Luís Fortunato Lima - Academia.edu (original) (raw)
Dissertações by Luís Fortunato Lima
O volume 2 é um catálogo de obras portuguesas nas quais figuram objectos ou elementos naturais em... more O volume 2 é um catálogo de obras portuguesas nas quais figuram objectos ou elementos naturais em inacção. Reúne as imagens fotográficas de um levantamento de detalhes que realizei junto das obras. Apresenta, também, as imagens integrais das pinturas, acompanhadas da respectiva ficha técnica – as imagens gerais, regra geral, são provenientes de estudos, inventários e bancos de imagens que consultei.
O presente estudo representa o olhar do pintor sobre as formas preliminares da natureza-morta em ... more O presente estudo representa o olhar do pintor sobre as formas preliminares da natureza-morta em Portugal. Reúne uma série de conhecimentos para quem pretende obter ou prosseguir investigação sobre o tema, mas procura, também, constituir-se um ponto de partida para enriquecer a contemplação desses «primeiros apontamentos», ato que institui a fruição e o valor de uso da pintura. Com efeito, foca-se o próprio movimento e interesse do olhar em certos arranjos de «objetos em inação», aos quais (devido à natureza transcontextual do olhar) chamamos «natureza-morta».
Na sua génese, a pintura de natureza-morta empenha-se na intensificação do «efeito da presença» das coisas comuns, sobre o qual explora, na sua época áurea (1600-1800), o efeito persuasivo do detalhe. Este exprime a intimidade com os objetos e com a pintura propriamente dita, daí resultando o prazer sensorial e a separação do espectador de um «modo de ver prévio». No contexto da «natureza-morta integrada» isto significará um desvio do contexto interpretativo dos temas que motivam as obras. É através do ato de aproximação visual da pintura, através dos detalhes/componentes de um sistema pictórico bastante mais amplo e complexo, que reconhecemos propriedades e valores pictóricos da natureza-morta. Na grande composição, eles desempenham funções plásticas/visuais, ao concretizar a introdução no espaço de representação e ao estabelecer contrastes sensíveis entre o «espaço proximal» e a ilusão da distância. Na relação de proximidade, exprimem uma «visão vacilante» da realidade representada. As várias análises técnicas que aqui realizámos revelam os processos de montagem de diferentes «modelos» e/ou «circunstâncias percetivas» num mesmo conjunto. Em todo o caso, defendemos que a «construção da presença» das coisas em pintura existe particularmente empenhada na re-produção dos efeitos das suas superfícies, traduzindo a «intimidade da presença». Este é um facto problemático, na medida em que, atualmente, as obras estudadas constituem uma imagem/corpo variavelmente alterada em relação ao que se possa imaginar do seu aspeto original.
Considerando o carácter potencialmente desviante ou distrativo destes detalhes em relação à mensagem central da OBRA, por via do efeito cativante da «intimidade da presença» que suscitam, desenvolvem-se, como contraponto, questões de sentido e significado dos «detalhes de natureza-morta». Abordamos um conjunto de funcionalidades da «natureza-morta integrada», dentro do sistema imagético que a acolhe, dentro da conceção da imagem sacra e «edificante» que institui a pintura portuguesa do século XVI. Em concreto, mostramos como é possível que tais arranjos designem (por vezes em simultâneo) tanto a ornamentação como a caracterização de uma cena, de uma ação, de um personagem, de uma cultura, de uma prática cultual, ou instituam mensagens teológicas profundamente simbólicas.
A análise final de uma série de «naturezas-mortas integradas» revela que o âmago do discurso que poderemos construir sobre elas reside substancialmente no «elo» que as une ao sistema físico e conceptual onde ganham presença. O próprio fascínio «realista» ou «naturalista» que muitos destes detalhes suscitam, constitui uma forma de nobilitação do sagrado a que a pintura oferece imagem, da mesma forma que certos «regimes de ordem» comportam um movimento espiritual e constituem a expressão de valores culturais e sociais. Na proximidade com a obra, ressaltam as excelsas qualidades representacionais e plásticas que constituem o objeto de profunda contemplação estética. A dinâmica de observação direta da pintura é, pois, o fator determinante para a predisposição psíquica do espectador, que assim frui e interpreta a imagem e os seus detalhes.
O Desenho aparece e desenvolve-se neste estudo como actividade e como imagem, como processo de me... more O Desenho aparece e desenvolve-se neste estudo como actividade e como imagem, como processo de mediação de realidades concretas, como objecto do conhecimento, e, neste sentido, como algo que defende e que procura sustentar uma realidade certa e efectiva. Cedo se torna evidente uma ideia de Desenho radicada no campo da consciência, tendo como resultado uma extensão física da memória e da experiência, da qual se faz um uso racional e evidente da informação contida. Contudo, este estudo representa o olhar de um pintor sobre o desenho na arqueologia, procurando refletir sobre o desenho como mediador daquilo que se chama realidade.
Teaching Documents by Luís Fortunato Lima
EXERCÍCIOS DE PINTURA, 2024
Este documento compõe-se em torno da estrutura letiva e atividade prática de Atelier I-Pintura, u... more Este documento compõe-se em torno da estrutura letiva e atividade prática de Atelier I-Pintura, uma Unidade Curricular integrada na licenciatura em Artes Plásticas da FBAUP. Considera um período de atividade correspondente a cinco anos, entre 2019 e 2024. O ensaio sobre a pintura que se apresenta no início, constitui uma breve tentativa de contextualizá-la enquanto fenómeno, na sua vertente prática e sensível, bem como no seu âmbito teórico e intelectual. A pintura surge como um produto derivado de procedimentos físicos, tendo por objetivo oferecer, ao olhar, uma aparência e, a partir dela, estabelecer uma função ou um uso visual, conforme a intencionalidade do artista ou a atitude de quem olha a pintura. O universo da Pintura apresenta-se-nos de forma bastante diversificada, de um lado potenciando aspetos sensíveis, de outro corporalizando experimentações, de outro ainda, funcionando como tradução visiva de ideias e discursos, em que reside um valor intelectual. Por fim, a contextualização da dúvida sobre o que é a pintura na modernidade e depois dela, transporta o leitor para alguns problemas inerentes à elaboração de didáticas de ensino/aprendizagem. Pintar na FBAUP, é o título de um curto capítulo cuja importância está em aflorar problemas estratégicos da realização (estruturação e concretização de uma pedagogia) da pintura na Universidade, hoje. Existe uma advertência ao programa, aos exercícios e resultados práticos, considerando que se trata de um somatório de vários anos. A Ficha Curricular apresentada determina, previamente, por norma institucional, o programa, os objetivos e resultados do estudo, formas de frequência e de avaliação. Posto isso, a função desta publicação passa, então, por informar o leitor sobre os preceitos teóricos efetivamente difundidos e sobre a atividade prática de Atelier I-Pintura. As sessões teóricas apresentadas abordam múltiplos temas, num intuito didático de orientar procedimentos técnicos e metodologias, isto é, colocar teorias de atuação e, também, de elucidar matérias cientificamente estudadas. Ainda, alongar o olhar sobre as aparências das pinturas e, além delas, refletir questões concetuais, históricas, culturais e interpretativas. A função ilustrativa dos diferentes diapositivos é fundamental para os estudantes e por isso encontram-se reproduzidos. Os resumos dessas sessões teóricas são, naturalmente, abreviações de um discurso verbal feito perante os estudantes e em interação com eles. O conjunto de vinte e oito exercícios práticos apresentados, constitui um somatório de vários anos. Apresentam-se os respetivos enunciados, geralmente na mesma forma que facultei aos estudantes. Em sequência direta com cada enunciado, reproduzem-se várias pinturas dos estudantes da FBAUP, realizadas em diferentes anos letivos. São pinturas executadas em resposta aos exercícios propostos. Pontualmente, algumas resultaram de um novo estudo, de uma revisitação dos exercícios ou de uma reinterpretação das mesmas matérias ou temas propostos no programa.
TERMOS-CHAVE pintura; exercícios de pintura; ensino/aprendizagem da pintura; teoria e prática da pintura; atelier; FBAUP.
Sebenta (3) - Desenho 2: Faculdade de Arquitectura U.P., 2017
Breve reflexão sobre os enunciados teóricos e resultados práticos da segunda fase do programa d... more Breve reflexão sobre os enunciados teóricos e resultados práticos da segunda fase do programa da Unidade Curricular «Desenho 2», da Faculdade de Arquitectura da U. P. . No essencial, clarifica as principais diferenças conceptuais e de atitude que se podem implicar no exercício do desenho que se realiza a partir de outro desenho. O texto é ricamente ilustrado por desenhos de estudantes.
O texto integra-se numa publicação dos docentes de desenho 2 da FAUP -Sebenta (2) -, e reflete so... more O texto integra-se numa publicação dos docentes de desenho 2 da FAUP -Sebenta (2) -, e reflete sobre uma série de exercícios (a que se deu o nome «Análise do espaço da FAUP») que se propõem aos estudantes num conjunto de aulas que ocorrem na primeira parte do ano letivo. Depois de focar as singularidades dos diversos sistemas de representação, detém-se sobre a interpretação e a representação gráfica do espaço em perspetiva.
Papers by Luís Fortunato Lima
MAPA EM RUÍNA - REVISTA VISUAIS, 2020
Este artigo apresenta um conjunto de reflexões direta ou indiretamente relacionadas com uma image... more Este artigo apresenta um conjunto de reflexões direta ou indiretamente relacionadas com uma imagem da autoria de Giovani Batista Piranesi: um conjunto de fragmentos de mármore pertencentes a um mapa da Roma Antiga (Fig. 1). O tema da ruina emerge neste contexto preciso e singular. No ato de coligir os fragmentos do mapa, em si mesmo revelador de uma atenção de ordem diferente da habitual, constitui-se uma valorização da ruina e da sua aptidão evocativa e simbólica, mas também do seu poder apelativo da imaginação. A investigação do fundo concetual sobre o qual desponta esta imagem - considerando as áreas protocientífica, estética e artística em que ela se inscreveu no séc. XVIII- possibilita-nos a sua leitura enquanto metáfora sobre a perceção, representação e reinvenção da ruinas, no contexto urbano da cidade de Roma, naquela época. Por um lado, a imagem citada reflete a perceção da cidade como território desfigurado, por outro, a compreensão das ruinas como valor secular, configurando uma estrutura da identidade cultural e estética. Além disso, a ruina surge, neste artigo, como imensurável repositório da imaginação e como agente catalisador de movimentos psicológicos sobredeterminados. A conclusão imaginativa, inerente aos processos de contemplação estética das ruinas e, eventualmente, das construções, parece relacionar-se com características formais e visuais destes tipos de tema, visualmente caracterizados pela incompletude das formas e por aspetos de descontinuidade e interrupção.
O volume 2 é um catálogo de obras portuguesas nas quais figuram objectos ou elementos naturais em... more O volume 2 é um catálogo de obras portuguesas nas quais figuram objectos ou elementos naturais em inacção. Reúne as imagens fotográficas de um levantamento de detalhes que realizei junto das obras. Apresenta, também, as imagens integrais das pinturas, acompanhadas da respectiva ficha técnica – as imagens gerais, regra geral, são provenientes de estudos, inventários e bancos de imagens que consultei.
O presente estudo representa o olhar do pintor sobre as formas preliminares da natureza-morta em ... more O presente estudo representa o olhar do pintor sobre as formas preliminares da natureza-morta em Portugal. Reúne uma série de conhecimentos para quem pretende obter ou prosseguir investigação sobre o tema, mas procura, também, constituir-se um ponto de partida para enriquecer a contemplação desses «primeiros apontamentos», ato que institui a fruição e o valor de uso da pintura. Com efeito, foca-se o próprio movimento e interesse do olhar em certos arranjos de «objetos em inação», aos quais (devido à natureza transcontextual do olhar) chamamos «natureza-morta».
Na sua génese, a pintura de natureza-morta empenha-se na intensificação do «efeito da presença» das coisas comuns, sobre o qual explora, na sua época áurea (1600-1800), o efeito persuasivo do detalhe. Este exprime a intimidade com os objetos e com a pintura propriamente dita, daí resultando o prazer sensorial e a separação do espectador de um «modo de ver prévio». No contexto da «natureza-morta integrada» isto significará um desvio do contexto interpretativo dos temas que motivam as obras. É através do ato de aproximação visual da pintura, através dos detalhes/componentes de um sistema pictórico bastante mais amplo e complexo, que reconhecemos propriedades e valores pictóricos da natureza-morta. Na grande composição, eles desempenham funções plásticas/visuais, ao concretizar a introdução no espaço de representação e ao estabelecer contrastes sensíveis entre o «espaço proximal» e a ilusão da distância. Na relação de proximidade, exprimem uma «visão vacilante» da realidade representada. As várias análises técnicas que aqui realizámos revelam os processos de montagem de diferentes «modelos» e/ou «circunstâncias percetivas» num mesmo conjunto. Em todo o caso, defendemos que a «construção da presença» das coisas em pintura existe particularmente empenhada na re-produção dos efeitos das suas superfícies, traduzindo a «intimidade da presença». Este é um facto problemático, na medida em que, atualmente, as obras estudadas constituem uma imagem/corpo variavelmente alterada em relação ao que se possa imaginar do seu aspeto original.
Considerando o carácter potencialmente desviante ou distrativo destes detalhes em relação à mensagem central da OBRA, por via do efeito cativante da «intimidade da presença» que suscitam, desenvolvem-se, como contraponto, questões de sentido e significado dos «detalhes de natureza-morta». Abordamos um conjunto de funcionalidades da «natureza-morta integrada», dentro do sistema imagético que a acolhe, dentro da conceção da imagem sacra e «edificante» que institui a pintura portuguesa do século XVI. Em concreto, mostramos como é possível que tais arranjos designem (por vezes em simultâneo) tanto a ornamentação como a caracterização de uma cena, de uma ação, de um personagem, de uma cultura, de uma prática cultual, ou instituam mensagens teológicas profundamente simbólicas.
A análise final de uma série de «naturezas-mortas integradas» revela que o âmago do discurso que poderemos construir sobre elas reside substancialmente no «elo» que as une ao sistema físico e conceptual onde ganham presença. O próprio fascínio «realista» ou «naturalista» que muitos destes detalhes suscitam, constitui uma forma de nobilitação do sagrado a que a pintura oferece imagem, da mesma forma que certos «regimes de ordem» comportam um movimento espiritual e constituem a expressão de valores culturais e sociais. Na proximidade com a obra, ressaltam as excelsas qualidades representacionais e plásticas que constituem o objeto de profunda contemplação estética. A dinâmica de observação direta da pintura é, pois, o fator determinante para a predisposição psíquica do espectador, que assim frui e interpreta a imagem e os seus detalhes.
O Desenho aparece e desenvolve-se neste estudo como actividade e como imagem, como processo de me... more O Desenho aparece e desenvolve-se neste estudo como actividade e como imagem, como processo de mediação de realidades concretas, como objecto do conhecimento, e, neste sentido, como algo que defende e que procura sustentar uma realidade certa e efectiva. Cedo se torna evidente uma ideia de Desenho radicada no campo da consciência, tendo como resultado uma extensão física da memória e da experiência, da qual se faz um uso racional e evidente da informação contida. Contudo, este estudo representa o olhar de um pintor sobre o desenho na arqueologia, procurando refletir sobre o desenho como mediador daquilo que se chama realidade.
EXERCÍCIOS DE PINTURA, 2024
Este documento compõe-se em torno da estrutura letiva e atividade prática de Atelier I-Pintura, u... more Este documento compõe-se em torno da estrutura letiva e atividade prática de Atelier I-Pintura, uma Unidade Curricular integrada na licenciatura em Artes Plásticas da FBAUP. Considera um período de atividade correspondente a cinco anos, entre 2019 e 2024. O ensaio sobre a pintura que se apresenta no início, constitui uma breve tentativa de contextualizá-la enquanto fenómeno, na sua vertente prática e sensível, bem como no seu âmbito teórico e intelectual. A pintura surge como um produto derivado de procedimentos físicos, tendo por objetivo oferecer, ao olhar, uma aparência e, a partir dela, estabelecer uma função ou um uso visual, conforme a intencionalidade do artista ou a atitude de quem olha a pintura. O universo da Pintura apresenta-se-nos de forma bastante diversificada, de um lado potenciando aspetos sensíveis, de outro corporalizando experimentações, de outro ainda, funcionando como tradução visiva de ideias e discursos, em que reside um valor intelectual. Por fim, a contextualização da dúvida sobre o que é a pintura na modernidade e depois dela, transporta o leitor para alguns problemas inerentes à elaboração de didáticas de ensino/aprendizagem. Pintar na FBAUP, é o título de um curto capítulo cuja importância está em aflorar problemas estratégicos da realização (estruturação e concretização de uma pedagogia) da pintura na Universidade, hoje. Existe uma advertência ao programa, aos exercícios e resultados práticos, considerando que se trata de um somatório de vários anos. A Ficha Curricular apresentada determina, previamente, por norma institucional, o programa, os objetivos e resultados do estudo, formas de frequência e de avaliação. Posto isso, a função desta publicação passa, então, por informar o leitor sobre os preceitos teóricos efetivamente difundidos e sobre a atividade prática de Atelier I-Pintura. As sessões teóricas apresentadas abordam múltiplos temas, num intuito didático de orientar procedimentos técnicos e metodologias, isto é, colocar teorias de atuação e, também, de elucidar matérias cientificamente estudadas. Ainda, alongar o olhar sobre as aparências das pinturas e, além delas, refletir questões concetuais, históricas, culturais e interpretativas. A função ilustrativa dos diferentes diapositivos é fundamental para os estudantes e por isso encontram-se reproduzidos. Os resumos dessas sessões teóricas são, naturalmente, abreviações de um discurso verbal feito perante os estudantes e em interação com eles. O conjunto de vinte e oito exercícios práticos apresentados, constitui um somatório de vários anos. Apresentam-se os respetivos enunciados, geralmente na mesma forma que facultei aos estudantes. Em sequência direta com cada enunciado, reproduzem-se várias pinturas dos estudantes da FBAUP, realizadas em diferentes anos letivos. São pinturas executadas em resposta aos exercícios propostos. Pontualmente, algumas resultaram de um novo estudo, de uma revisitação dos exercícios ou de uma reinterpretação das mesmas matérias ou temas propostos no programa.
TERMOS-CHAVE pintura; exercícios de pintura; ensino/aprendizagem da pintura; teoria e prática da pintura; atelier; FBAUP.
Sebenta (3) - Desenho 2: Faculdade de Arquitectura U.P., 2017
Breve reflexão sobre os enunciados teóricos e resultados práticos da segunda fase do programa d... more Breve reflexão sobre os enunciados teóricos e resultados práticos da segunda fase do programa da Unidade Curricular «Desenho 2», da Faculdade de Arquitectura da U. P. . No essencial, clarifica as principais diferenças conceptuais e de atitude que se podem implicar no exercício do desenho que se realiza a partir de outro desenho. O texto é ricamente ilustrado por desenhos de estudantes.
O texto integra-se numa publicação dos docentes de desenho 2 da FAUP -Sebenta (2) -, e reflete so... more O texto integra-se numa publicação dos docentes de desenho 2 da FAUP -Sebenta (2) -, e reflete sobre uma série de exercícios (a que se deu o nome «Análise do espaço da FAUP») que se propõem aos estudantes num conjunto de aulas que ocorrem na primeira parte do ano letivo. Depois de focar as singularidades dos diversos sistemas de representação, detém-se sobre a interpretação e a representação gráfica do espaço em perspetiva.
MAPA EM RUÍNA - REVISTA VISUAIS, 2020
Este artigo apresenta um conjunto de reflexões direta ou indiretamente relacionadas com uma image... more Este artigo apresenta um conjunto de reflexões direta ou indiretamente relacionadas com uma imagem da autoria de Giovani Batista Piranesi: um conjunto de fragmentos de mármore pertencentes a um mapa da Roma Antiga (Fig. 1). O tema da ruina emerge neste contexto preciso e singular. No ato de coligir os fragmentos do mapa, em si mesmo revelador de uma atenção de ordem diferente da habitual, constitui-se uma valorização da ruina e da sua aptidão evocativa e simbólica, mas também do seu poder apelativo da imaginação. A investigação do fundo concetual sobre o qual desponta esta imagem - considerando as áreas protocientífica, estética e artística em que ela se inscreveu no séc. XVIII- possibilita-nos a sua leitura enquanto metáfora sobre a perceção, representação e reinvenção da ruinas, no contexto urbano da cidade de Roma, naquela época. Por um lado, a imagem citada reflete a perceção da cidade como território desfigurado, por outro, a compreensão das ruinas como valor secular, configurando uma estrutura da identidade cultural e estética. Além disso, a ruina surge, neste artigo, como imensurável repositório da imaginação e como agente catalisador de movimentos psicológicos sobredeterminados. A conclusão imaginativa, inerente aos processos de contemplação estética das ruinas e, eventualmente, das construções, parece relacionar-se com características formais e visuais destes tipos de tema, visualmente caracterizados pela incompletude das formas e por aspetos de descontinuidade e interrupção.