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S586e Silva, Felipe Eugênio da. Ecce Opus -Análise iconográfica e iconológica dos painéis azuleja... more S586e Silva, Felipe Eugênio da. Ecce Opus -Análise iconográfica e iconológica dos painéis azulejares da igreja-mor do Conjunto Carmelita da Paraíba. / Felipe Eugênio da Silva. -João Pessoa, 2019. 121f. Orientador (a): Prof . Mirella de Almeida Braga. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) -Centro Universitário de João Pessoa -UNIPÊ. 1. Azulejo. 2. Arte-sacra. 3. Iconografia. 4. Iconologia. 5. Patrimônio. I. Título. UNIPÊ / BC CDU -72.02 AGRADECIMENTOS À minha Família, por terem me dado liberdade e incentivo pra tudo o que eu quisesse. Aos meus orientadores, Professora Mirella de Almeida Braga e Dr. Emanuel Oliveira Braga pela amizade generosa, diálogos interdisciplinares, pela paciência, solicitude, golinhos de cachaça durante as orientações e por terem acreditado em mim e na importância desta pesquisa. Aos Professores e Professoras da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do UNIPÊ, os sensíveis e capazes de acreditar no Ensino como um Ato Sagrado para a construção de Consciência, elevação ética, transformação social e quando foram exemplo de compreensão ante essa loucura que é a Academia. À Restauradora Maria da Piedade Farias por compartilhar tanto do seu vasto saber, por embarcar e ser companheira nas minhas aventuras e atrevimentos em nossa Casa Carmelitana e pelo valioso empréstimo das imagens dos painéis de azulejos que tanto serviram a este trabalho. Ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/PB), nas pessoas de Raglan Rodrigues, Atila Tolentino, Carla Gisele, Emanuel Braga e Luciano Sousa, pelo apoio, humanidade, amizade e por todo o ensinamento vivenciado durante a minha experiência enquanto estagiário neste valoroso órgão. Ao Levante Popular da Juventude, movimento combativo, de gente atrevida, inteligente e que se posiciona ante a injustiça, onde com meus companheiros e companheiras construí e vivenciei sinais da Revolução em defesa da democracia e pela construção contínua do Projeto Popular. À Priora Emérita da Venerável Ordem Terceira do Carmo de João Pessoa, Maria Carmelita da Costa Paiva, por ter permitido o meu ingresso ainda pirralho a este sodalício e ter me abraçado como uma mãe abraça um filho. À minha velha Casa, a que este estudo é dedicado, lugar encantado que me apresenta memórias, melodias e aromas de tempos que não me lembrava de ter vivido. À Vida que me apontou ainda criança o gosto pela Arte, pela Beleza, pelas Coisas
IDENTIDADE E COMUNICAÇÃO NOS PAINÉIS AZULEJARES DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO, EM JOÃO PESSOA, PARAÍBA, 2018
RESUMO O presente artigo aborda a temática da comunicação expressa através dos painéis azulejares... more RESUMO O presente artigo aborda a temática da comunicação expressa através dos painéis azulejares da igreja de Nossa Senhora do Carmo, na cidade de João Pessoa, Paraíba, capazes de exprimir a dinâmica do pensamento social da época. Ao iniciarem a construção de seu templo em finais do século XVI, os padres carmelitas trouxeram consigo a herança portuguesa de influência mourisca do uso dos azulejos como adorno e elementos fundamentais para caracterização do espaço e identidade do lugar, através das estampas montadas pelo conjunto das peças cerâmicas. A inserção dos painéis com as estampas específicas de cada irmandade era ao mesmo tempo fator indicativo sobre qual instituição havia erguido o templo, assim também funcionando como elemento atrativo para os iletrados, promovendo através da contemplação de tais cenas a atividade catequética, missão também desempenhada pela Ordem Carmelita na então Capitania. Esta característica é destacada através de dez painéis compostos por azulejos portugueses, nos quais são retratados símbolos, alegorias e episódios que traduzem parte do contexto histórico e místico da Ordem do Carmo. Dentre os componentes do conjunto, o segundo painel localizado no lado esquerdo da nave, além de ensinamentos singulares da Irmandade, retrata seu aspecto simbólico e espiritual, diretamente relacionados a ideologias e costumes que traduzem a ética católica vigente no período colonial na Paraíba e consequente formulação de conceitos sociais, preservando depois de séculos a função comunicadora aos que adentram no templo. PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio, comunicação, arte-sacra, azulejo. INTRODUÇÃO Desde o início da era cristã, sobretudo, após reconhecimento oficial da nova religião no então Império Romano, toda a cultura produzida pelos cristãos, sempre se manifestou através das artes, sejam elas a oratória, literatura ou artes visuais; os templos e igrejas antigas ainda hoje testemunham o gosto pela retratação de episódios relacionados às narrativas bíblicas, vida de personagens notáveis (considerados santos), símbolos da natureza, dentre outros elementos representativos da identidade católica, os quais eram inseridos nos espaços de culto com diferentes funções, havendo o simples propósito decorativo, até o mais elevado sentimento de sacralidade a ser provocado em seus adeptos durante a realização de cultos. Com o passar dos séculos e considerável aumento do prestígio sociopolítico da Igreja, o tema religioso serviu como arena para o desenvolvimento das artes plásticas (pintura e escultura), as quais ornavam desde capelas, até catedrais e palácios. No Brasil, a colonização portuguesa foi fator primacial para o intenso florescer de igrejas e capelas espalhadas pelo país, sendo muitos desses lugares o ponto inicial da formação de arraiais e vilas; era necessário que a Coroa portuguesa, fiel à tradição católica e ferrenha inimiga da então nova Reforma Protestante, suprisse a fé do povo colono com a religião do Rei e de seus súditos. O constante envio de padres das Ordens religiosas tradicionais de
S586e Silva, Felipe Eugênio da. Ecce Opus -Análise iconográfica e iconológica dos painéis azuleja... more S586e Silva, Felipe Eugênio da. Ecce Opus -Análise iconográfica e iconológica dos painéis azulejares da igreja-mor do Conjunto Carmelita da Paraíba. / Felipe Eugênio da Silva. -João Pessoa, 2019. 121f. Orientador (a): Prof . Mirella de Almeida Braga. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) -Centro Universitário de João Pessoa -UNIPÊ. 1. Azulejo. 2. Arte-sacra. 3. Iconografia. 4. Iconologia. 5. Patrimônio. I. Título. UNIPÊ / BC CDU -72.02 AGRADECIMENTOS À minha Família, por terem me dado liberdade e incentivo pra tudo o que eu quisesse. Aos meus orientadores, Professora Mirella de Almeida Braga e Dr. Emanuel Oliveira Braga pela amizade generosa, diálogos interdisciplinares, pela paciência, solicitude, golinhos de cachaça durante as orientações e por terem acreditado em mim e na importância desta pesquisa. Aos Professores e Professoras da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do UNIPÊ, os sensíveis e capazes de acreditar no Ensino como um Ato Sagrado para a construção de Consciência, elevação ética, transformação social e quando foram exemplo de compreensão ante essa loucura que é a Academia. À Restauradora Maria da Piedade Farias por compartilhar tanto do seu vasto saber, por embarcar e ser companheira nas minhas aventuras e atrevimentos em nossa Casa Carmelitana e pelo valioso empréstimo das imagens dos painéis de azulejos que tanto serviram a este trabalho. Ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN/PB), nas pessoas de Raglan Rodrigues, Atila Tolentino, Carla Gisele, Emanuel Braga e Luciano Sousa, pelo apoio, humanidade, amizade e por todo o ensinamento vivenciado durante a minha experiência enquanto estagiário neste valoroso órgão. Ao Levante Popular da Juventude, movimento combativo, de gente atrevida, inteligente e que se posiciona ante a injustiça, onde com meus companheiros e companheiras construí e vivenciei sinais da Revolução em defesa da democracia e pela construção contínua do Projeto Popular. À Priora Emérita da Venerável Ordem Terceira do Carmo de João Pessoa, Maria Carmelita da Costa Paiva, por ter permitido o meu ingresso ainda pirralho a este sodalício e ter me abraçado como uma mãe abraça um filho. À minha velha Casa, a que este estudo é dedicado, lugar encantado que me apresenta memórias, melodias e aromas de tempos que não me lembrava de ter vivido. À Vida que me apontou ainda criança o gosto pela Arte, pela Beleza, pelas Coisas
IDENTIDADE E COMUNICAÇÃO NOS PAINÉIS AZULEJARES DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO, EM JOÃO PESSOA, PARAÍBA, 2018
RESUMO O presente artigo aborda a temática da comunicação expressa através dos painéis azulejares... more RESUMO O presente artigo aborda a temática da comunicação expressa através dos painéis azulejares da igreja de Nossa Senhora do Carmo, na cidade de João Pessoa, Paraíba, capazes de exprimir a dinâmica do pensamento social da época. Ao iniciarem a construção de seu templo em finais do século XVI, os padres carmelitas trouxeram consigo a herança portuguesa de influência mourisca do uso dos azulejos como adorno e elementos fundamentais para caracterização do espaço e identidade do lugar, através das estampas montadas pelo conjunto das peças cerâmicas. A inserção dos painéis com as estampas específicas de cada irmandade era ao mesmo tempo fator indicativo sobre qual instituição havia erguido o templo, assim também funcionando como elemento atrativo para os iletrados, promovendo através da contemplação de tais cenas a atividade catequética, missão também desempenhada pela Ordem Carmelita na então Capitania. Esta característica é destacada através de dez painéis compostos por azulejos portugueses, nos quais são retratados símbolos, alegorias e episódios que traduzem parte do contexto histórico e místico da Ordem do Carmo. Dentre os componentes do conjunto, o segundo painel localizado no lado esquerdo da nave, além de ensinamentos singulares da Irmandade, retrata seu aspecto simbólico e espiritual, diretamente relacionados a ideologias e costumes que traduzem a ética católica vigente no período colonial na Paraíba e consequente formulação de conceitos sociais, preservando depois de séculos a função comunicadora aos que adentram no templo. PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio, comunicação, arte-sacra, azulejo. INTRODUÇÃO Desde o início da era cristã, sobretudo, após reconhecimento oficial da nova religião no então Império Romano, toda a cultura produzida pelos cristãos, sempre se manifestou através das artes, sejam elas a oratória, literatura ou artes visuais; os templos e igrejas antigas ainda hoje testemunham o gosto pela retratação de episódios relacionados às narrativas bíblicas, vida de personagens notáveis (considerados santos), símbolos da natureza, dentre outros elementos representativos da identidade católica, os quais eram inseridos nos espaços de culto com diferentes funções, havendo o simples propósito decorativo, até o mais elevado sentimento de sacralidade a ser provocado em seus adeptos durante a realização de cultos. Com o passar dos séculos e considerável aumento do prestígio sociopolítico da Igreja, o tema religioso serviu como arena para o desenvolvimento das artes plásticas (pintura e escultura), as quais ornavam desde capelas, até catedrais e palácios. No Brasil, a colonização portuguesa foi fator primacial para o intenso florescer de igrejas e capelas espalhadas pelo país, sendo muitos desses lugares o ponto inicial da formação de arraiais e vilas; era necessário que a Coroa portuguesa, fiel à tradição católica e ferrenha inimiga da então nova Reforma Protestante, suprisse a fé do povo colono com a religião do Rei e de seus súditos. O constante envio de padres das Ordens religiosas tradicionais de