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Papers by Camille Oliveira Silva Gama

Research paper thumbnail of TERRITÓRIO EM RESISTÊNCIA: a Ocupação Carlos Marighella (Salvador/Ba

O presente artigo tem como objetivo discutir o processo de ocupação dos imóveis em Salvador com v... more O presente artigo tem como objetivo discutir o processo de ocupação dos imóveis em Salvador com vistas à conquista do direito à moradia e do cumprimento da função social da propriedade, tendo como recorte espacial a Ocupação Carlos Marighella, localizada em prédio abandonado na Avenida Sete de Setembro (Centro Histórico de Salvador) pelos integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Trata-se de discutir a ocupação dos imóveis em Salvador com vistas à conquista do direito à moradia e do cumprimento da função social da propriedade. A metodologia utilizada dialético-qualitativa teve como técnicas de pesquisa o levantamento bibliográfico e documental e participação ativa juntamente com os militantes e lideranças da Ocupação e dos movimentos sociais de luta por moradia. Os resultados indicam que a Ocupação Carlos Marighella não apenas luta por direito à moradia, mas reivindica o espaço e o direito à cidade para as pessoas e famílias que ali habitam, de forma imperativa.

Research paper thumbnail of Observatório das Metrópoles nas Eleições

Por último, também nos inspira a proposição de Naomi Klein, em seu livromanifesto "Não Basta Dize... more Por último, também nos inspira a proposição de Naomi Klein, em seu livromanifesto "Não Basta Dizer Não. Resistir à Política de Choque e Conquistar o Mundo do Qual Precisamos (Rio de Janeiro: Bertrand, 2019). Para a autora, não basta apenas resistir, dizer "não", à estratégica dos choques praticada pelas forças capitalistas, mas proclamar um "sim" inspirador, capaz de gerar confiança e suscitar a construção de um território de unificação das forças progressistas. Forças que o choque populistadireitista pretende dividir e, no limite, destruir. Para tanto, segundo Klein, duas tarefas precisam ser realizadas. Primeiro, a elaboração de uma sólida compreensão de como a "política do choque" funciona, paralisando as resistências e promovendo os interesses de quem ela serve. Essa compreensão é a maneira de sairmos, rapidamente, do estado de choque e começarmos a lutar. Segundo, e igualmente importante, temos que contar uma história diferente daquela que os "mentores do choque" estão promovendo, uma visão de mundo convincente o bastante para competir diretamente com a deles. Essa visão, baseada em valores progressistas, deve oferecer um caminho diferente, distante dos choques em série. Um caminho baseado na união, que vá além das fronteiras de raça, etnia, religião e gênero, um caminho, enfim, que se baseie na cura do planeta, em vez de provocar mais guerras desestabilizantes e aprofundar a crise socioecológica. Acima de tudo, o caminho, ou melhor, os caminhos alternativos que justificam e orientam o pensar o futuro sugeridos por Klein, mas também por Wallerstein e Wright, apontam para a necessidade de aproveitarmos o momento eleitoral para oferecer àqueles que estão sofrendo pelas consequências da precariedade urbana uma plataforma de esperança, compreensão e ação para a conquista de uma vida tangivelmente melhor. Não afirmamos saber exatamente como tudo isso resultaria, efetivamente, em um "futuro alternativo". Esta coleção contém a contribuição do INCT Observatório das Metrópoles para a compreensão dos desafios das nossas cidades para a construção de visões sobre o devir histórico. Seja como for, estamos convencidos de que um "outro futuro" só será possível se for gerado o conhecimento resultante de um processo genuinamente colaborativo. Uma colaboração entre ciência e ética, verdade e valores, pensar e fazer, saberes e práticas, capaz de colocar na liderança do processo histórico aqueles mais brutalizados e diretamente atingidos pelas mudanças radicais e disruptivas que as forças capitalistas estão promovendo no início do século XXI. Que este Caderno de Propostas seja mais um passo no caminho desse outro futuro possível! APRESENTAÇÃO SALVADOR EM 2024: do geral ao particular

Research paper thumbnail of Movimentos de luta por moradia enquanto instrumento de reivindicação de direitos: a Ocupação Carlos Marighella (Salvador/Ba)

Editora Conhecimento Livre eBooks, Dec 31, 2022

_0631_01.pdf.Acessoem Setembro de 2021. DIAS, E. F. A liberdade (im)possível na ordem do capital.... more _0631_01.pdf.Acessoem Setembro de 2021. DIAS, E. F. A liberdade (im)possível na ordem do capital. Reestruturação produtiva e passivização. Campinas, IFCH/UNICAMP, 1997. Polli (2020), enfatiza em sua pesquisa a importância das organizações terem uma boa liderança.

Research paper thumbnail of A RESISTÊNCIA DOS MOVIMENTOS DE LUTA POR MORADIA EM SALVADOR/BA: O CASO DA OCUPAÇÃO CARLOS MARIGHELLA

A luta dos movimentos sociais pelo direito à moradia, os quais reivindicam seus direitos de manei... more A luta dos movimentos sociais pelo direito à moradia, os quais reivindicam seus direitos de maneira coletiva, com uma rede de articulação cuja ação é local, é uma expressão das lutas populares, que se fortaleceram na conjuntura de redemocratização do país, contrapondo-se à lógica tecnocrática e segregacionista até então dominante. Os movimentos de luta por moradia, como o Movimento de Luta de Bairros e Favelas (MLB) e o MSTB (Movimento Sem Teto da Bahia), constroem a partir da organização da população marginalizada e trabalhadora, estratégias para conquistar o direito à moradia. Adotam métodos específicos para sua atuação, sendo as ações diretas os principais mecanismos utilizados na busca pela efetivação da função social da propriedade urbana, através da ocupação de terrenos e prédios abandonados, além das marchas, passeatas e negociações com o poder público. De acordo com Santos et al (2012), Salvador conta com 36 ocupações de áreas urbanas, nas quais muitas têm em torno de oito anos de existência, revelando a lentidão da política pública em cumprir com as necessidades da população em situações extremas e de carência. Estas se "localizam predominantemente no Centro Antigo e no vetor de expansão do Subúrbio Ferroviário,

Research paper thumbnail of TERRITÓRIO EM RESISTÊNCIA: a Ocupação Carlos Marighella (Salvador/Ba

O presente artigo tem como objetivo discutir o processo de ocupação dos imóveis em Salvador com v... more O presente artigo tem como objetivo discutir o processo de ocupação dos imóveis em Salvador com vistas à conquista do direito à moradia e do cumprimento da função social da propriedade, tendo como recorte espacial a Ocupação Carlos Marighella, localizada em prédio abandonado na Avenida Sete de Setembro (Centro Histórico de Salvador) pelos integrantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Trata-se de discutir a ocupação dos imóveis em Salvador com vistas à conquista do direito à moradia e do cumprimento da função social da propriedade. A metodologia utilizada dialético-qualitativa teve como técnicas de pesquisa o levantamento bibliográfico e documental e participação ativa juntamente com os militantes e lideranças da Ocupação e dos movimentos sociais de luta por moradia. Os resultados indicam que a Ocupação Carlos Marighella não apenas luta por direito à moradia, mas reivindica o espaço e o direito à cidade para as pessoas e famílias que ali habitam, de forma imperativa.

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Por último, também nos inspira a proposição de Naomi Klein, em seu livromanifesto "Não Basta Dize... more Por último, também nos inspira a proposição de Naomi Klein, em seu livromanifesto "Não Basta Dizer Não. Resistir à Política de Choque e Conquistar o Mundo do Qual Precisamos (Rio de Janeiro: Bertrand, 2019). Para a autora, não basta apenas resistir, dizer "não", à estratégica dos choques praticada pelas forças capitalistas, mas proclamar um "sim" inspirador, capaz de gerar confiança e suscitar a construção de um território de unificação das forças progressistas. Forças que o choque populistadireitista pretende dividir e, no limite, destruir. Para tanto, segundo Klein, duas tarefas precisam ser realizadas. Primeiro, a elaboração de uma sólida compreensão de como a "política do choque" funciona, paralisando as resistências e promovendo os interesses de quem ela serve. Essa compreensão é a maneira de sairmos, rapidamente, do estado de choque e começarmos a lutar. Segundo, e igualmente importante, temos que contar uma história diferente daquela que os "mentores do choque" estão promovendo, uma visão de mundo convincente o bastante para competir diretamente com a deles. Essa visão, baseada em valores progressistas, deve oferecer um caminho diferente, distante dos choques em série. Um caminho baseado na união, que vá além das fronteiras de raça, etnia, religião e gênero, um caminho, enfim, que se baseie na cura do planeta, em vez de provocar mais guerras desestabilizantes e aprofundar a crise socioecológica. Acima de tudo, o caminho, ou melhor, os caminhos alternativos que justificam e orientam o pensar o futuro sugeridos por Klein, mas também por Wallerstein e Wright, apontam para a necessidade de aproveitarmos o momento eleitoral para oferecer àqueles que estão sofrendo pelas consequências da precariedade urbana uma plataforma de esperança, compreensão e ação para a conquista de uma vida tangivelmente melhor. Não afirmamos saber exatamente como tudo isso resultaria, efetivamente, em um "futuro alternativo". Esta coleção contém a contribuição do INCT Observatório das Metrópoles para a compreensão dos desafios das nossas cidades para a construção de visões sobre o devir histórico. Seja como for, estamos convencidos de que um "outro futuro" só será possível se for gerado o conhecimento resultante de um processo genuinamente colaborativo. Uma colaboração entre ciência e ética, verdade e valores, pensar e fazer, saberes e práticas, capaz de colocar na liderança do processo histórico aqueles mais brutalizados e diretamente atingidos pelas mudanças radicais e disruptivas que as forças capitalistas estão promovendo no início do século XXI. Que este Caderno de Propostas seja mais um passo no caminho desse outro futuro possível! APRESENTAÇÃO SALVADOR EM 2024: do geral ao particular

Research paper thumbnail of Movimentos de luta por moradia enquanto instrumento de reivindicação de direitos: a Ocupação Carlos Marighella (Salvador/Ba)

Editora Conhecimento Livre eBooks, Dec 31, 2022

_0631_01.pdf.Acessoem Setembro de 2021. DIAS, E. F. A liberdade (im)possível na ordem do capital.... more _0631_01.pdf.Acessoem Setembro de 2021. DIAS, E. F. A liberdade (im)possível na ordem do capital. Reestruturação produtiva e passivização. Campinas, IFCH/UNICAMP, 1997. Polli (2020), enfatiza em sua pesquisa a importância das organizações terem uma boa liderança.

Research paper thumbnail of A RESISTÊNCIA DOS MOVIMENTOS DE LUTA POR MORADIA EM SALVADOR/BA: O CASO DA OCUPAÇÃO CARLOS MARIGHELLA

A luta dos movimentos sociais pelo direito à moradia, os quais reivindicam seus direitos de manei... more A luta dos movimentos sociais pelo direito à moradia, os quais reivindicam seus direitos de maneira coletiva, com uma rede de articulação cuja ação é local, é uma expressão das lutas populares, que se fortaleceram na conjuntura de redemocratização do país, contrapondo-se à lógica tecnocrática e segregacionista até então dominante. Os movimentos de luta por moradia, como o Movimento de Luta de Bairros e Favelas (MLB) e o MSTB (Movimento Sem Teto da Bahia), constroem a partir da organização da população marginalizada e trabalhadora, estratégias para conquistar o direito à moradia. Adotam métodos específicos para sua atuação, sendo as ações diretas os principais mecanismos utilizados na busca pela efetivação da função social da propriedade urbana, através da ocupação de terrenos e prédios abandonados, além das marchas, passeatas e negociações com o poder público. De acordo com Santos et al (2012), Salvador conta com 36 ocupações de áreas urbanas, nas quais muitas têm em torno de oito anos de existência, revelando a lentidão da política pública em cumprir com as necessidades da população em situações extremas e de carência. Estas se "localizam predominantemente no Centro Antigo e no vetor de expansão do Subúrbio Ferroviário,