Cecilia Marcela Ugartemendía - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Cecilia Marcela Ugartemendía
A maioria das mulheres miticas que conformam o corpus das Heroides de Ovidio demonstra inexperien... more A maioria das mulheres miticas que conformam o corpus das Heroides de Ovidio demonstra inexperiencia na arte de amar, o que desperta a ineficacia de seus discursos persuasivos. Hipermestra, porem, na epistola XIV, da indicios de que domina tanto a ars dicendi como a ars amandi. O objetivo deste trabalho e analisar o discurso persuasivo de Hipermestra, e comprovar que sua construcao se corresponde, em termos gerais, com as partes do discurso expostas no De oratore de Cicero , dando especial destaque ao uso dos elementos nao racionais da inuentio: ethos e pathos . Palavras-chave: ethos; pathos; Hipermestra; Heroides; De oratore . Abstract Most of the mythical women of Ovid´s Heroides demonstrate their inexperience in the art of love, what leads to the inefficacy of their persuasive speeches. However, Hipermnestra, in the epistle XIV, shows to master the ars dicendi as well as the ars amandi. The aim of this paper is to analyze Hipermnestra´s persuasive speech and to point ...
Mare Nostrum (São Paulo), 2018
O objetivo deste artigo é justificar a disposição das Ep. 1 (de Penélope a Ulisses) e 14 (de Hipe... more O objetivo deste artigo é justificar a disposição das Ep. 1 (de Penélope a Ulisses) e 14 (de Hipermestra a Linceo) no corpus transmitido na atualidade. O propósito é demonstrar que as epístolas 1 e 14, graças às características paradigmáticas das mulheres que as escrevem, são chaves de abertura e clausura de uma sequência de exempla mitológicos sobre o bom comportamento da mulher em uma relação amorosa. Além disso, discutiremos como Cánace, na Ep. 11, se apropria intratextualmente das virtudes destas duas mulheres exemplares para argumentar em sua própria defesa. Ao admitir seus erros, enfatiza a importância de virtudes como a castitas, a pudicitia e a pietas, melhor representadas no corpus por Penélope e Hipermestra.
Prevalece senso-comum de que a variante iberica do espanhol e a variante culta da lingua e por is... more Prevalece senso-comum de que a variante iberica do espanhol e a variante culta da lingua e por isso a preferida ao traduzir classicos em tom solene, como Cicero, Cesar ou Virgilio. Tradicionalmente, tradutores do latim e estudantes do idioma recorrem de forma irrefletida ao espanhol castico na traducao da segunda pessoa, suas respectivas conjugacoes verbais e pronomes. Alem dos problemas com o estilo solene, a variante iberica, nao natural ao tradutor latino-americano, acarreta problemas adicionais na traducao dos classicos. A partir de experiencia junto a um grupo de tradutores da Universidade de Buenos Aires com a traducao do De lege agraria de Cicero, que optou pela variante latino-americana, neste breve trabalho serao confrontadas as variantes tradicional-iberica, latino-americana e rio-platense. Os mecanismos de traducao serao demonstrados com base em excertos essenciais da obra, verificando as consequencias da eleicao das variantes, especialmente a rio-platense ( voseo ).
Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in the school... more Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in the schools of rhetoric, became popular in the Augustan Era. Its influence on literature can be noticed: Ovid, above all, is not free from its style and language. Seneca, the Elder ( Contr . 2.2.8-12), for example, gives a testimonial of Ovid's activities as a declamator . Therefore this paper discusses the Heroides IV, an epistle that belongs to one of Ovid´s most rhetorical works, in the light of the declamatory genre, focusing on style, like the use of sententiae , and other thematic and structural similarities.
CODEX -- Revista de Estudos Clássicos, 2020
O objetivo deste artigo é discutir a forma a partir da qual Ovídio constrói paradigmas de cruelda... more O objetivo deste artigo é discutir a forma a partir da qual Ovídio constrói paradigmas de crueldade e inclemência que substituiriam conhecidos exempla, propondo aqueles que pertencem a seu exílio como novos exemplos e termos de comparação. Em um primeiro momento, reflete-se sobre a utilização do tropo da hipérbole durante o exílio no recurso da refutatio exemplorum, mediante a qual Ovídio desestima exempla conhecidos para postular instâncias de sua situação de relegado como novos paradigmas. Depois, analisa-se a forma a partir da qual Ovídio constrói seus inimigos, sejam esses seus detratores ou ainda o próprio Augusto, como mais cruéis e inclementes que qualquer outro. Para isto, se dará atenção a Tr. 3.11. 39-54, 5.1.53-54, 5.12.47-48, Pont. 2.9.44 e 3.5.42, trechos a partir dos quais serão analisadas as figuras de Busíride, Fálaris e Perilo como exempla de crueldade e inclemência. Por último, a modo de conclusão, reflito sobre a utilidade dos exempla, que, longe de serem ineficaz...
CODEX -- Revista de Estudos Clássicos, 2020
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2020
Durante seu exílio em Tomos, Ovídio escuda-se na ideia de declínio poético e linguístico, causado... more Durante seu exílio em Tomos, Ovídio escuda-se na ideia de declínio poético e linguístico, causado pela hostilidade do entorno. A adversidade do lugar em que deve cumprir a relegatio é o argumento para justificar a queda na qualidade de sua produção poética. Neste trabalho, propomos analisar aspectos da descrição etnográfica e geográfica apresentada por Ovídio nos Tristia 3.10 e 5.7, com o objetivo de adicionar mais elementos à longa tradição de estudos dedicados a demonstrar que a ideia de declínio é mais um artificio retórico na construção da persona relegata. Para tanto, a discussão será delimitada pela construção do eu poético como autoridade no tratamento do sofrimento do exílio. Em primeiro lugar, são analisados trechos de Tr. 3.10, dedicados à descrição etnográfica e geográfica da Cítia, na qual se destaca o manejo da sintaxe mimética. Em seguida, oferecemos diferentes observações sobre a já muito comentada intertextualidade entre esta epístola e a descrição da Cítia oferecida...
Classica, e-ISSN 2176-6436, v. 33, n. 1, p. 51-68,, 2020
ABSTRACT: During his exile in Tomis, Ovid shields himself in the pose of poetic and linguistic de... more ABSTRACT: During his exile in Tomis, Ovid shields himself in the pose of poetic and linguistic decline, caused by the hostility of the environment. The adversity of the place where he must undergo the relegatio is an argument to justify his poetic production depreciation. The aim of this
work is to analyze some aspects of the ethnographic and geographic depiction presented by Ovid in Tristia 3.10 e 5.7, in order to add more arguments to the long tradition of studies destined to prove that the pose of poetic decline is just another rhetoric means used in the construction of the persona relegata. We center the discussion in the construction of the poetic ego’s authority on the treatment of the exile sufferings. Firstly, we analyze passages from Tr. 3.10, destined to the
ethnographic and geographic depiction of Scythia, in which the domain of the mimetic syntax is underscored. Then, we offer some remarks on the already well commented intertextuality between this epistle and Vergil’s Georgics 3.349-83, stressing that differences between one and the other are due to the construction of Ovid’s authority as exile, having even the right to correct the previous poet. Secondly, we seek to prove that, in Tr. 5.7, Ovid relegatus continues to build his image as an authority, claiming, in the middle of his supposed barbarization, his place as great Romanus vates.
RESUMO: Durante seu exílio em Tomos, Ovídio escuda-se na ideia de declínio poético e linguístico, causado pela hostilidade do entorno. A adversidade do lugar em que deve cumprir a relegatio é o argumento para justificar a queda na qualidade de sua produção poética. Neste trabalho, propomos analisar aspectos da descrição etnográfica e geográfica apresentada por Ovídio nos Tristia 3.10 e 5.7, com o objetivo de adicionar mais elementos à longa tradição de estudos dedicados a demonstrar que a ideia de declínio é mais um artificio retórico na construção da persona relegata. Para tanto, a discussão será delimitada pela construção do eu poético como autoridade no tratamento do sofrimento do exílio. Em primeiro lugar, são analisados trechos de Tr. 3.10, dedicados à descrição etnográfica e geográfica da Cítia, na qual se destaca o manejo da sintaxe mimética. Em seguida, oferecemos diferentes observações sobre a já muito comentada intertextualidade entre esta epístola e a descrição da Cítia oferecida por Vírgilio em Geórgicas 3.349-83, destacando que as diferenças entre uma e outra descrição atendem à construção da autoridade de Ovídio como exilado, inclusive ao se arrogar o "direito de corrigir" o poeta anterior. Em segundo lugar, buscamos comprovar que, em Tr. 5.7, Ovídio relegatus continua a se construir como autoridade, reivindicando, no meio de sua aparente barbarização, seu lugar como grande Romanus vates.
Mare Nostrum, 2017
ENGLISH: This article discusses the dispositio of Ep. 1 (from Penelope to Ulysses) and Ep. 14 (fr... more ENGLISH: This article discusses the dispositio of Ep. 1 (from Penelope to Ulysses) and Ep. 14 (from Hypermnestra to Lynceus) in the transmitted corpus. The purpose is to demonstrate that the epistles 1 and 14, due to the paradigmatic features of the women who write them, are key elements in the opening and closure in the sequence of mythological exempla on women’s behaviour in a love relationship. Plus, we will discuss how Canace, Ep. 11, assumes – intratextually – virtues of the two exemplary women for herself to argue her own defense. By admitting her mistakes, she emphasizes the importance of virtues such as castitas, pudicitia and pietas, best represented in the corpus by Penelope and Hypermnestra.
ESPAÑOL: El objetivo de este artículo es justificar la dispositio de las Ep. 1 (de Penélope a Ulises) y 14 (de Hipermestra a Linceo) en el corpus transmitido en la actualidad. El propósito es demostrar que las epístolas 1 y 14, gracias a las características paradigmáticas de las mujeres que las escriben, son llaves de apertura y clausura de una secuencia de exempla mitológicos sobre el buen comportamiento de la mujer en una relación amorosa. Además, discutiremos cómo Cánace, en la Ep. 11, se apropia intratextualmente de las virtudes de estas dos mujeres ejemplares para argumentar en su propia defensa. Al admitir sus errores, enfatiza la importancia de virtudes como la castitas, la pudicitia y la pietas, mejor representadas en el corpus por Penélope e Hipermestra.
Ovídio transcende na tradição poética como um poeta dedicado ao amor e seu ensinamento. Sua elegi... more Ovídio transcende na tradição poética como um poeta dedicado ao amor e seu ensinamento. Sua elegia didática e o praeceptor amoris, presente de forma predominante na Ars amatoria e nos Remedia amoris, recomenda e desaconselha comportamentos masculinos ou femininos na relação amorosa. Devido à importância da obra ovidiana, é praticamente impossível para um autor posterior, em cuja obra se identifiquem elementos erotodidáticos, não ser comparado com o poeta de Sulmona.
Marcial, por sua vez, embora tenha se dedicado a um gênero diferente, caracterizado pela argutia e a pointe do final, revela em seus epigramas os pontos de contato que este gênero mantém com a elegia e sua relação com os poetas elegíacos, retomando temáticas e léxico de Catulo, Propércio e Ovídio .
O epigrama e a elegia são muito próximos. Já na Grécia compartilham uma estrutura métrica em comum – o dístico elegíaco –, e em Roma coexistem na obra de Catulo, a ponto de se misturarem e até se confundirem. No período augustano, ambos continuam a apresentar-se, mas o gênero elegíaco passa a ser o predominante. O gênero epigramático, por sua vez, surge como epígrafe ou fechamento nos poemas elegíacos, funcionando como paratexto . Este é o caso, por exemplo, dos epigramas funerários ao final de Heroides 2. 147–48, 5. 29–30, 7. 195–96 (que logo é retomado pelo poeta em Fasti 3. 549–50) e 14. 129–30.
A partir do final do século XVIII, diversos estudos foram dedicados à intertextualidade entre os epigramas de Marcial e a obra ovidiana, particularmente com as obras do exílio, a obra poética tardia de Ovídio. No entanto, também são dignos de destaque os elementos elegíacos dos epigramas, ou, em outros termos, a elegia “epigramatizada” de Marcial. Neles, a influência de Ovídio é comprovada em nível métrico, temático e lexical, com referências explícitas ou citações textuais.
O poeta de Bílbilis deixa em evidência a proximidade de Ovídio ao gênero epigramático. De fato, Rosati afirma que Ovídio é um poeta quase-epigramático:
Ovid could appear as a poet particularly suited to a writer of epigrams, being himself a quasi-epigrammatist poet: not only because he was an occasional writer of epigrams, such as the one introducing the second edition of the Amores (which ends with the pointe on the reduction of the work from five to three books, easing the trouble of reading: Roman 2001: 136), but perhaps also for a possible epigrammatic production, of which we have some clues.
Marcial, assim como apontado por Hinds, parece reconhecer em Ovídio um epigramatista fantasiado de escritor de poemas extensos. Nos Amores de Ovídio encontram-se elegias contendo numerosos tópoi do epigrama erótico, como o sofrimento causado pela multiplicidade de affaires amorosos (como em 3.14, que veremos infra), a luxúria do poeta por mais de uma puella ao mesmo tempo e o motivo da renuntiatio amoris.
Além desses tópoi, aparecem também nos epigramas de Marcial traços da elegia didática e a figura do praeceptor. Há epigramas em que Marcial se aproxima deste tipo de elegia e constrói o ego poético como um praeceptor amoris, ou desaconselhando ou sugerindo comportamentos às mulheres. Isto é acompanhado de uma forte invectiva que em muitas ocasiões se enquadra dentro da tendência às mensagens misóginas nos epigramas. Por isso é que este tipo de epigramas se caracteriza pela condenação por parte do praeceptor a certas atitudes das mulheres, que são objeto de degradação ora por seus costumes, ora por sua aparência física. À diferença das preceptivas ovidiana, os conselhos deste tipo de praeceptor epigramático tentam reformar os maus costumes, misturando-se com o vitupério. Além disso, os preceitos parecem estar destinados menos a servir às mulheres do que a favorecer as pessoas que com elas convivem. Inclusive, em mais de uma ocasião, o ego poético claramente utiliza esses conselhos preceptivos com o fim de evitar que ele próprio se veja afetado, seja por ter que contemplar a feiura das mulheres (ver p. ex. 2. 41 e 11. 99), quer por não receber os favores sexuais pretendidos (11. 104) etc.
Neste trabalho analisaremos em primeiro lugar os epigramas 2.41 e 11.104, que receberam muita atenção da crítica e sobre os quais serão discutidos os pontos mais relevantes. Após haverá análise do epigrama 1. 34 e seus intertextos pertencentes a Ars amatoria e os Amores de Ovídio. O conteúdo preceptivo destes três epigramas revela um ego poético que emula o praeceptor amoris, mas está regido pelo código epigramático. Isto explica a transformação operada em uma matéria apropriada ao gênero elegíaco quando inserido no contexto do epigrama escóptico. A puella elegíaca, objeto de desejo, torna-se objeto de invectiva epigramática e sua figura e comportamento servem como matéria que permite atingir a pointe epigramática. Veremos, assim, como a obra didática de Ovídio funciona como intertexto para a poesia epigramática e que sua presença na obra do poeta de Bílbilis vai além de ecos linguísticos e repetições lexicais verbatim, uma vez que oferece também um modelo para a configuração do ego poético marcialino do praeceptor. O objetivo principal é somar argumentos à demonstração dos elementos da elegia presentes nos epigramas de Marcial.
Abstract: In the current paper, we aim to demonstrate the elegiac features of Medea´s complex per... more Abstract: In the current paper, we aim to demonstrate the elegiac features of Medea´s complex personality in the epistle XII of Ovid’s Heroides, and her gradual elevation from an elegiac to a tragic figure. To achieve this purpose, we will consider relevant excerpts in the epistle, seeking to prove – through intertextual analyses – how Ovid blurs the boundaries of the elegiac genre by attributing the heroine a long elegiac lament. Thereby, as Spoth asserts (1993), the elegiac querela of a woman with the peculiarities of Medea inevitably opens its way to tragedy. Thus, Ep. XII is a testimony of how the puella Medea becomes the tragic Medea.
Keywords: Heroides, Medea, intertextuality, elegy, Ovid.
Resumo: No presente trabalho, propomos demonstrar os traços elegíacos da complexa personalidade de Medeia na epístola XII do corpus das Heroides, de Ovídio, e sua gradual elevação de figura elegíaca à personagem trágica. Com este objetivo, consideraremos relevantes trechos da epístola a fim de provar – por meio de análise intertextual – como Ovídio torna difusos os limites do gênero elegíaco ao introduzir longo lamento na boca da trágica heroína. Assim, como afirmado por Spoth (1993), a querela elegíaca de uma mulher com as peculiares características de Medeia inevitavelmente dá origem à tragédia. Desta forma, Ep. XII é um testemunho de como a puella Medea converte-se na trágica Medeia.
Palavras-chave: Heroides, Medeia, intertextualidade, elegia, Ovídio.
ABSTRACT: Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in ... more ABSTRACT: Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in the schools of rhetoric, became popular in the Augustan Era. Its influence on literature can be noticed: Ovid, above all, is not free from its style and language. Seneca, the Elder (Contr. 2.2.8-12), for example, gives a testimonial of Ovid's activities as a declamator. Therefore this paper discusses the Heroides IV, an epistle that belongs to one of Ovid´s most rhetorical works, in the light of the declamatory genre, focusing on style, like the use of sententiae, and other thematic and structural similarities.
RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo analizar relaciones intratextuales entre las epístolas ... more RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo analizar relaciones intratextuales entre las epístolas de Dido (Ep. VII) y Medea (Ep. XII), pertenecientes al corpus de las Heroidas, de Ovidio. Para ello, nos centraremos en los puntos de contacto concernientes al foedus amoris, al furor y a la muerte como desenlace de sus lamentos. Mediante este procedimiento, se demostrará que Medea, como figura ejemplar, contribuye en la configuración de Dido, no solo de forma intertextual (ya que Dido presenta rasgos de la Medea de Apolonio), sino también de forma intratextual.
Palabras clave: Dido, Medea, Heroidas, intratextualidad, ejemplaridad.
Other by Cecilia Marcela Ugartemendía
La posición del genitivo dentro del sintagma nominal es un tema intrincado sobre el cual se ha di... more La posición del genitivo dentro del sintagma nominal es un tema intrincado sobre el cual se ha discutido mucho sin llegar a un acuerdo entre los estudiosos. Prevalece la idea de que la posición no marcada es NG, mientras que GN es el orden marcado. Su aparición se debe a una serie de factores que pueden influir sobre el genitivo. Uno de estos tiene que ver con la influencia que tiene el adjetivo dentro del sintagma nominal sobre la posición del genitivo, hipótesis según la cual el adjetivo arrastraría al genitivo hacia la misma posición en la que él se encuentra, esto es, a la derecha o a la izquierda del núcleo.
Utilizando como corpus la primera oratio de De lege agraria, de Cicerón y los primeros 18 capítulos de las Historiae de Tácito, en este trabajo nos proponemos analizar la cantidad de apariciones de los ordenamientos NG y GN en estos autores y la influencia que los adjetivos dentro del sintagma nominal pueden tener sobre la posición del genitivo. A partir de de esto, procuraremos comprobar si se cumple la hipótesis de los trabajos de Adams (1976) y Bauer (1995), quienes afirman que los órdenes más habituales, siempre que tengamos una serie de N/A/G, serán AGN o NGA.
Drafts by Cecilia Marcela Ugartemendía
Ille ego Romanus vates: a autoridade poética do relegatus nos Tristia e Epistulae ex Ponto, de Ovídio, 2022
The object of research is the study of the Tristia and the Epistulae ex Ponto, Ovid's poems of ex... more The object of research is the study of the Tristia and the Epistulae ex Ponto, Ovid's poems of exile, a period that lasted until his death. In these works, the discursive construction of the topic of exile juxtaposes to the poetic reflection on his new situation as relegatus. This combination guides to the necessity of constructing the exiled persona's poetic authority, traceble throughout these two works. By analyzing the way in which the poet conceives exile, the questions that emerge are if and how the disruptive experience of exile, for a Roman poet like Ovid, leads to discursive strategies which allow him to propose himself as a modelic exiled poet. Based in the Ovidian poetic authority's assumption, I established three aspects to be analyzed. The first deals with the figure of the poeta exclusus as auctor. I will study the relationship of the poet with a) the construction of his memory in Rome; b) the reiteration of the poet's choice of the elegiac epistle genre's that enables him to close his poetic career giving prestige to the genre described by himself as ignotum opus (Ars 3.346); and c) the claim of the exiled persona as auctor and vates. The second aspect focuses on the figure of the poet as the centre of the myth of exile (CLAASSEN, 1988). Ovid builds the persona as a model of exile, an unquestionable authority on the subject. I will center on a) the characteristics of the poet as ethnographer of the region in which he is forced to live and b) the comparisons made by the poet between the exile persona and figures of the mythical tradition. The third and last aspect aims to examine the conflict between poetic authority and political authority, in particular, concerning the confrontation among the poet and the divus princeps and the domus Augusta.
Las relaciones que se pueden establecer entre las piezas que conforman el corpus permiten pensar ... more Las relaciones que se pueden establecer entre las piezas que conforman el corpus permiten pensar que Horacio procuró presentar sus Carmina en un orden que fuera significativo al momento de leer e interpretar cada uno de ellos. Eckard Lefèvre (1995: 508), por ejemplo, entiende que en el libro I el primer carmen se corresponde con el último, el segundo, con el anteúltimo, y, así, sucesivamente. A este particular ordenamiento de los Carmina Lefèvre lo denominó “composición arquitectónica de las
Odas”.
El libro I está enmarcado por los carmina I 1 y I 38, los dos, de carácter privado. El primero es un priamel dedicado a Mecenas; el último, una sphragis donde el poeta nos muestra su pura imagen “y su amor por la sencillez, simplex munditiis. Como si
quisiera mostrarnos, al final de su primer libro, a quien ha cantado todo esto” (Bekes, 2005: 214). Dentro de este marco, se encuentran dos poemas de alto contenido político que se conectan simétricamente y que tratan asuntos de suma importancia para los comienzos del principado de Augusto: el fin de la guerra civil. I 2 y I 37 ocupan posiciones destacadas dentro de la composición arquitectónica del libro I y los dos se
complementan de forma tal que pueden leerse, como dijera Pöschl (1970: 74), como un pedido y su realización.
En el presente trabajo nos proponemos analizar los carmina I 2 y I 37, en los que Horacio se refiere al momento de transición política que significó el fin de un largo enfrentamiento bélico, el comienzo del reinado de paz de Octaviano y el camino hacia
la grandeza del principado. A pesar de que cada una de estas odas encierra un tono y un punto de vista diferentes, el vate de Venusia no deja en ninguna de ellas de enaltecer la figura de Octaviano y brindarle su apoyo. Al mismo tiempo, el poeta eleva su propia figura, aproximándose en la primera al dios Mercurio, y, en la última al poeta Alceo.
Por medio de este recurso, Horacio configura en el libro I de esta importante obra su
propio ethos y confirma su lugar dentro de la poesía augustal.
A maioria das mulheres miticas que conformam o corpus das Heroides de Ovidio demonstra inexperien... more A maioria das mulheres miticas que conformam o corpus das Heroides de Ovidio demonstra inexperiencia na arte de amar, o que desperta a ineficacia de seus discursos persuasivos. Hipermestra, porem, na epistola XIV, da indicios de que domina tanto a ars dicendi como a ars amandi. O objetivo deste trabalho e analisar o discurso persuasivo de Hipermestra, e comprovar que sua construcao se corresponde, em termos gerais, com as partes do discurso expostas no De oratore de Cicero , dando especial destaque ao uso dos elementos nao racionais da inuentio: ethos e pathos . Palavras-chave: ethos; pathos; Hipermestra; Heroides; De oratore . Abstract Most of the mythical women of Ovid´s Heroides demonstrate their inexperience in the art of love, what leads to the inefficacy of their persuasive speeches. However, Hipermnestra, in the epistle XIV, shows to master the ars dicendi as well as the ars amandi. The aim of this paper is to analyze Hipermnestra´s persuasive speech and to point ...
Mare Nostrum (São Paulo), 2018
O objetivo deste artigo é justificar a disposição das Ep. 1 (de Penélope a Ulisses) e 14 (de Hipe... more O objetivo deste artigo é justificar a disposição das Ep. 1 (de Penélope a Ulisses) e 14 (de Hipermestra a Linceo) no corpus transmitido na atualidade. O propósito é demonstrar que as epístolas 1 e 14, graças às características paradigmáticas das mulheres que as escrevem, são chaves de abertura e clausura de uma sequência de exempla mitológicos sobre o bom comportamento da mulher em uma relação amorosa. Além disso, discutiremos como Cánace, na Ep. 11, se apropria intratextualmente das virtudes destas duas mulheres exemplares para argumentar em sua própria defesa. Ao admitir seus erros, enfatiza a importância de virtudes como a castitas, a pudicitia e a pietas, melhor representadas no corpus por Penélope e Hipermestra.
Prevalece senso-comum de que a variante iberica do espanhol e a variante culta da lingua e por is... more Prevalece senso-comum de que a variante iberica do espanhol e a variante culta da lingua e por isso a preferida ao traduzir classicos em tom solene, como Cicero, Cesar ou Virgilio. Tradicionalmente, tradutores do latim e estudantes do idioma recorrem de forma irrefletida ao espanhol castico na traducao da segunda pessoa, suas respectivas conjugacoes verbais e pronomes. Alem dos problemas com o estilo solene, a variante iberica, nao natural ao tradutor latino-americano, acarreta problemas adicionais na traducao dos classicos. A partir de experiencia junto a um grupo de tradutores da Universidade de Buenos Aires com a traducao do De lege agraria de Cicero, que optou pela variante latino-americana, neste breve trabalho serao confrontadas as variantes tradicional-iberica, latino-americana e rio-platense. Os mecanismos de traducao serao demonstrados com base em excertos essenciais da obra, verificando as consequencias da eleicao das variantes, especialmente a rio-platense ( voseo ).
Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in the school... more Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in the schools of rhetoric, became popular in the Augustan Era. Its influence on literature can be noticed: Ovid, above all, is not free from its style and language. Seneca, the Elder ( Contr . 2.2.8-12), for example, gives a testimonial of Ovid's activities as a declamator . Therefore this paper discusses the Heroides IV, an epistle that belongs to one of Ovid´s most rhetorical works, in the light of the declamatory genre, focusing on style, like the use of sententiae , and other thematic and structural similarities.
CODEX -- Revista de Estudos Clássicos, 2020
O objetivo deste artigo é discutir a forma a partir da qual Ovídio constrói paradigmas de cruelda... more O objetivo deste artigo é discutir a forma a partir da qual Ovídio constrói paradigmas de crueldade e inclemência que substituiriam conhecidos exempla, propondo aqueles que pertencem a seu exílio como novos exemplos e termos de comparação. Em um primeiro momento, reflete-se sobre a utilização do tropo da hipérbole durante o exílio no recurso da refutatio exemplorum, mediante a qual Ovídio desestima exempla conhecidos para postular instâncias de sua situação de relegado como novos paradigmas. Depois, analisa-se a forma a partir da qual Ovídio constrói seus inimigos, sejam esses seus detratores ou ainda o próprio Augusto, como mais cruéis e inclementes que qualquer outro. Para isto, se dará atenção a Tr. 3.11. 39-54, 5.1.53-54, 5.12.47-48, Pont. 2.9.44 e 3.5.42, trechos a partir dos quais serão analisadas as figuras de Busíride, Fálaris e Perilo como exempla de crueldade e inclemência. Por último, a modo de conclusão, reflito sobre a utilidade dos exempla, que, longe de serem ineficaz...
CODEX -- Revista de Estudos Clássicos, 2020
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2020
Durante seu exílio em Tomos, Ovídio escuda-se na ideia de declínio poético e linguístico, causado... more Durante seu exílio em Tomos, Ovídio escuda-se na ideia de declínio poético e linguístico, causado pela hostilidade do entorno. A adversidade do lugar em que deve cumprir a relegatio é o argumento para justificar a queda na qualidade de sua produção poética. Neste trabalho, propomos analisar aspectos da descrição etnográfica e geográfica apresentada por Ovídio nos Tristia 3.10 e 5.7, com o objetivo de adicionar mais elementos à longa tradição de estudos dedicados a demonstrar que a ideia de declínio é mais um artificio retórico na construção da persona relegata. Para tanto, a discussão será delimitada pela construção do eu poético como autoridade no tratamento do sofrimento do exílio. Em primeiro lugar, são analisados trechos de Tr. 3.10, dedicados à descrição etnográfica e geográfica da Cítia, na qual se destaca o manejo da sintaxe mimética. Em seguida, oferecemos diferentes observações sobre a já muito comentada intertextualidade entre esta epístola e a descrição da Cítia oferecida...
Classica, e-ISSN 2176-6436, v. 33, n. 1, p. 51-68,, 2020
ABSTRACT: During his exile in Tomis, Ovid shields himself in the pose of poetic and linguistic de... more ABSTRACT: During his exile in Tomis, Ovid shields himself in the pose of poetic and linguistic decline, caused by the hostility of the environment. The adversity of the place where he must undergo the relegatio is an argument to justify his poetic production depreciation. The aim of this
work is to analyze some aspects of the ethnographic and geographic depiction presented by Ovid in Tristia 3.10 e 5.7, in order to add more arguments to the long tradition of studies destined to prove that the pose of poetic decline is just another rhetoric means used in the construction of the persona relegata. We center the discussion in the construction of the poetic ego’s authority on the treatment of the exile sufferings. Firstly, we analyze passages from Tr. 3.10, destined to the
ethnographic and geographic depiction of Scythia, in which the domain of the mimetic syntax is underscored. Then, we offer some remarks on the already well commented intertextuality between this epistle and Vergil’s Georgics 3.349-83, stressing that differences between one and the other are due to the construction of Ovid’s authority as exile, having even the right to correct the previous poet. Secondly, we seek to prove that, in Tr. 5.7, Ovid relegatus continues to build his image as an authority, claiming, in the middle of his supposed barbarization, his place as great Romanus vates.
RESUMO: Durante seu exílio em Tomos, Ovídio escuda-se na ideia de declínio poético e linguístico, causado pela hostilidade do entorno. A adversidade do lugar em que deve cumprir a relegatio é o argumento para justificar a queda na qualidade de sua produção poética. Neste trabalho, propomos analisar aspectos da descrição etnográfica e geográfica apresentada por Ovídio nos Tristia 3.10 e 5.7, com o objetivo de adicionar mais elementos à longa tradição de estudos dedicados a demonstrar que a ideia de declínio é mais um artificio retórico na construção da persona relegata. Para tanto, a discussão será delimitada pela construção do eu poético como autoridade no tratamento do sofrimento do exílio. Em primeiro lugar, são analisados trechos de Tr. 3.10, dedicados à descrição etnográfica e geográfica da Cítia, na qual se destaca o manejo da sintaxe mimética. Em seguida, oferecemos diferentes observações sobre a já muito comentada intertextualidade entre esta epístola e a descrição da Cítia oferecida por Vírgilio em Geórgicas 3.349-83, destacando que as diferenças entre uma e outra descrição atendem à construção da autoridade de Ovídio como exilado, inclusive ao se arrogar o "direito de corrigir" o poeta anterior. Em segundo lugar, buscamos comprovar que, em Tr. 5.7, Ovídio relegatus continua a se construir como autoridade, reivindicando, no meio de sua aparente barbarização, seu lugar como grande Romanus vates.
Mare Nostrum, 2017
ENGLISH: This article discusses the dispositio of Ep. 1 (from Penelope to Ulysses) and Ep. 14 (fr... more ENGLISH: This article discusses the dispositio of Ep. 1 (from Penelope to Ulysses) and Ep. 14 (from Hypermnestra to Lynceus) in the transmitted corpus. The purpose is to demonstrate that the epistles 1 and 14, due to the paradigmatic features of the women who write them, are key elements in the opening and closure in the sequence of mythological exempla on women’s behaviour in a love relationship. Plus, we will discuss how Canace, Ep. 11, assumes – intratextually – virtues of the two exemplary women for herself to argue her own defense. By admitting her mistakes, she emphasizes the importance of virtues such as castitas, pudicitia and pietas, best represented in the corpus by Penelope and Hypermnestra.
ESPAÑOL: El objetivo de este artículo es justificar la dispositio de las Ep. 1 (de Penélope a Ulises) y 14 (de Hipermestra a Linceo) en el corpus transmitido en la actualidad. El propósito es demostrar que las epístolas 1 y 14, gracias a las características paradigmáticas de las mujeres que las escriben, son llaves de apertura y clausura de una secuencia de exempla mitológicos sobre el buen comportamiento de la mujer en una relación amorosa. Además, discutiremos cómo Cánace, en la Ep. 11, se apropia intratextualmente de las virtudes de estas dos mujeres ejemplares para argumentar en su propia defensa. Al admitir sus errores, enfatiza la importancia de virtudes como la castitas, la pudicitia y la pietas, mejor representadas en el corpus por Penélope e Hipermestra.
Ovídio transcende na tradição poética como um poeta dedicado ao amor e seu ensinamento. Sua elegi... more Ovídio transcende na tradição poética como um poeta dedicado ao amor e seu ensinamento. Sua elegia didática e o praeceptor amoris, presente de forma predominante na Ars amatoria e nos Remedia amoris, recomenda e desaconselha comportamentos masculinos ou femininos na relação amorosa. Devido à importância da obra ovidiana, é praticamente impossível para um autor posterior, em cuja obra se identifiquem elementos erotodidáticos, não ser comparado com o poeta de Sulmona.
Marcial, por sua vez, embora tenha se dedicado a um gênero diferente, caracterizado pela argutia e a pointe do final, revela em seus epigramas os pontos de contato que este gênero mantém com a elegia e sua relação com os poetas elegíacos, retomando temáticas e léxico de Catulo, Propércio e Ovídio .
O epigrama e a elegia são muito próximos. Já na Grécia compartilham uma estrutura métrica em comum – o dístico elegíaco –, e em Roma coexistem na obra de Catulo, a ponto de se misturarem e até se confundirem. No período augustano, ambos continuam a apresentar-se, mas o gênero elegíaco passa a ser o predominante. O gênero epigramático, por sua vez, surge como epígrafe ou fechamento nos poemas elegíacos, funcionando como paratexto . Este é o caso, por exemplo, dos epigramas funerários ao final de Heroides 2. 147–48, 5. 29–30, 7. 195–96 (que logo é retomado pelo poeta em Fasti 3. 549–50) e 14. 129–30.
A partir do final do século XVIII, diversos estudos foram dedicados à intertextualidade entre os epigramas de Marcial e a obra ovidiana, particularmente com as obras do exílio, a obra poética tardia de Ovídio. No entanto, também são dignos de destaque os elementos elegíacos dos epigramas, ou, em outros termos, a elegia “epigramatizada” de Marcial. Neles, a influência de Ovídio é comprovada em nível métrico, temático e lexical, com referências explícitas ou citações textuais.
O poeta de Bílbilis deixa em evidência a proximidade de Ovídio ao gênero epigramático. De fato, Rosati afirma que Ovídio é um poeta quase-epigramático:
Ovid could appear as a poet particularly suited to a writer of epigrams, being himself a quasi-epigrammatist poet: not only because he was an occasional writer of epigrams, such as the one introducing the second edition of the Amores (which ends with the pointe on the reduction of the work from five to three books, easing the trouble of reading: Roman 2001: 136), but perhaps also for a possible epigrammatic production, of which we have some clues.
Marcial, assim como apontado por Hinds, parece reconhecer em Ovídio um epigramatista fantasiado de escritor de poemas extensos. Nos Amores de Ovídio encontram-se elegias contendo numerosos tópoi do epigrama erótico, como o sofrimento causado pela multiplicidade de affaires amorosos (como em 3.14, que veremos infra), a luxúria do poeta por mais de uma puella ao mesmo tempo e o motivo da renuntiatio amoris.
Além desses tópoi, aparecem também nos epigramas de Marcial traços da elegia didática e a figura do praeceptor. Há epigramas em que Marcial se aproxima deste tipo de elegia e constrói o ego poético como um praeceptor amoris, ou desaconselhando ou sugerindo comportamentos às mulheres. Isto é acompanhado de uma forte invectiva que em muitas ocasiões se enquadra dentro da tendência às mensagens misóginas nos epigramas. Por isso é que este tipo de epigramas se caracteriza pela condenação por parte do praeceptor a certas atitudes das mulheres, que são objeto de degradação ora por seus costumes, ora por sua aparência física. À diferença das preceptivas ovidiana, os conselhos deste tipo de praeceptor epigramático tentam reformar os maus costumes, misturando-se com o vitupério. Além disso, os preceitos parecem estar destinados menos a servir às mulheres do que a favorecer as pessoas que com elas convivem. Inclusive, em mais de uma ocasião, o ego poético claramente utiliza esses conselhos preceptivos com o fim de evitar que ele próprio se veja afetado, seja por ter que contemplar a feiura das mulheres (ver p. ex. 2. 41 e 11. 99), quer por não receber os favores sexuais pretendidos (11. 104) etc.
Neste trabalho analisaremos em primeiro lugar os epigramas 2.41 e 11.104, que receberam muita atenção da crítica e sobre os quais serão discutidos os pontos mais relevantes. Após haverá análise do epigrama 1. 34 e seus intertextos pertencentes a Ars amatoria e os Amores de Ovídio. O conteúdo preceptivo destes três epigramas revela um ego poético que emula o praeceptor amoris, mas está regido pelo código epigramático. Isto explica a transformação operada em uma matéria apropriada ao gênero elegíaco quando inserido no contexto do epigrama escóptico. A puella elegíaca, objeto de desejo, torna-se objeto de invectiva epigramática e sua figura e comportamento servem como matéria que permite atingir a pointe epigramática. Veremos, assim, como a obra didática de Ovídio funciona como intertexto para a poesia epigramática e que sua presença na obra do poeta de Bílbilis vai além de ecos linguísticos e repetições lexicais verbatim, uma vez que oferece também um modelo para a configuração do ego poético marcialino do praeceptor. O objetivo principal é somar argumentos à demonstração dos elementos da elegia presentes nos epigramas de Marcial.
Abstract: In the current paper, we aim to demonstrate the elegiac features of Medea´s complex per... more Abstract: In the current paper, we aim to demonstrate the elegiac features of Medea´s complex personality in the epistle XII of Ovid’s Heroides, and her gradual elevation from an elegiac to a tragic figure. To achieve this purpose, we will consider relevant excerpts in the epistle, seeking to prove – through intertextual analyses – how Ovid blurs the boundaries of the elegiac genre by attributing the heroine a long elegiac lament. Thereby, as Spoth asserts (1993), the elegiac querela of a woman with the peculiarities of Medea inevitably opens its way to tragedy. Thus, Ep. XII is a testimony of how the puella Medea becomes the tragic Medea.
Keywords: Heroides, Medea, intertextuality, elegy, Ovid.
Resumo: No presente trabalho, propomos demonstrar os traços elegíacos da complexa personalidade de Medeia na epístola XII do corpus das Heroides, de Ovídio, e sua gradual elevação de figura elegíaca à personagem trágica. Com este objetivo, consideraremos relevantes trechos da epístola a fim de provar – por meio de análise intertextual – como Ovídio torna difusos os limites do gênero elegíaco ao introduzir longo lamento na boca da trágica heroína. Assim, como afirmado por Spoth (1993), a querela elegíaca de uma mulher com as peculiares características de Medeia inevitavelmente dá origem à tragédia. Desta forma, Ep. XII é um testemunho de como a puella Medea converte-se na trágica Medeia.
Palavras-chave: Heroides, Medeia, intertextualidade, elegia, Ovídio.
ABSTRACT: Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in ... more ABSTRACT: Declamation, the exercise on a fictive forensic or deliberative situation practised in the schools of rhetoric, became popular in the Augustan Era. Its influence on literature can be noticed: Ovid, above all, is not free from its style and language. Seneca, the Elder (Contr. 2.2.8-12), for example, gives a testimonial of Ovid's activities as a declamator. Therefore this paper discusses the Heroides IV, an epistle that belongs to one of Ovid´s most rhetorical works, in the light of the declamatory genre, focusing on style, like the use of sententiae, and other thematic and structural similarities.
RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo analizar relaciones intratextuales entre las epístolas ... more RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo analizar relaciones intratextuales entre las epístolas de Dido (Ep. VII) y Medea (Ep. XII), pertenecientes al corpus de las Heroidas, de Ovidio. Para ello, nos centraremos en los puntos de contacto concernientes al foedus amoris, al furor y a la muerte como desenlace de sus lamentos. Mediante este procedimiento, se demostrará que Medea, como figura ejemplar, contribuye en la configuración de Dido, no solo de forma intertextual (ya que Dido presenta rasgos de la Medea de Apolonio), sino también de forma intratextual.
Palabras clave: Dido, Medea, Heroidas, intratextualidad, ejemplaridad.
La posición del genitivo dentro del sintagma nominal es un tema intrincado sobre el cual se ha di... more La posición del genitivo dentro del sintagma nominal es un tema intrincado sobre el cual se ha discutido mucho sin llegar a un acuerdo entre los estudiosos. Prevalece la idea de que la posición no marcada es NG, mientras que GN es el orden marcado. Su aparición se debe a una serie de factores que pueden influir sobre el genitivo. Uno de estos tiene que ver con la influencia que tiene el adjetivo dentro del sintagma nominal sobre la posición del genitivo, hipótesis según la cual el adjetivo arrastraría al genitivo hacia la misma posición en la que él se encuentra, esto es, a la derecha o a la izquierda del núcleo.
Utilizando como corpus la primera oratio de De lege agraria, de Cicerón y los primeros 18 capítulos de las Historiae de Tácito, en este trabajo nos proponemos analizar la cantidad de apariciones de los ordenamientos NG y GN en estos autores y la influencia que los adjetivos dentro del sintagma nominal pueden tener sobre la posición del genitivo. A partir de de esto, procuraremos comprobar si se cumple la hipótesis de los trabajos de Adams (1976) y Bauer (1995), quienes afirman que los órdenes más habituales, siempre que tengamos una serie de N/A/G, serán AGN o NGA.
Ille ego Romanus vates: a autoridade poética do relegatus nos Tristia e Epistulae ex Ponto, de Ovídio, 2022
The object of research is the study of the Tristia and the Epistulae ex Ponto, Ovid's poems of ex... more The object of research is the study of the Tristia and the Epistulae ex Ponto, Ovid's poems of exile, a period that lasted until his death. In these works, the discursive construction of the topic of exile juxtaposes to the poetic reflection on his new situation as relegatus. This combination guides to the necessity of constructing the exiled persona's poetic authority, traceble throughout these two works. By analyzing the way in which the poet conceives exile, the questions that emerge are if and how the disruptive experience of exile, for a Roman poet like Ovid, leads to discursive strategies which allow him to propose himself as a modelic exiled poet. Based in the Ovidian poetic authority's assumption, I established three aspects to be analyzed. The first deals with the figure of the poeta exclusus as auctor. I will study the relationship of the poet with a) the construction of his memory in Rome; b) the reiteration of the poet's choice of the elegiac epistle genre's that enables him to close his poetic career giving prestige to the genre described by himself as ignotum opus (Ars 3.346); and c) the claim of the exiled persona as auctor and vates. The second aspect focuses on the figure of the poet as the centre of the myth of exile (CLAASSEN, 1988). Ovid builds the persona as a model of exile, an unquestionable authority on the subject. I will center on a) the characteristics of the poet as ethnographer of the region in which he is forced to live and b) the comparisons made by the poet between the exile persona and figures of the mythical tradition. The third and last aspect aims to examine the conflict between poetic authority and political authority, in particular, concerning the confrontation among the poet and the divus princeps and the domus Augusta.
Las relaciones que se pueden establecer entre las piezas que conforman el corpus permiten pensar ... more Las relaciones que se pueden establecer entre las piezas que conforman el corpus permiten pensar que Horacio procuró presentar sus Carmina en un orden que fuera significativo al momento de leer e interpretar cada uno de ellos. Eckard Lefèvre (1995: 508), por ejemplo, entiende que en el libro I el primer carmen se corresponde con el último, el segundo, con el anteúltimo, y, así, sucesivamente. A este particular ordenamiento de los Carmina Lefèvre lo denominó “composición arquitectónica de las
Odas”.
El libro I está enmarcado por los carmina I 1 y I 38, los dos, de carácter privado. El primero es un priamel dedicado a Mecenas; el último, una sphragis donde el poeta nos muestra su pura imagen “y su amor por la sencillez, simplex munditiis. Como si
quisiera mostrarnos, al final de su primer libro, a quien ha cantado todo esto” (Bekes, 2005: 214). Dentro de este marco, se encuentran dos poemas de alto contenido político que se conectan simétricamente y que tratan asuntos de suma importancia para los comienzos del principado de Augusto: el fin de la guerra civil. I 2 y I 37 ocupan posiciones destacadas dentro de la composición arquitectónica del libro I y los dos se
complementan de forma tal que pueden leerse, como dijera Pöschl (1970: 74), como un pedido y su realización.
En el presente trabajo nos proponemos analizar los carmina I 2 y I 37, en los que Horacio se refiere al momento de transición política que significó el fin de un largo enfrentamiento bélico, el comienzo del reinado de paz de Octaviano y el camino hacia
la grandeza del principado. A pesar de que cada una de estas odas encierra un tono y un punto de vista diferentes, el vate de Venusia no deja en ninguna de ellas de enaltecer la figura de Octaviano y brindarle su apoyo. Al mismo tiempo, el poeta eleva su propia figura, aproximándose en la primera al dios Mercurio, y, en la última al poeta Alceo.
Por medio de este recurso, Horacio configura en el libro I de esta importante obra su
propio ethos y confirma su lugar dentro de la poesía augustal.
This research analyses the possible intratextual relation between the first fourteen epistles of ... more This research analyses the possible intratextual relation between the first fourteen epistles of Ovid’s Heroides. These relations allow the reader to understand them not only as unconnected monologues brought together under the form of epistles (Auhagen, 1999, p. 90), but also as collection of poems that have meaning when read in the light of
the others. The relations emerge because of the heroines’ exemplary character, paradigmatic of a certain behavior. In the intratextual dialogue, the exemplarity enables the mutual configuration of the women and their epistles. Considering that Ovid himself, in the third book of his Ars, recommends to read his collection of epistles and that he also refers to these women as exempla of failure in the art of love, the whole collection can be understood as a series of exempla that complement the didactic purpose of the Ars amatoria. Because of their lack of ars amandi, the heroines fail in trying to convince their lovers to come back to them. Therefore, the reader receives the epistles as an exemplum of what should not be done and as a justification for the need of a praeceptor. The overlapping of the elegiac and the epistolary genres enables the letter to be an appropriate mean to convey an exemplum, due to the didactic features of both genres.
Key words: Heroides, Ovid, intratextuality, exemplum, elegiac epistle