Aridiano Rodrigues Sousa - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Aridiano Rodrigues Sousa
Resumo: O ensino de língua portuguesa vem sofrendo críticas desde as décadas de oitenta e novent... more Resumo:
O ensino de língua portuguesa vem sofrendo críticas desde as décadas de oitenta e noventa, pois com o avanço das concepções de língua e as exigências de um ensino crítico-reflexivo trazidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), almeja-se uma educação que vá além da aprendizagem de regras gramaticais, falha em sua tentativa de suprir as diversas necessidades de práticas discursivas. Ao questionarmos a necessidade de mudanças que vislumbrem o melhoramento do ensino, direcionamos nossas críticas ao livro didático, mais especificamente, à Edição do Professor (EP), que nos leva a questionar respostas prontas, pois estas não inibiriam o aprofundamento de questões e discussões entre professores e alunos? Estes, por sua vez, já não teriam criado uma imagem superestimada do livro didático, como fonte e dono do conhecimento, incontestável em suas resoluções, que influenciam e direcionam professores e alunos apenas a transcrição de suas respostas, muitas vezes sem reflexão nenhuma? Almejamos, portanto, analisar o uso do livro didático do professor em sala, observando se há ainda uma subordinação de professores e alunos a ele, sem um posicionamento crítico por parte do educador, enquanto formador de alunos, espera-se, críticos e reflexivos da língua. Confrontamos o uso da EP em sua forma tradicional a partir da prática de análise linguística, já indicada como eixo de ensino de língua materna pelos PCN em 1997. Para tanto, fizemos observações em sala de aula, com o intuito de verificar como está o ensino de língua portuguesa frente aos nossos questionamentos, se fluindo como esperado, ou se se encontra ainda atrasado nos seus métodos e relação com o livro didático. Pautamos nossa pesquisa em textos que abordam o livro didático de língua portuguesa, o ensino e prática de análise linguística e o ensino reflexivo, tais como: PAVÃO (2006); PCN (1997); GERALDI (2001); TRAVAGLIA (1998). Ao chegarmos ao fim de nossa pesquisa, constatamos que, no caso da professora observada por nós, o livro didático era apenas mais uma dentre as várias ferramentas didáticas disponíveis e adotadas por ela e, quando ela o utilizava em suas aulas, mesmo apenas discutindo com os alunos a respeito das questões e respostas trazidas por eles, o ensino não se mostrava atrativo e crítico, com pouca participação e retribuição dos alunos, salvo oito ou nove exceções numa turma composta por mais de quarenta alunos. O que concluímos, então, é que o livro didático, se usado de modo tradicional, levará o ensino de língua portuguesa a continuar estagnado, o que nos leva a apontar soluções alternativas e já inseridas, pelo menos teoricamente, em nosso ensino, como o método e prática de análise.
Resumo: O ensino de língua portuguesa vem sofrendo críticas desde as décadas de oitenta e novent... more Resumo:
O ensino de língua portuguesa vem sofrendo críticas desde as décadas de oitenta e noventa, pois com o avanço das concepções de língua e as exigências de um ensino crítico-reflexivo trazidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), almeja-se uma educação que vá além da aprendizagem de regras gramaticais, falha em sua tentativa de suprir as diversas necessidades de práticas discursivas. Ao questionarmos a necessidade de mudanças que vislumbrem o melhoramento do ensino, direcionamos nossas críticas ao livro didático, mais especificamente, à Edição do Professor (EP), que nos leva a questionar respostas prontas, pois estas não inibiriam o aprofundamento de questões e discussões entre professores e alunos? Estes, por sua vez, já não teriam criado uma imagem superestimada do livro didático, como fonte e dono do conhecimento, incontestável em suas resoluções, que influenciam e direcionam professores e alunos apenas a transcrição de suas respostas, muitas vezes sem reflexão nenhuma? Almejamos, portanto, analisar o uso do livro didático do professor em sala, observando se há ainda uma subordinação de professores e alunos a ele, sem um posicionamento crítico por parte do educador, enquanto formador de alunos, espera-se, críticos e reflexivos da língua. Confrontamos o uso da EP em sua forma tradicional a partir da prática de análise linguística, já indicada como eixo de ensino de língua materna pelos PCN em 1997. Para tanto, fizemos observações em sala de aula, com o intuito de verificar como está o ensino de língua portuguesa frente aos nossos questionamentos, se fluindo como esperado, ou se se encontra ainda atrasado nos seus métodos e relação com o livro didático. Pautamos nossa pesquisa em textos que abordam o livro didático de língua portuguesa, o ensino e prática de análise linguística e o ensino reflexivo, tais como: PAVÃO (2006); PCN (1997); GERALDI (2001); TRAVAGLIA (1998). Ao chegarmos ao fim de nossa pesquisa, constatamos que, no caso da professora observada por nós, o livro didático era apenas mais uma dentre as várias ferramentas didáticas disponíveis e adotadas por ela e, quando ela o utilizava em suas aulas, mesmo apenas discutindo com os alunos a respeito das questões e respostas trazidas por eles, o ensino não se mostrava atrativo e crítico, com pouca participação e retribuição dos alunos, salvo oito ou nove exceções numa turma composta por mais de quarenta alunos. O que concluímos, então, é que o livro didático, se usado de modo tradicional, levará o ensino de língua portuguesa a continuar estagnado, o que nos leva a apontar soluções alternativas e já inseridas, pelo menos teoricamente, em nosso ensino, como o método e prática de análise.