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Papers by Leandro Hironaga Sonoda

Research paper thumbnail of Arquitetura, participação popular e o “vício da virtude” da construção com terra em assentamentos de reforma agrária

Atualmente os assentamentos de Reforma Agrária reconhecidos pelo Instituto Nacional de Colonizaçã... more Atualmente os assentamentos de Reforma Agrária reconhecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA recebem créditos para construção e reforma de moradias, além de, esporadicamente, assistência técnica de pesquisadores-extensionistas das áreas da arquitetura e da construção civil. Devido ao baixo poder aquisitivo das famílias e aos limitados recursos destinados ao pagamento de mão-de-obra especializada para a construção e a compra de materiais construtivos, é recorrente o regime de mutirão e o uso de materiais e técnicas não-convencionais de baixo custo, especialmente aquelas à base de terra. Também é comum considerar a participação das famílias na fase de projeto arquitetônico, de onde surgem dilemas e conflitos entre pesquisadores-extensionistas e famílias, geralmente devido à proposta de uso de materiais e técnicas construtivas não-convencionais. De acordo com a situação delineada, este trabalho se baseia na primeira fase do projeto “A participação das famílias nos projetos de habitação, saneamento e produção em assentamento de Reforma Agrária”, na qual foram realizadas atividades sobre o projeto arquitetônico com as famílias do assentamento Olga Benário, localizado no município de Visconde do Rio Branco – MG. Foram identificadas e analisadas as razões pelas quais as famílias resistiram à proposta de uso de adobe para a construção de suas moradias. Apoiando-se na literatura e experiências afins e nos documentos gerados pelo projeto, compreendeu-se que tal resistência se deve, em geral, a aspectos culturais. No entanto, o tempo extra de trabalho não remunerado que as famílias teriam que investir na produção de adobes – além do que empregariam na construção das moradias – resultaria em desequilíbrios na dinâmica da produção agrícola, principal fonte de renda e subsistência no assentamento. Com isso, verificou-se que mais aspectos, tais como cultura, economia e trabalho, devem ser considerados antes de apelar às virtudes da terra como material construtivo na busca pela sustentabilidade.

Research paper thumbnail of Arquitetura, participação popular e o “vício da virtude” da construção com terra em assentamentos de reforma agrária

Atualmente os assentamentos de Reforma Agrária reconhecidos pelo Instituto Nacional de Colonizaçã... more Atualmente os assentamentos de Reforma Agrária reconhecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA recebem créditos para construção e reforma de moradias, além de, esporadicamente, assistência técnica de pesquisadores-extensionistas das áreas da arquitetura e da construção civil. Devido ao baixo poder aquisitivo das famílias e aos limitados recursos destinados ao pagamento de mão-de-obra especializada para a construção e a compra de materiais construtivos, é recorrente o regime de mutirão e o uso de materiais e técnicas não-convencionais de baixo custo, especialmente aquelas à base de terra. Também é comum considerar a participação das famílias na fase de projeto arquitetônico, de onde surgem dilemas e conflitos entre pesquisadores-extensionistas e famílias, geralmente devido à proposta de uso de materiais e técnicas construtivas não-convencionais. De acordo com a situação delineada, este trabalho se baseia na primeira fase do projeto “A participação das famílias nos projetos de habitação, saneamento e produção em assentamento de Reforma Agrária”, na qual foram realizadas atividades sobre o projeto arquitetônico com as famílias do assentamento Olga Benário, localizado no município de Visconde do Rio Branco – MG. Foram identificadas e analisadas as razões pelas quais as famílias resistiram à proposta de uso de adobe para a construção de suas moradias. Apoiando-se na literatura e experiências afins e nos documentos gerados pelo projeto, compreendeu-se que tal resistência se deve, em geral, a aspectos culturais. No entanto, o tempo extra de trabalho não remunerado que as famílias teriam que investir na produção de adobes – além do que empregariam na construção das moradias – resultaria em desequilíbrios na dinâmica da produção agrícola, principal fonte de renda e subsistência no assentamento. Com isso, verificou-se que mais aspectos, tais como cultura, economia e trabalho, devem ser considerados antes de apelar às virtudes da terra como material construtivo na busca pela sustentabilidade.