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Papers by marcos felipe
PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG
Este ensaio consiste no estudo da imagética, da história e da temporalidade em Edward Yang. Busca... more Este ensaio consiste no estudo da imagética, da história e da temporalidade em Edward Yang. Busca investigar como essas dimensões são configuradas em um regime de imagéité que, a partir da concepção de rede cinematográfica, estrutura-se em graus de aproximações e distanciamentos entre visibilidade e invisiblidade, na materialidade narrativa da história e na temporalidade labiríntica e circular. Com a análise fílmica e contextual de Aquele dia na praia (1983), Um dia quente de verão (1991) e As coisas simples da vida (2000), conclui-se que, ao configurarem regimes narrativos sobre questões centrais do cinema (imagéticos, históricos e temporais), os filmes se constituem como linguagem na dialética com a realidade que abordam e com o mundo histórico que (re)inventam, com doses significativas de autoficcionalização e intersecção entre histórias individuais e coletivas.
ARS (São Paulo)
Este estudo analisa o documentário Na Misak (2018), do diretor indígena Luis Tróchez Tunubalá, do... more Este estudo analisa o documentário Na Misak (2018), do diretor indígena Luis Tróchez Tunubalá, do Cauca colombiano. Situando-o como filme-prismático, no marco do cinema indígena e do colonialismo reiterativo em Abya Yala, seu objetivo é investigar a tessitura fílmica a partir da perspectiva indígena sobre a construção da indianidade no contexto urbano contemporâneo. Utilizou-se o método comparado a partir de cotejos baseados na série histórica, ponto-contraponto, constelações e abordagem prismática. Entre os estudos antropológicos, históricos e de cinema, observou-se o cruzamento da escritura cinematográfica contracolonial, ensaística e autorreflexiva com dimensões da cosmologia Misak, a partir do qual o pensamento crítico se condensa no sistema fílmico, na experiência histórica e na performance corporal, artefatos que confrontam o(s) colonialismo(s) com outra história do contato.
DOC online - Revista Digital de Cinema Documentário, Mar 30, 2018
Resumo: O artigo consiste numa análise da primeira fase da História do Cinema Documental (1922-19... more Resumo: O artigo consiste numa análise da primeira fase da História do Cinema Documental (1922-1960), quando sua ontologia é estabelecida e, ao mesmo tempo, é colocada em crise. Partindo da noção de artifício, (re)produção e registro do mundo histórico, investigamos filmes de diretores emblemáticos (Flaherty, Vertov, Grierson, Rouch e Drew). Concluimos que a identidade pública do documentário só existe em sentido lato e aparente, desvelada por obras fundadoras que oscilam entre o documento e o artifício, o registro e a encenação. Palavras-chave: história do documentário; artifício, registro e realidade; (re)produção do mundo histórico. Resumen: El artículo consiste en un análisis de la primera fase de la Historia del Cine Documental (1922-1960), cuando su ontología es establecida y, al mismo tiempo, se pone en crisis. A partir de la noción de artificio, (re) producción y registro del mundo histórico, investigamos películas de directores emblemáticos (Flaherty, Vertov, Grierson, Rouch y Drew). Concluimos que la identidad pública del documental sólo existe en sentido lato y aparente, desvelada por obras fundadoras que oscilan entre el documento y el artificio, el registro y la puesta en escena. Palabras clave: historia del documental; artificio, registro y realidad; (re) producción del mundo histórico.
Este trabalho analisa a produção documental do Coletivo Guarani Mbya de Cinema. Intercalando à cr... more Este trabalho analisa a produção documental do Coletivo Guarani Mbya de Cinema. Intercalando à crítica pós-colonial os estudos fílmicos, o objetivo é compreender como os cineastas indígenas, à medida que assumem os registros audiovisuais sobre si, problematizam as versões oficiais e estereotipadas sobre o seu mundo histórico. A partir da matriz decolonial, identifica-se um regime imagético que configura atos de desobediência fílmica e histórica, além de desnudar a colonialidade do poder, do saber e do ser em volta do povo Guarani. Identificam-se também processos de metalinguagem, que confundem os espaços fílmicos e históricos, criam uma rede intrincada entre os filmes e forçam o cinema para além de suas fronteiras.
DOC ON-LINE - REVISTA DIGITAL DO CINEMA DOCUMENTÁRIO, 2019
Resumo: O artigo analisa a escritura documental de Vincent Carelli no contexto da mídia indígena.... more Resumo: O artigo analisa a escritura documental de Vincent Carelli no contexto da mídia indígena. O objetivo é investigar como o filme A festa da moça (1987), com os seus dispositivos de (trans)figuração e (re)invenção do mundo histórico, ecoa na obra de Vincent Carelli e dos cineastas indígenas vinculados ao Vídeo nas Aldeias (VNA), problematizando a percepção de si, a (re)encenação da tradição, o sistema de reutilização imagético, a (auto)referencialidade, os desvios narrativos, o lugar do Outro e a questão indígena no Brasil. Palavras-chave: Vincent Carelli; Vídeo nas Aldeias; cineastas indígenas; documentá-rio; povos originários. Resumen: El artículo analiza la escritura documental de Vincent Carelli en el contexto del audiovisual indígena. El objetivo es investigar cómo la película A festa da moça (1987), con sus dispositivos de (trans)figuración y (re)invención del mundo histórico, resuena en la obra de Vincent Carelli y de los cineastas indígenas vinculados al Vídeo en las Al...
Ecompós, 2019
Tout fait vécu ne fait pas une expérience; il y faut une économie du réel et de sa récitation, un... more Tout fait vécu ne fait pas une expérience; il y faut une économie du réel et de sa récitation, un échange. Or, ici précisément, des traces, des récits, des indices inscrivent dans le film le lent processus d'une expérience. Laurence Giavarini Já faz quase oito anos que te levantamos sobre esta bacia [batismal], e que a água com que foste batizado caiu dentro dela. [...] E por estes dias vai fazer quarenta e quatro anos que teu saudoso pai recebeu o batismo, e a água que escorreu da cabeça dele caiu nesta mesma bacia. Foi aqui, nesta casa, sua casa paterna, na sala ao lado, e quem o batizou foi ainda o velho pastor Hesekiel [...]. E há setenta e cinco anos batizaram a mim, também nesta mesma sala, e mantiveram minha cabeça por cima da bacia, exatamente como a vês agora colocada sobre a bandeja; e o pastor pronunciou as mesmas palavras como no teu batizado e no de teu pai, e a água morna e límpida escorreu da mesma forma dos meus cabelos (não tinha muito mais do que tenho agora) e caiu aqui, nesta bacia dourada.
PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG
Este ensaio consiste no estudo da imagética, da história e da temporalidade em Edward Yang. Busca... more Este ensaio consiste no estudo da imagética, da história e da temporalidade em Edward Yang. Busca investigar como essas dimensões são configuradas em um regime de imagéité que, a partir da concepção de rede cinematográfica, estrutura-se em graus de aproximações e distanciamentos entre visibilidade e invisiblidade, na materialidade narrativa da história e na temporalidade labiríntica e circular. Com a análise fílmica e contextual de Aquele dia na praia (1983), Um dia quente de verão (1991) e As coisas simples da vida (2000), conclui-se que, ao configurarem regimes narrativos sobre questões centrais do cinema (imagéticos, históricos e temporais), os filmes se constituem como linguagem na dialética com a realidade que abordam e com o mundo histórico que (re)inventam, com doses significativas de autoficcionalização e intersecção entre histórias individuais e coletivas.
ARS (São Paulo)
Este estudo analisa o documentário Na Misak (2018), do diretor indígena Luis Tróchez Tunubalá, do... more Este estudo analisa o documentário Na Misak (2018), do diretor indígena Luis Tróchez Tunubalá, do Cauca colombiano. Situando-o como filme-prismático, no marco do cinema indígena e do colonialismo reiterativo em Abya Yala, seu objetivo é investigar a tessitura fílmica a partir da perspectiva indígena sobre a construção da indianidade no contexto urbano contemporâneo. Utilizou-se o método comparado a partir de cotejos baseados na série histórica, ponto-contraponto, constelações e abordagem prismática. Entre os estudos antropológicos, históricos e de cinema, observou-se o cruzamento da escritura cinematográfica contracolonial, ensaística e autorreflexiva com dimensões da cosmologia Misak, a partir do qual o pensamento crítico se condensa no sistema fílmico, na experiência histórica e na performance corporal, artefatos que confrontam o(s) colonialismo(s) com outra história do contato.
DOC online - Revista Digital de Cinema Documentário, Mar 30, 2018
Resumo: O artigo consiste numa análise da primeira fase da História do Cinema Documental (1922-19... more Resumo: O artigo consiste numa análise da primeira fase da História do Cinema Documental (1922-1960), quando sua ontologia é estabelecida e, ao mesmo tempo, é colocada em crise. Partindo da noção de artifício, (re)produção e registro do mundo histórico, investigamos filmes de diretores emblemáticos (Flaherty, Vertov, Grierson, Rouch e Drew). Concluimos que a identidade pública do documentário só existe em sentido lato e aparente, desvelada por obras fundadoras que oscilam entre o documento e o artifício, o registro e a encenação. Palavras-chave: história do documentário; artifício, registro e realidade; (re)produção do mundo histórico. Resumen: El artículo consiste en un análisis de la primera fase de la Historia del Cine Documental (1922-1960), cuando su ontología es establecida y, al mismo tiempo, se pone en crisis. A partir de la noción de artificio, (re) producción y registro del mundo histórico, investigamos películas de directores emblemáticos (Flaherty, Vertov, Grierson, Rouch y Drew). Concluimos que la identidad pública del documental sólo existe en sentido lato y aparente, desvelada por obras fundadoras que oscilan entre el documento y el artificio, el registro y la puesta en escena. Palabras clave: historia del documental; artificio, registro y realidad; (re) producción del mundo histórico.
Este trabalho analisa a produção documental do Coletivo Guarani Mbya de Cinema. Intercalando à cr... more Este trabalho analisa a produção documental do Coletivo Guarani Mbya de Cinema. Intercalando à crítica pós-colonial os estudos fílmicos, o objetivo é compreender como os cineastas indígenas, à medida que assumem os registros audiovisuais sobre si, problematizam as versões oficiais e estereotipadas sobre o seu mundo histórico. A partir da matriz decolonial, identifica-se um regime imagético que configura atos de desobediência fílmica e histórica, além de desnudar a colonialidade do poder, do saber e do ser em volta do povo Guarani. Identificam-se também processos de metalinguagem, que confundem os espaços fílmicos e históricos, criam uma rede intrincada entre os filmes e forçam o cinema para além de suas fronteiras.
DOC ON-LINE - REVISTA DIGITAL DO CINEMA DOCUMENTÁRIO, 2019
Resumo: O artigo analisa a escritura documental de Vincent Carelli no contexto da mídia indígena.... more Resumo: O artigo analisa a escritura documental de Vincent Carelli no contexto da mídia indígena. O objetivo é investigar como o filme A festa da moça (1987), com os seus dispositivos de (trans)figuração e (re)invenção do mundo histórico, ecoa na obra de Vincent Carelli e dos cineastas indígenas vinculados ao Vídeo nas Aldeias (VNA), problematizando a percepção de si, a (re)encenação da tradição, o sistema de reutilização imagético, a (auto)referencialidade, os desvios narrativos, o lugar do Outro e a questão indígena no Brasil. Palavras-chave: Vincent Carelli; Vídeo nas Aldeias; cineastas indígenas; documentá-rio; povos originários. Resumen: El artículo analiza la escritura documental de Vincent Carelli en el contexto del audiovisual indígena. El objetivo es investigar cómo la película A festa da moça (1987), con sus dispositivos de (trans)figuración y (re)invención del mundo histórico, resuena en la obra de Vincent Carelli y de los cineastas indígenas vinculados al Vídeo en las Al...
Ecompós, 2019
Tout fait vécu ne fait pas une expérience; il y faut une économie du réel et de sa récitation, un... more Tout fait vécu ne fait pas une expérience; il y faut une économie du réel et de sa récitation, un échange. Or, ici précisément, des traces, des récits, des indices inscrivent dans le film le lent processus d'une expérience. Laurence Giavarini Já faz quase oito anos que te levantamos sobre esta bacia [batismal], e que a água com que foste batizado caiu dentro dela. [...] E por estes dias vai fazer quarenta e quatro anos que teu saudoso pai recebeu o batismo, e a água que escorreu da cabeça dele caiu nesta mesma bacia. Foi aqui, nesta casa, sua casa paterna, na sala ao lado, e quem o batizou foi ainda o velho pastor Hesekiel [...]. E há setenta e cinco anos batizaram a mim, também nesta mesma sala, e mantiveram minha cabeça por cima da bacia, exatamente como a vês agora colocada sobre a bandeja; e o pastor pronunciou as mesmas palavras como no teu batizado e no de teu pai, e a água morna e límpida escorreu da mesma forma dos meus cabelos (não tinha muito mais do que tenho agora) e caiu aqui, nesta bacia dourada.