriní às imagens, momento em que serão abordados os jogos de ver e lembrar os parentes falecidos via fotografias. Diante das imagens dos antigos, os parentes são identificados e suas memórias, evocadas, o que coloca em evidência as tramas do parentesco e os vínculos de pertencimento. ABSTRACT This paper discusses the experience of sharing the complete collection of photographs of Renato Delarole-produced among the Asuriní in the late 1970s and early 1980s-with the contemporary Asuriní. The first aim is to explore methodologically the construction of the ethnographic encounter with the Asuriní aroun...
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia
Resenha de The Routledge International Handbook of Ethnographic Film and Video, Ed. Phillip Vann... more Resenha de The Routledge International Handbook of Ethnographic Film and Video, Ed. Phillip Vannini. London and New York: Routledge. 2020. 359p. ISBN: 978-0-367-18582-4 (hbk) ISBN: 978-0-429-19699-7 (ebk)
Horizontes Antropológicos
Resumo Este trabalho parte da proposta de entendimento do modo como imagens produzidas pelas tecn... more Resumo Este trabalho parte da proposta de entendimento do modo como imagens produzidas pelas tecnologias dos brancos, como as fotográficas e audiovisuais, são capturadas e compreendidas pelo pensamento dos Asuriní do Xingu, grupo indígena que vive no médio curso do rio Xingu, Pará, Brasil. A partir do reconhecimento de que a própria ideia de imagem pode ser problemática, procurei questionar seu uso na pesquisa e suas possibilidades tradutivas. Em vias de conhecer o que seja o domínio da imagem entre os Asuriní, investigo alguns conceitos nativos, especialmente a ideia de ayngava, que se refere à imitação, presentificação, termo empregado em alusão à fotografia e ao filme. Imitar, aqui, está longe de ser uma mera reprodução do que está ausente e aponta para um estatuto da imagem vivo em que o referente se presentifica ou é evocado. Por fim, trago a ideia de ambiguidade para pensar a relação dos indígenas com fotografias e imagens em movimento e também deles com seus outros, o que inc...