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Papers by Mateus Toledo Gonçalves
2024
“O autor de si mesmo” e “Mineirinho” são reações a notícias de jornal sobre casos de grande viol... more “O autor de si mesmo” e “Mineirinho” são reações a notícias de jornal sobre casos
de grande violência. Ambos são também crônicas publicadas em órgãos importantes
da imprensa de sua época, a Gazeta de Notícias, no caso de Machado de Assis, e a
revista Senhor, no caso de Clarice Lispector. Este artigo propõe analisar essas crônicas
paralelamente, de modo a investigar as modalidades de reação diante da violência
que elas corporificam.
Este artigo pretende fazer uma breve reflexão sobre a relação entre moral e estilo no primeiro li... more Este artigo pretende fazer uma breve reflexão sobre a relação entre moral e estilo no primeiro livro das Sátiras de Horário. Apesar do percurso talvez errático do artigo, há nele uma tese principal, a saber, a de que um certo ideal epicurista funciona nas Sátiras tanto como uma injunção ética, quanto como uma orientação estilística. Palavras-chave: Sátiras; ética; estética.
Esse artigo propõe fazer uma comparação entre as filosofias da linguagem de Bakhtin e de Wittgen... more Esse artigo propõe fazer uma comparação entre as filosofias da linguagem de Bakhtin e
de Wittgenstein. Em particular, nos interessará a pergunta sobre como esses dois filósofos pensaram a ideia de que o significado linguístico tem necessariamente uma natureza intersubjetiva. Para isso, serão abordados o argumento wittgensteiniano contra a linguagem privada, como discutido nas Investigações filosóficas, em particular em §258, e a tese bakhtiniana da orientação dialógica do discurso, como discutida no início do capítulo 2 d’O discurso no romance.
This article aims at comparing the philosophies of language of Bakhtin and Wittgenstein. The mai... more This article aims at comparing the philosophies of language of Bakhtin and Wittgenstein.
The main problem to be addressed is how these two authors thought the idea that linguistic meaning necessarily has an intersubjective nature. To this end, the article will address the Wittgensteinian “private language argument,” as discussed in Philosophical
Investigations, particularly in §258, and the Bakhtinian thesis of the “dialogical
orientation of discourse,” as discussed at the beginning of chapter 2 of Discourse in the
Novel.
Translation by Isabel Ferreira
O interesse desse artigo será o de situar uma série de aspectos da linguagem d’A paixão segundo ... more O interesse desse artigo será o de situar uma série de aspectos da linguagem d’A
paixão segundo G.H em relação à questão da “coisa”. Partirei da afinidade entre
a problemática da metafísica em Kant e a da procura da coisa na obra de Clarice
Lispector. A caracterização da escrita de Clarice como tendo uma preocupação de
ordem metafísica, irei sugerir, pressupõe essa afinidade. No entanto, ela também
se afasta decisivamente, como se verá. No romance A paixão segundo G.H em
particular um ponto central de interesse é a conexão feita ali entre a questão da
“coisa” com a da metamorfose. Por fim, dado esse percurso do artigo, irei propor
uma visão alternativa para uma observação muito comum na literatura crítica sobre
Clarice Lispector: a de que seus romances seriam “desarticulados”.
Esse artigo é uma leitura de “Amor”, de Clarice Lispector. O artigo acompanha o conto basicament... more Esse artigo é uma leitura de “Amor”, de Clarice Lispector. O artigo acompanha o
conto basicamente parágrafo a parágrafo até a cena crucial do Jardim Botânico. A filosofia do rosto de Emmanuel Levinas será um referencial importante para pensar o evento da narrativa, em que a protagonista avista do bonde o cego mascando chicles. Esse evento terá “repercussões ontológicas” no conto, como argumentaremos, no que a referência à filosofia levinasiana será decisiva. Esse referencial, no entanto, será relativizado na literatura de Clarice Lispector, por meio da desestabilização da partilha entre o que é meramente um objeto e o que pode deter um rosto.
Esse artigo pretende acompanhar de perto o desenrolar do conto “Fevereiro ou Março” de Rubem Fons... more Esse artigo pretende acompanhar de perto o desenrolar do conto “Fevereiro ou Março” de Rubem Fonseca, com atenção especial a sua fatura. O tema de fundo e que dá unidade à análise é a ideia do aviltamento da experiência nas grandes cidades. O tópico da “experiência desmoralizada”, fulcral nas discussões sobre a modernidade artística desde Baudelaire, é invocado e está latente por toda a análise, mas será tratado com um enfoque simmeliano. A hipótese mais forte do texto é que o conto narra a sorte do tipo do “tolo” na metrópole, figura meramente aludida no texto clássico de Georg Simmel As grandes cidades e a vida do espírito, mas que o sociólogo alemão não chega a desenvolver.
As notas que compõem esse texto são tentativas de se aproximar da linguagem de “O ovo e a galinh... more As notas que compõem esse texto são tentativas de se aproximar da linguagem
de “O ovo e a galinha” por meio da análise de alguns de seus traços formais.
A opção por escrevê-lo na forma de notas responde ao que nos parece ser
uma resistência do próprio conto a uma exposição articulada, que suporia um
controle que justamente ele trata de proibir.
Tradução de artigo do filósofo Gabriel Catren por Matheus Ichimaru Bedendo e Mateus Toledo Gonça... more Tradução de artigo do filósofo Gabriel Catren por
Matheus Ichimaru Bedendo e Mateus Toledo Gonçalves.
Tradução de artigo de João Camillo Penna, realizada por Clarissa Loyola Comin e Mateus Toledo Gon... more Tradução de artigo de João Camillo Penna, realizada por Clarissa Loyola Comin e Mateus Toledo Gonçalves
2024
“O autor de si mesmo” e “Mineirinho” são reações a notícias de jornal sobre casos de grande viol... more “O autor de si mesmo” e “Mineirinho” são reações a notícias de jornal sobre casos
de grande violência. Ambos são também crônicas publicadas em órgãos importantes
da imprensa de sua época, a Gazeta de Notícias, no caso de Machado de Assis, e a
revista Senhor, no caso de Clarice Lispector. Este artigo propõe analisar essas crônicas
paralelamente, de modo a investigar as modalidades de reação diante da violência
que elas corporificam.
Este artigo pretende fazer uma breve reflexão sobre a relação entre moral e estilo no primeiro li... more Este artigo pretende fazer uma breve reflexão sobre a relação entre moral e estilo no primeiro livro das Sátiras de Horário. Apesar do percurso talvez errático do artigo, há nele uma tese principal, a saber, a de que um certo ideal epicurista funciona nas Sátiras tanto como uma injunção ética, quanto como uma orientação estilística. Palavras-chave: Sátiras; ética; estética.
Esse artigo propõe fazer uma comparação entre as filosofias da linguagem de Bakhtin e de Wittgen... more Esse artigo propõe fazer uma comparação entre as filosofias da linguagem de Bakhtin e
de Wittgenstein. Em particular, nos interessará a pergunta sobre como esses dois filósofos pensaram a ideia de que o significado linguístico tem necessariamente uma natureza intersubjetiva. Para isso, serão abordados o argumento wittgensteiniano contra a linguagem privada, como discutido nas Investigações filosóficas, em particular em §258, e a tese bakhtiniana da orientação dialógica do discurso, como discutida no início do capítulo 2 d’O discurso no romance.
This article aims at comparing the philosophies of language of Bakhtin and Wittgenstein. The mai... more This article aims at comparing the philosophies of language of Bakhtin and Wittgenstein.
The main problem to be addressed is how these two authors thought the idea that linguistic meaning necessarily has an intersubjective nature. To this end, the article will address the Wittgensteinian “private language argument,” as discussed in Philosophical
Investigations, particularly in §258, and the Bakhtinian thesis of the “dialogical
orientation of discourse,” as discussed at the beginning of chapter 2 of Discourse in the
Novel.
Translation by Isabel Ferreira
O interesse desse artigo será o de situar uma série de aspectos da linguagem d’A paixão segundo ... more O interesse desse artigo será o de situar uma série de aspectos da linguagem d’A
paixão segundo G.H em relação à questão da “coisa”. Partirei da afinidade entre
a problemática da metafísica em Kant e a da procura da coisa na obra de Clarice
Lispector. A caracterização da escrita de Clarice como tendo uma preocupação de
ordem metafísica, irei sugerir, pressupõe essa afinidade. No entanto, ela também
se afasta decisivamente, como se verá. No romance A paixão segundo G.H em
particular um ponto central de interesse é a conexão feita ali entre a questão da
“coisa” com a da metamorfose. Por fim, dado esse percurso do artigo, irei propor
uma visão alternativa para uma observação muito comum na literatura crítica sobre
Clarice Lispector: a de que seus romances seriam “desarticulados”.
Esse artigo é uma leitura de “Amor”, de Clarice Lispector. O artigo acompanha o conto basicament... more Esse artigo é uma leitura de “Amor”, de Clarice Lispector. O artigo acompanha o
conto basicamente parágrafo a parágrafo até a cena crucial do Jardim Botânico. A filosofia do rosto de Emmanuel Levinas será um referencial importante para pensar o evento da narrativa, em que a protagonista avista do bonde o cego mascando chicles. Esse evento terá “repercussões ontológicas” no conto, como argumentaremos, no que a referência à filosofia levinasiana será decisiva. Esse referencial, no entanto, será relativizado na literatura de Clarice Lispector, por meio da desestabilização da partilha entre o que é meramente um objeto e o que pode deter um rosto.
Esse artigo pretende acompanhar de perto o desenrolar do conto “Fevereiro ou Março” de Rubem Fons... more Esse artigo pretende acompanhar de perto o desenrolar do conto “Fevereiro ou Março” de Rubem Fonseca, com atenção especial a sua fatura. O tema de fundo e que dá unidade à análise é a ideia do aviltamento da experiência nas grandes cidades. O tópico da “experiência desmoralizada”, fulcral nas discussões sobre a modernidade artística desde Baudelaire, é invocado e está latente por toda a análise, mas será tratado com um enfoque simmeliano. A hipótese mais forte do texto é que o conto narra a sorte do tipo do “tolo” na metrópole, figura meramente aludida no texto clássico de Georg Simmel As grandes cidades e a vida do espírito, mas que o sociólogo alemão não chega a desenvolver.
As notas que compõem esse texto são tentativas de se aproximar da linguagem de “O ovo e a galinh... more As notas que compõem esse texto são tentativas de se aproximar da linguagem
de “O ovo e a galinha” por meio da análise de alguns de seus traços formais.
A opção por escrevê-lo na forma de notas responde ao que nos parece ser
uma resistência do próprio conto a uma exposição articulada, que suporia um
controle que justamente ele trata de proibir.
Tradução de artigo do filósofo Gabriel Catren por Matheus Ichimaru Bedendo e Mateus Toledo Gonça... more Tradução de artigo do filósofo Gabriel Catren por
Matheus Ichimaru Bedendo e Mateus Toledo Gonçalves.
Tradução de artigo de João Camillo Penna, realizada por Clarissa Loyola Comin e Mateus Toledo Gon... more Tradução de artigo de João Camillo Penna, realizada por Clarissa Loyola Comin e Mateus Toledo Gonçalves