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Samba Fake e Samba de Fato
"…Preciso dar uma entrevista relacionada ao meu tópico para minha aula neste semestre e achei que... more "…Preciso dar uma entrevista relacionada ao meu tópico para minha aula neste semestre e achei que você seria a pessoa perfeita. Você se importaria se eu gravasse? A próxima semana seria fantástica. Terça-feira é o meu dia mais livre, tenho tempo antes das 13h e depois das 18h. Também estou livre na segunda-feira, das 13h às 16h. Estou no "horário do leste" Resumo Em outubro de 2020 recebi esta mensagem da mestranda de música da North Carolina Central University, EUA. Ingrid Nora Forsyth. Fui indicado pelo querido amigo Samuel Araújo, do Laboratório de etnomusicologia da UFRJ. A orientação "acadêmica", sobre a forma de entrevista on line está compartilhada a seguir, em português e inglês. Introdução: Alguns aspectos insólitos neste ensejo. Primeiro o fato de uma aluna estrangeira ter escolhido o Samba como tese e ter tido a perspicácia de perceber que Bossa Nova, referência oficial de Samba para estrangeiros em geral, nunca foi, exatamente Samba. Esta perspicácia, aliás, não é comum nem mesmo em universidades aqui do Brasil,
"A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, esp... more "A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, espetacularizando sua liturgia, parece ter sido uma estratégia ideológica colonial, provavelmente refinada e exacerbada em 1808 com a chegada da família real portuguesa. O fato é que em 1845/46, quando da estada do engenheiro anglo americano Thomas Ewbank no país, havia centenas de festas católicas de rua por ano, com procissões, quermesses, missas apoteóticas, em honra de centenas de santos, aos quais a população - inclusive escravizada - devotava, sinceramente ou não, uma fé extremada. O fato providencial dessa história é que apesar dos recorrentes dispositivos de invisibilização das culturas alheias, por parte do sistema escravista colonial, um pequeno, porém rico acervo de registros imagéticos sobre cultura africana no Brasil, sobreviveu."
Revista da ABPN, Aug 15, 2020
Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etno... more Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etnomusicologia na diáspora. São analisadas narrativas de viajantes, despachos de africanos recém desembarcados, anúncios de fugitivos africanos, iconografia e registros da cultura material para pensar as dimensões diáspóricas das músicas, instrumentos e articulações transétnicas da população africana escravizada no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX.
This article provides a briefly reflection on the cultural relations established between black an... more This article provides a briefly reflection on the cultural relations established between black and white people within the African Diaspora in the Americas, specifically in the years immediately before and after the emancipations or abolitions of slavery in
Memorial de doutorado de Spirito Santo
Memorial enviado pela Escola de Música da UFRJ e pelo Laboratório de Etnomusicologia, credenciame... more Memorial enviado pela Escola de Música da UFRJ e pelo Laboratório de Etnomusicologia, credenciamento a obtenção do título de Doutor por notório saber após votação do conselho universitário e a Reitoria de Pos graduação da instituição.
O título em termos oficiais, viavilizado por uma resolução da UFRJ de 2005, é primeiro concedidido em 175 anos de existência da Escola de Musica da UFRJ.
Catalysis Communications, 2007
... The coiodination reaction was highly regioselective and only one product was detected by the ... more ... The coiodination reaction was highly regioselective and only one product was detected by the analytical techniques employed. Table 1. Yields of 2-iodo-1-phenylethanol, ... The reactions mediated by metal salts or excess iodine gave the product in nearly the same yields ( 83%). ...
Journal of the Brazilian Chemical Society, 2005
... Raul AS Villegas I ; José Luiz do Espírito Santo Jr. II ; Marcio CS de Mattos I, * ; Mônica R... more ... Raul AS Villegas I ; José Luiz do Espírito Santo Jr. II ; Marcio CS de Mattos I, * ; Mônica RMP de Aguiar II, * ; Alcides WS Guarino III. ... Creative Commons License All the content of the journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons License. ...
Revista da Associação Brasileira de Pesquisador s Negr s - ABPN
Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etno... more Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etnomusicologia na diáspora. São analisadas narrativas de viajantes, despachos de africanos recém desembarcados, anúncios de fugitivos africanos, iconografia e registros da cultura material para pensar as dimensões diáspóricas das músicas, instrumentos e articulações transétnicas da população africana escravizada no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX.
Musica Africana na Corte Imperial do Brasil, 2020
"A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, espetaculari... more "A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, espetacularizando sua liturgia, parece ter sido uma estratégia ideológica colonial, provavelmente refinada e exacerbada em 1808 com a chegada da família real portuguesa. O fato é que em 1845/46, quando da estada do engenheiro anglo americano Thomas Ewbank no país, havia centenas de festas católicas de rua por ano, com procissões, quermesses, missas apoteóticas, em honra de centenas de santos, aos quais a população - inclusive escravizada - devotava, sinceramente ou não, uma fé extremada.
O fato providencial dessa história é que apesar dos recorrentes dispositivos de invisibilização das culturas alheias, por parte do sistema escravista colonial, um pequeno, porém rico acervo de registros imagéticos sobre cultura africana no Brasil,
sobreviveu."
Literatura Negra e suas páginas em branco, 2019
Literatura negra e suas páginas em branco Entre a luz e a Sombra, as contradições das entrelinh... more Literatura negra e suas páginas em branco
Entre a luz e a Sombra, as contradições das entrelinhas. Alexandre Dumas "Os adeptos da literatura e do cinema dificilmente dirão que desconhecem a história dos três mosqueteiros, D'Artagnan ou do Conde de Monte Cristo…Grande parte daqueles que confirmam conhecer tais obras sabem que elas pertencem a Alexandre Dumas, mas uma aposta é quase certa: a grande maioria desconhece que ele era um negro." (Luis Vinicius Belizário, especialista em Cultura Afro-indígena)
Nagô, Mandinga e a espistomologia escapista, 2019
As Escolas de Samba começam a aparecer no Rio de Janeiro, de forma intensa, por volta dos anos 19... more As Escolas de Samba começam a aparecer no Rio de Janeiro, de forma intensa, por volta dos anos 1920 e se concentram em guetos bem pobres e isolados, com a maioria da população formada por descendentes de escravos africanos, habitando morros (como o da Favela, depois denominado Providência) no início e em seguida se espalhando para comunidades suburbanas, por força do aumento expressivo da população com o êxodo de escravos da roça, depois da Abolição e das várias políticas estatais de gentrificação que se seguiram, em consequência, entre as quais a mais agressiva foi o chamado "Bota Abaixo" entre 1904 e 1906.
A Lapa de Makemba- Notas etnológicas sobre uma viagem música africana do Brasil adentro
Etnolinguísta norte americano estuda falares africanos na Bahia dos anos 1940.
Os AfroSambas de Baden e Vinícius e sua crítica
Cultura africana na Diáspora
Samba Fake e Samba de Fato
"…Preciso dar uma entrevista relacionada ao meu tópico para minha aula neste semestre e achei que... more "…Preciso dar uma entrevista relacionada ao meu tópico para minha aula neste semestre e achei que você seria a pessoa perfeita. Você se importaria se eu gravasse? A próxima semana seria fantástica. Terça-feira é o meu dia mais livre, tenho tempo antes das 13h e depois das 18h. Também estou livre na segunda-feira, das 13h às 16h. Estou no "horário do leste" Resumo Em outubro de 2020 recebi esta mensagem da mestranda de música da North Carolina Central University, EUA. Ingrid Nora Forsyth. Fui indicado pelo querido amigo Samuel Araújo, do Laboratório de etnomusicologia da UFRJ. A orientação "acadêmica", sobre a forma de entrevista on line está compartilhada a seguir, em português e inglês. Introdução: Alguns aspectos insólitos neste ensejo. Primeiro o fato de uma aluna estrangeira ter escolhido o Samba como tese e ter tido a perspicácia de perceber que Bossa Nova, referência oficial de Samba para estrangeiros em geral, nunca foi, exatamente Samba. Esta perspicácia, aliás, não é comum nem mesmo em universidades aqui do Brasil,
"A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, esp... more "A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, espetacularizando sua liturgia, parece ter sido uma estratégia ideológica colonial, provavelmente refinada e exacerbada em 1808 com a chegada da família real portuguesa. O fato é que em 1845/46, quando da estada do engenheiro anglo americano Thomas Ewbank no país, havia centenas de festas católicas de rua por ano, com procissões, quermesses, missas apoteóticas, em honra de centenas de santos, aos quais a população - inclusive escravizada - devotava, sinceramente ou não, uma fé extremada. O fato providencial dessa história é que apesar dos recorrentes dispositivos de invisibilização das culturas alheias, por parte do sistema escravista colonial, um pequeno, porém rico acervo de registros imagéticos sobre cultura africana no Brasil, sobreviveu."
Revista da ABPN, Aug 15, 2020
Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etno... more Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etnomusicologia na diáspora. São analisadas narrativas de viajantes, despachos de africanos recém desembarcados, anúncios de fugitivos africanos, iconografia e registros da cultura material para pensar as dimensões diáspóricas das músicas, instrumentos e articulações transétnicas da população africana escravizada no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX.
This article provides a briefly reflection on the cultural relations established between black an... more This article provides a briefly reflection on the cultural relations established between black and white people within the African Diaspora in the Americas, specifically in the years immediately before and after the emancipations or abolitions of slavery in
Memorial de doutorado de Spirito Santo
Memorial enviado pela Escola de Música da UFRJ e pelo Laboratório de Etnomusicologia, credenciame... more Memorial enviado pela Escola de Música da UFRJ e pelo Laboratório de Etnomusicologia, credenciamento a obtenção do título de Doutor por notório saber após votação do conselho universitário e a Reitoria de Pos graduação da instituição.
O título em termos oficiais, viavilizado por uma resolução da UFRJ de 2005, é primeiro concedidido em 175 anos de existência da Escola de Musica da UFRJ.
Catalysis Communications, 2007
... The coiodination reaction was highly regioselective and only one product was detected by the ... more ... The coiodination reaction was highly regioselective and only one product was detected by the analytical techniques employed. Table 1. Yields of 2-iodo-1-phenylethanol, ... The reactions mediated by metal salts or excess iodine gave the product in nearly the same yields ( 83%). ...
Journal of the Brazilian Chemical Society, 2005
... Raul AS Villegas I ; José Luiz do Espírito Santo Jr. II ; Marcio CS de Mattos I, * ; Mônica R... more ... Raul AS Villegas I ; José Luiz do Espírito Santo Jr. II ; Marcio CS de Mattos I, * ; Mônica RMP de Aguiar II, * ; Alcides WS Guarino III. ... Creative Commons License All the content of the journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons License. ...
Revista da Associação Brasileira de Pesquisador s Negr s - ABPN
Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etno... more Este artigo propõe abordagens nos campos da demografia atlântica da escravidão africana e da etnomusicologia na diáspora. São analisadas narrativas de viajantes, despachos de africanos recém desembarcados, anúncios de fugitivos africanos, iconografia e registros da cultura material para pensar as dimensões diáspóricas das músicas, instrumentos e articulações transétnicas da população africana escravizada no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX.
Musica Africana na Corte Imperial do Brasil, 2020
"A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, espetaculari... more "A exacerbação da onda fundamentalista lançada pelo Vaticano no Brasil no século 19, espetacularizando sua liturgia, parece ter sido uma estratégia ideológica colonial, provavelmente refinada e exacerbada em 1808 com a chegada da família real portuguesa. O fato é que em 1845/46, quando da estada do engenheiro anglo americano Thomas Ewbank no país, havia centenas de festas católicas de rua por ano, com procissões, quermesses, missas apoteóticas, em honra de centenas de santos, aos quais a população - inclusive escravizada - devotava, sinceramente ou não, uma fé extremada.
O fato providencial dessa história é que apesar dos recorrentes dispositivos de invisibilização das culturas alheias, por parte do sistema escravista colonial, um pequeno, porém rico acervo de registros imagéticos sobre cultura africana no Brasil,
sobreviveu."
Literatura Negra e suas páginas em branco, 2019
Literatura negra e suas páginas em branco Entre a luz e a Sombra, as contradições das entrelinh... more Literatura negra e suas páginas em branco
Entre a luz e a Sombra, as contradições das entrelinhas. Alexandre Dumas "Os adeptos da literatura e do cinema dificilmente dirão que desconhecem a história dos três mosqueteiros, D'Artagnan ou do Conde de Monte Cristo…Grande parte daqueles que confirmam conhecer tais obras sabem que elas pertencem a Alexandre Dumas, mas uma aposta é quase certa: a grande maioria desconhece que ele era um negro." (Luis Vinicius Belizário, especialista em Cultura Afro-indígena)
Nagô, Mandinga e a espistomologia escapista, 2019
As Escolas de Samba começam a aparecer no Rio de Janeiro, de forma intensa, por volta dos anos 19... more As Escolas de Samba começam a aparecer no Rio de Janeiro, de forma intensa, por volta dos anos 1920 e se concentram em guetos bem pobres e isolados, com a maioria da população formada por descendentes de escravos africanos, habitando morros (como o da Favela, depois denominado Providência) no início e em seguida se espalhando para comunidades suburbanas, por força do aumento expressivo da população com o êxodo de escravos da roça, depois da Abolição e das várias políticas estatais de gentrificação que se seguiram, em consequência, entre as quais a mais agressiva foi o chamado "Bota Abaixo" entre 1904 e 1906.
A Lapa de Makemba- Notas etnológicas sobre uma viagem música africana do Brasil adentro
Etnolinguísta norte americano estuda falares africanos na Bahia dos anos 1940.
Os AfroSambas de Baden e Vinícius e sua crítica
Cultura africana na Diáspora
Literatura Negra e suas Páginas em Branco Parte #2
Os adeptos da literatura e do cinema dificilmente dirão que desconhecem a história dos três mosqu... more Os adeptos da literatura e do cinema dificilmente dirão que desconhecem a história dos três mosqueteiros, D'Artagnan ou do Conde de Monte Cristo…Grande parte daqueles que confirmam conhecer tais obras sabem que elas pertencem a Alexandre Dumas, mas uma aposta é quase certa: a grande maioria desconhece que ele era um negro." (Luis Vinicius Belizário, especialista em Cultura Afro-indígena)
Nagô, Mandinga e Epistemologia Escapista As armadilhas do assimilacionismo negro pós colonial no ... more Nagô, Mandinga e Epistemologia Escapista As armadilhas do assimilacionismo negro pós colonial no Brasil "Até quando a área de História da África será tratada de forma diferente dos outros campos do conhecimento no Brasil? Nos últimos anos, caminhamos muito para a superação do grande déficit em relação aos estudos africanos desenvolvidos em vários centros estrangeiros com a criação de Programas de Pós-Graduação, Linhas e Grupos de Pesquisa, etc... ...Foram avanços de grande importância. Mas ainda em vários aspectos, a área de História da África não é efetivamente reconhecida…" (Regiane Augusto de Mattos-GT de História da África no âmbito da ANPUH-Rio) 1 São realmente auspiciosas as novidades representadas por estes esforços institucionais acima citados. Mas há que se acrescentar um aspecto talvez inusitado, extemporâneo até, que é a ação informal da comunidade acadêmica não institucional, alunos e professores negros no sentido de pressionar a instituição neste mesmo sentido, porém com enfoques políticos e metodológicos diversos. A relação entre o campo institucional dos estudos do negro, já estabelecido na universidade brasileira (historicamente formado por doutores autorreconhecidos como brancos) e a mobilização extra institucional de professores e alunos negros , 2 cotistas ou não cotistas, organizados em coletivos, que mudam o panorama e os enfoques desses estudos (mais por suas vagas demandas identitárias do que por qualquer projeto revisionista mais efetivo) nem sempre é uma relação amistosa e traz a baila questões complexas a serem debatidas, penso eu, de modo urgente. Bom frisar que o campo dos chamados " estudos do negro " no Brasil embora incipiente na comparação com outros campos de pesquisa nas nossas universidades, sempre esteve presente com destaque na academia. Isto se dá, desde o início do século 20, com as pesquisas seminais (e hoje questionáveis) de Nina Rodrigues e os estudos precursores de Manuel Querino, entre outros. Contudo porém, nunca deixaram de ser um campo minado por nosso racismo estrutural. Os problemas maiores sempre me pareceram residir no descompasso flagrante entre a África ideal (e genérica) buscada e disseminada pelos doutores do ramo e a África real, impregnada na cultura do Brasil: a África da nossa Diáspora, sempre omitida ou subestimada por estes estudos. Claro que de um ponto de vista mais genérico, qualquer mestrando, doutorando ou doutor, negro ou branco, pode escolher para o seu campo de estudo e 1 (Post facebook.25 de Março de 2018) 2 Do mesmo modo autorreconhecidos, orçando atualmente a cifra de cerca de 54 % da população do país 1
Nagô, Mandinga e Epistemologia Escapista As armadilhas do assimilacionismo negro pós colonial no ... more Nagô, Mandinga e Epistemologia Escapista As armadilhas do assimilacionismo negro pós colonial no Brasil "Até quando a área de História da África será tratada de forma diferente dos outros campos do conhecimento no Brasil? Nos últimos anos, caminhamos muito para a superação do grande déficit em relação aos estudos africanos desenvolvidos em vários centros estrangeiros com a criação de Programas de Pós-Graduação, Linhas e Grupos de Pesquisa, etc... ...Foram avanços de grande importância. Mas ainda em vários aspectos, a área de História da África não é efetivamente reconhecida…" (Regiane Augusto de Mattos-GT de História da África no âmbito da ANPUH-Rio) 1 São realmente auspiciosas as novidades representadas por estes esforços institucionais acima citados. Mas há que se acrescentar um aspecto talvez inusitado, extemporâneo até, que é a ação informal da comunidade acadêmica não institucional, alunos e professores negros no sentido de pressionar a instituição neste mesmo sentido, porém com enfoques políticos e metodológicos diversos. A relação entre o campo institucional dos estudos do negro, já estabelecido na universidade brasileira (historicamente formado por doutores autorreconhecidos como brancos) e a mobilização extra institucional de professores e alunos negros , 2 cotistas ou não cotistas, organizados em coletivos, que mudam o panorama e os enfoques desses estudos (mais por suas vagas demandas identitárias do que por qualquer projeto revisionista mais efetivo) nem sempre é uma relação amistosa e traz a baila questões complexas a serem debatidas, penso eu, de modo urgente. Bom frisar que o campo dos chamados " estudos do negro " no Brasil embora incipiente na comparação com outros campos de pesquisa nas nossas universidades, sempre esteve presente com destaque na academia. Isto se dá, desde o início do século 20, com as pesquisas seminais (e hoje questionáveis) de Nina Rodrigues e os estudos precursores de Manuel Querino, entre outros. Contudo porém, nunca deixaram de ser um campo minado por nosso racismo estrutural. Os problemas maiores sempre me pareceram residir no descompasso flagrante entre a África ideal (e genérica) buscada e disseminada pelos doutores do ramo e a África real, impregnada na cultura do Brasil: a África da nossa Diáspora, sempre omitida ou subestimada por estes estudos. Claro que de um ponto de vista mais genérico, qualquer mestrando, doutorando ou doutor, negro ou branco, pode escolher para o seu campo de estudo e 1 (Post facebook.25 de Março de 2018) 2 Do mesmo modo autorreconhecidos, orçando atualmente a cifra de cerca de 54 % da população do país 1
Ultrassonografia da Mbira, 2017
Lamelofone é o nome dado a instrumentos musicais compostos por um conjunto de finas lâminas, ger... more Lamelofone é o nome dado a instrumentos musicais compostos por um conjunto de finas lâminas, geralmente metálicas (ou de bambu) tensionadas sobre alguma plataforma, geralmente de madeira e amplificadas por meio do contato com algum recipiente ressonador ou por meio de captadores de contato (microfones) eletrônico Existem outros tipos de lamelofones com fisiologia um pouco diferente da descrita acima, um exemplo clássico é o idiofônico europeu " guimbarde " (uma lâmina de aço tensa num pequenino arco rígido) conhecido no Brasil também como " berimbau de boca " , um nome um tanto impróprio, pois o " berimbau " (" Hungo " em Angola) é, na verdade um arco musical. São lamelofones também as gaitas de boca, as sanfonas, bandoneons e os acordeons em geral, Nesse caso as lâminas, de dimensões mínimas, oclusas num recipiente, são postas em vibração por meio do ar sob pressão, emitido por foles externos ou por nossos próprios pulmões. Dito isso, podemos classificar a Mbira como um lamelofone manual clássico (" thumb piano " para os europeus), tocado com os polegares, geralmente, ou com a ajuda de um ou dois dedos indicadores, nos modelos mais sofisticados, entre os quais se destaca a Mbira. Importante ressaltar, que o nome Mbira não serve para denominar todos os lamelofones de seu tipo. Mbira denomina apenas e especialmente um lamelofone da cultura Shona, notadamente em sua localização no Zimbabwe, antiga Rodésia dos tempos coloniais. Existem, portanto, na África, um sem número de lamelofones manuais, com outros nomes em línguas regionais e ligeiras variações fisiológicas. Entre esses encontramos o " Kissangi " , o " likembe " e o " mbuetete " angolanos, a " Kalimba " , também de origem Shona, mais ocorrente na África do Sul, além das " Sanzas " genéricas. O nome " Kalimba " , aliás (extraído do lamelofone tradicional " Karimba " , da mesma região), a partir dos anos 1990, tem servido para definir os lamelofones manuais no mundo inteiro, depois do sucesso obtido por um modelo semi industrializado produzido dese is anos 1970 por uma fábrica criada no gueto de Soweto, Johanesburg por Andrew Tracey , filho do grande etnomusicólogo Hugh Tracey (o mais destacado pesquisador de lamelofones africanos de todos os tempos). Foi Andrew quem registrou a marca " Kalimba " , rotulada em cada peça vendida mundo a fora, assim popularizando o nome, tornado genérico a partir daí. O nome genérico mais correto para se definir todos os lamelofones africanos, contudo,