Denise Rollemberg - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Denise Rollemberg
Historia Mexicana, May 11, 2021
Latin American Perspectives, Jul 1, 2007
... He was drawn to the same Cuba that to others seemed so restrictive (Uchôa Cavalcanti andRamos... more ... He was drawn to the same Cuba that to others seemed so restrictive (Uchôa Cavalcanti andRamos, 1978: 233): In Cuba I experienced firsthand and saw with my own eyes what socialism is about and what it's possible to achieve in a socialist country. ...
Topoi (Rio de Janeiro), 2018
Comunicación social e opinión pública nas ditaduras: narrativas, idearios e representacións, 2021, ISBN 9788481588927, págs. 250-253, 2021
Rio de Janeiro: Record, 1999
… , Denise; KNAUSS, Paulo; …, 2009
... 21 anos se construiu estruturada na idéia da resistência, como constatou Daniel Aarão Reis há... more ... 21 anos se construiu estruturada na idéia da resistência, como constatou Daniel Aarão Reis há mais de uma década. ... Só nas rememorações dos 40 anos do golpe civil-militar, em 2004, dois autores Daniel Aarão Reis e Marcelo Ridenti - polemizaram a esse respeito. ...
Tempo-niteroi, Dec 1, 2022
Resumo: O artigo visa a contribuir para o debate em torno da tensão presente em museus históricos... more Resumo: O artigo visa a contribuir para o debate em torno da tensão presente em museus históricos de temáticas ligadas à Segunda Guerra Mundial entre narrativas celebratórias de certos fatos e personagens (memória) e narrativas críticas próprias à natureza da pesquisa histórica. Tal tensão aparece tanto em museus europeus, como norte-americanos. Como desdobramento dessa discussão, aborda também os conflitos em torno da criação de museus históricos dedicados a assuntos tais como fascismo, nazismo, colaboração, na Europa.
Resistência. Memória da ocupação nazista na França e na Itália , 2016
plexidades dos comportamentos sociais, em geral, e dos resistentes, em particular, ganharam o seu... more plexidades dos comportamentos sociais, em geral, e dos resistentes, em particular, ganharam o seu lugar. Foi, portanto, nesse contexto do fim da guerra e glorificação da Resistência que começaram a surgir os inúmeros museus e memoriais da Resistência. Eles estão espalhados por toda a Europa que esteve ocupada e, sobretudo, onde se concentraram as lutas de resistência. Na própria Alemanha, protagonista da ocupação, há museu e memoriais dedicados à Resistência. Esses lugares de memória contribuíramativamente na construção da memória coletiva, tão importante na reedificação das identidades nacionais, divulgando heróis e seus feitos, celebrando a Resistência como patrimônio da nação.Os museus e memoriais, apesar de celebratórios, buscaram (e buscam) atuar, produzir um discurso, um conhecimento sobre o tema. De uma forma ou de outra, uns mais, outros menos, põem em discussão o mito da Resistência e incorporam as reflexões conceituais sobre o que pôde significar resistir à ocupação nazista. Nesse processo, refizeram-se, reinventaram-se como museus e memoriais. Se a função celebratória de fatos e personagens parece hoje mais restrita aos memoriais, à medida que os museus da Resistência, sobretudo os mais atualizados, esforçam-se para se afastar dos discursos de memória, reivindicando-se como museus históricos, os limites ainda existem. A exposição Rédecouvrir Jean Moulin é uma evidência dessa constatação. Proponho, nesse livro, uma abordagem da memória da Resistência, suas construções e desconstruções e, para tanto, começo por reconstruir os esforços da historiografia na conceituação da Resistência, acompanhando as linhas centrais de um debate que, como vimos acima, envolveu as trajetórias dos museus e memoriais da Resistência, sobretudo, nas últimas décadas do século XX. No seguimento, examino as narrativas presentes em museus e memoriais de dois países onde eles são mais numerosos e diversificados: França e Itália. Na França, ocupada entre 1940 e 1944, são cerca de 60 museus (capítulo 2) e,na Itália, ocupada entre 1943-1945, aproximadamente 15 museus (capítulo 4). Para cada caso, procurei verticalizar o estudo de temáticas presentes nesses museus. No caso francês, tratei das cartas de despedidas de condenados à morte, escritas a poucas horas do fuzilamento (capítulo 3). No caso italiano, examinei a tragédia dos sette frattelli-o fato e memória dele-acerca dos sete irmãos resistentes mortos pelos fascistas da região da Emilia-Romagna (capítulo 5).Busquei analisar o museu a eles dedicado relacionando-o a duas visões historiográficas opostas. Sob a bandeira nacional socialista, a Alemanha parecia, em novembro de 1942, enfim, realizar a antiga ambição prussiana de expansão das fronteiras. A derrota na Grande Guerra, em 1918, do Império criado em 1871, amargada nos anos seguintes ao fim do primeiro conflito de dimensões mundiais, parecia superada diante do domínio obtido de grande parte da Europa continental e do Norte da África (junho de 1940) e de parte do território soviético (junho de 1941). Na Europa, a expansão alemã já se iniciara com as anexações da Áustria e dos Sudetos, na Tchecoslováquia, em março e outubro de 1938, respectivamente, no contexto da política de apaziguamento da Grã-Bretanha e da França dispostas a concessões à Alemanha nazista diante da perspectiva de guerra. 1 A invasão da Polônia (setembro de 1939), campanha que suscitou o início à guerra, deu sequência à expansão em curso, fenômeno que só começou a mudar a partir da derrota alemã, em El Alamein (Egito), em novembro de 1942, e em Stalingrado (URSS), em fevereiro do ano seguinte. 2 1 Os Sudetos eram uma região de população alemã que passou a integrar a Tchecoslováquia, país criado na sequência do fim da Grande Guerra (1914-1918). A Conferência de Munique, ocorrida em 29 de setembro de 1938, reunindo Chamberlain, Daladier, Mussolini e Hitler na cidade bávara acordou a recuperação dos Sudetos por parte da Alemanha. O encontro marcou o ápice da chamada política de apaziguamento defendida pelos primeiros ministros britânico e francês frente às ambições expansionistas do nacional socialismo, no poder desde janeiro de 1933, quando Hitler tornou-se 1 o ministro da Alemanha. 2 Nesse cenário, a derrota das tropas comandadas pelo general Erwin Rommel, na batalha de El Alamein, em novembro de 1942, no Egito, para o general britânico Montgomery, foi um marco, dando início à expulsão das forças militares do Eixo do Norte do continente africano Resistência: o desafio da conceituação CAPÍTULO 1
Comunistas brasileiros: cultura política e produção cultural
Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada... more Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada pelos alemães e, no pós-1945, construíram suas carreiras, especialmente na chamada Nova História francesa. A pesquisa está baseada em ensaios de ego-história, autobiografias e entrevistas que os autores selecionados produziram a partir de finais dos anos 1980, ou seja, quase 40 anos após o fim da guerra. O estudo tem como objetivo demonstrar, em primeiro lugar, que tais lembranças se inserem, de uma forma ou de outra, na memória construída na França do pós-guerra, influenciadas pelo mito da Resistência que o revisionismo historiográfico francês tem desconstruído desde a década de 1970. Finalmente, o artigo argumenta que a maioria dos autores selecionados, quando jovem, viveu no que Pierre Laborie chamou de zona cinzenta, inspirado na obra de Primo Levi.This article analyzes the remembrances of some French historians who lived in German-occupied France and, in the post-1945, built their ...
Revista de História
Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada... more Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada pelos alemães e, no pós-1945, construíram suas carreiras, especialmente na chamada Nova História francesa. A pesquisa está baseada em ensaios de ego-história, autobiografias e entrevistas que os autores selecionados produziram a partir de finais dos anos 1980, ou seja, quase 40 anos após o fim da guerra. O estudo tem como objetivo demonstrar, em primeiro lugar, que tais lembranças se inserem, de uma forma ou de outra, na memória construída na França do pós-guerra, influenciadas pelo mito da Resistência que o revisionismo historiográfico francês tem desconstruído desde a década de 1970. Finalmente, o artigo argumenta que a maioria dos autores selecionados, quando jovem, viveu no que Pierre Laborie chamou de zona cinzenta, inspirado na obra de Primo Levi.
Anuario Colombiano de Historia Social y de la Cultura, 2021
Objetivo: o artigo discute a potencialidade da memorialística como produtora de textos historiogr... more Objetivo: o artigo discute a potencialidade da memorialística como produtora de textos historiográficos, embora a distinga do conceito de memória utilizado por historiadores. Como fonte específica do trabalho, escolhemos o livro do húngaro Miklós Nyiszli sobre a sua experiência como membro do corpo médico de Auschwitz em 1944. Metodologia: definimos memorialística a partir de uma abordagem de crítica literária, entendendo o texto como narrativa testemunhal escrita por quem participou diretamente dos eventos relatados. O método empregado foi, em primeiro lugar, a crítica interna de fontes proposta pelo historicismo e aprimorada por Marc Bloch em Apologia da História e, em segundo lugar, o método proposto por Lawrence Bardin em Análise de Conteúdo, que permite a segmentação do texto a partir de ideias-chave a critério do investigador. Originalidade: reside, em primeiro lugar, na discussão do status da memorialística no campo da historiografia e, em segundo lugar, na escolha de autor p...
rth |, 2020
O artigo discute a relação entre História e Justiça, mais precisamente a comparação entre o papel... more O artigo discute a relação entre História e Justiça, mais precisamente a comparação entre o papel do historiador e o do juiz no processo de conhecimento de casos particulares. A historiografia é abordada em várias épocas, desde a Antiguidade Clássica até a atualidade, analisando-se Heródoto, Tucídides, Santo Agostinho, Antônio Vieira e outros. Nesta visão panorâmica, o foco recai sobre o dilema entre o juízo de valor e o juízo crítico, o que nos conduz à análise do Historicismo e do movimento dos Annales, com ênfase nas reflexões de Lucien Febvre e de Marc Bloch. Valoriza-se o procedimento judicial do historiador no domínio dos eventos, em contraste com os historiadores, linguistas ou filósofos que reduzem as evidências históricas ao domínio das representações ou versões de um mesmo fato, duvidando da veracidade de fatos reais. Aprofundamos tal discussão na abordagem de três grandes julgamentos: o caso Dreyfus, nos anos 1890, o caso Eichmann, em 1960, e o caso Sofri, nos anos 1990. ...
Although revisionism and negationism are terms and concepts that allude to different things, they... more Although revisionism and negationism are terms and concepts that allude to different things, they are often confused in studies on different themes and situations. This article seeks to differentiate them and to analyze the reasons and the processes from which the two terms were often confused. The issue gained particular visibility in the controversies surrounding Nazi crimes in World War II, but it involves controversies before and after the conflict. Such a reality can be observed in three dimensions that, being autonomous, not infrequently got mixed up: (a) political and ideological; (b) historiographic; (c) judicial. Involving disputes from the past, the interpenetration of these dimensions occurs, above all, when issues of the history of the Present Time are at stake.
Revista de História, 2021
A partir dos conceitos de “lugares de memória” (Nora) e “espaços de recordação” (Assmann), o a... more A partir dos conceitos de “lugares de memória” (Nora) e “espaços de recordação” (Assmann), o artigo propõe uma reflexão crítica sobre as intenções e as contradições presentes na narrativa do Memorial dos Heróis Silenciosos - Resistência contra a perseguição dos judeus, 1933-1945, criado em 2008, em Berlim, na Rua Rosenthaler, no bairro com grande concentração de judeus na época da Alemanha nazista. O Memorial narra histórias daqueles que, individualmente ou articulados a grupos, associações, organizações, arriscaram suas vidas para salvar judeus da deportação, independentemente do êxito ou não de tais iniciativas.
Historia Mexicana, May 11, 2021
Latin American Perspectives, Jul 1, 2007
... He was drawn to the same Cuba that to others seemed so restrictive (Uchôa Cavalcanti andRamos... more ... He was drawn to the same Cuba that to others seemed so restrictive (Uchôa Cavalcanti andRamos, 1978: 233): In Cuba I experienced firsthand and saw with my own eyes what socialism is about and what it's possible to achieve in a socialist country. ...
Topoi (Rio de Janeiro), 2018
Comunicación social e opinión pública nas ditaduras: narrativas, idearios e representacións, 2021, ISBN 9788481588927, págs. 250-253, 2021
Rio de Janeiro: Record, 1999
… , Denise; KNAUSS, Paulo; …, 2009
... 21 anos se construiu estruturada na idéia da resistência, como constatou Daniel Aarão Reis há... more ... 21 anos se construiu estruturada na idéia da resistência, como constatou Daniel Aarão Reis há mais de uma década. ... Só nas rememorações dos 40 anos do golpe civil-militar, em 2004, dois autores Daniel Aarão Reis e Marcelo Ridenti - polemizaram a esse respeito. ...
Tempo-niteroi, Dec 1, 2022
Resumo: O artigo visa a contribuir para o debate em torno da tensão presente em museus históricos... more Resumo: O artigo visa a contribuir para o debate em torno da tensão presente em museus históricos de temáticas ligadas à Segunda Guerra Mundial entre narrativas celebratórias de certos fatos e personagens (memória) e narrativas críticas próprias à natureza da pesquisa histórica. Tal tensão aparece tanto em museus europeus, como norte-americanos. Como desdobramento dessa discussão, aborda também os conflitos em torno da criação de museus históricos dedicados a assuntos tais como fascismo, nazismo, colaboração, na Europa.
Resistência. Memória da ocupação nazista na França e na Itália , 2016
plexidades dos comportamentos sociais, em geral, e dos resistentes, em particular, ganharam o seu... more plexidades dos comportamentos sociais, em geral, e dos resistentes, em particular, ganharam o seu lugar. Foi, portanto, nesse contexto do fim da guerra e glorificação da Resistência que começaram a surgir os inúmeros museus e memoriais da Resistência. Eles estão espalhados por toda a Europa que esteve ocupada e, sobretudo, onde se concentraram as lutas de resistência. Na própria Alemanha, protagonista da ocupação, há museu e memoriais dedicados à Resistência. Esses lugares de memória contribuíramativamente na construção da memória coletiva, tão importante na reedificação das identidades nacionais, divulgando heróis e seus feitos, celebrando a Resistência como patrimônio da nação.Os museus e memoriais, apesar de celebratórios, buscaram (e buscam) atuar, produzir um discurso, um conhecimento sobre o tema. De uma forma ou de outra, uns mais, outros menos, põem em discussão o mito da Resistência e incorporam as reflexões conceituais sobre o que pôde significar resistir à ocupação nazista. Nesse processo, refizeram-se, reinventaram-se como museus e memoriais. Se a função celebratória de fatos e personagens parece hoje mais restrita aos memoriais, à medida que os museus da Resistência, sobretudo os mais atualizados, esforçam-se para se afastar dos discursos de memória, reivindicando-se como museus históricos, os limites ainda existem. A exposição Rédecouvrir Jean Moulin é uma evidência dessa constatação. Proponho, nesse livro, uma abordagem da memória da Resistência, suas construções e desconstruções e, para tanto, começo por reconstruir os esforços da historiografia na conceituação da Resistência, acompanhando as linhas centrais de um debate que, como vimos acima, envolveu as trajetórias dos museus e memoriais da Resistência, sobretudo, nas últimas décadas do século XX. No seguimento, examino as narrativas presentes em museus e memoriais de dois países onde eles são mais numerosos e diversificados: França e Itália. Na França, ocupada entre 1940 e 1944, são cerca de 60 museus (capítulo 2) e,na Itália, ocupada entre 1943-1945, aproximadamente 15 museus (capítulo 4). Para cada caso, procurei verticalizar o estudo de temáticas presentes nesses museus. No caso francês, tratei das cartas de despedidas de condenados à morte, escritas a poucas horas do fuzilamento (capítulo 3). No caso italiano, examinei a tragédia dos sette frattelli-o fato e memória dele-acerca dos sete irmãos resistentes mortos pelos fascistas da região da Emilia-Romagna (capítulo 5).Busquei analisar o museu a eles dedicado relacionando-o a duas visões historiográficas opostas. Sob a bandeira nacional socialista, a Alemanha parecia, em novembro de 1942, enfim, realizar a antiga ambição prussiana de expansão das fronteiras. A derrota na Grande Guerra, em 1918, do Império criado em 1871, amargada nos anos seguintes ao fim do primeiro conflito de dimensões mundiais, parecia superada diante do domínio obtido de grande parte da Europa continental e do Norte da África (junho de 1940) e de parte do território soviético (junho de 1941). Na Europa, a expansão alemã já se iniciara com as anexações da Áustria e dos Sudetos, na Tchecoslováquia, em março e outubro de 1938, respectivamente, no contexto da política de apaziguamento da Grã-Bretanha e da França dispostas a concessões à Alemanha nazista diante da perspectiva de guerra. 1 A invasão da Polônia (setembro de 1939), campanha que suscitou o início à guerra, deu sequência à expansão em curso, fenômeno que só começou a mudar a partir da derrota alemã, em El Alamein (Egito), em novembro de 1942, e em Stalingrado (URSS), em fevereiro do ano seguinte. 2 1 Os Sudetos eram uma região de população alemã que passou a integrar a Tchecoslováquia, país criado na sequência do fim da Grande Guerra (1914-1918). A Conferência de Munique, ocorrida em 29 de setembro de 1938, reunindo Chamberlain, Daladier, Mussolini e Hitler na cidade bávara acordou a recuperação dos Sudetos por parte da Alemanha. O encontro marcou o ápice da chamada política de apaziguamento defendida pelos primeiros ministros britânico e francês frente às ambições expansionistas do nacional socialismo, no poder desde janeiro de 1933, quando Hitler tornou-se 1 o ministro da Alemanha. 2 Nesse cenário, a derrota das tropas comandadas pelo general Erwin Rommel, na batalha de El Alamein, em novembro de 1942, no Egito, para o general britânico Montgomery, foi um marco, dando início à expulsão das forças militares do Eixo do Norte do continente africano Resistência: o desafio da conceituação CAPÍTULO 1
Comunistas brasileiros: cultura política e produção cultural
Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada... more Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada pelos alemães e, no pós-1945, construíram suas carreiras, especialmente na chamada Nova História francesa. A pesquisa está baseada em ensaios de ego-história, autobiografias e entrevistas que os autores selecionados produziram a partir de finais dos anos 1980, ou seja, quase 40 anos após o fim da guerra. O estudo tem como objetivo demonstrar, em primeiro lugar, que tais lembranças se inserem, de uma forma ou de outra, na memória construída na França do pós-guerra, influenciadas pelo mito da Resistência que o revisionismo historiográfico francês tem desconstruído desde a década de 1970. Finalmente, o artigo argumenta que a maioria dos autores selecionados, quando jovem, viveu no que Pierre Laborie chamou de zona cinzenta, inspirado na obra de Primo Levi.This article analyzes the remembrances of some French historians who lived in German-occupied France and, in the post-1945, built their ...
Revista de História
Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada... more Este artigo analisa as lembranças de alguns historiadores franceses que viveram na França ocupada pelos alemães e, no pós-1945, construíram suas carreiras, especialmente na chamada Nova História francesa. A pesquisa está baseada em ensaios de ego-história, autobiografias e entrevistas que os autores selecionados produziram a partir de finais dos anos 1980, ou seja, quase 40 anos após o fim da guerra. O estudo tem como objetivo demonstrar, em primeiro lugar, que tais lembranças se inserem, de uma forma ou de outra, na memória construída na França do pós-guerra, influenciadas pelo mito da Resistência que o revisionismo historiográfico francês tem desconstruído desde a década de 1970. Finalmente, o artigo argumenta que a maioria dos autores selecionados, quando jovem, viveu no que Pierre Laborie chamou de zona cinzenta, inspirado na obra de Primo Levi.
Anuario Colombiano de Historia Social y de la Cultura, 2021
Objetivo: o artigo discute a potencialidade da memorialística como produtora de textos historiogr... more Objetivo: o artigo discute a potencialidade da memorialística como produtora de textos historiográficos, embora a distinga do conceito de memória utilizado por historiadores. Como fonte específica do trabalho, escolhemos o livro do húngaro Miklós Nyiszli sobre a sua experiência como membro do corpo médico de Auschwitz em 1944. Metodologia: definimos memorialística a partir de uma abordagem de crítica literária, entendendo o texto como narrativa testemunhal escrita por quem participou diretamente dos eventos relatados. O método empregado foi, em primeiro lugar, a crítica interna de fontes proposta pelo historicismo e aprimorada por Marc Bloch em Apologia da História e, em segundo lugar, o método proposto por Lawrence Bardin em Análise de Conteúdo, que permite a segmentação do texto a partir de ideias-chave a critério do investigador. Originalidade: reside, em primeiro lugar, na discussão do status da memorialística no campo da historiografia e, em segundo lugar, na escolha de autor p...
rth |, 2020
O artigo discute a relação entre História e Justiça, mais precisamente a comparação entre o papel... more O artigo discute a relação entre História e Justiça, mais precisamente a comparação entre o papel do historiador e o do juiz no processo de conhecimento de casos particulares. A historiografia é abordada em várias épocas, desde a Antiguidade Clássica até a atualidade, analisando-se Heródoto, Tucídides, Santo Agostinho, Antônio Vieira e outros. Nesta visão panorâmica, o foco recai sobre o dilema entre o juízo de valor e o juízo crítico, o que nos conduz à análise do Historicismo e do movimento dos Annales, com ênfase nas reflexões de Lucien Febvre e de Marc Bloch. Valoriza-se o procedimento judicial do historiador no domínio dos eventos, em contraste com os historiadores, linguistas ou filósofos que reduzem as evidências históricas ao domínio das representações ou versões de um mesmo fato, duvidando da veracidade de fatos reais. Aprofundamos tal discussão na abordagem de três grandes julgamentos: o caso Dreyfus, nos anos 1890, o caso Eichmann, em 1960, e o caso Sofri, nos anos 1990. ...
Although revisionism and negationism are terms and concepts that allude to different things, they... more Although revisionism and negationism are terms and concepts that allude to different things, they are often confused in studies on different themes and situations. This article seeks to differentiate them and to analyze the reasons and the processes from which the two terms were often confused. The issue gained particular visibility in the controversies surrounding Nazi crimes in World War II, but it involves controversies before and after the conflict. Such a reality can be observed in three dimensions that, being autonomous, not infrequently got mixed up: (a) political and ideological; (b) historiographic; (c) judicial. Involving disputes from the past, the interpenetration of these dimensions occurs, above all, when issues of the history of the Present Time are at stake.
Revista de História, 2021
A partir dos conceitos de “lugares de memória” (Nora) e “espaços de recordação” (Assmann), o a... more A partir dos conceitos de “lugares de memória” (Nora) e “espaços de recordação” (Assmann), o artigo propõe uma reflexão crítica sobre as intenções e as contradições presentes na narrativa do Memorial dos Heróis Silenciosos - Resistência contra a perseguição dos judeus, 1933-1945, criado em 2008, em Berlim, na Rua Rosenthaler, no bairro com grande concentração de judeus na época da Alemanha nazista. O Memorial narra histórias daqueles que, individualmente ou articulados a grupos, associações, organizações, arriscaram suas vidas para salvar judeus da deportação, independentemente do êxito ou não de tais iniciativas.