Bruno Cardoso Reis | ISCTE - University Institute of Lisbon (ISCTE-IUL) (original) (raw)

Papers by Bruno Cardoso Reis

Research paper thumbnail of Terrorismo: como o definir?

Num recente artigo publicado na revista Nação e Defesa, nº 143, dedicado ao terrorismo transnacio... more Num recente artigo publicado na revista Nação e Defesa, nº 143, dedicado ao terrorismo transnacional, intitulado "Terrorismo Transnacional e a Ameaça ao Flanco Sul da NATO: o caso do Daesh", o professor Bruno Cardoso Reis espelha muito bem as capacidades informativas, analíticas e empíricas dos internacionalistas de alta qualidade, a que, no caso, se associa a vertente historiográfica, a dos War Studies e igualmente a da Estratégia, todas desenvolvidas com exemplar qualificação e notável probidade. Na realidade, o presente artigo espelha também a forma como as mentes mais lúcidas neste campo podem ser apanhadas no que parece ser um corrupio de dados e logo um menor tempo para se deter com cuidado na fundamentação, de modo a fazer justiça às qualidades antes evidenciadas. O professor António Horta Fernandes prestou-me o grande cumprimento de considerar dignas de discussão as minhas a ideias a respeito de um tema tão importante e controverso como é o caso do terrorismo. Dito isto, é, no entanto, importante deixar claro desde já que me parece difícil chegar a acordo quanto a este conceito. Desde logo porque Horta Fernandes analisa a questão com base numa abordagem normativa, mais de pendor moralista, que não é a que me interessa adotar. Nomeadamente a ideia de que o terrorismo é o mal, para citar o autor, é de louvar pela clareza, mas não me parece adiantar muito à análise da questão, e quase por definição leva a fechá-la. Significaria também adotar uma postura necessariamente muito subjetiva ao tema. Pois é a violência com a qual não concordamos a priori que tende a ser classificada como maligna. Que o terrorismo é ilegal, que frequente e necessariamente viola as leis da guerra, ninguém contesta, mas este aspeto, que aliás incluo na minha definição, interessa-me sobretudo para perceber por que é assim.

Research paper thumbnail of Cutting Heads or Winning Hearts: Late Colonial Portuguese Counterinsurgency and the Wiriyamu Massacre of 1972

Civil Wars, Mar 1, 2012

This article may be used for research, teaching, and private study purposes. Any substantial or s... more This article may be used for research, teaching, and private study purposes. Any substantial or systematic reproduction, redistribution, reselling, loan, sub-licensing, systematic supply, or distribution in any form to anyone is expressly forbidden. The publisher does not give any warranty express or implied or make any representation that the contents will be complete or accurate or up to date. The accuracy of any instructions, formulae, and drug doses should be independently verified with primary sources. The publisher shall not be liable for any loss, actions, claims, proceedings, demand, or costs or damages whatsoever or howsoever caused arising directly or indirectly in connection with or arising out of the use of this material.

Research paper thumbnail of Reply to Mustafah Dhada

Civil Wars, Dec 1, 2013

We are mystified by the reaction of Mustafah Dhada to our article, ‘Cutting Heads or Winning Hear... more We are mystified by the reaction of Mustafah Dhada to our article, ‘Cutting Heads or Winning Hearts: Late Colonial Portuguese Counterinsurgency and the Wiriyamu Massacre of 1972’, even if, in the interest of an open discussion, we agreed with the editors of Civil Wars to engage in a debate in printed form. We found Dhada’s text more an accusation in bad faith and an apparent attempt to set up imaginary colonial negationists as ‘straw men’ to more easily promote his views rather than a serious critique. Any honest reader will – we trust – find it difficult to understand how an article in a special issue on atrocities could be confused with an apologia for a colonial war. Let us address first this most egregious claim that we are some sort of negationists and vindicators of Portuguese colonial propaganda. It beggars belief how such an accusation can be made against an article with the word ‘massacre’ in its title and that concludes that (p.99 of our original article):

Research paper thumbnail of The Power and Limits of Cultural Myths in Portugal's Search for a Post-Imperial Role

International History Review, Jan 5, 2017

The central role in Portuguese political culture of the identification of Portugal as a colonizin... more The central role in Portuguese political culture of the identification of Portugal as a colonizing power legitimized a massive mobilization and violent response to the perceived existential threat of decolonization in the shape of prolonged wars in its main African colonies (1961-1974). If, however, this cultural myth of a Greater Portugal overseas was so powerful, how was decolonization eventually possible? The accumulated human and economic cost of facing three simultaneous, protracted anti-colonial insurgencies eroded this overseas creed and made Catholic and Marxist strands of anti-colonialism increasingly attractive to younger, more internationally connected, Portuguese elites. What also happened, however, this article will argue, was a refashioning of the powerful cultural myth of a special connection between Portugal and tropical Africa. A colonial myth was turned into a post-colonial myth legitimising decolonization as a mutual and fraternal liberation from the same oppressive regime without a loss of strong "natural" cultural bonds. More widely the article aims to show that we cannot ignore the importance of cultural factors in international history. Our approach in this article is pluralist and this means that while arguing strongly for taking culture seriously and focusing on it, it does consider other, including more material, dimensions of power.

Research paper thumbnail of A política comum de segurança e defesa e o Conselho Europeu de Dezembro de 2013

Introdução O Conselho Europeu de dezembro próximo discutirá aspetos fundamentais da Política Comu... more Introdução O Conselho Europeu de dezembro próximo discutirá aspetos fundamentais da Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD). O objetivo é definir uma orientação estratégica para as questões da defesa europeia. Dessa agenda constam temas tão relevantes como a gestão de crises, o desenvolvimento de capacidades militares e o reforço da indústria de defesa no quadro da União Europeia (UE). O Instituto da Defesa Nacional, enquanto centro de reflexão estratégica e instituição de apoio ao processo de decisão, não poderia deixar de dar o seu contributo para este relevante debate europeu, acerca do qual Portugal tem, obviamente, o maior interesse. Ao longo de setembro e outubro de 2013, realizámos três mesas redondas, em regime de Chatham House, e um seminário internacional, aberto, sobre os referidos temas da agenda do Conselho Europeu. Foram interessantes fóruns de discussão que reuniram entidades e especialistas envolvidos neste relevante debate e cujos contributos se revelaram da maior utilidade para a elaboração do presente relatório. Este relatório que agora se submete à apreciação de Sua Excelência o Ministro da Defesa Nacional, intitulado A Política Comum de Segurança e Defesa e o Conselho Europeu de Dezembro de 2013, está organizado em seis capítulos. Começa-se, no primeiro capítulo, por valorizar a importância da dimensão de defesa da União Europeia. Pela sua dimensão histórica, claro, uma vez que está na base da fundação do projeto europeu, mas também pelos riscos e ameaças comuns com que os Estados-membros estão hoje confrontados e pela consequente necessidade de revisão da Estratégia de Segurança Europeia que já vem de 2003. Ainda em registo de enquadramento da questão, no capítulo 2, apresentam-se, como não poderia deixar de ser, alguns dados acerca da evolução do contributo português para a defesa europeia. São poucos os Estados-membros da UE que estiveram, continuadamente, presentes em missões de paz, desde o início de um ciclo que arrancou em 1996 com a operação na Bósnia. São ainda menos os Estados-membros que desempenharam tantas missões no quadro da ONU, UE e NATO, em teatros tão diferentes como aqueles em que Portugal participou. Para o cumprimento de todos estes compromissos, Portugal realizou um significativo esforço financeiro e humano, com evidente reflexo nos resultados operacionais. Temos, pois, direito a uma voz própria neste projeto da segurança e defesa europeia e nos temas que vão estar em cima da mesa neste Conselho Europeu de dezembro. Os capítulos 3 e 4 são justamente dedicados a dois desses temas da agenda do Conselho: a visibilidade da PCSD, a gestão de crises e as missões da UE, por um lado, e o desenvolvimento das Capacidades, por outro. Na gestão de crises e análise das missões da UE serão consideradas as prioridades estratégicas e os interesses comuns, os mecanismos de resposta e a concretização do conceito de comprehensive approach. Analisa-se também a diversidade e a exigência das missões que se colocam à UE, bem como o seu financiamento, respetivo nível de ambição, estrutura e geração de forças. Serão também identificados alguns shortfalls. Relativamente ao desenvolvimento das capacidades (capítulos 4 e 5), além da sua geração, maximização e desenvolvimento, será dada especial atenção à partilha de capacidades, ao chamado Pooling and Sharing, enquanto instrumento de economia de

Research paper thumbnail of A Pandemia COVID-19: Que Impacto nas Áreas da Segurança e Defesa?

Esta é a primeira de diversas publicações do Instituto da Defesa Nacional nas quais iremos acompa... more Esta é a primeira de diversas publicações do Instituto da Defesa Nacional nas quais iremos acompanhar o desenvolvimento da crise mundial produzida pela pandemia COVID-19 com análises e reflexões para melhor conhecer a realidade, lançar o debate e apoiar intervenções e políticas de resposta. Perguntámos a investigadores e colaboradores do Instituto da Defesa Nacional qual o impacto desta crise nas respetivas áreas de investigação. Acelera, reverte ou transforma tendências? Que cenários permite antecipar? Que reflexões suscita? Eis as respostas que obtivemosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

Research paper thumbnail of Pensar, dialogar e capacitar : a missão do Centro do Atlântico

dialogar-capacitar-missao-centro-atlantico-1935564 O Atlantic Centre, que está a nascer nos Açore... more dialogar-capacitar-missao-centro-atlantico-1935564 O Atlantic Centre, que está a nascer nos Açores, vai ser um instrumento de afirmação de Portugal, promovendo a segurança cooperativa no conjunto do Atlântico, desde a África do Sul ao Canadá e desde a Argentina à Noruega. A pandemia que vivemos levou ao adiamento de algumas das iniciativas de formação e treino do Centro, mas reforçou decisivamente a consciência da necessidade de um diálogo político forte com os parceiros de todas as partes do Atlântico. O seminário inaugural do Centro, em 2019, mobilizou participantes de mais de 30 Estados atlânticos e organizações multilaterais, com grande sucesso e entusiasmo. Ontem, teve lugar o segundo seminário do Atlantic Centre, no Instituto da Defesa Nacional e através de plataformas digitais, em torno do tema das "respostas multidimensionais para emergências complexas" nesta casa comum que é o Atlântico. Para além do diagnóstico e partilha de boas práticas, a discussão passou pelas soluções tecnológicas, como a tecnologia espacial, que permitem a monitorização deste vasto espaço oceânico, assim como a partilha de informação para o exercício responsável da soberania, elemento primordial para a segurança regional. Sabemos todos que temos de pensar em conjunto os múltiplos desafios em torno do Atlântico. Eles exigem respostas mais integradas, multidimensionais e, acima de tudo, cooperativas. Contudo, a necessidade não produz por si só o mecanismo. O Atlantic Centre é uma iniciativa portuguesa, mas a ambição é maior: pretende vir a ser uma organização de excelência internacional, de segurança cooperativa e de reforço da capacidade de defesa no Atlântico. Trata-se de uma iniciativa que é não só oportuna como urgente. O valor geoestratégico central dos territórios portugueses no Atlântico (Continente e Regiões Autónomas) pode ser sublinhado e valorizado através de iniciativas concretas. À semelhança de outras novas abordagens, como uma futura Constelação de Satélites, o Atlantic Centre reforça a capacidade e a credibilidade de Portugal na segurança e defesa do vasto espaço atlântico sobre o qual tem responsabilidades. Ambicionamos, legitimamente, ver a extensão da nossa Plataforma Continental reconhecida pelas Nações Unidas. Mas temos consciência que ela representa uma responsabilidade acrescida por uma mais eficaz monitorização das atividades ilegais e criminosas que atravessam o oceano e alimentam a instabilidade no entorno geográfico do Atlântico. Portugal pode e deve ser facilitador e mobilizador de vontades em torno de problemas partilhados e que ameaçam a segurança e o desenvolvimento de todos os Estados brought to you by CORE View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk provided by Repositório Comum

Research paper thumbnail of Política, religião e direitos humanos no século XVII: Vieira, Locke e Bayle

O padre António Vieira colocou um problema ao nosso pensamento liberal, pois que sendo jesuíta se... more O padre António Vieira colocou um problema ao nosso pensamento liberal, pois que sendo jesuíta se opôs à Inquisição, duas instituições que eram geralmente associadas na lenda negra do Antigo Regime. Procura-se aqui formar um juízo mais objectivo da relação entre política, religião e direitos humanos em Vieira, comparando as suas posições relativamente à legitimidade do poder, à tolerância e à escravatura com as de dois autores seus contemporâneos: John Locke e Pierre Bayle. Numa época de transição detectar-se-ão nos três autores posições que nos parecem, hoje, contraditórias; constatar-se-á o papel que nos três a fé cristã teve na emergência destes temas, e que partilham um ponto central para o surgimento da concepção de direitos humanos: a noção da unidade fundamental da humanidade.

Research paper thumbnail of DOCUMENTAÇÃO Crítica de Fátima. Vol. 3: Das Aparições ao Processo Canónico Diocesano. Fátima: Santuário de Fátima, 2003; 2004. 2 tomos (1-917-1918; 1918-1920)

Research paper thumbnail of Portugal e a Santa Sé no sistema internacional (1910-1970)**

A NOSSA TESE, SEUS POSTULADOS E LIMITES São dois os postulados que constituem a base da tese que ... more A NOSSA TESE, SEUS POSTULADOS E LIMITES São dois os postulados que constituem a base da tese que vamos expor: primeiro, que o sistema internacional é uma categoria relevante de análise, independentemente das discussões que possa haver em torno da sua defini-ção 1 ; segundo, que Portugal e a Santa Sé, não podem deixar de se inserir de alguma forma nesse sistema de relações internacionais, independentemente das declarações e da vontade que os responsáveis pelas respectivas políticas externas manifestem a tal respeito. Daqui deduzimos que é pertinente conhe-cer o peso do factor sistema internacional nas relações entre Portugal e a Santa Sé. Não pretendemos ver nele o elemento explicativo único ou neces-sariamente fundamental da evolução dessas relações ao longo do período que nos propomos abordar-grosso modo, o século XX-, mas parece-nos ser um elemento de análise a merecer ser ponderado. Antes de prosseguirmos parece-nos ter cabimento fazer dois breves escla-recimentos prévios a respe...

Research paper thumbnail of TORGAL, Luís Filipe - As "Aparições de Fátima": imagens e representações (1917-1939). Lisboa: Temas & Debates, 2002. 241 p

Research paper thumbnail of The Cultural Turn and Beyond in International History

The International History Review, 2018

Research paper thumbnail of Decentering the Cold War in Southern Africa: The Portuguese Policy of Decolonization and Détente in Angola and Mozambique (1974–1984)

Journal of Cold War Studies, 2019

Contrary to the expectations of many, the break between Portugal and its former colonies in south... more Contrary to the expectations of many, the break between Portugal and its former colonies in southern Africa was far from complete after decolonization. This article points to three major reasons. First, the impact on relations with Angola and Mozambique of the fragmentation of Portuguese state power and tense polarization in the Portuguese polity after the military coup of 24 April 1974 has been overstated and was far from entirely negative. Second, diplomatic relations were normalized between Portugal, Angola, and Mozambique during the Cold War in a way that has significant parallels with West Germany's Ostpolitik. Portugal's Südpolitik saw a cultural identity worth preserving despite geopolitical divisions and pushed for better relations and deepened ties with these states to help move them away from strict alignment with the Soviet bloc. Third, officers of the Armed Forces Movement that carried out the April 1974 coup exercised a fundamental, positive influence in Portugu...

Research paper thumbnail of Recensão do livro Dança dos demónios: intolerância em Portugal, A. Marujo e José E. Franco

An. Maria CMJorge (2007201l) SecrdariadQ editoria1 / Editorial secretariat JoseAnt6mo Rou.~a

Research paper thumbnail of Brasil, potência normativa do Sul global ou gatekeeper regional? Normas e intervenção militar da R2P à RwP (difusão, contestação e identidade)

é doutorada em Antropologia (especialização em Antropologia do Parentesco e do Género) pelo Insti... more é doutorada em Antropologia (especialização em Antropologia do Parentesco e do Género) pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, tendo apresentado a dissertação «Essa terra que tomo de conta: parentesco e territorialidade na Zona da Mata de Pernambuco» (2014), que se centra na análise das práticas familiares relacionadas com o uso, transmissão e posse da terra nos assentamentos de reforma agrária do Nordeste do Brasil. Anteriormente estudou a forma como as dinâmicas de mobilidade, tais como a migração sazonal, são integradas nos projetos familiares num contexto rural português (Sever do Vouga). Bruno C. Reis tem um mestrado em Historical Studies pela Universidade de Cambridge; é doutor em história e teoria das RI com especialização em segurança internacional (War Studies) pelo King's College. É actualmente investigador auxiliar no ICS; investigador associado do Sir Michael Howard Centre do King's College; e assessor do IDN-MDN. Entre publicações recentes pode referir-se: «Os Estados Unidos e Osama bin Laden uma década depois: a derrota da Al-Qaida e o fim da unipolaridade?», Relações Internacionais, 2011; The Theory and Practice of Irregular Warfare (com Andrew Mumford, eds.), 2013; «Brazil versus NATO? a long-term view of maritime security in the Atlantic», in Enduring NATO, rising Brazil: managing international security in a recalibrating global order, ed. B. A. Smith-Windsor (2015).

Research paper thumbnail of Como se Faz um Estado com a Ajuda de Estranhos? Intervenções externas e construção de Estados nos Balcãs do século XIX

A nossa análise centra-se nos objectivos, mecânica e resultados de um século de intervenção das p... more A nossa análise centra-se nos objectivos, mecânica e resultados de um século de intervenção das principais potências europeias no calcanhar de Aquiles da segurança europeia que eram os Balcãs. O nosso objectivo é perceber a importância destas intervenções militares externas no processo de constituição dos novos Estados balcânicos: Sérvia, Grécia, Roménia e Bulgária, e analisá-las em termos das questões fundamentais que, ontem como hoje, este tipo de operação militar suscita, nomeadamente quanto à sua legitimidade, assim como aos critérios de sucesso a aplicar. Mostramos quer as dificuldades de não intervir, quer os perigos de intervir; quer os problemas de intervir de forma multilateral, quer os riscos de intervir unilateralmente. A nossa tese fundamental é a de que estas intervenções nos Balcãs são as primeiras verdadeiramente modernas no sentido de que representam o triunfo do modelo europeu ocidental de Estado, a emergência simultânea do nacionalismo como um problema internaciona...

Research paper thumbnail of Two South Africans in the Portuguese Wars of Decolonization (1961-1975): It Could Have Been Better, it Could Have Been Worse

The two books reviewed in this article offer testimonies by two South Africans with direct experi... more The two books reviewed in this article offer testimonies by two South Africans with direct experience of the Portuguese Wars of Decolonization. Al Venter is the only foreign war correspondent with direct experience in the field in all three theaters of operations of the Portuguese late colonial wars. Brigadier General van der Waals was the Vice-Consul and de facto military attaché in Luanda from 1970 to 1974. Both books show that South Africa was the foreign power most directly involved in these conflicts and with most vital interests at stake. It has, consequently, every reason to pay the closest possible attention to them. Both books also show that, despite the close cooperation in the field between South Africa and Portugal, especially after 1968, the mainstream South African view of these counter-insurgencies was often very critical of the Portuguese war effort.

Research paper thumbnail of A centralidade do atlântico: Portugal e o futuro da ordem internacional

Esta investigacao beneficiou ainda do trabalho em curso no âmbito do projeto FCT IF/01308/2013/CP... more Esta investigacao beneficiou ainda do trabalho em curso no âmbito do projeto FCT IF/01308/2013/CP116/CT0002, Losing an Empire and Finding a Role in Africa, com fundos do 7.o Programa Quadro da UE, a quem tambem agradeco o apoio.

Research paper thumbnail of O Poder Dos Pequenos e Médios Estados Na Grande Guerra: Comparação Portugal-Brasil

António Paulo Duarte A lógica do discurso militar português sobre si próprio, assim como aquele q... more António Paulo Duarte A lógica do discurso militar português sobre si próprio, assim como aquele que a sociedade portuguesa costuma produzir sobre as suas Forças Armadas, identifica-se com uma narrativa em redor do tópos da impotência e da fragilidade. Na realidade, e por paradoxal que possa parecer, toda a experiência das Forças Armadas nacionais nos últimos cem anos, é expedicionária, consubstanciando-se como uma projeção de poder nacional. Este texto procura lançar pistas para a dissecação desta contradição.

Research paper thumbnail of Portugal and the UN: A Rogue State Resisting the Norm of Decolonization (1956–1974)

Portuguese Studies, 2013

This article looks at the Portuguese reaction to an increasingly numerous and hostile anti-coloni... more This article looks at the Portuguese reaction to an increasingly numerous and hostile anti-colonial majority in the United Nations (UN), the central international norm-setting organization after 1945. More specifically I will focus on the persistence of a Portuguese policy of denying colonialism, that is, of formally declaring that Portugal was not a colonial empire but rather a unitary state with territories in different continents. Why would Portugal stick to this position for almost two decades, in the face of widespread scepticism and hostility from within a UN increasingly dominated by an anti-colonial stance-formally in the shape of General Assembly resolution 1542, of 1960-that accused Portugal of being a colonial empire while refusing to accept this reality, and given the inevitable consequences of an emerging international norm of decolonization? 1 Belgium also endured growing hostility at the UN for a long period. It faced a rising tide of anti-colonialism from 1946, as a founding member of the UN. In fact, even a speedy but messy decolonization of the Belgian Congo in 1960 did not put an end to criticism by the anti-colonial bloc at the UN of the neo-colonial relationship between Belgium and the Congo in general, and Katanga in particular, which presented a new target for criticism by the Afro-Asian bloc. This seems to indicate that confrontation of a state with the UN could be expected when there was a clash between normative change at the global level and core guidelines, 'constitutive' norms at the national level. 2 This was the case regardless of regime type, authoritarian in the case of Portugal, parliamentary democracy in the case of Belgium. It also shows that a number of facilitating conditions were necessary in allowing prolonged resistance to international norms, of which two stand out: 1 The question of whether or not Portugal was a colonial empire is still a matter of some political controversy in Portugal. I follow a mainstream academic definition by Michael Doyle, Empires (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1986): an empire exists whenever 'the effective sovereignty' of dependent peripheral territories is exercised by 'the dominant metropole' that 'exerts political control over the internal and external policy' of the former (p. 12).

Research paper thumbnail of Terrorismo: como o definir?

Num recente artigo publicado na revista Nação e Defesa, nº 143, dedicado ao terrorismo transnacio... more Num recente artigo publicado na revista Nação e Defesa, nº 143, dedicado ao terrorismo transnacional, intitulado "Terrorismo Transnacional e a Ameaça ao Flanco Sul da NATO: o caso do Daesh", o professor Bruno Cardoso Reis espelha muito bem as capacidades informativas, analíticas e empíricas dos internacionalistas de alta qualidade, a que, no caso, se associa a vertente historiográfica, a dos War Studies e igualmente a da Estratégia, todas desenvolvidas com exemplar qualificação e notável probidade. Na realidade, o presente artigo espelha também a forma como as mentes mais lúcidas neste campo podem ser apanhadas no que parece ser um corrupio de dados e logo um menor tempo para se deter com cuidado na fundamentação, de modo a fazer justiça às qualidades antes evidenciadas. O professor António Horta Fernandes prestou-me o grande cumprimento de considerar dignas de discussão as minhas a ideias a respeito de um tema tão importante e controverso como é o caso do terrorismo. Dito isto, é, no entanto, importante deixar claro desde já que me parece difícil chegar a acordo quanto a este conceito. Desde logo porque Horta Fernandes analisa a questão com base numa abordagem normativa, mais de pendor moralista, que não é a que me interessa adotar. Nomeadamente a ideia de que o terrorismo é o mal, para citar o autor, é de louvar pela clareza, mas não me parece adiantar muito à análise da questão, e quase por definição leva a fechá-la. Significaria também adotar uma postura necessariamente muito subjetiva ao tema. Pois é a violência com a qual não concordamos a priori que tende a ser classificada como maligna. Que o terrorismo é ilegal, que frequente e necessariamente viola as leis da guerra, ninguém contesta, mas este aspeto, que aliás incluo na minha definição, interessa-me sobretudo para perceber por que é assim.

Research paper thumbnail of Cutting Heads or Winning Hearts: Late Colonial Portuguese Counterinsurgency and the Wiriyamu Massacre of 1972

Civil Wars, Mar 1, 2012

This article may be used for research, teaching, and private study purposes. Any substantial or s... more This article may be used for research, teaching, and private study purposes. Any substantial or systematic reproduction, redistribution, reselling, loan, sub-licensing, systematic supply, or distribution in any form to anyone is expressly forbidden. The publisher does not give any warranty express or implied or make any representation that the contents will be complete or accurate or up to date. The accuracy of any instructions, formulae, and drug doses should be independently verified with primary sources. The publisher shall not be liable for any loss, actions, claims, proceedings, demand, or costs or damages whatsoever or howsoever caused arising directly or indirectly in connection with or arising out of the use of this material.

Research paper thumbnail of Reply to Mustafah Dhada

Civil Wars, Dec 1, 2013

We are mystified by the reaction of Mustafah Dhada to our article, ‘Cutting Heads or Winning Hear... more We are mystified by the reaction of Mustafah Dhada to our article, ‘Cutting Heads or Winning Hearts: Late Colonial Portuguese Counterinsurgency and the Wiriyamu Massacre of 1972’, even if, in the interest of an open discussion, we agreed with the editors of Civil Wars to engage in a debate in printed form. We found Dhada’s text more an accusation in bad faith and an apparent attempt to set up imaginary colonial negationists as ‘straw men’ to more easily promote his views rather than a serious critique. Any honest reader will – we trust – find it difficult to understand how an article in a special issue on atrocities could be confused with an apologia for a colonial war. Let us address first this most egregious claim that we are some sort of negationists and vindicators of Portuguese colonial propaganda. It beggars belief how such an accusation can be made against an article with the word ‘massacre’ in its title and that concludes that (p.99 of our original article):

Research paper thumbnail of The Power and Limits of Cultural Myths in Portugal's Search for a Post-Imperial Role

International History Review, Jan 5, 2017

The central role in Portuguese political culture of the identification of Portugal as a colonizin... more The central role in Portuguese political culture of the identification of Portugal as a colonizing power legitimized a massive mobilization and violent response to the perceived existential threat of decolonization in the shape of prolonged wars in its main African colonies (1961-1974). If, however, this cultural myth of a Greater Portugal overseas was so powerful, how was decolonization eventually possible? The accumulated human and economic cost of facing three simultaneous, protracted anti-colonial insurgencies eroded this overseas creed and made Catholic and Marxist strands of anti-colonialism increasingly attractive to younger, more internationally connected, Portuguese elites. What also happened, however, this article will argue, was a refashioning of the powerful cultural myth of a special connection between Portugal and tropical Africa. A colonial myth was turned into a post-colonial myth legitimising decolonization as a mutual and fraternal liberation from the same oppressive regime without a loss of strong "natural" cultural bonds. More widely the article aims to show that we cannot ignore the importance of cultural factors in international history. Our approach in this article is pluralist and this means that while arguing strongly for taking culture seriously and focusing on it, it does consider other, including more material, dimensions of power.

Research paper thumbnail of A política comum de segurança e defesa e o Conselho Europeu de Dezembro de 2013

Introdução O Conselho Europeu de dezembro próximo discutirá aspetos fundamentais da Política Comu... more Introdução O Conselho Europeu de dezembro próximo discutirá aspetos fundamentais da Política Comum de Segurança e Defesa (PCSD). O objetivo é definir uma orientação estratégica para as questões da defesa europeia. Dessa agenda constam temas tão relevantes como a gestão de crises, o desenvolvimento de capacidades militares e o reforço da indústria de defesa no quadro da União Europeia (UE). O Instituto da Defesa Nacional, enquanto centro de reflexão estratégica e instituição de apoio ao processo de decisão, não poderia deixar de dar o seu contributo para este relevante debate europeu, acerca do qual Portugal tem, obviamente, o maior interesse. Ao longo de setembro e outubro de 2013, realizámos três mesas redondas, em regime de Chatham House, e um seminário internacional, aberto, sobre os referidos temas da agenda do Conselho Europeu. Foram interessantes fóruns de discussão que reuniram entidades e especialistas envolvidos neste relevante debate e cujos contributos se revelaram da maior utilidade para a elaboração do presente relatório. Este relatório que agora se submete à apreciação de Sua Excelência o Ministro da Defesa Nacional, intitulado A Política Comum de Segurança e Defesa e o Conselho Europeu de Dezembro de 2013, está organizado em seis capítulos. Começa-se, no primeiro capítulo, por valorizar a importância da dimensão de defesa da União Europeia. Pela sua dimensão histórica, claro, uma vez que está na base da fundação do projeto europeu, mas também pelos riscos e ameaças comuns com que os Estados-membros estão hoje confrontados e pela consequente necessidade de revisão da Estratégia de Segurança Europeia que já vem de 2003. Ainda em registo de enquadramento da questão, no capítulo 2, apresentam-se, como não poderia deixar de ser, alguns dados acerca da evolução do contributo português para a defesa europeia. São poucos os Estados-membros da UE que estiveram, continuadamente, presentes em missões de paz, desde o início de um ciclo que arrancou em 1996 com a operação na Bósnia. São ainda menos os Estados-membros que desempenharam tantas missões no quadro da ONU, UE e NATO, em teatros tão diferentes como aqueles em que Portugal participou. Para o cumprimento de todos estes compromissos, Portugal realizou um significativo esforço financeiro e humano, com evidente reflexo nos resultados operacionais. Temos, pois, direito a uma voz própria neste projeto da segurança e defesa europeia e nos temas que vão estar em cima da mesa neste Conselho Europeu de dezembro. Os capítulos 3 e 4 são justamente dedicados a dois desses temas da agenda do Conselho: a visibilidade da PCSD, a gestão de crises e as missões da UE, por um lado, e o desenvolvimento das Capacidades, por outro. Na gestão de crises e análise das missões da UE serão consideradas as prioridades estratégicas e os interesses comuns, os mecanismos de resposta e a concretização do conceito de comprehensive approach. Analisa-se também a diversidade e a exigência das missões que se colocam à UE, bem como o seu financiamento, respetivo nível de ambição, estrutura e geração de forças. Serão também identificados alguns shortfalls. Relativamente ao desenvolvimento das capacidades (capítulos 4 e 5), além da sua geração, maximização e desenvolvimento, será dada especial atenção à partilha de capacidades, ao chamado Pooling and Sharing, enquanto instrumento de economia de

Research paper thumbnail of A Pandemia COVID-19: Que Impacto nas Áreas da Segurança e Defesa?

Esta é a primeira de diversas publicações do Instituto da Defesa Nacional nas quais iremos acompa... more Esta é a primeira de diversas publicações do Instituto da Defesa Nacional nas quais iremos acompanhar o desenvolvimento da crise mundial produzida pela pandemia COVID-19 com análises e reflexões para melhor conhecer a realidade, lançar o debate e apoiar intervenções e políticas de resposta. Perguntámos a investigadores e colaboradores do Instituto da Defesa Nacional qual o impacto desta crise nas respetivas áreas de investigação. Acelera, reverte ou transforma tendências? Que cenários permite antecipar? Que reflexões suscita? Eis as respostas que obtivemosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

Research paper thumbnail of Pensar, dialogar e capacitar : a missão do Centro do Atlântico

dialogar-capacitar-missao-centro-atlantico-1935564 O Atlantic Centre, que está a nascer nos Açore... more dialogar-capacitar-missao-centro-atlantico-1935564 O Atlantic Centre, que está a nascer nos Açores, vai ser um instrumento de afirmação de Portugal, promovendo a segurança cooperativa no conjunto do Atlântico, desde a África do Sul ao Canadá e desde a Argentina à Noruega. A pandemia que vivemos levou ao adiamento de algumas das iniciativas de formação e treino do Centro, mas reforçou decisivamente a consciência da necessidade de um diálogo político forte com os parceiros de todas as partes do Atlântico. O seminário inaugural do Centro, em 2019, mobilizou participantes de mais de 30 Estados atlânticos e organizações multilaterais, com grande sucesso e entusiasmo. Ontem, teve lugar o segundo seminário do Atlantic Centre, no Instituto da Defesa Nacional e através de plataformas digitais, em torno do tema das "respostas multidimensionais para emergências complexas" nesta casa comum que é o Atlântico. Para além do diagnóstico e partilha de boas práticas, a discussão passou pelas soluções tecnológicas, como a tecnologia espacial, que permitem a monitorização deste vasto espaço oceânico, assim como a partilha de informação para o exercício responsável da soberania, elemento primordial para a segurança regional. Sabemos todos que temos de pensar em conjunto os múltiplos desafios em torno do Atlântico. Eles exigem respostas mais integradas, multidimensionais e, acima de tudo, cooperativas. Contudo, a necessidade não produz por si só o mecanismo. O Atlantic Centre é uma iniciativa portuguesa, mas a ambição é maior: pretende vir a ser uma organização de excelência internacional, de segurança cooperativa e de reforço da capacidade de defesa no Atlântico. Trata-se de uma iniciativa que é não só oportuna como urgente. O valor geoestratégico central dos territórios portugueses no Atlântico (Continente e Regiões Autónomas) pode ser sublinhado e valorizado através de iniciativas concretas. À semelhança de outras novas abordagens, como uma futura Constelação de Satélites, o Atlantic Centre reforça a capacidade e a credibilidade de Portugal na segurança e defesa do vasto espaço atlântico sobre o qual tem responsabilidades. Ambicionamos, legitimamente, ver a extensão da nossa Plataforma Continental reconhecida pelas Nações Unidas. Mas temos consciência que ela representa uma responsabilidade acrescida por uma mais eficaz monitorização das atividades ilegais e criminosas que atravessam o oceano e alimentam a instabilidade no entorno geográfico do Atlântico. Portugal pode e deve ser facilitador e mobilizador de vontades em torno de problemas partilhados e que ameaçam a segurança e o desenvolvimento de todos os Estados brought to you by CORE View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk provided by Repositório Comum

Research paper thumbnail of Política, religião e direitos humanos no século XVII: Vieira, Locke e Bayle

O padre António Vieira colocou um problema ao nosso pensamento liberal, pois que sendo jesuíta se... more O padre António Vieira colocou um problema ao nosso pensamento liberal, pois que sendo jesuíta se opôs à Inquisição, duas instituições que eram geralmente associadas na lenda negra do Antigo Regime. Procura-se aqui formar um juízo mais objectivo da relação entre política, religião e direitos humanos em Vieira, comparando as suas posições relativamente à legitimidade do poder, à tolerância e à escravatura com as de dois autores seus contemporâneos: John Locke e Pierre Bayle. Numa época de transição detectar-se-ão nos três autores posições que nos parecem, hoje, contraditórias; constatar-se-á o papel que nos três a fé cristã teve na emergência destes temas, e que partilham um ponto central para o surgimento da concepção de direitos humanos: a noção da unidade fundamental da humanidade.

Research paper thumbnail of DOCUMENTAÇÃO Crítica de Fátima. Vol. 3: Das Aparições ao Processo Canónico Diocesano. Fátima: Santuário de Fátima, 2003; 2004. 2 tomos (1-917-1918; 1918-1920)

Research paper thumbnail of Portugal e a Santa Sé no sistema internacional (1910-1970)**

A NOSSA TESE, SEUS POSTULADOS E LIMITES São dois os postulados que constituem a base da tese que ... more A NOSSA TESE, SEUS POSTULADOS E LIMITES São dois os postulados que constituem a base da tese que vamos expor: primeiro, que o sistema internacional é uma categoria relevante de análise, independentemente das discussões que possa haver em torno da sua defini-ção 1 ; segundo, que Portugal e a Santa Sé, não podem deixar de se inserir de alguma forma nesse sistema de relações internacionais, independentemente das declarações e da vontade que os responsáveis pelas respectivas políticas externas manifestem a tal respeito. Daqui deduzimos que é pertinente conhe-cer o peso do factor sistema internacional nas relações entre Portugal e a Santa Sé. Não pretendemos ver nele o elemento explicativo único ou neces-sariamente fundamental da evolução dessas relações ao longo do período que nos propomos abordar-grosso modo, o século XX-, mas parece-nos ser um elemento de análise a merecer ser ponderado. Antes de prosseguirmos parece-nos ter cabimento fazer dois breves escla-recimentos prévios a respe...

Research paper thumbnail of TORGAL, Luís Filipe - As "Aparições de Fátima": imagens e representações (1917-1939). Lisboa: Temas & Debates, 2002. 241 p

Research paper thumbnail of The Cultural Turn and Beyond in International History

The International History Review, 2018

Research paper thumbnail of Decentering the Cold War in Southern Africa: The Portuguese Policy of Decolonization and Détente in Angola and Mozambique (1974–1984)

Journal of Cold War Studies, 2019

Contrary to the expectations of many, the break between Portugal and its former colonies in south... more Contrary to the expectations of many, the break between Portugal and its former colonies in southern Africa was far from complete after decolonization. This article points to three major reasons. First, the impact on relations with Angola and Mozambique of the fragmentation of Portuguese state power and tense polarization in the Portuguese polity after the military coup of 24 April 1974 has been overstated and was far from entirely negative. Second, diplomatic relations were normalized between Portugal, Angola, and Mozambique during the Cold War in a way that has significant parallels with West Germany's Ostpolitik. Portugal's Südpolitik saw a cultural identity worth preserving despite geopolitical divisions and pushed for better relations and deepened ties with these states to help move them away from strict alignment with the Soviet bloc. Third, officers of the Armed Forces Movement that carried out the April 1974 coup exercised a fundamental, positive influence in Portugu...

Research paper thumbnail of Recensão do livro Dança dos demónios: intolerância em Portugal, A. Marujo e José E. Franco

An. Maria CMJorge (2007201l) SecrdariadQ editoria1 / Editorial secretariat JoseAnt6mo Rou.~a

Research paper thumbnail of Brasil, potência normativa do Sul global ou gatekeeper regional? Normas e intervenção militar da R2P à RwP (difusão, contestação e identidade)

é doutorada em Antropologia (especialização em Antropologia do Parentesco e do Género) pelo Insti... more é doutorada em Antropologia (especialização em Antropologia do Parentesco e do Género) pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, tendo apresentado a dissertação «Essa terra que tomo de conta: parentesco e territorialidade na Zona da Mata de Pernambuco» (2014), que se centra na análise das práticas familiares relacionadas com o uso, transmissão e posse da terra nos assentamentos de reforma agrária do Nordeste do Brasil. Anteriormente estudou a forma como as dinâmicas de mobilidade, tais como a migração sazonal, são integradas nos projetos familiares num contexto rural português (Sever do Vouga). Bruno C. Reis tem um mestrado em Historical Studies pela Universidade de Cambridge; é doutor em história e teoria das RI com especialização em segurança internacional (War Studies) pelo King's College. É actualmente investigador auxiliar no ICS; investigador associado do Sir Michael Howard Centre do King's College; e assessor do IDN-MDN. Entre publicações recentes pode referir-se: «Os Estados Unidos e Osama bin Laden uma década depois: a derrota da Al-Qaida e o fim da unipolaridade?», Relações Internacionais, 2011; The Theory and Practice of Irregular Warfare (com Andrew Mumford, eds.), 2013; «Brazil versus NATO? a long-term view of maritime security in the Atlantic», in Enduring NATO, rising Brazil: managing international security in a recalibrating global order, ed. B. A. Smith-Windsor (2015).

Research paper thumbnail of Como se Faz um Estado com a Ajuda de Estranhos? Intervenções externas e construção de Estados nos Balcãs do século XIX

A nossa análise centra-se nos objectivos, mecânica e resultados de um século de intervenção das p... more A nossa análise centra-se nos objectivos, mecânica e resultados de um século de intervenção das principais potências europeias no calcanhar de Aquiles da segurança europeia que eram os Balcãs. O nosso objectivo é perceber a importância destas intervenções militares externas no processo de constituição dos novos Estados balcânicos: Sérvia, Grécia, Roménia e Bulgária, e analisá-las em termos das questões fundamentais que, ontem como hoje, este tipo de operação militar suscita, nomeadamente quanto à sua legitimidade, assim como aos critérios de sucesso a aplicar. Mostramos quer as dificuldades de não intervir, quer os perigos de intervir; quer os problemas de intervir de forma multilateral, quer os riscos de intervir unilateralmente. A nossa tese fundamental é a de que estas intervenções nos Balcãs são as primeiras verdadeiramente modernas no sentido de que representam o triunfo do modelo europeu ocidental de Estado, a emergência simultânea do nacionalismo como um problema internaciona...

Research paper thumbnail of Two South Africans in the Portuguese Wars of Decolonization (1961-1975): It Could Have Been Better, it Could Have Been Worse

The two books reviewed in this article offer testimonies by two South Africans with direct experi... more The two books reviewed in this article offer testimonies by two South Africans with direct experience of the Portuguese Wars of Decolonization. Al Venter is the only foreign war correspondent with direct experience in the field in all three theaters of operations of the Portuguese late colonial wars. Brigadier General van der Waals was the Vice-Consul and de facto military attaché in Luanda from 1970 to 1974. Both books show that South Africa was the foreign power most directly involved in these conflicts and with most vital interests at stake. It has, consequently, every reason to pay the closest possible attention to them. Both books also show that, despite the close cooperation in the field between South Africa and Portugal, especially after 1968, the mainstream South African view of these counter-insurgencies was often very critical of the Portuguese war effort.

Research paper thumbnail of A centralidade do atlântico: Portugal e o futuro da ordem internacional

Esta investigacao beneficiou ainda do trabalho em curso no âmbito do projeto FCT IF/01308/2013/CP... more Esta investigacao beneficiou ainda do trabalho em curso no âmbito do projeto FCT IF/01308/2013/CP116/CT0002, Losing an Empire and Finding a Role in Africa, com fundos do 7.o Programa Quadro da UE, a quem tambem agradeco o apoio.

Research paper thumbnail of O Poder Dos Pequenos e Médios Estados Na Grande Guerra: Comparação Portugal-Brasil

António Paulo Duarte A lógica do discurso militar português sobre si próprio, assim como aquele q... more António Paulo Duarte A lógica do discurso militar português sobre si próprio, assim como aquele que a sociedade portuguesa costuma produzir sobre as suas Forças Armadas, identifica-se com uma narrativa em redor do tópos da impotência e da fragilidade. Na realidade, e por paradoxal que possa parecer, toda a experiência das Forças Armadas nacionais nos últimos cem anos, é expedicionária, consubstanciando-se como uma projeção de poder nacional. Este texto procura lançar pistas para a dissecação desta contradição.

Research paper thumbnail of Portugal and the UN: A Rogue State Resisting the Norm of Decolonization (1956–1974)

Portuguese Studies, 2013

This article looks at the Portuguese reaction to an increasingly numerous and hostile anti-coloni... more This article looks at the Portuguese reaction to an increasingly numerous and hostile anti-colonial majority in the United Nations (UN), the central international norm-setting organization after 1945. More specifically I will focus on the persistence of a Portuguese policy of denying colonialism, that is, of formally declaring that Portugal was not a colonial empire but rather a unitary state with territories in different continents. Why would Portugal stick to this position for almost two decades, in the face of widespread scepticism and hostility from within a UN increasingly dominated by an anti-colonial stance-formally in the shape of General Assembly resolution 1542, of 1960-that accused Portugal of being a colonial empire while refusing to accept this reality, and given the inevitable consequences of an emerging international norm of decolonization? 1 Belgium also endured growing hostility at the UN for a long period. It faced a rising tide of anti-colonialism from 1946, as a founding member of the UN. In fact, even a speedy but messy decolonization of the Belgian Congo in 1960 did not put an end to criticism by the anti-colonial bloc at the UN of the neo-colonial relationship between Belgium and the Congo in general, and Katanga in particular, which presented a new target for criticism by the Afro-Asian bloc. This seems to indicate that confrontation of a state with the UN could be expected when there was a clash between normative change at the global level and core guidelines, 'constitutive' norms at the national level. 2 This was the case regardless of regime type, authoritarian in the case of Portugal, parliamentary democracy in the case of Belgium. It also shows that a number of facilitating conditions were necessary in allowing prolonged resistance to international norms, of which two stand out: 1 The question of whether or not Portugal was a colonial empire is still a matter of some political controversy in Portugal. I follow a mainstream academic definition by Michael Doyle, Empires (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1986): an empire exists whenever 'the effective sovereignty' of dependent peripheral territories is exercised by 'the dominant metropole' that 'exerts political control over the internal and external policy' of the former (p. 12).