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Papers by Thiago F . Santos

Research paper thumbnail of COLONIZAÇÃO E NACIONALIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS GUARANI NA

RESUMO: O presente trabalho se estende a compreender os processos de colonização e nacionalização... more RESUMO: O presente trabalho se estende a compreender os processos de colonização e nacionalização dos territórios indígenas na região do Cone Sul, localizado especificamente na região da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se como escopo teórico-metodológico o materialismo histórico dialético na condução de reestruturar os processos contraditórios e suas nuâncias. O trabalho constata principalmente a violência exercida não só na colonização ibérica na região mas também a pressão exercida pelos Estados Nacionais ao tentar tornar os povos indígenas, membros socializados das sociedades nacionais. Portanto, a partir da pesquisa, busca-se verificar as presenças indígenas já verificadas na região, bem como observar e entender os impactos decorrentes dos processos de colonização e nacionalização destes povos, perpassando alguns dos principais marcos históricos da região estudada. PALAVRAS-CHAVE: Colonização; povos indígenas; resistência; tekoha. 1 INTRODUÇÃO O início das invasões ibéricas na região da atual tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai começaram com a aplicação das encomiendas, ainda no século XVII. A resistência Guarani se deu entre a fuga da colonização ou a aceitação da vida nas reduções. Após o desmantelamento das reduções do Guairá através dos bandeirantes paulistas, a região se manteve como local de difícil acesso até o início do século XX, sendo então um local de refúgio para os povos indígenas que resistiam à colonização. Nesse período, sob um alinhamento liberal entre os países localizados na região da Bacia do Prata, e, como consequência da guerra da tríplice aliança, houve a concessão de um grande fluxo de terras públicas para empresas privadas (GLAUSER, 2009, p. 23). Este fenômeno ocorreu em grande quantidade por toda a bacia, especialmente nos locais além da linha de colonização ocidental. Havia a disseminação de informações de um suposto vazio demográfico nestas áreas (PRIORI et al. , 2012, p. 77). Essas ideias formaram base para a legitimação das concessões de terras às companhias colonizadoras, cujo objetivo era de "desbravar" e colonizar, realizando atividades produtivas. Estas, por sua, vez, se constituíram

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RESUMO: O presente trabalho se estende a compreender os processos de colonização e nacionalização... more RESUMO: O presente trabalho se estende a compreender os processos de colonização e nacionalização dos territórios indígenas na região do Cone Sul, localizado especificamente na região da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se como escopo teórico-metodológico o materialismo histórico dialético na condução de reestruturar os processos contraditórios e suas nuâncias. O trabalho constata principalmente a violência exercida não só na colonização ibérica na região mas também a pressão exercida pelos Estados Nacionais ao tentar tornar os povos indígenas, membros socializados das sociedades nacionais. Portanto, a partir da pesquisa, busca-se verificar as presenças indígenas já verificadas na região, bem como observar e entender os impactos decorrentes dos processos de colonização e nacionalização destes povos, perpassando alguns dos principais marcos históricos da região estudada. PALAVRAS-CHAVE: Colonização; povos indígenas; resistência; tekoha. 1 INTRODUÇÃO O início das invasões ibéricas na região da atual tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai começaram com a aplicação das encomiendas, ainda no século XVII. A resistência Guarani se deu entre a fuga da colonização ou a aceitação da vida nas reduções. Após o desmantelamento das reduções do Guairá através dos bandeirantes paulistas, a região se manteve como local de difícil acesso até o início do século XX, sendo então um local de refúgio para os povos indígenas que resistiam à colonização. Nesse período, sob um alinhamento liberal entre os países localizados na região da Bacia do Prata, e, como consequência da guerra da tríplice aliança, houve a concessão de um grande fluxo de terras públicas para empresas privadas (GLAUSER, 2009, p. 23). Este fenômeno ocorreu em grande quantidade por toda a bacia, especialmente nos locais além da linha de colonização ocidental. Havia a disseminação de informações de um suposto vazio demográfico nestas áreas (PRIORI et al. , 2012, p. 77). Essas ideias formaram base para a legitimação das concessões de terras às companhias colonizadoras, cujo objetivo era de "desbravar" e colonizar, realizando atividades produtivas. Estas, por sua, vez, se constituíram