Carla Grião - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Carla Grião
Cadernos de Sociomuseologia - Sociomuseologia em diálogo com a Acessibilidade Cultural: reflexões e práticas, 2024
O presente texto parte de aspectos da vida cotidiana do poeta português e consultor de acessibili... more O presente texto parte de aspectos da vida cotidiana do poeta português e consultor de acessibilidade Paulo Reis Simões para discutir como as sociedades em geral (não) incluem pessoas com deficiência. Inicia-se apresentado os principais modelos para o entendimento das questões da deficiência, contextualizando-os e apresentando os eventos históricos mais significativos que os estruturaram. Partindo de uma abordagem que utiliza como referencial os estudos das Ciências, Tecnologias e Sociedades (CTS), buscou-se trazer os conceitos de agência, coletivo, composição e tradução como contribuições para os estudos da deficiência, cujos principais modelos são apresentados brevemente na primeira seção. Adotando um estilo narrativo típico dos estudos das Ciências, Tecnologias e Sociedade, os conceitos acima referenciados emergem da própria narrativa de Paulo, dando um caráter empírico a este trabalho. Por fim, evidencia-se as contribuições e lições principais que podem ser tiradas desses estudos para a acessibilidade na sociedade em geral e, especificamente, em museus.
Anais do Museu Histórico Nacional - Dossiê “Ensino e formação em Museologia”, 2024
Este texto aborda a ausência do tema acessibili-dade na formação em museologia no Br... more Este texto aborda a ausência do tema acessibili-dade na formação em museologia no Brasil. Uti-lizamos a bibliometria como metodologia, anali-sando os projetos pedagógicos das graduações em museologia em universidades públicas. Para a análise da pós-graduação, realizamos uma bus-ca nas dissertações e teses. A abordagem docu-mental e a revisão bibliográfica procuram desta-car contribuições de museólogas e iniciativas que não estão diretamente relacionadas à graduação em museologia, mas que têm debatido acessibili-dade. Os resultados revelam que apenas um curso no país tem disciplina obrigatória sobre acessibi-lidade, e o número de trabalhos em nível de pós--graduação é bastante reduzido. Os dados indi-cam uma carência significativa na abordagem da acessibilidade na formação em museologia. Espe-ramos que este estudo contribua para a reflexão da importante inserção da acessibilidade cultural nas estruturas curriculares, e que essa temática seja integrada à formação inicial e continuada de futuras, futuros e futures pessoas museólogas.
Revista Memória em Rede - Decolonizar museus e patrimônios: Teorias e Práticas, 2024
O artigo apresenta uma análise reflexiva sobre o conceito de acessibilidade em museus a partir de... more O artigo apresenta uma análise reflexiva sobre o conceito de acessibilidade em museus a partir de contribuições teóricas de autores de outras áreas como Nego Bispo, Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Françoise Vergès e Bruno Latour. A partir dessas leituras, o texto questiona concepções arraigadas sobre a relação entre ser humano e ambiente, destacando a interconexão entre diferentes formas de conhecimento e experiência. As "cartilhas de orientação de acessibilidade" são aqui criticadas por sua abordagem fragmentada e simplificada que não considera a diversidade de necessidades e experiências dos visitantes. Por fim, são apresentadas duas experiências: a exposição Diálogo no Escuro e a 35ª Bienal de São Paulo - Coreografias do Impossível. Ambos os casos demonstram como o acesso sensorial está além de adaptações circunscritas, enfatizando a importância da inclusão, representatividade e ampliação das vivências corporais. O artigo propõe uma reflexão sobre as práticas de acessibilidade nos museus, instigando uma abordagem mais holística e inclusiva que reconheça e celebre a diversidade e interconexão de diferentes formas de conhecimento e experiência humana.
Revista Museologia e Interdisciplinaridade do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação ... more Revista Museologia e Interdisciplinaridade do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília, 2023.
Este artigo explora a acessibilidade de artefa-tos expostos em museus comunitários como uma possibilidade de reparação ou contra-partida oferecida por grandes museus em um eventual contexto de repatriação e restituição. O foco reside no reconhecimento de que o direito à cultura é inerente a todas as comu-nidades, não apenas aos países europeus, que atualmente detêm uma grande quantidade de artefatos obtidos de forma questionável. Ini-cialmente, uma breve visão geral das questões centrais relacionadas aos direitos humanos, ao direito à cultura e à acessibilidade e inclusão é apresentada. Posteriormente, exploram-se as principais bases que sustentam as políticas de repatriação e restituição. Por último, é pro-posta uma abordagem de acessibilidade funda-mentada em princípios etnográficos, visando assegurar que a repatriação seja conduzida de maneira abrangente e democrática.
Cadernos de Sociomuseologia, 2023.
Dissertação de Mestrado - IEB-USP, 2022
O presente estudo buscou identificar os espaços compreendidos por nós como Lugares de Memória e q... more O presente estudo buscou identificar os espaços compreendidos por nós como Lugares de Memória e que foram ocupados pelo Movimento Social das Pessoas com Deficiência na cidade de São Paulo no período de 1978 a 1981. Utilizando os referenciais teóricos de urbanidade, espacialidade, lugares de memória, memória, história oral e análises qualitativas e quantitativas da imprensa, propomos uma narrativa a respeito da ocupação da cidade por pessoas com deficiência, bem como analisamos as barreiras sociais enfrentadas cotidianamente pelo grupo. No primeiro capítulo, apresentamos uma análise contextual da cidade, chamando especial atenção para a inserção das pessoas com deficiência na sociedade paulistana. No segundo capítulo, apresentamos os Lugares de Memória identificados na pesquisa, propondo uma análise acerca da ocupação territorial desses espaços. No terceiro capítulo, adentramos os Lugares de Memória e discutimos como se dava a atuação da militância buscando promover efetivas transformações sociais. Como parte da pesquisa e visando a publicização dos dados obtidos, foi disponibilizado um endereço eletrônico (http://lugaresdememoriamspcd.atwebpages.com) contendo informações a respeito desses locais.
VIII Reac, 2021
Este é um trabalho que explora as aproximações dos estudos da deficiência com a antropologia das ... more Este é um trabalho que explora as aproximações dos estudos da deficiência com a antropologia das ciências e das técnicas, campos distintos, porém com intersecções passíveis de serem exploradas. A pesquisa parte de três narrativas a respeito de inserções parciais em coletivos que possuem, a princípio, poucas traduções capazes de garantir acesso amplo aos benefícios sociais: a história de uma mulher com poliomielite de classe média que, nos anos 1980, tentava levar uma vida com autonomia na cidade de São Paulo enquanto militava em um coletivo de pessoas com deficiência que lutava por reconhecimento e inclusão na sociedade paulistana; a experiência de uma mulher de meia idade que vive no Espírito Santo, possui baixa visão e tenta produzir uma dissertação de mestrado para um programa de pós-graduação em uma universidade federal; e a mãe de uma criança com paralisia cerebral, moradora de uma região pobre na periferia de São Paulo, que precisa sustentar a família ao mesmo tempo em que se responsabilizar tanto pelos cuidados diários da filha quanto pela sua educação formal, exigência que se tornou perene durante isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19. A partir das descrições de realidades aparentemente tão distintas, buscaremos compreender as associações e traduções que compõem os coletivos em que essas mulheres estão inseridas, levantando hipóteses a respeito dos valores morais e sociais que circulam pelas conexões de suas respectivas redes sociotécnicas. Concluiremos explorando as potencialidades de inserção de novas traduções, por meio de tecnologias assistivas, próteses, planejamento urbano e arquitetônico etc., capazes de criar coletivos mais acessíveis com circulação de valores pautados na democracia e na inclusão. Desta forma, objetivamos chamar atenção para as pessoas com deficiência enquanto minoria social cujas especificidades precisam ser levadas em conta para a composição do coletivo. A baixa adesão que o assunto recebe nos campos acadêmicos brasileiros justifica a proposição desse debate em um simpósio de antropologia.
Pacha. Revista de Estudios Contemporáneos del Sur Global, 2021
O presente artigo busca compreender a ideia de acessibilidade, amplamente discutido pelos estudos... more O presente artigo busca compreender a ideia de acessibilidade, amplamente discutido pelos estudos sobre deficiências, a partir do conceito de tradução utilizado pelos Science, Technology and Society studies (STS studies). Para isso, parte-se da experiência do Movimento Social das Pessoas com Deficiência na Cidade de São Paulo, cujo a atuação foi retratada a partir de peças publicadas na imprensa paulistana entre os anos de 1978 e 1981, além de referências bibliográficas especializadas. Segue-se apresentando os conceitos teóricos dos STS studies considerados mais relevantes para a compreensão do objeto de estudo, partindo-se, em seguida, para a exploração das intersecções entre acessibilidade e tradução. Conclui-se que através da escolha de traduções democráticas e mais adequada ao padrão real, que é a diversidade, é possível construir uma sociedade mais igualitária e inclusiva sem a necessidade de acréscimos que resultam apenas de adaptações razoáveis.
6º Congresso Internacional de Educação e Acessibilidade em Museus e Patrimônio (VI Cieamp), 2021
XXV Encontro Estadual de História da ANPUH-S, 2020
Em dezembro de 1976, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclama oficialmente o ano de 1981 co... more Em dezembro de 1976, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclama oficialmente o ano de 1981 como o "Ano Internacional das Pessoas Deficientes (AIPD)" 1 fortalecendo, a partir daí, as lutas das pessoas com deficiência 2 pela concretização dos seus direitos e pela participação plena em igualdade de condições em todos os setores da sociedade. Junto à abertura política do Brasil 3 , as pessoas com deficiência lutavam por democracia, saúde, educação, trabalho, transporte, autonomia, cuidados e, principalmente, acessibilidade. E entre o final de 1978 e início de 1979, organizadas em grupos consolidados
XIV Encontro Nacional de História Oral – UNICAMP, 2018
O trecho acima é a abertura de uma das setenta entrevistas filmadas e realizadas pelo projeto Mem... more O trecho acima é a abertura de uma das setenta entrevistas filmadas e realizadas pelo projeto Memórias, parte integrante do museu histórico denominado Memorial da Inclusão: Os Caminhos da Pessoa com Deficiência (doravante Memorial da Inclusão)-ação da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência-SEDPcD, do governo do estado de São Paulo-, idealizado e executado por militantes do segmento das pessoas com deficiência, colaboradores da SEDPcD e convidados. Ali, Cida Fukai está se referindo a uma das reuniões preparatórias, transcorrida no ano de 1980, para a organização das ações reivindicatórias das pessoas com deficiência para o ano de 1981, Ano Internacional das Pessoas Deficientes-AIPD. O Memorial da Inclusão é um centro de exposições e de acervo de documentos escritos, iconográficos, áudios e audiovisuais sobre o movimento social das pessoas com deficiência no Brasil; está localizado no térreo da SEDPcD, instalada no Memorial da América Latina. O objetivo principal deste trabalho é apresentar o acervo de entrevistas em mídia audiovisual do Memorial da Inclusão, a ideia original, o processo de gravação, a elaboração do roteiro, a edição e seus diferentes usos. Para tanto, se faz necessário um breve histórico da constituição do Memorial da Inclusão, do ponto de vista de sua motivação original e da oportunidade de sua concretização, enquadrando-se na vertente da Sociomuseologia, para a qual a função social do museu é a educação, o museu como possível agente de transformação 1 UNICAMP. Mestre em Antropologia Social.
Seminário Internacional Acessibilidade em Museus e Espaços Culturais, 2018. O trabalho propõe ... more Seminário Internacional Acessibilidade em Museus e Espaços Culturais, 2018.
O trabalho propõe uma análise do caráter das exposições temporárias recebidas, entre 2015 e 2016, pelo Memorial da Inclusão: os caminhos da Pessoa com Deficiência e tem como foco principal discutir os desafios encontrados em quatro mostras com relação à adaptação razoável e o acesso a elas por pessoas com e sem deficiência. Ele desdobrará reflexões acerca das leis existentes em relação à acessibilidade universal, à acessibilidade em museus e/ou espaços de cultura e à adaptação razoável. Tem-se ainda por objetivo compreender novas formas de acesso, pensadas por meio da curadoria inversa e da comunicação museológica por meio dos sentidos, tendo como referência o Movimento Internacional de Inclusão Social da Pessoa com Deficiência e suas conquistas. Pretende-se desenvolver questões que compreendam o processo de idealização, produção e execução de uma mostra acessível a ser exposta no Memorial da Inclusão; a responsabilidade do espaço museal ao receber essas exposições, assim como da equipe e a das instituições e artistas envolvidos no processo de construção de um projeto de exposição acessível. Busca-se explanar o conteúdo das exposições, demonstrar as formas de musealização utilizadas e refletir sobre a relação dialética entre artista e instituição, concepção acessível e a fruição do público.
3º INTEGRAR - Congresso Internacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de Documentação e Museus, 2016
O Memorial da Inclusão: Os Caminhos da Pessoa com Deficiência surgiu em 2009 a partir da exposiçã... more O Memorial da Inclusão: Os Caminhos da Pessoa com Deficiência surgiu em 2009 a partir da exposição em comemoração ao dia Internacional da Pessoa com Deficiência, na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, localizada no complexo do Memorial da América Latina. A exposição foi concebida e criada a partir de documentos e fotografias que foram emprestados pelas pessoas que fizeram parte da luta e das reinvindicações pelos direitos e inclusão social. Atualmente, o Memorial da Inclusão tornou-se um espaço expositivo, no qual contempla diversas ações, tais como: oferece espaço para exposições temporárias (com recursos acessíveis) e para ensaios artísticos e oficinas; promove mediação para crianças, adolescentes, professores e o público em geral. E objetivando resgatar a história do Movimento Social das Pessoas com Deficiência está com o projeto para desenvolver o acervo documental, em parceria com Arquivo Público do Estado de São Paulo.Palavras-chave: Memorial d...
Cadernos de Sociomuseologia - Sociomuseologia em diálogo com a Acessibilidade Cultural: reflexões e práticas, 2024
O presente texto parte de aspectos da vida cotidiana do poeta português e consultor de acessibili... more O presente texto parte de aspectos da vida cotidiana do poeta português e consultor de acessibilidade Paulo Reis Simões para discutir como as sociedades em geral (não) incluem pessoas com deficiência. Inicia-se apresentado os principais modelos para o entendimento das questões da deficiência, contextualizando-os e apresentando os eventos históricos mais significativos que os estruturaram. Partindo de uma abordagem que utiliza como referencial os estudos das Ciências, Tecnologias e Sociedades (CTS), buscou-se trazer os conceitos de agência, coletivo, composição e tradução como contribuições para os estudos da deficiência, cujos principais modelos são apresentados brevemente na primeira seção. Adotando um estilo narrativo típico dos estudos das Ciências, Tecnologias e Sociedade, os conceitos acima referenciados emergem da própria narrativa de Paulo, dando um caráter empírico a este trabalho. Por fim, evidencia-se as contribuições e lições principais que podem ser tiradas desses estudos para a acessibilidade na sociedade em geral e, especificamente, em museus.
Anais do Museu Histórico Nacional - Dossiê “Ensino e formação em Museologia”, 2024
Este texto aborda a ausência do tema acessibili-dade na formação em museologia no Br... more Este texto aborda a ausência do tema acessibili-dade na formação em museologia no Brasil. Uti-lizamos a bibliometria como metodologia, anali-sando os projetos pedagógicos das graduações em museologia em universidades públicas. Para a análise da pós-graduação, realizamos uma bus-ca nas dissertações e teses. A abordagem docu-mental e a revisão bibliográfica procuram desta-car contribuições de museólogas e iniciativas que não estão diretamente relacionadas à graduação em museologia, mas que têm debatido acessibili-dade. Os resultados revelam que apenas um curso no país tem disciplina obrigatória sobre acessibi-lidade, e o número de trabalhos em nível de pós--graduação é bastante reduzido. Os dados indi-cam uma carência significativa na abordagem da acessibilidade na formação em museologia. Espe-ramos que este estudo contribua para a reflexão da importante inserção da acessibilidade cultural nas estruturas curriculares, e que essa temática seja integrada à formação inicial e continuada de futuras, futuros e futures pessoas museólogas.
Revista Memória em Rede - Decolonizar museus e patrimônios: Teorias e Práticas, 2024
O artigo apresenta uma análise reflexiva sobre o conceito de acessibilidade em museus a partir de... more O artigo apresenta uma análise reflexiva sobre o conceito de acessibilidade em museus a partir de contribuições teóricas de autores de outras áreas como Nego Bispo, Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Françoise Vergès e Bruno Latour. A partir dessas leituras, o texto questiona concepções arraigadas sobre a relação entre ser humano e ambiente, destacando a interconexão entre diferentes formas de conhecimento e experiência. As "cartilhas de orientação de acessibilidade" são aqui criticadas por sua abordagem fragmentada e simplificada que não considera a diversidade de necessidades e experiências dos visitantes. Por fim, são apresentadas duas experiências: a exposição Diálogo no Escuro e a 35ª Bienal de São Paulo - Coreografias do Impossível. Ambos os casos demonstram como o acesso sensorial está além de adaptações circunscritas, enfatizando a importância da inclusão, representatividade e ampliação das vivências corporais. O artigo propõe uma reflexão sobre as práticas de acessibilidade nos museus, instigando uma abordagem mais holística e inclusiva que reconheça e celebre a diversidade e interconexão de diferentes formas de conhecimento e experiência humana.
Revista Museologia e Interdisciplinaridade do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação ... more Revista Museologia e Interdisciplinaridade do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília, 2023.
Este artigo explora a acessibilidade de artefa-tos expostos em museus comunitários como uma possibilidade de reparação ou contra-partida oferecida por grandes museus em um eventual contexto de repatriação e restituição. O foco reside no reconhecimento de que o direito à cultura é inerente a todas as comu-nidades, não apenas aos países europeus, que atualmente detêm uma grande quantidade de artefatos obtidos de forma questionável. Ini-cialmente, uma breve visão geral das questões centrais relacionadas aos direitos humanos, ao direito à cultura e à acessibilidade e inclusão é apresentada. Posteriormente, exploram-se as principais bases que sustentam as políticas de repatriação e restituição. Por último, é pro-posta uma abordagem de acessibilidade funda-mentada em princípios etnográficos, visando assegurar que a repatriação seja conduzida de maneira abrangente e democrática.
Cadernos de Sociomuseologia, 2023.
Dissertação de Mestrado - IEB-USP, 2022
O presente estudo buscou identificar os espaços compreendidos por nós como Lugares de Memória e q... more O presente estudo buscou identificar os espaços compreendidos por nós como Lugares de Memória e que foram ocupados pelo Movimento Social das Pessoas com Deficiência na cidade de São Paulo no período de 1978 a 1981. Utilizando os referenciais teóricos de urbanidade, espacialidade, lugares de memória, memória, história oral e análises qualitativas e quantitativas da imprensa, propomos uma narrativa a respeito da ocupação da cidade por pessoas com deficiência, bem como analisamos as barreiras sociais enfrentadas cotidianamente pelo grupo. No primeiro capítulo, apresentamos uma análise contextual da cidade, chamando especial atenção para a inserção das pessoas com deficiência na sociedade paulistana. No segundo capítulo, apresentamos os Lugares de Memória identificados na pesquisa, propondo uma análise acerca da ocupação territorial desses espaços. No terceiro capítulo, adentramos os Lugares de Memória e discutimos como se dava a atuação da militância buscando promover efetivas transformações sociais. Como parte da pesquisa e visando a publicização dos dados obtidos, foi disponibilizado um endereço eletrônico (http://lugaresdememoriamspcd.atwebpages.com) contendo informações a respeito desses locais.
VIII Reac, 2021
Este é um trabalho que explora as aproximações dos estudos da deficiência com a antropologia das ... more Este é um trabalho que explora as aproximações dos estudos da deficiência com a antropologia das ciências e das técnicas, campos distintos, porém com intersecções passíveis de serem exploradas. A pesquisa parte de três narrativas a respeito de inserções parciais em coletivos que possuem, a princípio, poucas traduções capazes de garantir acesso amplo aos benefícios sociais: a história de uma mulher com poliomielite de classe média que, nos anos 1980, tentava levar uma vida com autonomia na cidade de São Paulo enquanto militava em um coletivo de pessoas com deficiência que lutava por reconhecimento e inclusão na sociedade paulistana; a experiência de uma mulher de meia idade que vive no Espírito Santo, possui baixa visão e tenta produzir uma dissertação de mestrado para um programa de pós-graduação em uma universidade federal; e a mãe de uma criança com paralisia cerebral, moradora de uma região pobre na periferia de São Paulo, que precisa sustentar a família ao mesmo tempo em que se responsabilizar tanto pelos cuidados diários da filha quanto pela sua educação formal, exigência que se tornou perene durante isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19. A partir das descrições de realidades aparentemente tão distintas, buscaremos compreender as associações e traduções que compõem os coletivos em que essas mulheres estão inseridas, levantando hipóteses a respeito dos valores morais e sociais que circulam pelas conexões de suas respectivas redes sociotécnicas. Concluiremos explorando as potencialidades de inserção de novas traduções, por meio de tecnologias assistivas, próteses, planejamento urbano e arquitetônico etc., capazes de criar coletivos mais acessíveis com circulação de valores pautados na democracia e na inclusão. Desta forma, objetivamos chamar atenção para as pessoas com deficiência enquanto minoria social cujas especificidades precisam ser levadas em conta para a composição do coletivo. A baixa adesão que o assunto recebe nos campos acadêmicos brasileiros justifica a proposição desse debate em um simpósio de antropologia.
Pacha. Revista de Estudios Contemporáneos del Sur Global, 2021
O presente artigo busca compreender a ideia de acessibilidade, amplamente discutido pelos estudos... more O presente artigo busca compreender a ideia de acessibilidade, amplamente discutido pelos estudos sobre deficiências, a partir do conceito de tradução utilizado pelos Science, Technology and Society studies (STS studies). Para isso, parte-se da experiência do Movimento Social das Pessoas com Deficiência na Cidade de São Paulo, cujo a atuação foi retratada a partir de peças publicadas na imprensa paulistana entre os anos de 1978 e 1981, além de referências bibliográficas especializadas. Segue-se apresentando os conceitos teóricos dos STS studies considerados mais relevantes para a compreensão do objeto de estudo, partindo-se, em seguida, para a exploração das intersecções entre acessibilidade e tradução. Conclui-se que através da escolha de traduções democráticas e mais adequada ao padrão real, que é a diversidade, é possível construir uma sociedade mais igualitária e inclusiva sem a necessidade de acréscimos que resultam apenas de adaptações razoáveis.
6º Congresso Internacional de Educação e Acessibilidade em Museus e Patrimônio (VI Cieamp), 2021
XXV Encontro Estadual de História da ANPUH-S, 2020
Em dezembro de 1976, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclama oficialmente o ano de 1981 co... more Em dezembro de 1976, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclama oficialmente o ano de 1981 como o "Ano Internacional das Pessoas Deficientes (AIPD)" 1 fortalecendo, a partir daí, as lutas das pessoas com deficiência 2 pela concretização dos seus direitos e pela participação plena em igualdade de condições em todos os setores da sociedade. Junto à abertura política do Brasil 3 , as pessoas com deficiência lutavam por democracia, saúde, educação, trabalho, transporte, autonomia, cuidados e, principalmente, acessibilidade. E entre o final de 1978 e início de 1979, organizadas em grupos consolidados
XIV Encontro Nacional de História Oral – UNICAMP, 2018
O trecho acima é a abertura de uma das setenta entrevistas filmadas e realizadas pelo projeto Mem... more O trecho acima é a abertura de uma das setenta entrevistas filmadas e realizadas pelo projeto Memórias, parte integrante do museu histórico denominado Memorial da Inclusão: Os Caminhos da Pessoa com Deficiência (doravante Memorial da Inclusão)-ação da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência-SEDPcD, do governo do estado de São Paulo-, idealizado e executado por militantes do segmento das pessoas com deficiência, colaboradores da SEDPcD e convidados. Ali, Cida Fukai está se referindo a uma das reuniões preparatórias, transcorrida no ano de 1980, para a organização das ações reivindicatórias das pessoas com deficiência para o ano de 1981, Ano Internacional das Pessoas Deficientes-AIPD. O Memorial da Inclusão é um centro de exposições e de acervo de documentos escritos, iconográficos, áudios e audiovisuais sobre o movimento social das pessoas com deficiência no Brasil; está localizado no térreo da SEDPcD, instalada no Memorial da América Latina. O objetivo principal deste trabalho é apresentar o acervo de entrevistas em mídia audiovisual do Memorial da Inclusão, a ideia original, o processo de gravação, a elaboração do roteiro, a edição e seus diferentes usos. Para tanto, se faz necessário um breve histórico da constituição do Memorial da Inclusão, do ponto de vista de sua motivação original e da oportunidade de sua concretização, enquadrando-se na vertente da Sociomuseologia, para a qual a função social do museu é a educação, o museu como possível agente de transformação 1 UNICAMP. Mestre em Antropologia Social.
Seminário Internacional Acessibilidade em Museus e Espaços Culturais, 2018. O trabalho propõe ... more Seminário Internacional Acessibilidade em Museus e Espaços Culturais, 2018.
O trabalho propõe uma análise do caráter das exposições temporárias recebidas, entre 2015 e 2016, pelo Memorial da Inclusão: os caminhos da Pessoa com Deficiência e tem como foco principal discutir os desafios encontrados em quatro mostras com relação à adaptação razoável e o acesso a elas por pessoas com e sem deficiência. Ele desdobrará reflexões acerca das leis existentes em relação à acessibilidade universal, à acessibilidade em museus e/ou espaços de cultura e à adaptação razoável. Tem-se ainda por objetivo compreender novas formas de acesso, pensadas por meio da curadoria inversa e da comunicação museológica por meio dos sentidos, tendo como referência o Movimento Internacional de Inclusão Social da Pessoa com Deficiência e suas conquistas. Pretende-se desenvolver questões que compreendam o processo de idealização, produção e execução de uma mostra acessível a ser exposta no Memorial da Inclusão; a responsabilidade do espaço museal ao receber essas exposições, assim como da equipe e a das instituições e artistas envolvidos no processo de construção de um projeto de exposição acessível. Busca-se explanar o conteúdo das exposições, demonstrar as formas de musealização utilizadas e refletir sobre a relação dialética entre artista e instituição, concepção acessível e a fruição do público.
3º INTEGRAR - Congresso Internacional de Arquivos, Bibliotecas, Centros de Documentação e Museus, 2016
O Memorial da Inclusão: Os Caminhos da Pessoa com Deficiência surgiu em 2009 a partir da exposiçã... more O Memorial da Inclusão: Os Caminhos da Pessoa com Deficiência surgiu em 2009 a partir da exposição em comemoração ao dia Internacional da Pessoa com Deficiência, na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, localizada no complexo do Memorial da América Latina. A exposição foi concebida e criada a partir de documentos e fotografias que foram emprestados pelas pessoas que fizeram parte da luta e das reinvindicações pelos direitos e inclusão social. Atualmente, o Memorial da Inclusão tornou-se um espaço expositivo, no qual contempla diversas ações, tais como: oferece espaço para exposições temporárias (com recursos acessíveis) e para ensaios artísticos e oficinas; promove mediação para crianças, adolescentes, professores e o público em geral. E objetivando resgatar a história do Movimento Social das Pessoas com Deficiência está com o projeto para desenvolver o acervo documental, em parceria com Arquivo Público do Estado de São Paulo.Palavras-chave: Memorial d...