Ana Margarida - Academia.edu (original) (raw)
Drafts by Ana Margarida
Página 2 de 16 Introdução O expansionismo e, sobretudo, os descobrimentos europeus são épocas fas... more Página 2 de 16 Introdução O expansionismo e, sobretudo, os descobrimentos europeus são épocas fascinantes da história do ponto de vista das relações entre o Ocidente e todo o novo mundo. Neste trabalho pretendo dar enfase a uma parte da história que foi esquecida durante séculos quando se fala das conquistas além-mar. Escolhi, por isso, como objeto principal deste estudo os escravos. A população escravizada foi sem dúvida o principal motor de arranque da produção, comércio e consequente enriquecimento dos europeus, e, sem ela, não teria sido possível. Deste modo procurei analisar um tema que estivesse relacionado com a escravatura e acabei por me deparar com a Revolta dos Malês. Examinei, neste contexto, o final do século XVIII e a primeira metade do século XIX, em Salvador da Bahia, de forma a perceber a conjuntura escravocrata, as relações entre crioulos, negros e brancos e as manifestações culturais e de religiosidade, principalmente a islâmica. Tentei explorar este panorama onde existiu um clima de bastante instabilidade com todas as novas revoltas que começaram a insurgir com cada vez mais intensidade e, cada vez mais complexas em todos os seus domínios. Com toda esta análise conseguimos perceber aquilo que foi, de facto, a Revolta dos Malês, bem mais profunda do que uma simples rebelião entre oprimidos e opressores.
Página 2 de 16 Introdução O expansionismo e, sobretudo, os descobrimentos europeus são épocas fas... more Página 2 de 16 Introdução O expansionismo e, sobretudo, os descobrimentos europeus são épocas fascinantes da história do ponto de vista das relações entre o Ocidente e todo o novo mundo. Neste trabalho pretendo dar enfase a uma parte da história que foi esquecida durante séculos quando se fala das conquistas além-mar. Escolhi, por isso, como objeto principal deste estudo os escravos. A população escravizada foi sem dúvida o principal motor de arranque da produção, comércio e consequente enriquecimento dos europeus, e, sem ela, não teria sido possível. Deste modo procurei analisar um tema que estivesse relacionado com a escravatura e acabei por me deparar com a Revolta dos Malês. Examinei, neste contexto, o final do século XVIII e a primeira metade do século XIX, em Salvador da Bahia, de forma a perceber a conjuntura escravocrata, as relações entre crioulos, negros e brancos e as manifestações culturais e de religiosidade, principalmente a islâmica. Tentei explorar este panorama onde existiu um clima de bastante instabilidade com todas as novas revoltas que começaram a insurgir com cada vez mais intensidade e, cada vez mais complexas em todos os seus domínios. Com toda esta análise conseguimos perceber aquilo que foi, de facto, a Revolta dos Malês, bem mais profunda do que uma simples rebelião entre oprimidos e opressores.