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Papers by Ana Lucia O Vilela
Mórula Editorial eBooks, Apr 29, 2023
Revista UFG, 2018
Estudar é, de certa forma, estar receptivo ao que o mundo oferece e expropria. Aprender exige abr... more Estudar é, de certa forma, estar receptivo ao que o mundo oferece e expropria. Aprender exige abrir-se ao risco do encontro com o desconhecido, com o inaudito. Essa abertura ao aprendizado é mental, uma disposição psíquica. Pode ser individual e coletiva e se expressa nos espaços físicos construídos pelos homens e mulheres.
Esboços - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, 2008
João Evangelista de Andrade Filho é um dos nomes importantes no circuito das artes visuais em San... more João Evangelista de Andrade Filho é um dos nomes importantes no circuito das artes visuais em Santa Catarina. Atualmente diretor do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), já exerceu o mesmo cargo de 1958 a 1963, quando ainda se chamava Museu de Arte Moderna de Florianópolis (MAMF). É artista, professor, curador e crítico de arte. Nesta entrevista, concedida na biblioteca do Museu de Arte de Santa Catarina, João Evangelista falou sobre sua concepção de museus, o papel educativo destas instituições bem como sobre os critérios que devem balizar a formação dos acervos. Abordou, ainda, um tema bastante polêmico e pouco discutido no meio museológico: como proceder com o descarte de objetos no interior dos acervos? ANA LÚCIA VILELA E FERNANDO C. BOPPRÉ: O senhor poderia falar um pouco da sua formação? JOÃO EVANGELISTA DE ANDRADE FILHO: A minha formação foi primeiro obrigatória e depois libertatória. O meu pai me obrigou, por uma coação gentil e familiar, a fazer direito. É uma coação forte porque paterna. Eu fiz a faculdade de direito e entreguei a ele o diploma. Eu pude fazer, concomitantemente, a faculdade de letras neolatinas, chamava-se assim na época e se estudava francês, italiano, latim, etc. E depois eu fiz vestibular para cursar história e foi quando me ofereceram uma bolsa para estudar na França. Eu fui para lá e em vez da graduação eu fiz a pós-graduação em história da arte. Na França fui orientado por André Chastel que estava trabalhando sobre o renascimento italiano que era a especialidade dele. Isso convergiu com os meus interesses; o renascimento italiano já me interessava há algum tempo. Depois disso eu fui para à Itália e estava lá, sem um tostão, quando fui surpreendido pelo convite de Jorge Lacerda, então governador, para ingressar na Faculdade Catarinense de Filosofia para lecionar italiano também por causa da minha formação em letras neolatinas. Um currículo em letras e a propensão e a vontade de lecionar e estudar história. Eu acompanhei a criação da Universidade Federal de Santa Catarina, fui um dos fundadores. E fui professor, depois, do Departamento de História que, por sinal, cheguei a dirigir. Depois, fui indicado para lecionar história da arte no Instituto Central de Artes e também no Departamento de Arquitetura da Universidade de Brasília, com outros como o Darcy Ribeiro. Depois eu vim para cá dirigir o Museu de Arte Moderna de Florianópolis. ANA LÚCIA VILELA E FERNANDO C. BOPPRÉ: Qual era a situação do acervo nos primeiros anos do Museu?
Mórula Editorial eBooks, Apr 29, 2023
Revista UFG, 2018
Estudar é, de certa forma, estar receptivo ao que o mundo oferece e expropria. Aprender exige abr... more Estudar é, de certa forma, estar receptivo ao que o mundo oferece e expropria. Aprender exige abrir-se ao risco do encontro com o desconhecido, com o inaudito. Essa abertura ao aprendizado é mental, uma disposição psíquica. Pode ser individual e coletiva e se expressa nos espaços físicos construídos pelos homens e mulheres.
Esboços - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, 2008
João Evangelista de Andrade Filho é um dos nomes importantes no circuito das artes visuais em San... more João Evangelista de Andrade Filho é um dos nomes importantes no circuito das artes visuais em Santa Catarina. Atualmente diretor do Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), já exerceu o mesmo cargo de 1958 a 1963, quando ainda se chamava Museu de Arte Moderna de Florianópolis (MAMF). É artista, professor, curador e crítico de arte. Nesta entrevista, concedida na biblioteca do Museu de Arte de Santa Catarina, João Evangelista falou sobre sua concepção de museus, o papel educativo destas instituições bem como sobre os critérios que devem balizar a formação dos acervos. Abordou, ainda, um tema bastante polêmico e pouco discutido no meio museológico: como proceder com o descarte de objetos no interior dos acervos? ANA LÚCIA VILELA E FERNANDO C. BOPPRÉ: O senhor poderia falar um pouco da sua formação? JOÃO EVANGELISTA DE ANDRADE FILHO: A minha formação foi primeiro obrigatória e depois libertatória. O meu pai me obrigou, por uma coação gentil e familiar, a fazer direito. É uma coação forte porque paterna. Eu fiz a faculdade de direito e entreguei a ele o diploma. Eu pude fazer, concomitantemente, a faculdade de letras neolatinas, chamava-se assim na época e se estudava francês, italiano, latim, etc. E depois eu fiz vestibular para cursar história e foi quando me ofereceram uma bolsa para estudar na França. Eu fui para lá e em vez da graduação eu fiz a pós-graduação em história da arte. Na França fui orientado por André Chastel que estava trabalhando sobre o renascimento italiano que era a especialidade dele. Isso convergiu com os meus interesses; o renascimento italiano já me interessava há algum tempo. Depois disso eu fui para à Itália e estava lá, sem um tostão, quando fui surpreendido pelo convite de Jorge Lacerda, então governador, para ingressar na Faculdade Catarinense de Filosofia para lecionar italiano também por causa da minha formação em letras neolatinas. Um currículo em letras e a propensão e a vontade de lecionar e estudar história. Eu acompanhei a criação da Universidade Federal de Santa Catarina, fui um dos fundadores. E fui professor, depois, do Departamento de História que, por sinal, cheguei a dirigir. Depois, fui indicado para lecionar história da arte no Instituto Central de Artes e também no Departamento de Arquitetura da Universidade de Brasília, com outros como o Darcy Ribeiro. Depois eu vim para cá dirigir o Museu de Arte Moderna de Florianópolis. ANA LÚCIA VILELA E FERNANDO C. BOPPRÉ: Qual era a situação do acervo nos primeiros anos do Museu?