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Papers by Stella Maris Scatena Franco
Revista Eletrônica da ANPHLAC, 2015
Este artigo compara os relatos de viagem das autoras brasileira e chilena, Nísia Floresta (1810-1... more Este artigo compara os relatos de viagem das autoras brasileira e chilena, Nísia Floresta (1810-1885) e Maipina de la Barra (1834-1904). Alguns aspectos biográficos são apresentados e a relativa marginalidade dessas mulheres é discutida. Na sequência, debate o tema da “falsa modéstia” nos textos das autoras, como uma estratégia de integração em seus respectivos campos culturais. Finalmente, analisa as visões das viajantes sobre a Europa, sugerindo que suas perspectivas se atrelam às interpretações canônicas então vigentes em suas regiões de origem, como a dicotomia civilização/barbárie, no Chile, e o ideário unificador da monarquia brasileira, que exaltou a natureza do país.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2011
Este artigo aborda trabalhos de dois autores latino-americanos que se dedicaram a estudos de rela... more Este artigo aborda trabalhos de dois autores latino-americanos que se dedicaram a estudos de relatos de viagem sobre as Américas. São eles, o historiador chileno Guillermo Feliú Cruz (1900-1973) e o crítico literário e historiador peruano Estuardo Núñez (1908). Eles estão entre os primeiros, na América Latina, a compilar e inventariar com maior sistematicidade essa documentação, de maneira a propor classificações e abordagens. Seus trabalhos, ainda que seminais, apresentam perspectivas que são questionadas nas reflexões de autores contemporâneos que lidam com as mesmas fontes. O fato de se nortearem pela crença de que tais documentos reproduzem fidedignamente a realidade os atrela a uma concepção dominante no passado, mas hoje considerada limitada e insatisfatória. Tal enfoque é explorado neste artigo, que também apresenta as singularidades e aspectos em comum entre esses dois autores no que se refere aos usos dos relatos como fontes documentais.
Cadernos de Pesquisa do CDHIS, 2017
O presente artigo visa analisar o documentário Meu amigo Cláudia, dirigido por Dácio Pinheiro, qu... more O presente artigo visa analisar o documentário Meu amigo Cláudia, dirigido por Dácio Pinheiro, que retrata a trajetória da artista e travesti Cláudia Wonder. Lançado em 2009, o documentário percorre a vida de Wonder entre os anos de 1970 e 2000, passando, assim, pelas mudanças na conjuntura política, social e cultural vivenciada pelo país nestas quatro décadas. Neste aspecto, em um primeiro momento, tratamos da produção do longa-metragem e seu caráter biográfico, atentando-nos para as construções e representações que o gênero documentário faz da história e da personagem retratada. Na sequência, abordamos como os contextos cultural, político e social do país são expostos pelo filme, sobretudo no que concerne à esfera artística e às questões de gênero e sexualidade. Por fim, discutimos como o documentário apresenta a multiplicidade artística de Cláudia Wonder e de que maneira sua performatividade corporal ambígua, em termos de gênero e sexo, é trabalhada no filme.
Varia Historia, 2007
Este artigo analisa relatos de viagem de Gertrudis Gómez de Avellaneda, escritora cubana do sécul... more Este artigo analisa relatos de viagem de Gertrudis Gómez de Avellaneda, escritora cubana do século XIX, procurando mostrar as ambivalências presentes em seu discurso no que diz respeito à questão da identidade nacional. Além disso, pretende apresentar as polêmicas a respeito de sua inserção nos cânones literários cubano e espanhol. Tais questões vinculam-se a aspectos históricos atinentes à peculiar situação política de Cuba enquanto uma das últimas possessões coloniais da Espanha no continente americano.
Almanack, 2017
Resumo Este artigo procura analisar aspectos da construção da identidade latino-americana no sécu... more Resumo Este artigo procura analisar aspectos da construção da identidade latino-americana no século XIX, defendendo que este processo se apoiou numa oposição entre uma idealizada particularidade que vigoraria entre os povos de origem latina, especialmente os hispano-americanos, e uma também imaginada visão sobre o caráter anglo-saxão, que seria marcante entre os estadunidenses. Esta oposição, muito estudada no contexto de finais do século XIX, já estava presente nos primórdios deste mesmo século, tendo ganho, ao longo do tempo, contornos particulares de acordo com os atores e as conjunturas específicas. Os relatos de viagem - principais fontes utilizadas neste artigo - foram fundamentais para a circulação, apropriação e seleção dessas concepções.
Cadernos Pagu, 2017
Resumo Trabalhos dedicados à análise de relatos de viagem de autoria feminina do século XIX, em g... more Resumo Trabalhos dedicados à análise de relatos de viagem de autoria feminina do século XIX, em geral, tentam delinear as especificidades dessas fontes, evidenciando o apego ao âmbito privado e ao ponto de vista pessoal das autoras. Este artigo reflete sobre essa questão e procura mostrar que, se esse traço de fato existiu enquanto tendência, certos contrapontos tornam problemática a ideia de uma estrita oposição entre as esferas “feminina” e “masculina”. A pesquisa tomou como fontes primordiais relatos de latino-americanas que viajaram à Europa e aos Estados Unidos no século XIX.
Revista de História, 2005
Revista Estudos Feministas, 2008
Neste artigo analiso o relato de viagem da escritora argentina Eduarda Mansilla aos Estados Unido... more Neste artigo analiso o relato de viagem da escritora argentina Eduarda Mansilla aos Estados Unidos, intitulado Recuerdos de viaje (1882). Integrante de uma camada social privilegiada e oriunda de uma família tradicional pertencente à elite política argentina, a autora expõe um ponto de vista particular sobre as condutas das norte-americanas com quem conviveu em sua viagem, mostrando com isso sua própria concepção sobre os papéis sociais femininos.
Revista Eletrônica da ANPHLAC, 2015
Este artigo compara os relatos de viagem das autoras brasileira e chilena, Nísia Floresta (1810-1... more Este artigo compara os relatos de viagem das autoras brasileira e chilena, Nísia Floresta (1810-1885) e Maipina de la Barra (1834-1904). Alguns aspectos biográficos são apresentados e a relativa marginalidade dessas mulheres é discutida. Na sequência, debate o tema da “falsa modéstia” nos textos das autoras, como uma estratégia de integração em seus respectivos campos culturais. Finalmente, analisa as visões das viajantes sobre a Europa, sugerindo que suas perspectivas se atrelam às interpretações canônicas então vigentes em suas regiões de origem, como a dicotomia civilização/barbárie, no Chile, e o ideário unificador da monarquia brasileira, que exaltou a natureza do país.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2011
Este artigo aborda trabalhos de dois autores latino-americanos que se dedicaram a estudos de rela... more Este artigo aborda trabalhos de dois autores latino-americanos que se dedicaram a estudos de relatos de viagem sobre as Américas. São eles, o historiador chileno Guillermo Feliú Cruz (1900-1973) e o crítico literário e historiador peruano Estuardo Núñez (1908). Eles estão entre os primeiros, na América Latina, a compilar e inventariar com maior sistematicidade essa documentação, de maneira a propor classificações e abordagens. Seus trabalhos, ainda que seminais, apresentam perspectivas que são questionadas nas reflexões de autores contemporâneos que lidam com as mesmas fontes. O fato de se nortearem pela crença de que tais documentos reproduzem fidedignamente a realidade os atrela a uma concepção dominante no passado, mas hoje considerada limitada e insatisfatória. Tal enfoque é explorado neste artigo, que também apresenta as singularidades e aspectos em comum entre esses dois autores no que se refere aos usos dos relatos como fontes documentais.
Cadernos de Pesquisa do CDHIS, 2017
O presente artigo visa analisar o documentário Meu amigo Cláudia, dirigido por Dácio Pinheiro, qu... more O presente artigo visa analisar o documentário Meu amigo Cláudia, dirigido por Dácio Pinheiro, que retrata a trajetória da artista e travesti Cláudia Wonder. Lançado em 2009, o documentário percorre a vida de Wonder entre os anos de 1970 e 2000, passando, assim, pelas mudanças na conjuntura política, social e cultural vivenciada pelo país nestas quatro décadas. Neste aspecto, em um primeiro momento, tratamos da produção do longa-metragem e seu caráter biográfico, atentando-nos para as construções e representações que o gênero documentário faz da história e da personagem retratada. Na sequência, abordamos como os contextos cultural, político e social do país são expostos pelo filme, sobretudo no que concerne à esfera artística e às questões de gênero e sexualidade. Por fim, discutimos como o documentário apresenta a multiplicidade artística de Cláudia Wonder e de que maneira sua performatividade corporal ambígua, em termos de gênero e sexo, é trabalhada no filme.
Varia Historia, 2007
Este artigo analisa relatos de viagem de Gertrudis Gómez de Avellaneda, escritora cubana do sécul... more Este artigo analisa relatos de viagem de Gertrudis Gómez de Avellaneda, escritora cubana do século XIX, procurando mostrar as ambivalências presentes em seu discurso no que diz respeito à questão da identidade nacional. Além disso, pretende apresentar as polêmicas a respeito de sua inserção nos cânones literários cubano e espanhol. Tais questões vinculam-se a aspectos históricos atinentes à peculiar situação política de Cuba enquanto uma das últimas possessões coloniais da Espanha no continente americano.
Almanack, 2017
Resumo Este artigo procura analisar aspectos da construção da identidade latino-americana no sécu... more Resumo Este artigo procura analisar aspectos da construção da identidade latino-americana no século XIX, defendendo que este processo se apoiou numa oposição entre uma idealizada particularidade que vigoraria entre os povos de origem latina, especialmente os hispano-americanos, e uma também imaginada visão sobre o caráter anglo-saxão, que seria marcante entre os estadunidenses. Esta oposição, muito estudada no contexto de finais do século XIX, já estava presente nos primórdios deste mesmo século, tendo ganho, ao longo do tempo, contornos particulares de acordo com os atores e as conjunturas específicas. Os relatos de viagem - principais fontes utilizadas neste artigo - foram fundamentais para a circulação, apropriação e seleção dessas concepções.
Cadernos Pagu, 2017
Resumo Trabalhos dedicados à análise de relatos de viagem de autoria feminina do século XIX, em g... more Resumo Trabalhos dedicados à análise de relatos de viagem de autoria feminina do século XIX, em geral, tentam delinear as especificidades dessas fontes, evidenciando o apego ao âmbito privado e ao ponto de vista pessoal das autoras. Este artigo reflete sobre essa questão e procura mostrar que, se esse traço de fato existiu enquanto tendência, certos contrapontos tornam problemática a ideia de uma estrita oposição entre as esferas “feminina” e “masculina”. A pesquisa tomou como fontes primordiais relatos de latino-americanas que viajaram à Europa e aos Estados Unidos no século XIX.
Revista de História, 2005
Revista Estudos Feministas, 2008
Neste artigo analiso o relato de viagem da escritora argentina Eduarda Mansilla aos Estados Unido... more Neste artigo analiso o relato de viagem da escritora argentina Eduarda Mansilla aos Estados Unidos, intitulado Recuerdos de viaje (1882). Integrante de uma camada social privilegiada e oriunda de uma família tradicional pertencente à elite política argentina, a autora expõe um ponto de vista particular sobre as condutas das norte-americanas com quem conviveu em sua viagem, mostrando com isso sua própria concepção sobre os papéis sociais femininos.