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Papers by Lucas Mateus Dalsotto
Trans/Form/Ação
Aos leitores familiarizados com os recentes trabalhos do professor Denis Coitinho não será difíci... more Aos leitores familiarizados com os recentes trabalhos do professor Denis Coitinho não será difícil notar que sua intenção, com o artigo ora analisado, é dar um passo adiante na construção de uma teoria moral híbrida. A tese de fundo de sua proposta, já apresentada em Virtudes & Contratos: por uma teoria mista (COITINHO, 2016) e Virtudes & Contrato II: normatividade e agência moral (COITINHO, 2021), é de que a moralidade não é uma questão de tudo ou nada, como alguns teóricos parecem supor, mas um fenômeno complexo, cuja explicação exige a integração de diferentes critérios normativos. Especificamente em "Equilíbrio Reflexivo e Prudência: um processo de deliberação moral", Coitinho (2023, p. 59) busca defender que "[...] a inclusão da expertise de um agente prudente no procedimento do equilíbrio reflexivo" (ER) 2 é capaz de responder a certas críticas dirigidas
In this paper, I intend to evaluate if Michael Smith’s account in support of a substantive conver... more In this paper, I intend to evaluate if Michael Smith’s account in support of a substantive convergence among agents’ idealized desires is compelling enough to show us that such agreement would be possible. Smith claims that moral argument tends to elicit moral agreement among agents’ opinions and that this gives us a reason to believe that there would be a convergence in desires under conditions of full rationality. He maintains that the best explanation of that historical tendency is our substantive convergence upon a set of extremely unobvious a priori moral truths. However, I think he fails to provide us with any convincing reason to expect that a substantive convergence would be attained. I argue Smith’s consensus on moral issues is less probable than disagreement if there is no normative standard for the correctness of the desires we would want ourselves to have in conditions of full rationality. If my argument succeeds it follows that Smith’s account is a sort of error theory ...
Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), 2018
Resumo: Neste artigo, pretendo avaliar se a abordagem de Michael Smith apoiando uma convergência ... more Resumo: Neste artigo, pretendo avaliar se a abordagem de Michael Smith apoiando uma convergência substantiva entre os desejos idealizados dos agentes é convincente a ponto de nos mostrar que tal acordo seria possível. Smith afirma que a discussão moral tende a gerar acordo moral entre as opiniões dos agentes e que isso nos dá uma boa razão para acreditarmos que haverá uma convergência em desejos sob condições de racionalidade plena. Ele defende que a melhor explicação dessa tendência histórica é nossa convergência substantiva a respeito de um conjunto de verdades morais a priori pouco óbvias. Contudo, penso que ele falha em oferecer qualquer razão convincente para esperarmos que uma convergência substantiva seria alcançada. Argumento que o consenso de Smith sobre questões morais é menos provável do que o desacordo caso não haja nenhum padrão normativo de correção dos desejos que esperaríamos ter em condições de racionalidade plena. Se meu argumento é bem-sucedido, segue-se que a abordagem de Smith é um tipo teoria do erro de razões normativas, ao invés de um tipo de teoria realista.
Kriterion: Revista de Filosofia, 2019
The goal of this paper is to find out if Michael Smith's version of the causal theory of acti... more The goal of this paper is to find out if Michael Smith's version of the causal theory of action is able to solve David Velleman's agency par excellence challenge. Smith (2012) has claimed that his theory can deal with the challenge insofar as the exercise of the capacity to be instrumentally rational plays the intermediating role which Velleman (1992a) thinks of the agent as playing in the causation of action. However, I argue Smith misunderstands the challenge at hand, thereby failing to find the agent's proper role in action explanation. Moreover, I claim Velleman's objection puts Smith's account of the causal theory in trouble by showing it cannot reconcile the causal explanation of intentional action with our ordinary conception of agency. If Smith intends to explain what a 'full-blooded' intentional action is, I then believe he needs to incorporate into his theory a more robust account of rational guidance.
Filosofia Unisinos, Nov 16, 2022
Artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Ao... more Artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Ao ensejo dos 50 anos da publicação de "Morality as a System of Hypothetical Imperatives", trazemos ao público de língua portuguesa a tradução desse importante clássico da literatura filosófica. Originalmente, o artigo compôs o terceiro número do octágesimo primeiro volume do The Philosophical Review, de 1972, e foi republicado sem alterações significativas no compilado de ensaios de Philippa Foot, "Virtues and Vices", de 1992. As modificações menores, aqui não reproduzidas, são a nota de rodapé número 8 e alguns parágrafos adicionados ao fim da última nota de rodapé. Uma primeira versão do texto foi apresentada e discutida no Center for Philosophical Exchange no verão de 1971. Intitulada "In defence of the hypothetical imperative", essa versão anterior do artigo consistia muito mais em uma consideração crítica dos argumentos kantianos contra o imperativo hipotético do que uma contribuição própria e original de Foot ao debate. A versão de 1972, no entanto, não trata apenas das "dificuldades e obscuridades" da filosofia moral kantiana, mas também apresenta a visão de Foot sobre a natureza da moralidade. Por isso, é preciso reconhecer que "Morality as a System of Hypothetical Imperatives" auxiliou tanto no processo de renascimento da ética das virtudes no século XX quanto no fortalecimento da tradição que põe em xeque a suposta categoricidade dos juízos morais.
Trans/Form/Ação
Aos leitores familiarizados com os recentes trabalhos do professor Denis Coitinho não será difíci... more Aos leitores familiarizados com os recentes trabalhos do professor Denis Coitinho não será difícil notar que sua intenção, com o artigo ora analisado, é dar um passo adiante na construção de uma teoria moral híbrida. A tese de fundo de sua proposta, já apresentada em Virtudes & Contratos: por uma teoria mista (COITINHO, 2016) e Virtudes & Contrato II: normatividade e agência moral (COITINHO, 2021), é de que a moralidade não é uma questão de tudo ou nada, como alguns teóricos parecem supor, mas um fenômeno complexo, cuja explicação exige a integração de diferentes critérios normativos. Especificamente em "Equilíbrio Reflexivo e Prudência: um processo de deliberação moral", Coitinho (2023, p. 59) busca defender que "[...] a inclusão da expertise de um agente prudente no procedimento do equilíbrio reflexivo" (ER) 2 é capaz de responder a certas críticas dirigidas
In this paper, I intend to evaluate if Michael Smith’s account in support of a substantive conver... more In this paper, I intend to evaluate if Michael Smith’s account in support of a substantive convergence among agents’ idealized desires is compelling enough to show us that such agreement would be possible. Smith claims that moral argument tends to elicit moral agreement among agents’ opinions and that this gives us a reason to believe that there would be a convergence in desires under conditions of full rationality. He maintains that the best explanation of that historical tendency is our substantive convergence upon a set of extremely unobvious a priori moral truths. However, I think he fails to provide us with any convincing reason to expect that a substantive convergence would be attained. I argue Smith’s consensus on moral issues is less probable than disagreement if there is no normative standard for the correctness of the desires we would want ourselves to have in conditions of full rationality. If my argument succeeds it follows that Smith’s account is a sort of error theory ...
Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), 2018
Resumo: Neste artigo, pretendo avaliar se a abordagem de Michael Smith apoiando uma convergência ... more Resumo: Neste artigo, pretendo avaliar se a abordagem de Michael Smith apoiando uma convergência substantiva entre os desejos idealizados dos agentes é convincente a ponto de nos mostrar que tal acordo seria possível. Smith afirma que a discussão moral tende a gerar acordo moral entre as opiniões dos agentes e que isso nos dá uma boa razão para acreditarmos que haverá uma convergência em desejos sob condições de racionalidade plena. Ele defende que a melhor explicação dessa tendência histórica é nossa convergência substantiva a respeito de um conjunto de verdades morais a priori pouco óbvias. Contudo, penso que ele falha em oferecer qualquer razão convincente para esperarmos que uma convergência substantiva seria alcançada. Argumento que o consenso de Smith sobre questões morais é menos provável do que o desacordo caso não haja nenhum padrão normativo de correção dos desejos que esperaríamos ter em condições de racionalidade plena. Se meu argumento é bem-sucedido, segue-se que a abordagem de Smith é um tipo teoria do erro de razões normativas, ao invés de um tipo de teoria realista.
Kriterion: Revista de Filosofia, 2019
The goal of this paper is to find out if Michael Smith's version of the causal theory of acti... more The goal of this paper is to find out if Michael Smith's version of the causal theory of action is able to solve David Velleman's agency par excellence challenge. Smith (2012) has claimed that his theory can deal with the challenge insofar as the exercise of the capacity to be instrumentally rational plays the intermediating role which Velleman (1992a) thinks of the agent as playing in the causation of action. However, I argue Smith misunderstands the challenge at hand, thereby failing to find the agent's proper role in action explanation. Moreover, I claim Velleman's objection puts Smith's account of the causal theory in trouble by showing it cannot reconcile the causal explanation of intentional action with our ordinary conception of agency. If Smith intends to explain what a 'full-blooded' intentional action is, I then believe he needs to incorporate into his theory a more robust account of rational guidance.
Filosofia Unisinos, Nov 16, 2022
Artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Ao... more Artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Ao ensejo dos 50 anos da publicação de "Morality as a System of Hypothetical Imperatives", trazemos ao público de língua portuguesa a tradução desse importante clássico da literatura filosófica. Originalmente, o artigo compôs o terceiro número do octágesimo primeiro volume do The Philosophical Review, de 1972, e foi republicado sem alterações significativas no compilado de ensaios de Philippa Foot, "Virtues and Vices", de 1992. As modificações menores, aqui não reproduzidas, são a nota de rodapé número 8 e alguns parágrafos adicionados ao fim da última nota de rodapé. Uma primeira versão do texto foi apresentada e discutida no Center for Philosophical Exchange no verão de 1971. Intitulada "In defence of the hypothetical imperative", essa versão anterior do artigo consistia muito mais em uma consideração crítica dos argumentos kantianos contra o imperativo hipotético do que uma contribuição própria e original de Foot ao debate. A versão de 1972, no entanto, não trata apenas das "dificuldades e obscuridades" da filosofia moral kantiana, mas também apresenta a visão de Foot sobre a natureza da moralidade. Por isso, é preciso reconhecer que "Morality as a System of Hypothetical Imperatives" auxiliou tanto no processo de renascimento da ética das virtudes no século XX quanto no fortalecimento da tradição que põe em xeque a suposta categoricidade dos juízos morais.