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Papers by Aline Amaral Paz
Galáxia (São Paulo)
Resumo Este artigo analisa a narrativa mítica adâmica em processos comunicacionais nos quais as m... more Resumo Este artigo analisa a narrativa mítica adâmica em processos comunicacionais nos quais as mulheres são ameaçadas de ter conteúdos íntimos expostos sem consentimento na internet. Argumentamos que o mito adâmico remonta a ordens axiológicas orientadas para a construção de pensamentos hegemônicos sobre a experiência das mulheres na contemporaneidade, reatualizadas e ritualizadas, com o objetivo de fazer a manutenção do mandato de masculinidade. A análise parte de dados etnográficos, permitindo-nos perceber que as mulheres, dadas as suas interseccionalidades, sofrem sanções sustentadas por imaginários coletivos míticos. Mostramos que o crime de exposição não consensual na internet foge à ordem do íntimo, do privado e das relações interpessoais, para comunicar publicamente e de forma espetacularizada o domínio territorial sobre o corpo das mulheres. Para isso, apontamos processos comunicacionais patriarcais que se traduzem em pelo menos sete aspectos.
Questões Transversais
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a pesquisa etnográfica na Comunicação a partir de co... more Este artigo tem como objetivo refletir sobre a pesquisa etnográfica na Comunicação a partir de contribuições de abordagens decoloniais e feministas. Para isso, produzimos um debate acerca de lógicas de pesquisa do campo em diálogo com a Antropologia. Compreendemos a pesquisa etnográfica como uma abordagem que busca ser abrangente e pode dar conta de aspectos holísticos, utilizando diferentes práticas de escuta, de colaboração e de escrita. Buscamos apontar, a partir de contribuições de perspectivas decoloniais e feministas, que a etnografia pode ser um processo teórico metodológico preocupado com a participação mútua e colaborativa, com as imposições interpretativas, com as lentes colonizadoras de gênero, raça e classe (principalmente, mas não apenas) e com uma linguagem e escrita mais democrática.
Revista Observatório, 2020
Inserido no campo da comunicação em forte diálogo com a socioantropologia, a partir da abordagem ... more Inserido no campo da comunicação em forte diálogo com a socioantropologia, a partir da abordagem metodológica de etnografia para a internet, este artigo identifica a existência de grupos na mídia social digital que criam espaços para compartilhar conteúdos relacionados ao suicídio. Os principais resultados apontam para três questões: primeiro, o suicídio é um ato de comunicação na internet. Segundo, a mídia social digital possibilita outras formas de criação de laços sociais. Esses laços, percebidos como laços intermediários, podem colaborar para a prevenção e combate da morte autoprovocada. Terceiro, a ausência de organizações institucionais mediadoras do compartilhamento de conteúdos nos grupos que, especialmente, são compostos por membros considerados vulneráveis e de risco. Majoritariamente, esses grupos são ocupados por jovens.
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, 2021
Entre questões que se elaboram nas dimensões do público e do privado na internet, a partir da ace... more Entre questões que se elaboram nas dimensões do público e do privado na internet, a partir da acessibilidade dos smartphones e da configuração de plataformas que se organizam discursiva e tecnologicamente para que usuárias(os) estejam on-line e ativas(os) nas redes, a exposição não consensual de conteúdo íntimo de meninas e mulheres se configura em um problema potencializado. Nesse sentido, o artigo trata da exposição desautorizada de materiais íntimos, chamada no campo de ‘explanação’, apresentando dados etnográficos de um grupo no Facebook que desenvolve práticas para ajudar meninas, geralmente menores de idade, a se proteger e combater casos de explanação. Percebemos o exercício de uma forma atualizada de poder sobre o corpo e a sexualidade que se dissocia do padrão do que é entendido como pornografia de vingança. Nessa direção, o universo digital funciona como uma extensão do cotidiano, produzindo e estendendo violências contra meninas e mulheres.
ALCEU
Este artigo busca compreender o consumo da mídia social por jovens que desenvolvem práticas de co... more Este artigo busca compreender o consumo da mídia social por jovens que desenvolvem práticas de combate ao suicídio no Facebook. A análise é realizada através de uma experiência etnográfica na internet que conduziu a pesquisa por doze meses. A partir da imersão no grupo Suicida, observou-se a produção de uma cena social que cria e valoriza espaços de pertencimento. Nesse sentido, entende-se o consumo na lente socioantropológica como produtor de lugares, experiências, e uma estratégia, utilizada por diferentes grupos sociais, definidora de situações cotidianas. Parte-se da concepção sociológica do suicídio que entende esse fenômeno como um ato de comunicação incorporado na internet. Foram analisadas práticas juvenis organizadas em ações colaborativas, promovendo um ambiente autorizado para expressar ideações suicidas. Com isso, argumentamos que, o consumo da mídia social torna-se elemento privilegiado para a manutenção de laços sociais, ajudando a combater o suicídio entre jovens que ...
Galáxia (São Paulo)
Resumo Este artigo analisa a narrativa mítica adâmica em processos comunicacionais nos quais as m... more Resumo Este artigo analisa a narrativa mítica adâmica em processos comunicacionais nos quais as mulheres são ameaçadas de ter conteúdos íntimos expostos sem consentimento na internet. Argumentamos que o mito adâmico remonta a ordens axiológicas orientadas para a construção de pensamentos hegemônicos sobre a experiência das mulheres na contemporaneidade, reatualizadas e ritualizadas, com o objetivo de fazer a manutenção do mandato de masculinidade. A análise parte de dados etnográficos, permitindo-nos perceber que as mulheres, dadas as suas interseccionalidades, sofrem sanções sustentadas por imaginários coletivos míticos. Mostramos que o crime de exposição não consensual na internet foge à ordem do íntimo, do privado e das relações interpessoais, para comunicar publicamente e de forma espetacularizada o domínio territorial sobre o corpo das mulheres. Para isso, apontamos processos comunicacionais patriarcais que se traduzem em pelo menos sete aspectos.
Questões Transversais
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a pesquisa etnográfica na Comunicação a partir de co... more Este artigo tem como objetivo refletir sobre a pesquisa etnográfica na Comunicação a partir de contribuições de abordagens decoloniais e feministas. Para isso, produzimos um debate acerca de lógicas de pesquisa do campo em diálogo com a Antropologia. Compreendemos a pesquisa etnográfica como uma abordagem que busca ser abrangente e pode dar conta de aspectos holísticos, utilizando diferentes práticas de escuta, de colaboração e de escrita. Buscamos apontar, a partir de contribuições de perspectivas decoloniais e feministas, que a etnografia pode ser um processo teórico metodológico preocupado com a participação mútua e colaborativa, com as imposições interpretativas, com as lentes colonizadoras de gênero, raça e classe (principalmente, mas não apenas) e com uma linguagem e escrita mais democrática.
Revista Observatório, 2020
Inserido no campo da comunicação em forte diálogo com a socioantropologia, a partir da abordagem ... more Inserido no campo da comunicação em forte diálogo com a socioantropologia, a partir da abordagem metodológica de etnografia para a internet, este artigo identifica a existência de grupos na mídia social digital que criam espaços para compartilhar conteúdos relacionados ao suicídio. Os principais resultados apontam para três questões: primeiro, o suicídio é um ato de comunicação na internet. Segundo, a mídia social digital possibilita outras formas de criação de laços sociais. Esses laços, percebidos como laços intermediários, podem colaborar para a prevenção e combate da morte autoprovocada. Terceiro, a ausência de organizações institucionais mediadoras do compartilhamento de conteúdos nos grupos que, especialmente, são compostos por membros considerados vulneráveis e de risco. Majoritariamente, esses grupos são ocupados por jovens.
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, 2021
Entre questões que se elaboram nas dimensões do público e do privado na internet, a partir da ace... more Entre questões que se elaboram nas dimensões do público e do privado na internet, a partir da acessibilidade dos smartphones e da configuração de plataformas que se organizam discursiva e tecnologicamente para que usuárias(os) estejam on-line e ativas(os) nas redes, a exposição não consensual de conteúdo íntimo de meninas e mulheres se configura em um problema potencializado. Nesse sentido, o artigo trata da exposição desautorizada de materiais íntimos, chamada no campo de ‘explanação’, apresentando dados etnográficos de um grupo no Facebook que desenvolve práticas para ajudar meninas, geralmente menores de idade, a se proteger e combater casos de explanação. Percebemos o exercício de uma forma atualizada de poder sobre o corpo e a sexualidade que se dissocia do padrão do que é entendido como pornografia de vingança. Nessa direção, o universo digital funciona como uma extensão do cotidiano, produzindo e estendendo violências contra meninas e mulheres.
ALCEU
Este artigo busca compreender o consumo da mídia social por jovens que desenvolvem práticas de co... more Este artigo busca compreender o consumo da mídia social por jovens que desenvolvem práticas de combate ao suicídio no Facebook. A análise é realizada através de uma experiência etnográfica na internet que conduziu a pesquisa por doze meses. A partir da imersão no grupo Suicida, observou-se a produção de uma cena social que cria e valoriza espaços de pertencimento. Nesse sentido, entende-se o consumo na lente socioantropológica como produtor de lugares, experiências, e uma estratégia, utilizada por diferentes grupos sociais, definidora de situações cotidianas. Parte-se da concepção sociológica do suicídio que entende esse fenômeno como um ato de comunicação incorporado na internet. Foram analisadas práticas juvenis organizadas em ações colaborativas, promovendo um ambiente autorizado para expressar ideações suicidas. Com isso, argumentamos que, o consumo da mídia social torna-se elemento privilegiado para a manutenção de laços sociais, ajudando a combater o suicídio entre jovens que ...