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Papers by Elaene Rodrigues
Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais 2019, Dec 21, 2019
Resume: Este trabalho é resultado da minha pesquisa de doutorado que se propôs o estudo das violê... more Resume: Este trabalho é resultado da minha pesquisa de doutorado que se propôs o estudo das violências e resistências vivenciadas por mulheres do serviço social em sua inserção no enfrentamento à ditadura civil-militar no Brasil, entre 1964 e 1985. A complexidade desse tema está relacionada à formação social brasileira e, portanto, à forma como o capitalismo aqui se expressou. Destaca-se como hipótese de trabalho, nesta tese, a afirmação de que as relações patriarcais devem ser associadas à explicação da produção e reprodução das relações sociais capitalistas no país, bem como de que ditadura civil-militar freou o desenvolvimento teóricometodológico da profissão em sua vertente crítica, só expressa e retomada no Brasil a partir de 1979. A aproximação ao objeto de estudo encontra convergência com a inserção de sua autora junto à temática da violência contra a mulher. Esta proximidade é traduzida por experiências de cunho acadêmico e profissional. O vínculo com a bandeira de luta das mulheres, ou seja, do feminismocomo movimento social emancipatório que se propõem a superação da dominação/exploração patriarcal capitalista, pautando a igualdade e a liberdade para mulheres-, esteve, portanto, relacionada ao interesse em realizar esta pesquisa. Para a realização deste estudo qualitativo e de natureza exploratória se recorreu, além da revisão teórico-bibliográfica, ao trabalho de campo envolvendo entrevistas com 10 (dez) mulheres do Serviço Social que estiveram inseridas, como estudantes, assistentes sociais e/ou docentes, nas lutas e resistências daquele período, bem como sofreram diferentes tipos de violência nesse processo. Também foram consultadas fontes documentais diversas, desde aquelas já publicadas até a consulta e análise de registros do Sistema Nacional de Informações (SNI), disponíveis no Arquivo Nacional, no Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil, denominado "Memórias Reveladas". A ditadura instalada pelo golpe civil-militar em 1964, desde seus momentos iniciais até seu declínio, se impôs abertamente pela força militar, coerção e violência, ao mesmo tempo em que restringiu ao limite os direitos mais elementares. Também foram múltiplas as formas de violência experimentadas e que se especificam entre as mulheres física, psíquica, sexual, institucional-; enfim, violências que são explicadas nesta tese como relações patriarcais, que se associam às relações sociais capitalistas no país. Também são explorados os processos relacionados à experiência daquela geração, procurando identificar e estabelecer possíveis relações com o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (III CBAS), ou "Congresso da Virada" como usualmente é lembrado, e a retomada da vertente crítica na profissão. Palavras-chave: Ditadura civil-militar. Serviço social. Relações patriarcais. Violência contra a mulher.Resistências. A ditadura civil-militar de 1964-1985 ainda não foi amplamente discutida e analisada, tanto em relação ao momento histórico em si quanto em suas consequências na contemporaneidade, mas esta tese ousa tocar em aspecto até
Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais 2019, Dec 21, 2019
Resume: Este trabalho é resultado da minha pesquisa de doutorado que se propôs o estudo das violê... more Resume: Este trabalho é resultado da minha pesquisa de doutorado que se propôs o estudo das violências e resistências vivenciadas por mulheres do serviço social em sua inserção no enfrentamento à ditadura civil-militar no Brasil, entre 1964 e 1985. A complexidade desse tema está relacionada à formação social brasileira e, portanto, à forma como o capitalismo aqui se expressou. Destaca-se como hipótese de trabalho, nesta tese, a afirmação de que as relações patriarcais devem ser associadas à explicação da produção e reprodução das relações sociais capitalistas no país, bem como de que ditadura civil-militar freou o desenvolvimento teóricometodológico da profissão em sua vertente crítica, só expressa e retomada no Brasil a partir de 1979. A aproximação ao objeto de estudo encontra convergência com a inserção de sua autora junto à temática da violência contra a mulher. Esta proximidade é traduzida por experiências de cunho acadêmico e profissional. O vínculo com a bandeira de luta das mulheres, ou seja, do feminismocomo movimento social emancipatório que se propõem a superação da dominação/exploração patriarcal capitalista, pautando a igualdade e a liberdade para mulheres-, esteve, portanto, relacionada ao interesse em realizar esta pesquisa. Para a realização deste estudo qualitativo e de natureza exploratória se recorreu, além da revisão teórico-bibliográfica, ao trabalho de campo envolvendo entrevistas com 10 (dez) mulheres do Serviço Social que estiveram inseridas, como estudantes, assistentes sociais e/ou docentes, nas lutas e resistências daquele período, bem como sofreram diferentes tipos de violência nesse processo. Também foram consultadas fontes documentais diversas, desde aquelas já publicadas até a consulta e análise de registros do Sistema Nacional de Informações (SNI), disponíveis no Arquivo Nacional, no Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil, denominado "Memórias Reveladas". A ditadura instalada pelo golpe civil-militar em 1964, desde seus momentos iniciais até seu declínio, se impôs abertamente pela força militar, coerção e violência, ao mesmo tempo em que restringiu ao limite os direitos mais elementares. Também foram múltiplas as formas de violência experimentadas e que se especificam entre as mulheres física, psíquica, sexual, institucional-; enfim, violências que são explicadas nesta tese como relações patriarcais, que se associam às relações sociais capitalistas no país. Também são explorados os processos relacionados à experiência daquela geração, procurando identificar e estabelecer possíveis relações com o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (III CBAS), ou "Congresso da Virada" como usualmente é lembrado, e a retomada da vertente crítica na profissão. Palavras-chave: Ditadura civil-militar. Serviço social. Relações patriarcais. Violência contra a mulher.Resistências. A ditadura civil-militar de 1964-1985 ainda não foi amplamente discutida e analisada, tanto em relação ao momento histórico em si quanto em suas consequências na contemporaneidade, mas esta tese ousa tocar em aspecto até