Renato Maia - Academia.edu (original) (raw)
Papers by Renato Maia
O propósito do trabalho é fazer uma reflexão sobre a produção audiovisual por deficientes visuais... more O propósito do trabalho é fazer uma reflexão sobre a produção audiovisual por deficientes visuais. O ponto de partida desta pesquisa foi uma Oficina de Produção de Vídeodocumentário oferecida pelo Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte - IERC/RN, com a participação de pessoas cegas, com baixa visão e videntes colaboradores da instituição. A abordagem da pesquisa segue os preceitos do pensamento complexo, no qual o trabalho é tecido em rede, junto com os pesquisados. O referencial teórico é fundamentado na teoria do sociólogo francês Edgar Morin, além de outros pensadores importantes para este trabalho, a saber: Erving Goffman, Paulo Freire, Michel Foucault, Edward Said, Jacques Aumont, Phillpe Dubois, bem como estudiosos que pensam e teorizam sobre sua própria condição e realizam discussões sobre a questão da cegueira: Francisco José de Lima, Evgen Bavcar, Jacques Lusseyran e Joana Belarmino. A pesquisa foi formulada a partir da constatação do interesse dos pesquisados em entender e produzir imagens visuais utilizando o vídeo como ferramenta. Nesse sentido, a metodologia adotada se aproxima da pesquisa-ação construindo o texto em diálogo e com a participação dos envolvidos no projeto. A técnica de coleta das informações foi fundamentada na descrição etnográfica descrevendo a dinâmica da oficina, as relações entre os participantes, a relação com o outro que enxerga e a forma de operacionalidade dos equipamentos. O enfoque principal é a relação fundamentada no diálogo de informações, posturas e formas de conhecer a partir da experiência desenvolvida e a capacidade e os obstáculos das pessoas cegas para produzir imagens visuais utilizando outros referenciais, tais como: o tato, o olfato e a dimensão de tempo e espaço, referenciais que somam e dão um novo significado às orientações fundamentadas na visualidade dos ministrantes da oficina. Também é realizada a discussão de aspectos referentes ao conceito de imagem com reflexão sociológica a respeito da produção audiovisual feita por pessoas cegas construída e perpetuada socialmente através do que Edgar Morin denominou de imprinting cultural. Desse modo buscou-se percorrer os percursos, com seus obstáculos e conquistas, na produção dessas novas imagens que se evidenciam.
Trata-se de um trabalho a respeito do filme-documentário na atualidade e as implicações que tal t... more Trata-se de um trabalho a respeito do filme-documentário na atualidade e as implicações que tal temática suscita: a possibilidade ou não de documentar a realidade tal qual ela se evidência, a realidade construída socialmente (BERGER & LUCKMAN, 1985) e que na pós-modernidade exalta um mundo gerido por imagens (MAFFESOLI, 1995). A pesquisa busca compreender tais questões e realizar um estudo do filme-documentário desde o surgimento do cinema até a produção do documentário em contexto de pós-modernidade (DA-RIN, 2008). Nesse sentido, serão analisados os documentários brasileiros: “O aborto dos outros”, “Um passaporte húngaro” e “A pessoa é para o que nasce”.
Estudo antropológico do filme Ensaio sobre a cegueira.
Michel Foucault analisou a relação do panóptico com o nascimento do poder disciplinar instaurado ... more Michel Foucault analisou a relação do panóptico com o nascimento do poder disciplinar instaurado nas prisões, escolas, manicômios e hospitais. Nesse modelo o olhar teria um papel determinante para o controle e a disciplina dos internos. Foucault também discutiu sobre a questão da ciência e o caráter de verdade que o olhar científico impõe. Na sociedade contemporânea é possível perceber que a predominância do olhar, em detrimento dos demais sentidos, produz resultados significativos e que, nem sempre, beneficiam a população de forma mais abrangente. Desde a invenção do panóptico até a propagação das câmeras de monitoramento e as tecnologias da imagem, passando pelo olhar investigativo da ciência, o olhar clínico e o diagnóstico da verdade, até o olhar onipresente e onisciente do Deus cristão que a tudo ver, demonstra que o ver e ser visto tem um poder excepcional na vivência cotidiana; é o oculacentrismo, a centralidade no olhar, que intermedia as relações. O que perpassa esse predomínio do olhar como conhecimento, como verdade e como controle é a questão do poder que se exerce geralmente por transparência e por visibilidade e que atinge a todos, não apenas aqueles sobre os quais o poder se exerce, mas também sobre os que exercem o poder. A pretensão deste artigo é discutir sobre tais questões utilizando as ferramentas foucaultianas como subsídios teóricos.
O propósito do trabalho é fazer uma reflexão sobre a produção audiovisual por deficientes visuais... more O propósito do trabalho é fazer uma reflexão sobre a produção audiovisual por deficientes visuais. O ponto de partida desta pesquisa foi uma Oficina de Produção de Vídeodocumentário oferecida pelo Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do Norte - IERC/RN, com a participação de pessoas cegas, com baixa visão e videntes colaboradores da instituição. A abordagem da pesquisa segue os preceitos do pensamento complexo, no qual o trabalho é tecido em rede, junto com os pesquisados. O referencial teórico é fundamentado na teoria do sociólogo francês Edgar Morin, além de outros pensadores importantes para este trabalho, a saber: Erving Goffman, Paulo Freire, Michel Foucault, Edward Said, Jacques Aumont, Phillpe Dubois, bem como estudiosos que pensam e teorizam sobre sua própria condição e realizam discussões sobre a questão da cegueira: Francisco José de Lima, Evgen Bavcar, Jacques Lusseyran e Joana Belarmino. A pesquisa foi formulada a partir da constatação do interesse dos pesquisados em entender e produzir imagens visuais utilizando o vídeo como ferramenta. Nesse sentido, a metodologia adotada se aproxima da pesquisa-ação construindo o texto em diálogo e com a participação dos envolvidos no projeto. A técnica de coleta das informações foi fundamentada na descrição etnográfica descrevendo a dinâmica da oficina, as relações entre os participantes, a relação com o outro que enxerga e a forma de operacionalidade dos equipamentos. O enfoque principal é a relação fundamentada no diálogo de informações, posturas e formas de conhecer a partir da experiência desenvolvida e a capacidade e os obstáculos das pessoas cegas para produzir imagens visuais utilizando outros referenciais, tais como: o tato, o olfato e a dimensão de tempo e espaço, referenciais que somam e dão um novo significado às orientações fundamentadas na visualidade dos ministrantes da oficina. Também é realizada a discussão de aspectos referentes ao conceito de imagem com reflexão sociológica a respeito da produção audiovisual feita por pessoas cegas construída e perpetuada socialmente através do que Edgar Morin denominou de imprinting cultural. Desse modo buscou-se percorrer os percursos, com seus obstáculos e conquistas, na produção dessas novas imagens que se evidenciam.
Trata-se de um trabalho a respeito do filme-documentário na atualidade e as implicações que tal t... more Trata-se de um trabalho a respeito do filme-documentário na atualidade e as implicações que tal temática suscita: a possibilidade ou não de documentar a realidade tal qual ela se evidência, a realidade construída socialmente (BERGER & LUCKMAN, 1985) e que na pós-modernidade exalta um mundo gerido por imagens (MAFFESOLI, 1995). A pesquisa busca compreender tais questões e realizar um estudo do filme-documentário desde o surgimento do cinema até a produção do documentário em contexto de pós-modernidade (DA-RIN, 2008). Nesse sentido, serão analisados os documentários brasileiros: “O aborto dos outros”, “Um passaporte húngaro” e “A pessoa é para o que nasce”.
Estudo antropológico do filme Ensaio sobre a cegueira.
Michel Foucault analisou a relação do panóptico com o nascimento do poder disciplinar instaurado ... more Michel Foucault analisou a relação do panóptico com o nascimento do poder disciplinar instaurado nas prisões, escolas, manicômios e hospitais. Nesse modelo o olhar teria um papel determinante para o controle e a disciplina dos internos. Foucault também discutiu sobre a questão da ciência e o caráter de verdade que o olhar científico impõe. Na sociedade contemporânea é possível perceber que a predominância do olhar, em detrimento dos demais sentidos, produz resultados significativos e que, nem sempre, beneficiam a população de forma mais abrangente. Desde a invenção do panóptico até a propagação das câmeras de monitoramento e as tecnologias da imagem, passando pelo olhar investigativo da ciência, o olhar clínico e o diagnóstico da verdade, até o olhar onipresente e onisciente do Deus cristão que a tudo ver, demonstra que o ver e ser visto tem um poder excepcional na vivência cotidiana; é o oculacentrismo, a centralidade no olhar, que intermedia as relações. O que perpassa esse predomínio do olhar como conhecimento, como verdade e como controle é a questão do poder que se exerce geralmente por transparência e por visibilidade e que atinge a todos, não apenas aqueles sobre os quais o poder se exerce, mas também sobre os que exercem o poder. A pretensão deste artigo é discutir sobre tais questões utilizando as ferramentas foucaultianas como subsídios teóricos.