Lucas Vallory - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Lucas Vallory
A privatização dos presídios: a experiência americana e a sua introdução no Brasil
Orientador: Professora Associada Janaína Conceição Paschoal SÃO PAULO 2016 2. PESSOAS ORDINÁRIAS ... more Orientador: Professora Associada Janaína Conceição Paschoal SÃO PAULO 2016 2. PESSOAS ORDINÁRIAS MATAM? 2.1. Um breve ensaio da violência e criminalidade humana "Aqueles que abrem mão de uma liberdade essencial por uma segurança temporária não merecem nem liberdade e nem segurança". BENJAMIN FRANKLIN De início, vale, de forma abreviada, conceituar o que seria, de fato, violência. Vocábulo de origem francesa, que data aproximadamente do início do século XIII, "violência" deriva do latim vis, que significa "força", "poder" ou "vigor", evidenciando temperamento encolerizado e desmedido. Caracteriza assim, uma ação de força bruta que visa submeter e constranger outrem 2 . Pode-se notar, no caminhar da humanidade, as diferentes concepções que este termo adquiriu. A sociedade espartana vivia e respirava a violência, era criada em torno dela e, sempre que possível, a reproduzia, seja com os escravos ou com os povos que travavam batalhas. De outro lado, observa-se sociedades ou grupos sociais que aboliram qualquer tipo de ato violento, até mesmo os institucionais, como os seguidores de Dalai Lama (budismo tibetano) ou de Mahatma Gandhi. Ao se tratar da cultura ocidental, nota-se uma forte influência católica por detrás do termo, impondo aos seus seguidores o fim da violência desmedida e desmotivada, restando apenas escusável utilizar-se da força em situações de defesa. Importante ressaltar, nesta última constatação, que poucas são as religiões adeptas ao pacifismooposição total ao uso da violência ou mesmo da força em qualquer circunstânciasendo que a maioria das crenças religiosas do mundo a admitem como forma de defesa. Diante deste quadro, a civilização concedeu à violência um posto fundamental a ser estruturado em qualquer sociedade, ditando os limites de sua legitimidade e denunciando os seus excessos. 2006, o suspeito já possuía alguma passagem pela polícia. 18 Nesta linha, Murray Straus, em sua obra "Domestic Violence and Homicide Antecedents", afirma que, no dia a dia, a maioria dos homicídios que ocorrem em situações familiares ou domésticas são precedidos de uma longa história de agressões. O estudo "Partener Homicide In Context" analisou casos de homicídios entre casais e concluiu que em 95,8% dos casos estava presente a violência doméstica cotidiana.
A privatização dos presídios: a experiência americana e a sua introdução no Brasil
Orientador: Professora Associada Janaína Conceição Paschoal SÃO PAULO 2016 2. PESSOAS ORDINÁRIAS ... more Orientador: Professora Associada Janaína Conceição Paschoal SÃO PAULO 2016 2. PESSOAS ORDINÁRIAS MATAM? 2.1. Um breve ensaio da violência e criminalidade humana "Aqueles que abrem mão de uma liberdade essencial por uma segurança temporária não merecem nem liberdade e nem segurança". BENJAMIN FRANKLIN De início, vale, de forma abreviada, conceituar o que seria, de fato, violência. Vocábulo de origem francesa, que data aproximadamente do início do século XIII, "violência" deriva do latim vis, que significa "força", "poder" ou "vigor", evidenciando temperamento encolerizado e desmedido. Caracteriza assim, uma ação de força bruta que visa submeter e constranger outrem 2 . Pode-se notar, no caminhar da humanidade, as diferentes concepções que este termo adquiriu. A sociedade espartana vivia e respirava a violência, era criada em torno dela e, sempre que possível, a reproduzia, seja com os escravos ou com os povos que travavam batalhas. De outro lado, observa-se sociedades ou grupos sociais que aboliram qualquer tipo de ato violento, até mesmo os institucionais, como os seguidores de Dalai Lama (budismo tibetano) ou de Mahatma Gandhi. Ao se tratar da cultura ocidental, nota-se uma forte influência católica por detrás do termo, impondo aos seus seguidores o fim da violência desmedida e desmotivada, restando apenas escusável utilizar-se da força em situações de defesa. Importante ressaltar, nesta última constatação, que poucas são as religiões adeptas ao pacifismooposição total ao uso da violência ou mesmo da força em qualquer circunstânciasendo que a maioria das crenças religiosas do mundo a admitem como forma de defesa. Diante deste quadro, a civilização concedeu à violência um posto fundamental a ser estruturado em qualquer sociedade, ditando os limites de sua legitimidade e denunciando os seus excessos. 2006, o suspeito já possuía alguma passagem pela polícia. 18 Nesta linha, Murray Straus, em sua obra "Domestic Violence and Homicide Antecedents", afirma que, no dia a dia, a maioria dos homicídios que ocorrem em situações familiares ou domésticas são precedidos de uma longa história de agressões. O estudo "Partener Homicide In Context" analisou casos de homicídios entre casais e concluiu que em 95,8% dos casos estava presente a violência doméstica cotidiana.