Profa Mara Coelho Souza Lago (original) (raw)
Papers by Profa Mara Coelho Souza Lago
Revista Estudos Feministas, 2008
Uma revista que trabalha com a temática de gênero a partir da perspectiva feminista não poderia d... more Uma revista que trabalha com a temática de gênero a partir da perspectiva feminista não poderia deixar de refletir mais uma vez sobre o aborto, sobretudo num contexto em que se reacende esse debate, tanto no Brasil como em vários outros países onde, até hoje, tal polêmica não se resolveu. Para contribuir com a ruptura do sonoro silêncio 1 sobre essa prática, a editoria de dossiês da REF decidiu organizar esta seção, cujo nome replica o Dossiê Aborto de 1997. Foram retomadas discussões sobre os direitos sexuais e reprodutivos ocorridas na década de 90 que, de forma tímida, como sugere Leila Linhares Barsted (1997), 2 vêm legitimando internacionalmente o debate feminista acerca do direito das mulheres de decidirem sobre seus corpos e optarem pela maternidade. Aliás, é também Leila Barsted que discute no primeiro número da REF de 1992, 3 de forma provocativa, a luta pelo "aborto legal" como estratégia do feminismo brasileiro, que, segundo ela, não deveria perder seu rumo abandonando a luta pela descriminalização do aborto em qualquer situação. Esse direito seria, como afirma Michèle Ferrand no presente dossiê, uma condição para a emancipação feminina, cabendo às mulheres a decisão final sobre processos que afetam não somente seus corpos, mas também suas vidas. Vários outros textos sobre o tema têm sido publicados ao longo dos 15 anos da REF, direta ou indiretamente, seja na forma de artigos, seja na forma de entrevistas e/ou resenhas, com destaque para os dossiês "Mulher e direitos reprodutivos" 4 e, ainda, "Relações de gênero" e "Saúde reprodutiva". 5
Revista Estudos Feministas, 2015
Esse artigo objetiva descrever as práticas da justiça criminal construídas a partir da Lei 11.340... more Esse artigo objetiva descrever as práticas da justiça criminal construídas a partir da Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha, por juízes e juízas encarregados/as da aplicação deste dispositivo legal em uma Vara Criminal e Juizado de Violência contra a Mulher, em Santa Catarina. Trata-se de um estudo de inspiração etnográfica, que utilizou como fonte de pesquisa entrevistas com operadoras/os do direito e diários de campo, construídos a partir de observação de audiências e análise documental de processos penais. A pesquisa mostrou que as práticas rotineiras das/os operadoras/es do direito, no tratamento jurídico de casos tipificados como de "violência doméstica e familiar contra a mulher", estavam orientadas pelos "estilos" pessoais de cada magistrado/a ao conduzir as audiências de ratificação, caracterizando formas de comunicação e interação de acordo com valores morais, marcados por diferentes concepções de gênero, família e justiça. A observação das práticas de eq...
Florianópolis : ABRAPSO Editora : Edições do Bosque CFH/UFSC, Oct 5, 2015
Nem tupi nem tapuia. Livre determinação e polìticas sociais na trajetória histórica dos indígenas... more Nem tupi nem tapuia. Livre determinação e polìticas sociais na trajetória histórica dos indígenas brasileiros Bruno Simões Gonçalves Interseccionalidade e violência de gênero contra as mulheres: a questão étnico-racial Raquel da Silva Silveira e Henrique Caetano Nardi Do ventre escuro de um porão vou baixar no seu terreiro
Revista Estudos Feministas, 2020
Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Estamos vivendo, desde meados de março de 2020,... more Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Estamos vivendo, desde meados de março de 2020, no Brasil, uma situação excepcional, gerada pela pandemia do coronavírus, cientificamente codificada em suas siglas como doença, classificada como substantivo feminino, a Covid-19. A própria definição de pandemia implica uma questão mundial, que atinge de alguma maneira a todas e todos: Oriente e Ocidente; Norte e Sul; pobres e ricos; mulheres e homens, cis e trans, homossexuais e heterossexuais; pessoas indígenas, negras, brancas, orientais. Entretanto, como Boaventura de Souza Santos (2020) e tantas autoras e autores têm argumentado, essa ideia de uma "igualdade" frente ao vírus é uma ficção, já que a doença não atinge a todas da mesma forma e com a mesma intensidade. Se algumas/ uns de nós podem estar em isolamento nos espaços domésticos, trabalhando com seus computadores e internet, outras pessoas não têm essa possibilidade. Segundo este autor, a pandemia e o confinamento como prevenção para a mesma promovem e revelam as cisões perversas das sociedades, que tornam alguns grupos sociais mais suscetíveis em razão de suas condições socioeconômicas e da falta de políticas públicas adequadas, visibilizando os que estão "ao sul da quarentena": mulheres, trabalhadoras e trabalhadores precários ou informais, moradoras e moradores de rua, de periferias pobres e de favelas, as/os internadas/os em campos de refugiados e prisões, idosas/os, deficientes físicos (SANTOS, 2020, p. 15-21). Esses "grupos vulneráveis" formam a maioria das pessoas no planeta, aquela maioria que não está protegida pela redoma dos planos de saúde, das casas com internet rápida, dos empregos em instituições e empresas que permitem home office e continuam pagando salários, das pessoas que podem comprar alimentos e refeições por delivery. Sobre as mulheres recai uma carga pesadíssima nesse contexto de pandemia e isolamento social pois, apesar de todas as lutas feministas, são elas que assumem a responsabilidade e a maior parte das tarefas domésticas e de cuidado. Somando-se a isso, cerca de 70% das profissionais de saúde são também mulheres e, conforme Hildete Pereira de Melo (2020), no Brasil como em outros países, essa situação ainda se agrava pela condição econômica das mulheres, que continuam ganhando em média 25% a menos que os homens. Questão que se amplia significativamente no caso das mulheres negras, que formam grande parte das trabalhadoras informais, em condições precárias de trabalho, sem acesso a registros, e que na pandemia têm perdido seus empregos. Com todas as pessoas da família constantemente em casa, com as escolas e creches fechadas, com os serviços de saúde limitados, são geralmente as mulheres que se encarregam do preparo da comida, da limpeza, da higienização de tudo que é comprado, da roupa, dos cuidados com as crianças e adolescentes (incluídas as atividades escolares), com as pessoas doentes e idosas, para além de seu trabalho remunerado quando este se mantém. A crise no Brasil se agrava ainda mais pela maneira disfuncional como o governo atual tem lidado com ela, e também por medidas adotadas anteriormente que retiraram verbas e todo tipo de apoio à pesquisa científica, ao serviço público, desconstruindo políticas públicas de apoio às populações mais pobres. O aumento da violência contra as mulheres, assinalado pela diretora
Revista Estudos Feministas, 2019
Psicologia USP, 2016
Resumo Este artigo problematiza a produção histórica da velhice a partir do dispositivo da idade.... more Resumo Este artigo problematiza a produção histórica da velhice a partir do dispositivo da idade. Traça-se um rastreio genealógico que visa apontar algumas linhas que foram configurando enunciados sobre a velhice a partir de diversas correlações de forças, especialmente em contextos biopolíticos. Destaca-se como os discursos de verdade que enunciam a velhice produzem regimes de subjetivação e constituem sujeitos a partir de referenciais normalizadores e massificadores. A partir da desconstrução dos discursos relativos à velhice, aponta-se para a possibilidade de considerar as experiências das velhices para além das formas de tutela e de gestões calculistas da vida.
Psicologia Sociedade, Dec 1, 2012
Revista Estudos Feministas, 2013
Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas, 2012
Resumo Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Est... more Resumo Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de classe, gênero, raça/etnia em Santa Catarina (o caso de Florianópolis)" 3 , que integra a investigação proposta por François-Xavier Mérrien, da Universidade de Lausanne, "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de gênero, raça/etnia no estado de Santa Catarina, Brasília, Moçambique, Filipinas, Cuba e França". A pesquisa em Florianópolis, realizada por equipe multidisciplinar, utilizou o método etnográfico e centrou sua análise sobre os sujeitos que recebem Bolsa Família, as formas como significam esses recursos e sua inclusão no Programa. Foram entrevistadas/os mulheres e homens beneficiários do PBF em quatro bairros do município. Procurando discorrer acerca da conveniência da utilização do método etnográfico por diferentes matrizes disciplinares das Ciências Humanas, o texto reflete sobre a questão da interdisciplinaridade no trabalho de pesquisa, bem como sobre a importância da etnografia na análise de políticas públicas. Palavras-chave: Etnografia. Políticas Sociais. Bolsa Família. Interdisciplinaridade.
Revista Estudos Feministas, 2019
Revista Estudos Feministas, 2018
Abstract: In 2017, Revista Estudos Feministas completed 25 years of publication. Its 10, 15 and 2... more Abstract: In 2017, Revista Estudos Feministas completed 25 years of publication. Its 10, 15 and 20 years as an academic journal created and edited by women's groups linked to teaching, research and feminist activism have yielded many texts in commemorative editions. REF, the result of a voluntary collective work, “is an indexed, interdisciplinary journal of national and international circulation, the mission of which is to publish articles, essays and reviews that present consistent and innovative theoretical reflections (...) broadening the frontiers of academic debates in the field of feminist and gender studies and implementing the practices of women's movements”. The 25th anniversary of REF provides us with a new opportunity to reflect on its editing processes, on the themes of the articles, essays, dossiers and debates produced, as well as on the geographical places and disciplinary formations of their authors, with their diversified epistemological affiliations, now su...
Editorial, 2019
Editorial v. 27, n. 3
Anuário de Literatura, Nov 21, 2019
Aprovação de comitê de ética em pesquisa Não se aplica. Licença de uso Este artigo está licenciad... more Aprovação de comitê de ética em pesquisa Não se aplica. Licença de uso Este artigo está licenciado sob a Licença Creative Commons CC-BY. Com essa licença você pode compartilhar, adaptar, criar para qualquer fim, desde que atribua a autoria da obra.
Este artigo investiga a relação entre os estudos de gênero e a pesquisa em Jornalismo no Brasil. ... more Este artigo investiga a relação entre os estudos de gênero e a pesquisa em Jornalismo no Brasil. A análise está centrada nos trabalhos apresentados desde o primeiro encontro anual da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), em 2003, até 2014, que foram rastreados pela palavras-chave "gênero". Como método, emprega a análise de conteúdo (Bardin, 2011), sendo que as categorias analisadas foram a) referencial teórico sobre relações de gênero; b) perfil do pesquisador. O corpus consiste em cinco pesquisas identificadas no banco de dados da associação no período de 2010-2014. Notamos, portanto, uma presença emergente de pesquisas que, contudo, até o presente ainda não dialogam com a sólida tradição dos estudos de gênero no país em outras áreas do conhecimento. Também disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/22464
Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Estratégia... more Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de classe, gênero, raça/etnia em Santa Catarina (o caso de Florianópolis)" 3 , que integra a investigação proposta por François-Xavier Mérrien, da Universidade de Lausanne, "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de gênero, raça/etnia no estado de Santa Catarina, Brasília, Moçambique, Filipinas, Cuba e França". A pesquisa em Florianópolis, realizada por equipe multidisciplinar, utilizou o método etnográfico e centrou sua análise sobre os sujeitos que recebem Bolsa Família, as formas como significam esses recursos e sua inclusão no Programa. Foram entrevistadas/os mulheres e homens beneficiários do PBF em quatro bairros do município. Procurando discorrer acerca da conveniência da utilização do método etnográfico por diferentes matrizes disciplinares das Ciências Humanas, o texto reflete sobre a questão da interdisciplinaridade no trabalho de pesquisa, bem como sobre a importância da etnografia na análise de políticas públicas. Palavras-chave: Etnografia. Políticas Sociais. Bolsa Família. Interdisciplinaridade.
Revista Estudos Feministas, 2008
Uma revista que trabalha com a temática de gênero a partir da perspectiva feminista não poderia d... more Uma revista que trabalha com a temática de gênero a partir da perspectiva feminista não poderia deixar de refletir mais uma vez sobre o aborto, sobretudo num contexto em que se reacende esse debate, tanto no Brasil como em vários outros países onde, até hoje, tal polêmica não se resolveu. Para contribuir com a ruptura do sonoro silêncio 1 sobre essa prática, a editoria de dossiês da REF decidiu organizar esta seção, cujo nome replica o Dossiê Aborto de 1997. Foram retomadas discussões sobre os direitos sexuais e reprodutivos ocorridas na década de 90 que, de forma tímida, como sugere Leila Linhares Barsted (1997), 2 vêm legitimando internacionalmente o debate feminista acerca do direito das mulheres de decidirem sobre seus corpos e optarem pela maternidade. Aliás, é também Leila Barsted que discute no primeiro número da REF de 1992, 3 de forma provocativa, a luta pelo "aborto legal" como estratégia do feminismo brasileiro, que, segundo ela, não deveria perder seu rumo abandonando a luta pela descriminalização do aborto em qualquer situação. Esse direito seria, como afirma Michèle Ferrand no presente dossiê, uma condição para a emancipação feminina, cabendo às mulheres a decisão final sobre processos que afetam não somente seus corpos, mas também suas vidas. Vários outros textos sobre o tema têm sido publicados ao longo dos 15 anos da REF, direta ou indiretamente, seja na forma de artigos, seja na forma de entrevistas e/ou resenhas, com destaque para os dossiês "Mulher e direitos reprodutivos" 4 e, ainda, "Relações de gênero" e "Saúde reprodutiva". 5
Revista Estudos Feministas, 2015
Esse artigo objetiva descrever as práticas da justiça criminal construídas a partir da Lei 11.340... more Esse artigo objetiva descrever as práticas da justiça criminal construídas a partir da Lei 11.340/2006, Lei Maria da Penha, por juízes e juízas encarregados/as da aplicação deste dispositivo legal em uma Vara Criminal e Juizado de Violência contra a Mulher, em Santa Catarina. Trata-se de um estudo de inspiração etnográfica, que utilizou como fonte de pesquisa entrevistas com operadoras/os do direito e diários de campo, construídos a partir de observação de audiências e análise documental de processos penais. A pesquisa mostrou que as práticas rotineiras das/os operadoras/es do direito, no tratamento jurídico de casos tipificados como de "violência doméstica e familiar contra a mulher", estavam orientadas pelos "estilos" pessoais de cada magistrado/a ao conduzir as audiências de ratificação, caracterizando formas de comunicação e interação de acordo com valores morais, marcados por diferentes concepções de gênero, família e justiça. A observação das práticas de eq...
Florianópolis : ABRAPSO Editora : Edições do Bosque CFH/UFSC, Oct 5, 2015
Nem tupi nem tapuia. Livre determinação e polìticas sociais na trajetória histórica dos indígenas... more Nem tupi nem tapuia. Livre determinação e polìticas sociais na trajetória histórica dos indígenas brasileiros Bruno Simões Gonçalves Interseccionalidade e violência de gênero contra as mulheres: a questão étnico-racial Raquel da Silva Silveira e Henrique Caetano Nardi Do ventre escuro de um porão vou baixar no seu terreiro
Revista Estudos Feministas, 2020
Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Estamos vivendo, desde meados de março de 2020,... more Editorial Editorial Editorial Editorial Editorial Estamos vivendo, desde meados de março de 2020, no Brasil, uma situação excepcional, gerada pela pandemia do coronavírus, cientificamente codificada em suas siglas como doença, classificada como substantivo feminino, a Covid-19. A própria definição de pandemia implica uma questão mundial, que atinge de alguma maneira a todas e todos: Oriente e Ocidente; Norte e Sul; pobres e ricos; mulheres e homens, cis e trans, homossexuais e heterossexuais; pessoas indígenas, negras, brancas, orientais. Entretanto, como Boaventura de Souza Santos (2020) e tantas autoras e autores têm argumentado, essa ideia de uma "igualdade" frente ao vírus é uma ficção, já que a doença não atinge a todas da mesma forma e com a mesma intensidade. Se algumas/ uns de nós podem estar em isolamento nos espaços domésticos, trabalhando com seus computadores e internet, outras pessoas não têm essa possibilidade. Segundo este autor, a pandemia e o confinamento como prevenção para a mesma promovem e revelam as cisões perversas das sociedades, que tornam alguns grupos sociais mais suscetíveis em razão de suas condições socioeconômicas e da falta de políticas públicas adequadas, visibilizando os que estão "ao sul da quarentena": mulheres, trabalhadoras e trabalhadores precários ou informais, moradoras e moradores de rua, de periferias pobres e de favelas, as/os internadas/os em campos de refugiados e prisões, idosas/os, deficientes físicos (SANTOS, 2020, p. 15-21). Esses "grupos vulneráveis" formam a maioria das pessoas no planeta, aquela maioria que não está protegida pela redoma dos planos de saúde, das casas com internet rápida, dos empregos em instituições e empresas que permitem home office e continuam pagando salários, das pessoas que podem comprar alimentos e refeições por delivery. Sobre as mulheres recai uma carga pesadíssima nesse contexto de pandemia e isolamento social pois, apesar de todas as lutas feministas, são elas que assumem a responsabilidade e a maior parte das tarefas domésticas e de cuidado. Somando-se a isso, cerca de 70% das profissionais de saúde são também mulheres e, conforme Hildete Pereira de Melo (2020), no Brasil como em outros países, essa situação ainda se agrava pela condição econômica das mulheres, que continuam ganhando em média 25% a menos que os homens. Questão que se amplia significativamente no caso das mulheres negras, que formam grande parte das trabalhadoras informais, em condições precárias de trabalho, sem acesso a registros, e que na pandemia têm perdido seus empregos. Com todas as pessoas da família constantemente em casa, com as escolas e creches fechadas, com os serviços de saúde limitados, são geralmente as mulheres que se encarregam do preparo da comida, da limpeza, da higienização de tudo que é comprado, da roupa, dos cuidados com as crianças e adolescentes (incluídas as atividades escolares), com as pessoas doentes e idosas, para além de seu trabalho remunerado quando este se mantém. A crise no Brasil se agrava ainda mais pela maneira disfuncional como o governo atual tem lidado com ela, e também por medidas adotadas anteriormente que retiraram verbas e todo tipo de apoio à pesquisa científica, ao serviço público, desconstruindo políticas públicas de apoio às populações mais pobres. O aumento da violência contra as mulheres, assinalado pela diretora
Revista Estudos Feministas, 2019
Psicologia USP, 2016
Resumo Este artigo problematiza a produção histórica da velhice a partir do dispositivo da idade.... more Resumo Este artigo problematiza a produção histórica da velhice a partir do dispositivo da idade. Traça-se um rastreio genealógico que visa apontar algumas linhas que foram configurando enunciados sobre a velhice a partir de diversas correlações de forças, especialmente em contextos biopolíticos. Destaca-se como os discursos de verdade que enunciam a velhice produzem regimes de subjetivação e constituem sujeitos a partir de referenciais normalizadores e massificadores. A partir da desconstrução dos discursos relativos à velhice, aponta-se para a possibilidade de considerar as experiências das velhices para além das formas de tutela e de gestões calculistas da vida.
Psicologia Sociedade, Dec 1, 2012
Revista Estudos Feministas, 2013
Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas, 2012
Resumo Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Est... more Resumo Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de classe, gênero, raça/etnia em Santa Catarina (o caso de Florianópolis)" 3 , que integra a investigação proposta por François-Xavier Mérrien, da Universidade de Lausanne, "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de gênero, raça/etnia no estado de Santa Catarina, Brasília, Moçambique, Filipinas, Cuba e França". A pesquisa em Florianópolis, realizada por equipe multidisciplinar, utilizou o método etnográfico e centrou sua análise sobre os sujeitos que recebem Bolsa Família, as formas como significam esses recursos e sua inclusão no Programa. Foram entrevistadas/os mulheres e homens beneficiários do PBF em quatro bairros do município. Procurando discorrer acerca da conveniência da utilização do método etnográfico por diferentes matrizes disciplinares das Ciências Humanas, o texto reflete sobre a questão da interdisciplinaridade no trabalho de pesquisa, bem como sobre a importância da etnografia na análise de políticas públicas. Palavras-chave: Etnografia. Políticas Sociais. Bolsa Família. Interdisciplinaridade.
Revista Estudos Feministas, 2019
Revista Estudos Feministas, 2018
Abstract: In 2017, Revista Estudos Feministas completed 25 years of publication. Its 10, 15 and 2... more Abstract: In 2017, Revista Estudos Feministas completed 25 years of publication. Its 10, 15 and 20 years as an academic journal created and edited by women's groups linked to teaching, research and feminist activism have yielded many texts in commemorative editions. REF, the result of a voluntary collective work, “is an indexed, interdisciplinary journal of national and international circulation, the mission of which is to publish articles, essays and reviews that present consistent and innovative theoretical reflections (...) broadening the frontiers of academic debates in the field of feminist and gender studies and implementing the practices of women's movements”. The 25th anniversary of REF provides us with a new opportunity to reflect on its editing processes, on the themes of the articles, essays, dossiers and debates produced, as well as on the geographical places and disciplinary formations of their authors, with their diversified epistemological affiliations, now su...
Editorial, 2019
Editorial v. 27, n. 3
Anuário de Literatura, Nov 21, 2019
Aprovação de comitê de ética em pesquisa Não se aplica. Licença de uso Este artigo está licenciad... more Aprovação de comitê de ética em pesquisa Não se aplica. Licença de uso Este artigo está licenciado sob a Licença Creative Commons CC-BY. Com essa licença você pode compartilhar, adaptar, criar para qualquer fim, desde que atribua a autoria da obra.
Este artigo investiga a relação entre os estudos de gênero e a pesquisa em Jornalismo no Brasil. ... more Este artigo investiga a relação entre os estudos de gênero e a pesquisa em Jornalismo no Brasil. A análise está centrada nos trabalhos apresentados desde o primeiro encontro anual da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), em 2003, até 2014, que foram rastreados pela palavras-chave "gênero". Como método, emprega a análise de conteúdo (Bardin, 2011), sendo que as categorias analisadas foram a) referencial teórico sobre relações de gênero; b) perfil do pesquisador. O corpus consiste em cinco pesquisas identificadas no banco de dados da associação no período de 2010-2014. Notamos, portanto, uma presença emergente de pesquisas que, contudo, até o presente ainda não dialogam com a sólida tradição dos estudos de gênero no país em outras áreas do conhecimento. Também disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/22464
Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Estratégia... more Este artigo foi elaborado a partir de pesquisa realizada no projeto: "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de classe, gênero, raça/etnia em Santa Catarina (o caso de Florianópolis)" 3 , que integra a investigação proposta por François-Xavier Mérrien, da Universidade de Lausanne, "Táticas Locais e Estratégias Internacionais: a política social do Programa Bolsa Família e as relações de gênero, raça/etnia no estado de Santa Catarina, Brasília, Moçambique, Filipinas, Cuba e França". A pesquisa em Florianópolis, realizada por equipe multidisciplinar, utilizou o método etnográfico e centrou sua análise sobre os sujeitos que recebem Bolsa Família, as formas como significam esses recursos e sua inclusão no Programa. Foram entrevistadas/os mulheres e homens beneficiários do PBF em quatro bairros do município. Procurando discorrer acerca da conveniência da utilização do método etnográfico por diferentes matrizes disciplinares das Ciências Humanas, o texto reflete sobre a questão da interdisciplinaridade no trabalho de pesquisa, bem como sobre a importância da etnografia na análise de políticas públicas. Palavras-chave: Etnografia. Políticas Sociais. Bolsa Família. Interdisciplinaridade.