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Papers by Regina Lopes
Revista Crítica Histórica, 2019
Olhem para mim? Olhem para meus braços! Eu arei e plantei, e juntei a colheita nos celeiros, e ho... more Olhem para mim? Olhem para meus braços! Eu arei e plantei, e juntei a colheita nos celeiros, e homem algum poderia estar à minha frente. E não sou uma mulher? 1 (Sojouner Truth, 1851) Resumo: A proposta deste artigo é possibilitar uma reflexão sobre a subordinação da questão de gênero ao mundo "masculino" do trabalho. Evocar os pressupostos de um ideal de sociedade que alcançaria a modernidade através da industrialização-um território reconhecidamente masculino, que disseminou e intensificou as imagens sobre o trabalho feminino como algo "menor" e/ou negligenciada na produção do capital, nos permitirá o trânsito pelas fronteiras de uma desigualdade que não passou incólume ao longo da história às categorias coextensivas de gênero, raça e classe social na composição da divisão social (sexual) da vida humana. Resgatar e inferir sobre a presença das mulheres em suas especificidades neste processo de produção e reprodução do capital é fundamental para entendermos as metamorfoses do próprio capital como algo cíclico, sexista e racista. Palavras-chave: Gênero; Trabalho; Raça Resumen: La propuesta de este artículo es posibilitar una reflexión sobre la subordinación de la cuestión de género al mundo "masculino" del trabajo. Evocar los presupuestos de un ideal de sociedad que alcanzaría la modernidad a través de la industrialización-un territorio reconocidamente masculino-, que diseminó e intensificó las imágenes sobre el trabajo femenino
Revista Crítica Histórica, 2019
Olhem para mim? Olhem para meus braços! Eu arei e plantei, e juntei a colheita nos celeiros, e ho... more Olhem para mim? Olhem para meus braços! Eu arei e plantei, e juntei a colheita nos celeiros, e homem algum poderia estar à minha frente. E não sou uma mulher? 1 (Sojouner Truth, 1851) Resumo: A proposta deste artigo é possibilitar uma reflexão sobre a subordinação da questão de gênero ao mundo "masculino" do trabalho. Evocar os pressupostos de um ideal de sociedade que alcançaria a modernidade através da industrialização-um território reconhecidamente masculino, que disseminou e intensificou as imagens sobre o trabalho feminino como algo "menor" e/ou negligenciada na produção do capital, nos permitirá o trânsito pelas fronteiras de uma desigualdade que não passou incólume ao longo da história às categorias coextensivas de gênero, raça e classe social na composição da divisão social (sexual) da vida humana. Resgatar e inferir sobre a presença das mulheres em suas especificidades neste processo de produção e reprodução do capital é fundamental para entendermos as metamorfoses do próprio capital como algo cíclico, sexista e racista. Palavras-chave: Gênero; Trabalho; Raça Resumen: La propuesta de este artículo es posibilitar una reflexión sobre la subordinación de la cuestión de género al mundo "masculino" del trabajo. Evocar los presupuestos de un ideal de sociedad que alcanzaría la modernidad a través de la industrialización-un territorio reconocidamente masculino-, que diseminó e intensificó las imágenes sobre el trabajo femenino