Teresinha Maria Duarte - Academia.edu (original) (raw)

Papers by Teresinha Maria Duarte

Research paper thumbnail of O Surgimento da Ordem da Penitência de São Francisco: Novas contribuições para a História de suas origens

OPSIS, 2010

Resumo:. '~lC'C."'. 110 fmal do seculo XlI, 0 numero daqueles que aspiravam it perfei~iio e,"ange... more Resumo:. '~lC'C."'. 110 fmal do seculo XlI, 0 numero daqueles que aspiravam it perfei~iio e,"angeIica; estes procuraram a via da espiritualidade penitencial, transformando aquela corrente em urn \"erdadeiro mo\'imento. Francisco de .\55i5 aglutinou parte considenivel daquele contingente humano; no principio, muito POllCO estruturado, mas que "eio a se constituir em uma Ordem, a Ordem da Penitencia.

Research paper thumbnail of Santa Isabel Rainha De Portugal: Modelo De Santidade Feminina e Leiga 1

Resumo: O presente artigo é uma análise de uma parte do relato hagiográfico, a lenda da Rainha Sa... more Resumo: O presente artigo é uma análise de uma parte do relato hagiográfico, a lenda da Rainha Santa Isabel de Portugal, escrita no século XIV, por um autor anônimo. A vida da Santa é um modelo de santidade leiga e feminina. Palavras-chave: Cristianismo, Portugal Medieval, Franciscanismo, Mulher, Santa Isabel O presente estudo é fruto de uma análise de parte da Lenda da Rainha Santa Isabel 3 , que é a mais antiga biografia da rainha D. Isabel de Portugal, da qual todas as outras biografias posteriores são devedoras. O termo lenda, na Idade Média, é uma corruptela da palavra Legenda e significava o que é para ser lido. Trata-se da biografia de algum santo, que era escrita para ser lida em público, em um tempo em que poucas pessoas sabiam ler e o referido escrito tinha o objetivo de fundamentar o culto do santo e criar modelos de comportamentos. Embora se trate de uma biografia, é importante esclarecer que tais biografias são diferentes das biografias modernas, elas pertencem a um gênero literário específico: a hagiografia. Enrico Menestó adverte que ao ler as fontes hagiográficas medievais, é preciso colocar em evidência o momento ideológico; depois, o momento da sua gênese e formação mas também o da sua difusão, isto é, se trata de compreender em que modo a mentalidade ali é representada, porque elas são a expressão de uma instituição (Menestó, 1990: 175). 1 O presente texto é uma adaptação de parte do sétimo capítulo da minha tese de Doutorado, intitulada: Arautos da Paz e Bem. Os Franciscanos em Portugal (1214-1336).

Research paper thumbnail of Os frades menores eo clero português do começo do século XIII

Emblemas-Revista do Departamento de História e …, 2010

Os frades Menores chegaram a Portugal, provavelmente, em 1217. Como andassem andrajosos, causaram... more Os frades Menores chegaram a Portugal, provavelmente, em 1217. Como andassem andrajosos, causaram má impressão: "vemdo-os os poboos veestidos de avito de forma singular, estranhos por língua, temendo que fossem hereges, receberom-nos de maamente e em nehûa maneira nos consentirom que morassem antre elles por qual cousa os fraires chegarom a dona Orraca. 46 Então, a Rainha os mandou examinar. 47 É bem provável que tenham respondido aos examinadores, como outrora os primeiros companheiros de Francisco teriam respondido àqueles que lhes perguntavam por sua identidade e mister: "Somos penitentes e viemos da cidade de Assis". 48 A Crónica da Ordem dos Frades Menores e também Fr. Manoel da Esperança afirmam que a Rainha os favoreceu e obteve do rei D. Afonso II, seu marido, que lhes construíssem dois conventos: um em Guimarães e o outro em Lisboa. Contudo, como a Infanta D. Sancha (irmã de D. Afonso) tinha ouvido falar das virtudes daqueles primeiros Franciscanos, chamou-os a si para ouvílos, e, a seu pedido e com a sua ajuda, foi construído o convento de Alenquer, atrasando, assim, a fundação do convento de Lisboa. 49 Os frades foram viver em eremitérios fora das respectivas vilas, mas estavam sempre no ambiente urbano para pregar, mendigar ou fazer algum trabalho, com o qual ganhassem o sustento individual e da sua fraternidade. 50 A vida em ermidas pobres e solitárias, em contato com a natureza, fazia parte da fraternidade franciscana, em seus primórdios: Greccio, La Verna e outros locais foram usados por Francisco e seus companheiros. Todavia, desde o começo foi comum entre os mesmos aquilo que poderíamos chamar de uma "vida mista", na qual se alternava a oração/contemplação e a atividade missionária sobre as ruas e estradas. A pregação itinerante da penitência e a salvação das almas eram, por excelência, o mister no qual se ocupavam. De acordo com Esperança, especialmente, em Guimarães, os Franciscanos se dedicavam ao serviço do corpo e da alma dos doentes, consolavam-lhes em suas dores físicas e espirituais: preparavam-lhes alimentos e tisanas; curavam-lhes as feridas; limpavam-lhes as enfermarias; consolavam-nos e confortavam-nos espiritualmente. Ainda, de acordo com o cronista, distribuíamlhes os sacramentos. É bem possível que tal fosse, porque a Ordem, à altura, estava composta de frades leigos e clérigos, incluindo sacerdotes. 51 Primeiramente, ao que se sabe, Guimarães e Alenquer já eram vilas um tanto urbanizadas à época, o quê de imediato demonstra uma diferença entre os Franciscanos e as demais ordens religiosas no Reino, com exceção dos Crúzios, que estavam instalados em cidades como Lisboa e Coimbra. As outras ordens se instalavam em grandes propriedades na zona rural. Ao fazer opção para viver pobre e com os pobres, Francisco e seus companheiros, fizeram opção de viver nas cidades, porque eram os locais aonde os pobres mais se ajuntavam. Pobres

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OPSIS, 2010

Resumo:. '~lC'C."'. 110 fmal do seculo XlI, 0 numero daqueles que aspiravam it perfei~iio e,"ange... more Resumo:. '~lC'C."'. 110 fmal do seculo XlI, 0 numero daqueles que aspiravam it perfei~iio e,"angeIica; estes procuraram a via da espiritualidade penitencial, transformando aquela corrente em urn \"erdadeiro mo\'imento. Francisco de .\55i5 aglutinou parte considenivel daquele contingente humano; no principio, muito POllCO estruturado, mas que "eio a se constituir em uma Ordem, a Ordem da Penitencia.

Research paper thumbnail of Santa Isabel Rainha De Portugal: Modelo De Santidade Feminina e Leiga 1

Resumo: O presente artigo é uma análise de uma parte do relato hagiográfico, a lenda da Rainha Sa... more Resumo: O presente artigo é uma análise de uma parte do relato hagiográfico, a lenda da Rainha Santa Isabel de Portugal, escrita no século XIV, por um autor anônimo. A vida da Santa é um modelo de santidade leiga e feminina. Palavras-chave: Cristianismo, Portugal Medieval, Franciscanismo, Mulher, Santa Isabel O presente estudo é fruto de uma análise de parte da Lenda da Rainha Santa Isabel 3 , que é a mais antiga biografia da rainha D. Isabel de Portugal, da qual todas as outras biografias posteriores são devedoras. O termo lenda, na Idade Média, é uma corruptela da palavra Legenda e significava o que é para ser lido. Trata-se da biografia de algum santo, que era escrita para ser lida em público, em um tempo em que poucas pessoas sabiam ler e o referido escrito tinha o objetivo de fundamentar o culto do santo e criar modelos de comportamentos. Embora se trate de uma biografia, é importante esclarecer que tais biografias são diferentes das biografias modernas, elas pertencem a um gênero literário específico: a hagiografia. Enrico Menestó adverte que ao ler as fontes hagiográficas medievais, é preciso colocar em evidência o momento ideológico; depois, o momento da sua gênese e formação mas também o da sua difusão, isto é, se trata de compreender em que modo a mentalidade ali é representada, porque elas são a expressão de uma instituição (Menestó, 1990: 175). 1 O presente texto é uma adaptação de parte do sétimo capítulo da minha tese de Doutorado, intitulada: Arautos da Paz e Bem. Os Franciscanos em Portugal (1214-1336).

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Emblemas-Revista do Departamento de História e …, 2010

Os frades Menores chegaram a Portugal, provavelmente, em 1217. Como andassem andrajosos, causaram... more Os frades Menores chegaram a Portugal, provavelmente, em 1217. Como andassem andrajosos, causaram má impressão: "vemdo-os os poboos veestidos de avito de forma singular, estranhos por língua, temendo que fossem hereges, receberom-nos de maamente e em nehûa maneira nos consentirom que morassem antre elles por qual cousa os fraires chegarom a dona Orraca. 46 Então, a Rainha os mandou examinar. 47 É bem provável que tenham respondido aos examinadores, como outrora os primeiros companheiros de Francisco teriam respondido àqueles que lhes perguntavam por sua identidade e mister: "Somos penitentes e viemos da cidade de Assis". 48 A Crónica da Ordem dos Frades Menores e também Fr. Manoel da Esperança afirmam que a Rainha os favoreceu e obteve do rei D. Afonso II, seu marido, que lhes construíssem dois conventos: um em Guimarães e o outro em Lisboa. Contudo, como a Infanta D. Sancha (irmã de D. Afonso) tinha ouvido falar das virtudes daqueles primeiros Franciscanos, chamou-os a si para ouvílos, e, a seu pedido e com a sua ajuda, foi construído o convento de Alenquer, atrasando, assim, a fundação do convento de Lisboa. 49 Os frades foram viver em eremitérios fora das respectivas vilas, mas estavam sempre no ambiente urbano para pregar, mendigar ou fazer algum trabalho, com o qual ganhassem o sustento individual e da sua fraternidade. 50 A vida em ermidas pobres e solitárias, em contato com a natureza, fazia parte da fraternidade franciscana, em seus primórdios: Greccio, La Verna e outros locais foram usados por Francisco e seus companheiros. Todavia, desde o começo foi comum entre os mesmos aquilo que poderíamos chamar de uma "vida mista", na qual se alternava a oração/contemplação e a atividade missionária sobre as ruas e estradas. A pregação itinerante da penitência e a salvação das almas eram, por excelência, o mister no qual se ocupavam. De acordo com Esperança, especialmente, em Guimarães, os Franciscanos se dedicavam ao serviço do corpo e da alma dos doentes, consolavam-lhes em suas dores físicas e espirituais: preparavam-lhes alimentos e tisanas; curavam-lhes as feridas; limpavam-lhes as enfermarias; consolavam-nos e confortavam-nos espiritualmente. Ainda, de acordo com o cronista, distribuíamlhes os sacramentos. É bem possível que tal fosse, porque a Ordem, à altura, estava composta de frades leigos e clérigos, incluindo sacerdotes. 51 Primeiramente, ao que se sabe, Guimarães e Alenquer já eram vilas um tanto urbanizadas à época, o quê de imediato demonstra uma diferença entre os Franciscanos e as demais ordens religiosas no Reino, com exceção dos Crúzios, que estavam instalados em cidades como Lisboa e Coimbra. As outras ordens se instalavam em grandes propriedades na zona rural. Ao fazer opção para viver pobre e com os pobres, Francisco e seus companheiros, fizeram opção de viver nas cidades, porque eram os locais aonde os pobres mais se ajuntavam. Pobres