Emanuel Guerreiro - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Emanuel Guerreiro
Literatura em Debate, Dec 31, 2022
Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu a... more Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu aparecimento, autores e obras determinantes e as suas características principais, que se tornaram marco da modernidade e motivo de criação literária para autores dos séculos XIX e XX. Procura-se fazer uma leitura diacrónica do nascimento do Romantismo na Inglaterra, Alemanha e França, com referência aos principais autores e às suas obras, que se tornaram basilares para o período, assim como alguns exemplos da literatura portuguesa, que justificam a herança temporal e espacial alcançada.
Brotéria: Cristianismo e cultura, 2015
Literatura em Debate, 2023
Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu a... more Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu aparecimento, autores e obras determinantes e as suas características principais, que se tornaram marco da modernidade e motivo de criação literária para autores dos séculos XIX e XX. Procura-se fazer uma leitura diacrónica do nascimento do Romantismo na Inglaterra, Alemanha e França, com referência aos principais autores e às suas obras, que se tornaram basilares para o período, assim como alguns exemplos da literatura portuguesa, que justificam a herança temporal e espacial alcançada.
Caderno de Letras
O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o... more O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o leitor estabelece com os livros. O autor recorre a pensamentos de Plutarco, Montaigne, Kafka, Lewis Carroll, Rainer Maria Rilke, Milan Kundera, entre outros, sobre o tema, guia para o desenvolvimento do seu texto. A questão que coloca é: a leitura é uma virtude ou um vício? O livro abre com uma citação de Christian Bobin: «Não há nenhuma diferença entre a leitura e a escrita. Quem lê é autor daquilo que lê.». Esta ideia remete para uma co-criação ou, mesmo, uma re-criação do texto que um autor publica, com a necessidade da intervenção de um leitor, um chamamento, um apelo à sua dádiva de vida, para que o texto vivo ganhe dos seus geradores (autor e leitor) o sentido, um sentido. Há uma transformação, uma metamorfose, num processo de silêncio e de recolhimento, não só pela leitura, mas, também, a partir do acto de criação, de escrita, como se o texto prendesse em si, primeiro, o autor que o cria e, em seguida, buscasse sedento o leitor que o saciasse. Afonso Cruz relata um episódio (pp. 24-25) de um amigo que visita o escritor francês Balzac e encontra-o numa emoção extrema, com a morte de uma duquesa. O amigo não reconhece, na sociedade francesa, essa senhora por tal nome. A verdade é que o escritor acabara de «matar» a personagem no livro que estava a escrever e, ele próprio duplamente autor e leitor do texto, não controlou a tristeza provocada pela sua criação. Resenha: O vício dos livros Guerreiro, E.
Revista de Letras, 2022
Este estudo analisa o conceito de identidade e o estatuto do «eu» e procura compreender de que fo... more Este estudo analisa o conceito de identidade e o estatuto do «eu» e procura compreender de que forma o sujeito se conhece e se representa a si próprio, como se processa a construção da sua identidade, ao ver-se a si-mesmo e como um outro através do auto-retrato e da ideia de duplo. Esta análise seguirá o pensamento de autores como Emmanuel Levinas, e a ética da alteridade, e de Paul Ricoeur, e a percepção de si-mesmo como um outro. Atentar-se-á no diálogo entre identidade e alteridade, em que a permanente auto-reflexão contribui para uma criação identitária.
FronteiraZ, 2016
This study aims at reflecting on the act of reading, based on two short stories by Valter Hugo Mã... more This study aims at reflecting on the act of reading, based on two short stories by Valter Hugo Mãe, published in the book Tales of Dogs and Bad Wolves (The boy who lived in the books; and Libraries), where READING is assumed as a learning experience by the senses and feelings, and, simultaneously, a means to open one's eyes to the creation of new worlds.
Caderno de Letras. Revista do Centro de Letras e Comunicação da Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul (Brasil), 2022
O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o... more O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o leitor estabelece com os livros. O autor recorre a pensamentos de Plutarco, Montaigne, Kafka, Lewis Carroll, Rainer Maria Rilke, Milan Kundera, entre outros, sobre o tema, guia para o desenvolvimento do seu texto. A questão que coloca é: a leitura é uma virtude ou um vício? O livro abre com uma citação de Christian Bobin: «Não há nenhuma diferença entre a leitura e a escrita. Quem lê é autor daquilo que lê.». Esta ideia remete para uma co-criação ou, mesmo, uma re-criação do texto que um autor publica, com a necessidade da intervenção de um leitor, um chamamento, um apelo à sua dádiva de vida, para que o texto vivo ganhe dos seus geradores (autor e leitor) o sentido, um sentido. Há uma transformação, uma metamorfose, num processo de silêncio e de recolhimento, não só pela leitura, mas, também, a partir do acto de criação, de escrita, como se o texto prendesse em si, primeiro, o autor que o cria e, em seguida, buscasse sedento o leitor que o saciasse. Afonso Cruz relata um episódio (pp. 24-25) de um amigo que visita o escritor francês Balzac e encontra-o numa emoção extrema, com a morte de uma duquesa. O amigo não reconhece, na sociedade francesa, essa senhora por tal nome. A verdade é que o escritor acabara de «matar» a personagem no livro que estava a escrever e, ele próprio duplamente autor e leitor do texto, não controlou a tristeza provocada pela sua criação. Resenha: O vício dos livros Guerreiro, E.
O combate espiritual travado entre os dois Anteros, o luminoso e o nocturno, marca o início da Mo... more O combate espiritual travado entre os dois Anteros, o luminoso e o nocturno, marca o início da Modernidade na literatura portuguesa: o seu drama pessoal e a profunda crise de consciência encontraria, através da reflexão filosófica, a resposta para questões metafísicas como o Ideal, a Morte, a Verdade. A sua «Filosofia idealista da Morte» veicula uma aspiração positiva e libertadora, ultrapassando a ideia pessimista e mórbida, e revela um percurso evolutivo desde uma impressão negativa até à ansiada liberdade no infinito. Questionando a existência e o mistério do Além e confessando o seu tormento íntimo e a sua inquietação, Antero medita na ideia da Morte aliada à concepção do bem, da liberdade ou do amor, recorrendo ao sonho como forma de estabelecer comunicação com a profundidade e os segredos do universo.
Poeticamente transformando o sentimento em ideia, Antero alia ao processo de intelectualização e síntese a seriedade e sinceridade, confrontando a reflexão crítica com a aspiração da consciência que quer eliminar o sofrimento e a solidão e superar o pessimismo do contraste entre a realidade e o ideal(izado) através de uma evolução moral que o eleve a um estado de felicidade nirvânica. A Noite e a Morte fazem esquecer ao Homem a miséria do Mundo e libertam-no da dor, dando-lhe a paz que lhe permite alcançar a verdadeira existência no absoluto e a plenitude da comunhão com o Bem e com o ideal de perfeição espiritual que lhe é imanente e que é realização da Consciência.
Forma Breve, Dec 20, 2014
RESUMO: Este estudo procura compreender o modo como a oposição entre o Antero luminoso e o Antero... more RESUMO: Este estudo procura compreender o modo como a oposição entre o Antero luminoso e o Antero nocturno estrutura a criação poética anteriana e se este conflito pode ser a leitura do seu drama filosófico e espiritual.
ABSTRACT: This study seeks to understand how the contrast between the apollonian Antero and the nocturne one structures the Poet’s creation and if this conflict can be the reading of Antero’s philosophical and spiritual drama.
Coloquio Letras, 2010
Quanto mais transparente é a escrita mais a poesia se vê […].
Brotéria Cristianismo E Cultura, 2013
Este estudo pretende ser uma primeira abordagem aos sonetos de Bocage, que constituem um document... more Este estudo pretende ser uma primeira abordagem aos sonetos de Bocage, que constituem um documento da sua vida e tormentos da alma, como se de um diário íntimo se tratasse, destacando-se as suas características inovadoras que marcaram os alvores do movimento romântico na literatura portuguesa, assim como dar a conhecer o poeta, mais famoso pelo anedotário popular do que pelo valor da produção poética.
Brotéria, 2020
Este estudo pretende ser uma abordagem preambular ao livro de Sonetos Completos de Antero de Quen... more Este estudo pretende ser uma abordagem preambular ao livro de Sonetos Completos de Antero de Quental, publicado em 1886, e permitir a compreensão de como o Poeta via esta obra. Pela leitura de dois sonetos escolhidos, apontar-se-ão temas que constituem linhas estruturantes da poética sonetística anteriana, como o ambiente nocturno, o sonho, a angústia, o contacto (ou a tentativa de estabelecer diálogo) com entidades sobrenaturais e a relação com o transcendente, o inefável, assim como determinar-se-á um conflito entre a acção da razão e os sentimentos do sujeito poético, origem de um drama psicológico.
Revista Portuguesa de Humanidades, 2019
Procurarei indagar da feição autobiográfica de uma narrativa da memória da infância que a persona... more Procurarei indagar da feição autobiográfica de uma narrativa da memória da infância que a personagem-narradora evoca, das suas relações no período de formação da sua identidade e das marcas que essas relações, assim como as dos espaços onde se deu a sua experiência de vida, vão contribuir para a definição de um sujeito solitário e melancólico que (se) observa e dá a conhecer o seu olhar sobre o mundo, numa questionação e reflexão sobre o presente e a situação emocional que lhe foi dada experienciar.
Navegações, 2019
Este estudo aborda a Poesia como arte da palavra, de comunicação divina e de expressão oral que t... more Este estudo aborda a Poesia como arte da palavra, de comunicação divina e de expressão oral que transfigura simbolicamente a emoção e a vivência humanas. Ler-se-á a poesia moderna como experiência de alteridade, em que o sujeito poético recorre a um jogo de linguagem ao desdobrar-se entre o "eu" que fala e o "outro" que é representado, em uma perspectiva especular.
Diacrítica – Série Filosofia e Cultura, 2014
Este estudo desenvolve uma ref!exão sobre a ideia de Morte: desde a perspetiva de fim e dissoluç... more Este estudo desenvolve uma ref!exão sobre a ideia de Morte: desde a perspetiva
de fim e dissolução, aliada à angústia e ao medo, até à visão de uma entrada noutro
espaço, lugar de absoluta paz ou redenção, alcançando o absoluto, abordam-se,
aqui, vários mitos associados à ideia de Morte e de que forma o homem estruturou
o seu pensamento e a sua relação com o mistério do seu próprio desaparecimento.
Desde os Gregos até à contemporaneidade, ler-se-á como a evolução da sociedade
e a tomada de consciência do homem implicam uma estruturação mental da Morte
face à individualidade e à mudança do corpo, portador, desde o nascimento, de
um ‘‘ser-para-a-morte’’. Abordar-se-á, também, de que modo o acto de ‘‘dar-se a si
próprio’’ a Morte, procurando a liberdade, é ref!exo de uma atitude que questiona
a sociedade.
FronteiraZ, 2016
Este estudo pretende refletir sobre o ato de leitura, tendo por base dois contos de Valter Hugo M... more Este estudo pretende refletir sobre o ato de leitura, tendo por base dois contos de Valter Hugo Mãe, publicados na obra Contos de Cães e Maus Lobos ( “O rapaz que habitava os livros” e “Bibliotecas”), em que LER se assume como experiência de aprendizagem pelos sentidos e pelos sentimentos e, simultaneamente, de abertura do olhar para (a construção de) novos mundos.
PALAVRAS-CHAVE: Autor; Leitor; Leitura; Livro; Memória.
Brotéria, 2016
A ideia de Decadência revela-se como uma tomada de consciência de uma fase negativa e desagregado... more A ideia de Decadência revela-se como uma tomada de consciência de uma fase negativa e desagregadora de uma nação ou civilização, perante um declinar político, social, moral, económico. Exprimindo uma insatisfação e uma rutura entre o passado e o presente, a suspensão do desenvolvimento e da continuidade histórica de um povo manifesta-se numa imagem de fim e de impossibilidade de progresso.
Palavras-chave: Decadência, História, Mudança, Progresso, Valor.
Revista Portuguesa de Humanidades – Estudos Literários, 2015
Antero de Quental sought, through philosophical reflection and poetic expression, a response to m... more Antero de Quental sought, through philosophical reflection and poetic expression, a response to metaphysical questions such as Ideal, Death, and Good. His idea of Death conveys a positive and liberating aspiration, surpassing the pessimistic and morbid perspective, and reveals an evolutionary path from a negative impression to the longed-for freedom in nirvana. Antero meditates on death together with the idea of good, freedom or love and wants to eliminate suffering and loneliness and overcome pessimism. Night and Death make him forget the misery of the world and liberate him from the pain, giving the peace that allows him to reach the communion with the absolute.
Keywords: Antero, Death, Night, Nirvana, Absolute.
Literatura em Debate, Dec 31, 2022
Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu a... more Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu aparecimento, autores e obras determinantes e as suas características principais, que se tornaram marco da modernidade e motivo de criação literária para autores dos séculos XIX e XX. Procura-se fazer uma leitura diacrónica do nascimento do Romantismo na Inglaterra, Alemanha e França, com referência aos principais autores e às suas obras, que se tornaram basilares para o período, assim como alguns exemplos da literatura portuguesa, que justificam a herança temporal e espacial alcançada.
Brotéria: Cristianismo e cultura, 2015
Literatura em Debate, 2023
Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu a... more Este estudo pretende analisar as origens do período romântico, as condições que motivaram o seu aparecimento, autores e obras determinantes e as suas características principais, que se tornaram marco da modernidade e motivo de criação literária para autores dos séculos XIX e XX. Procura-se fazer uma leitura diacrónica do nascimento do Romantismo na Inglaterra, Alemanha e França, com referência aos principais autores e às suas obras, que se tornaram basilares para o período, assim como alguns exemplos da literatura portuguesa, que justificam a herança temporal e espacial alcançada.
Caderno de Letras
O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o... more O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o leitor estabelece com os livros. O autor recorre a pensamentos de Plutarco, Montaigne, Kafka, Lewis Carroll, Rainer Maria Rilke, Milan Kundera, entre outros, sobre o tema, guia para o desenvolvimento do seu texto. A questão que coloca é: a leitura é uma virtude ou um vício? O livro abre com uma citação de Christian Bobin: «Não há nenhuma diferença entre a leitura e a escrita. Quem lê é autor daquilo que lê.». Esta ideia remete para uma co-criação ou, mesmo, uma re-criação do texto que um autor publica, com a necessidade da intervenção de um leitor, um chamamento, um apelo à sua dádiva de vida, para que o texto vivo ganhe dos seus geradores (autor e leitor) o sentido, um sentido. Há uma transformação, uma metamorfose, num processo de silêncio e de recolhimento, não só pela leitura, mas, também, a partir do acto de criação, de escrita, como se o texto prendesse em si, primeiro, o autor que o cria e, em seguida, buscasse sedento o leitor que o saciasse. Afonso Cruz relata um episódio (pp. 24-25) de um amigo que visita o escritor francês Balzac e encontra-o numa emoção extrema, com a morte de uma duquesa. O amigo não reconhece, na sociedade francesa, essa senhora por tal nome. A verdade é que o escritor acabara de «matar» a personagem no livro que estava a escrever e, ele próprio duplamente autor e leitor do texto, não controlou a tristeza provocada pela sua criação. Resenha: O vício dos livros Guerreiro, E.
Revista de Letras, 2022
Este estudo analisa o conceito de identidade e o estatuto do «eu» e procura compreender de que fo... more Este estudo analisa o conceito de identidade e o estatuto do «eu» e procura compreender de que forma o sujeito se conhece e se representa a si próprio, como se processa a construção da sua identidade, ao ver-se a si-mesmo e como um outro através do auto-retrato e da ideia de duplo. Esta análise seguirá o pensamento de autores como Emmanuel Levinas, e a ética da alteridade, e de Paul Ricoeur, e a percepção de si-mesmo como um outro. Atentar-se-á no diálogo entre identidade e alteridade, em que a permanente auto-reflexão contribui para uma criação identitária.
FronteiraZ, 2016
This study aims at reflecting on the act of reading, based on two short stories by Valter Hugo Mã... more This study aims at reflecting on the act of reading, based on two short stories by Valter Hugo Mãe, published in the book Tales of Dogs and Bad Wolves (The boy who lived in the books; and Libraries), where READING is assumed as a learning experience by the senses and feelings, and, simultaneously, a means to open one's eyes to the creation of new worlds.
Caderno de Letras. Revista do Centro de Letras e Comunicação da Universidade Federal de Pelotas - Rio Grande do Sul (Brasil), 2022
O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o... more O livro de Afonso Cruz é uma reflexão sobre o acto de ler, a prática da leitura e a relação que o leitor estabelece com os livros. O autor recorre a pensamentos de Plutarco, Montaigne, Kafka, Lewis Carroll, Rainer Maria Rilke, Milan Kundera, entre outros, sobre o tema, guia para o desenvolvimento do seu texto. A questão que coloca é: a leitura é uma virtude ou um vício? O livro abre com uma citação de Christian Bobin: «Não há nenhuma diferença entre a leitura e a escrita. Quem lê é autor daquilo que lê.». Esta ideia remete para uma co-criação ou, mesmo, uma re-criação do texto que um autor publica, com a necessidade da intervenção de um leitor, um chamamento, um apelo à sua dádiva de vida, para que o texto vivo ganhe dos seus geradores (autor e leitor) o sentido, um sentido. Há uma transformação, uma metamorfose, num processo de silêncio e de recolhimento, não só pela leitura, mas, também, a partir do acto de criação, de escrita, como se o texto prendesse em si, primeiro, o autor que o cria e, em seguida, buscasse sedento o leitor que o saciasse. Afonso Cruz relata um episódio (pp. 24-25) de um amigo que visita o escritor francês Balzac e encontra-o numa emoção extrema, com a morte de uma duquesa. O amigo não reconhece, na sociedade francesa, essa senhora por tal nome. A verdade é que o escritor acabara de «matar» a personagem no livro que estava a escrever e, ele próprio duplamente autor e leitor do texto, não controlou a tristeza provocada pela sua criação. Resenha: O vício dos livros Guerreiro, E.
O combate espiritual travado entre os dois Anteros, o luminoso e o nocturno, marca o início da Mo... more O combate espiritual travado entre os dois Anteros, o luminoso e o nocturno, marca o início da Modernidade na literatura portuguesa: o seu drama pessoal e a profunda crise de consciência encontraria, através da reflexão filosófica, a resposta para questões metafísicas como o Ideal, a Morte, a Verdade. A sua «Filosofia idealista da Morte» veicula uma aspiração positiva e libertadora, ultrapassando a ideia pessimista e mórbida, e revela um percurso evolutivo desde uma impressão negativa até à ansiada liberdade no infinito. Questionando a existência e o mistério do Além e confessando o seu tormento íntimo e a sua inquietação, Antero medita na ideia da Morte aliada à concepção do bem, da liberdade ou do amor, recorrendo ao sonho como forma de estabelecer comunicação com a profundidade e os segredos do universo.
Poeticamente transformando o sentimento em ideia, Antero alia ao processo de intelectualização e síntese a seriedade e sinceridade, confrontando a reflexão crítica com a aspiração da consciência que quer eliminar o sofrimento e a solidão e superar o pessimismo do contraste entre a realidade e o ideal(izado) através de uma evolução moral que o eleve a um estado de felicidade nirvânica. A Noite e a Morte fazem esquecer ao Homem a miséria do Mundo e libertam-no da dor, dando-lhe a paz que lhe permite alcançar a verdadeira existência no absoluto e a plenitude da comunhão com o Bem e com o ideal de perfeição espiritual que lhe é imanente e que é realização da Consciência.
Forma Breve, Dec 20, 2014
RESUMO: Este estudo procura compreender o modo como a oposição entre o Antero luminoso e o Antero... more RESUMO: Este estudo procura compreender o modo como a oposição entre o Antero luminoso e o Antero nocturno estrutura a criação poética anteriana e se este conflito pode ser a leitura do seu drama filosófico e espiritual.
ABSTRACT: This study seeks to understand how the contrast between the apollonian Antero and the nocturne one structures the Poet’s creation and if this conflict can be the reading of Antero’s philosophical and spiritual drama.
Coloquio Letras, 2010
Quanto mais transparente é a escrita mais a poesia se vê […].
Brotéria Cristianismo E Cultura, 2013
Este estudo pretende ser uma primeira abordagem aos sonetos de Bocage, que constituem um document... more Este estudo pretende ser uma primeira abordagem aos sonetos de Bocage, que constituem um documento da sua vida e tormentos da alma, como se de um diário íntimo se tratasse, destacando-se as suas características inovadoras que marcaram os alvores do movimento romântico na literatura portuguesa, assim como dar a conhecer o poeta, mais famoso pelo anedotário popular do que pelo valor da produção poética.
Brotéria, 2020
Este estudo pretende ser uma abordagem preambular ao livro de Sonetos Completos de Antero de Quen... more Este estudo pretende ser uma abordagem preambular ao livro de Sonetos Completos de Antero de Quental, publicado em 1886, e permitir a compreensão de como o Poeta via esta obra. Pela leitura de dois sonetos escolhidos, apontar-se-ão temas que constituem linhas estruturantes da poética sonetística anteriana, como o ambiente nocturno, o sonho, a angústia, o contacto (ou a tentativa de estabelecer diálogo) com entidades sobrenaturais e a relação com o transcendente, o inefável, assim como determinar-se-á um conflito entre a acção da razão e os sentimentos do sujeito poético, origem de um drama psicológico.
Revista Portuguesa de Humanidades, 2019
Procurarei indagar da feição autobiográfica de uma narrativa da memória da infância que a persona... more Procurarei indagar da feição autobiográfica de uma narrativa da memória da infância que a personagem-narradora evoca, das suas relações no período de formação da sua identidade e das marcas que essas relações, assim como as dos espaços onde se deu a sua experiência de vida, vão contribuir para a definição de um sujeito solitário e melancólico que (se) observa e dá a conhecer o seu olhar sobre o mundo, numa questionação e reflexão sobre o presente e a situação emocional que lhe foi dada experienciar.
Navegações, 2019
Este estudo aborda a Poesia como arte da palavra, de comunicação divina e de expressão oral que t... more Este estudo aborda a Poesia como arte da palavra, de comunicação divina e de expressão oral que transfigura simbolicamente a emoção e a vivência humanas. Ler-se-á a poesia moderna como experiência de alteridade, em que o sujeito poético recorre a um jogo de linguagem ao desdobrar-se entre o "eu" que fala e o "outro" que é representado, em uma perspectiva especular.
Diacrítica – Série Filosofia e Cultura, 2014
Este estudo desenvolve uma ref!exão sobre a ideia de Morte: desde a perspetiva de fim e dissoluç... more Este estudo desenvolve uma ref!exão sobre a ideia de Morte: desde a perspetiva
de fim e dissolução, aliada à angústia e ao medo, até à visão de uma entrada noutro
espaço, lugar de absoluta paz ou redenção, alcançando o absoluto, abordam-se,
aqui, vários mitos associados à ideia de Morte e de que forma o homem estruturou
o seu pensamento e a sua relação com o mistério do seu próprio desaparecimento.
Desde os Gregos até à contemporaneidade, ler-se-á como a evolução da sociedade
e a tomada de consciência do homem implicam uma estruturação mental da Morte
face à individualidade e à mudança do corpo, portador, desde o nascimento, de
um ‘‘ser-para-a-morte’’. Abordar-se-á, também, de que modo o acto de ‘‘dar-se a si
próprio’’ a Morte, procurando a liberdade, é ref!exo de uma atitude que questiona
a sociedade.
FronteiraZ, 2016
Este estudo pretende refletir sobre o ato de leitura, tendo por base dois contos de Valter Hugo M... more Este estudo pretende refletir sobre o ato de leitura, tendo por base dois contos de Valter Hugo Mãe, publicados na obra Contos de Cães e Maus Lobos ( “O rapaz que habitava os livros” e “Bibliotecas”), em que LER se assume como experiência de aprendizagem pelos sentidos e pelos sentimentos e, simultaneamente, de abertura do olhar para (a construção de) novos mundos.
PALAVRAS-CHAVE: Autor; Leitor; Leitura; Livro; Memória.
Brotéria, 2016
A ideia de Decadência revela-se como uma tomada de consciência de uma fase negativa e desagregado... more A ideia de Decadência revela-se como uma tomada de consciência de uma fase negativa e desagregadora de uma nação ou civilização, perante um declinar político, social, moral, económico. Exprimindo uma insatisfação e uma rutura entre o passado e o presente, a suspensão do desenvolvimento e da continuidade histórica de um povo manifesta-se numa imagem de fim e de impossibilidade de progresso.
Palavras-chave: Decadência, História, Mudança, Progresso, Valor.
Revista Portuguesa de Humanidades – Estudos Literários, 2015
Antero de Quental sought, through philosophical reflection and poetic expression, a response to m... more Antero de Quental sought, through philosophical reflection and poetic expression, a response to metaphysical questions such as Ideal, Death, and Good. His idea of Death conveys a positive and liberating aspiration, surpassing the pessimistic and morbid perspective, and reveals an evolutionary path from a negative impression to the longed-for freedom in nirvana. Antero meditates on death together with the idea of good, freedom or love and wants to eliminate suffering and loneliness and overcome pessimism. Night and Death make him forget the misery of the world and liberate him from the pain, giving the peace that allows him to reach the communion with the absolute.
Keywords: Antero, Death, Night, Nirvana, Absolute.