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Thesis Chapters by Teresa Mendonça

Research paper thumbnail of Que paraíso é esse?: a turismização da Ilha Grande

A Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ) apresenta dois acontecimentos que marcam a história recente do... more A Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ) apresenta dois acontecimentos que marcam a história recente do lugar: a instituição de leis ambientais com a criação de quatro unidades de conservação da natureza (entre 1971 e 1990); e a intensificação do fluxo turístico após a implosão do Instituto Penal Cândido Mendes - IPCM (1994), que marcou o fim de cerca de 100 anos de um sistema penitenciário. A Ilha, sempre associada às belezas naturais e à ideia de paraíso, a partir desse momento, deixa de ser referida como o paraíso-inferno e passa a ser reconhecida predominantemente pelas potencialidades paisagísticas, voltando-se para o turismo, que se torna um componente central da vida no lugar. Reconstituindo a trajetória do turismo na Ilha, e considerando o quadro atual das atividades turísticas (a partir da minha participação em fóruns para discussão e resolução dos problemas da Ilha, de pesquisa em jornais, e de entrevistas com moradores e participantes desses fóruns), mostro os significados e visões sobre o paraíso Ilha Grande e o turismo o que se tem e o se quer , tanto no nível dos discursos e das representações, quanto no nível das práticas e das relações sociais instituídas. Revela-se aí um campo de disputa entre diferentes atores sociais com interesses diversos para salvar e explorar a Ilha Grande; onde a natureza e o turismo se apresentam como dois elementos utilizados como estratégias para sobrevivência de grande parte da população e como estratégia política do poder público; um paraíso marcado pelo turismo e um paraíso para o turismo. Faço uma leitura da ocorrência e das implicações do turismo na Ilha Grande através da ideia de turismização, em analogia com o pensamento de Norbert Elias sobre processo civilizador e de J. S. Leite Lopes sobre ambientalização, e reconhecendo o diálogo e os embates entre o processo turismizador e o processo ambientalizador na Ilha Grande.

Research paper thumbnail of Turismo e participação comunitária:  ‘Prainha do Canto Verde, a “Canoa” que não quebrou e a “Fonte” que não secou?’

Segundo a nova ordem mundial na busca da sustentabilidade econômica, ambiental e sócio-cultural, ... more Segundo a nova ordem mundial na busca da sustentabilidade econômica, ambiental e sócio-cultural, o turismo passa a exigir a incorporação de uma nova forma de pensar a democratização de oportunidades e benefícios e a configuração de um novo modelo de
implementação de projetos, centrados em parceria, co-responsabilidade e participação. No entanto, as questões sobre o processo participativo constituem “desafio-problema” para o desenvolvimento local sob a ótica das comunidades receptoras. No entanto, o desenvolvimento de projetos turísticos de base comunitária é ainda incipiente. Por esse
motivo, o presente trabalho apresenta como sujeito principal o “nativo mudo” conforme designação de Kripendorf (1989) e busca discutir a participação dos atores sociais no desenvolvimento e execução de projetos turísticos. Com essa perspectiva, o trabalho relata, a experiência vivida na Prainha do Canto Verde – Beberibe (CE). O Estudo de Caso foi selecionado em função do diferencial desse projeto, com forte componente de participação comunitária no Brasil. A existência de um projeto, considerado de sucesso pela presença de forte componente participativo, como o da Prainha do Canto Verde, levanta algumas questões norteadoras: -É efetivo o processo participativo na Prainha
do Canto Verde? -Por que este projeto incorpora um forte componente de participação, em seu desenvolvimento, implementação, execução e gestão comparativamente aos modelos tradicionais, centralizados e autoritários? –Se a participação é uma realidade, que tipo de participação é assegurado aos atores locais? –O que torna essa iniciativa um referencial de sucesso em turismo de base comunitária? A investigação das práticas participativas bem sucedidas de projetos turismo de base comunitária, pode, portanto, contribuir para delinear um conjunto de lições aprendidas que possibilitem: a concepção
de um novo modelo de planejamento turístico; a percepção do turismo como ferramenta de inclusão social e melhoria da qualidade de vida; o desenvolvimento, aprimoramento e adequação de políticas públicas que possam desenvolver ações que busquem a sustentabilidade dos destinos turísticos.

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A Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ) apresenta dois acontecimentos que marcam a história recente do... more A Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ) apresenta dois acontecimentos que marcam a história recente do lugar: a instituição de leis ambientais com a criação de quatro unidades de conservação da natureza (entre 1971 e 1990); e a intensificação do fluxo turístico após a implosão do Instituto Penal Cândido Mendes - IPCM (1994), que marcou o fim de cerca de 100 anos de um sistema penitenciário. A Ilha, sempre associada às belezas naturais e à ideia de paraíso, a partir desse momento, deixa de ser referida como o paraíso-inferno e passa a ser reconhecida predominantemente pelas potencialidades paisagísticas, voltando-se para o turismo, que se torna um componente central da vida no lugar. Reconstituindo a trajetória do turismo na Ilha, e considerando o quadro atual das atividades turísticas (a partir da minha participação em fóruns para discussão e resolução dos problemas da Ilha, de pesquisa em jornais, e de entrevistas com moradores e participantes desses fóruns), mostro os significados e visões sobre o paraíso Ilha Grande e o turismo o que se tem e o se quer , tanto no nível dos discursos e das representações, quanto no nível das práticas e das relações sociais instituídas. Revela-se aí um campo de disputa entre diferentes atores sociais com interesses diversos para salvar e explorar a Ilha Grande; onde a natureza e o turismo se apresentam como dois elementos utilizados como estratégias para sobrevivência de grande parte da população e como estratégia política do poder público; um paraíso marcado pelo turismo e um paraíso para o turismo. Faço uma leitura da ocorrência e das implicações do turismo na Ilha Grande através da ideia de turismização, em analogia com o pensamento de Norbert Elias sobre processo civilizador e de J. S. Leite Lopes sobre ambientalização, e reconhecendo o diálogo e os embates entre o processo turismizador e o processo ambientalizador na Ilha Grande.

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Segundo a nova ordem mundial na busca da sustentabilidade econômica, ambiental e sócio-cultural, ... more Segundo a nova ordem mundial na busca da sustentabilidade econômica, ambiental e sócio-cultural, o turismo passa a exigir a incorporação de uma nova forma de pensar a democratização de oportunidades e benefícios e a configuração de um novo modelo de
implementação de projetos, centrados em parceria, co-responsabilidade e participação. No entanto, as questões sobre o processo participativo constituem “desafio-problema” para o desenvolvimento local sob a ótica das comunidades receptoras. No entanto, o desenvolvimento de projetos turísticos de base comunitária é ainda incipiente. Por esse
motivo, o presente trabalho apresenta como sujeito principal o “nativo mudo” conforme designação de Kripendorf (1989) e busca discutir a participação dos atores sociais no desenvolvimento e execução de projetos turísticos. Com essa perspectiva, o trabalho relata, a experiência vivida na Prainha do Canto Verde – Beberibe (CE). O Estudo de Caso foi selecionado em função do diferencial desse projeto, com forte componente de participação comunitária no Brasil. A existência de um projeto, considerado de sucesso pela presença de forte componente participativo, como o da Prainha do Canto Verde, levanta algumas questões norteadoras: -É efetivo o processo participativo na Prainha
do Canto Verde? -Por que este projeto incorpora um forte componente de participação, em seu desenvolvimento, implementação, execução e gestão comparativamente aos modelos tradicionais, centralizados e autoritários? –Se a participação é uma realidade, que tipo de participação é assegurado aos atores locais? –O que torna essa iniciativa um referencial de sucesso em turismo de base comunitária? A investigação das práticas participativas bem sucedidas de projetos turismo de base comunitária, pode, portanto, contribuir para delinear um conjunto de lições aprendidas que possibilitem: a concepção
de um novo modelo de planejamento turístico; a percepção do turismo como ferramenta de inclusão social e melhoria da qualidade de vida; o desenvolvimento, aprimoramento e adequação de políticas públicas que possam desenvolver ações que busquem a sustentabilidade dos destinos turísticos.