Diana Soller | University of Miami (original) (raw)

Papers by Diana Soller

Research paper thumbnail of Waltz, a diversidade das democracias e a semelhança dos estados

Research paper thumbnail of A emergência da Índia e a ordem liberal americana

Research paper thumbnail of A América e o regresso à humildade e à política de poder

Research paper thumbnail of A grande estratégia americana no Médio Oriente

Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos d... more Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos da América para o Médio Oriente. Apesar do presidente eleito Barack Obama insistir na determinação de retirar as forças militares do Iraque, argumenta-se que as linhas fundamentais da política externa Bush vão ser mantidas no futuro. A América continuará a desempenhar o papel de agente pacificador da região, onde as alianças com Israel, a Arábia Saudita e o Egipto são elementos importantes. Tal como no passado, os objectivos fundamentais serão manter a estabilidade do Iraque, evitar a nuclearização do Irão, controlar os movimentos fundamentalistas e garantir as fontes de abastecimento energéticos.

Research paper thumbnail of Retraimento ou acomodação?: A herança de Barack Obama para as potências emergentes e a ordem internacional

Research paper thumbnail of Nota introdutória Potências emergentes e democracia

Research paper thumbnail of Economic Growth and the Role of India in the Global Energy Security System: Challenges Ahead

Research paper thumbnail of Institucionalização das relações entre democracias: Há uma liga adequada ao século XXI?

Research paper thumbnail of Institucionalização das relações entre democracias: Há uma liga adequada ao século XXI?

Relacoes Internacionais, Sep 1, 2009

Research paper thumbnail of Política Externa Norte-Americana

Relacoes Internacionais, Jun 1, 2010

Research paper thumbnail of Retraimento ou Acomodacao? A Heranca de Barack Obama para as Poencias Emergentes e a Ordem Internacional

Nos anos 1980, nos Estados Unidos, a teoria das relações internacionais encheu-se de declinistas.... more Nos anos 1980, nos Estados Unidos, a teoria das relações internacionais encheu-se de declinistas. A perceção (sabemos agora que errada) de que a América estava em declínio perante o seu perigoso rival, a União Soviética, deu origem a um conjunto de trabalhos sobre transição de poder e declínio 2 e, talvez mais importante, ao programa do estado da paz democrática 3 . Afirmava-se, com base em métodos quantitativos e qualitativos, que as democracias se manteriam unidas, com ou sem hegemonia para as sustentar, porque os estados democráticos eram potências satisfeitas com o seu conjunto de valores, e estavam dispostos a defender a sua forma de vida 4 . Apoiar-se-iam no momento em que os Estados Unidos já não pudessem liderar, uma vez que tinham constituído uma comunidade democrática disposta a defender-se militar, económica e normativamente dos desafios futuros 5 . O declínio não se verificou, antes pelo contrário, mas estes textos tornaram-se referência para estudos de transição de poder. Afinal, os Estados Unidos eram uma potência hegemónica liberal 6 , e isso dava-lhes vantagem

Research paper thumbnail of A emergência da Índia e a ordem liberal americana Notas sobre desafios futuros

Amitav Acharya, um proeminente construtivista crítico da American University, publicou recentemen... more Amitav Acharya, um proeminente construtivista crítico da American University, publicou recentemente um livro-panfleto na senda de Kishore Mabhubani 1 onde faz dois argumentos centrais. O primeiro é que, independentemente de questões quantificáveis de declínio e ascensão, a narrativa da indispensabilidade da hegemonia americana tem os dias contados 2 . Não será fácil para os Estados Unidos continuarem a defender a ideia de que o mundo beneficia da sua primazia (da «nação indispensável») depois da Guerra do Iraque, que pôs em causa a legitimidade da liderança e da crise económica internacional, que teve início nos Estados Unidos, contaminou o mundo, e pôs seriamente em causa a validade do modelo económico internacional liberal 3 . Para os países que compõem os brics, um grupo que cada vez mais se apresenta como uma coligação que pretende criar alternativas para a ordem internacional económica, os acontecimentos de 2008, diz Acharya, provaram que o modelo americano está esgotado. O segundo argumento é que o mundo ocidental desenvolveu a ideia falsa de que a unipolaridade é condição necessária para a estabilidade internacional 4 . O Ocidente tem defendido a validade da teoria da estabilidade hegemónica 5 -que contém a ideia essencial de que o mundo beneficia da existência de uma potência organizadora 6 sem a qual a paz internacional e a cooperação entre os estados é muito mais difícil de obter. E que a

Research paper thumbnail of Waltz, a Diversidade das Democracias e a Semelhanca dos Estados

Relacoes Internacionais, Sep 2013

Politics, Kenneth Waltz resolveu -nos uma série de problemas. Em 1959, na sua tese de doutorament... more Politics, Kenneth Waltz resolveu -nos uma série de problemas. Em 1959, na sua tese de doutoramento, viu -se livre da natureza humana como explicação central das relações internacionais. Para investigar as causas da guerra, Waltz recorreu a três autores fundamentais da filosofia política. Rousseau, que argumentou que os conflitos eram consequência da existência do Estado, que precisava da guerra para se consolidar e progredir; se não se substituísse esta forma de organização política, as tensões tenderiam a perpetuar -se. Kant, que defendeu que a origem da guerra residia nos vícios dos governos não republicanos e que para reduzir os conflitos era necessário esperar que o número de repúblicas aumentasse. Espinosa, que afirmou que natureza humana era maligna tendendo ao conflito. Sendo esta impossível de se transformar, os estados estavam perpetuamente condenados ao regresso à guerra. Waltz, ainda num realismo muito clássico e concentrando--se na história das potências europeias antes da II Guerra Mundial (da qual tinha passado pouco mais que uma década) contestou todas estas visões: o Estado, disse, iria perpetuar -se independentemente da sua tendência beligerante, uma vez que era a forma mais eficaz de proteger os indivíduos uns dos outros; as democracias eram diferentes das autocracias apenas na liberdade da população. Em tudo o resto, governos tinham sensivelmente o mesmo O L E G E ste artigo tem como objetivo perceber porque é que Kenneth Waltz descartou o fator «democracia» nos seus estudos das relações internacionais. Para isso, recupera um dos livros esquecidos do autor -Foreign Policy and Democratic Politics: the American and British Experience -escrito em 1967, cujo principal argumento é que existem mais semelhanças entre todos os estados (democracias e autocracias) do que diferenças criadas pelo tipo de regime. Este livro permite ainda traçar o percurso de Waltz entre Man, the State and War e Theory of International Politics, identificando continuidade no percurso académico de um dos mais influentes pensadores da política internacional do século xx. Palavras-chave: Kenneth N. Waltz, democracia, política externa, teoria das relações internacionais A B S T R A C T Waltz, the democracies' diversity and the states' similarities T his article aims to uncover part of Kenneth Waltz forgotten legacy. By asking why the Professor of Columbia University disregarded >

Research paper thumbnail of O Relatório Albright ea grande estratégia Obama um caso de convergência

Relações Internacionais (R: I), 2010

Research paper thumbnail of Institucionalização das relações entre democracias: Há uma liga adequada ao século XXI?

Relações Internacionais (R: I), 2009

n ão existe novidade no conceito de institucionalização das relações entre democracias, no domíni... more n ão existe novidade no conceito de institucionalização das relações entre democracias, no domínio do pensamento norte-americano. Nem novidade, nem sequer falta de experiência empírica. A Sociedade das Nações, projectada por Woodrow Wilson, foi a primeira tentativa de organizar os estados em nome da segurança colectiva, fazendo uso das regras institucionais democráticas 1 . Daí em diante, a qualificação do regime interno passou a ter influência nas questões relacionadas com a cooperação e a ordem internacional 2 . Os exemplos são diversos: a codificação do Plano Marshall, cujos princípios levaram os estados sob influência soviética a recusar a ajuda à reconstrução 3 , e forçaram os beneficiários a tomar decisões conjuntas no Comité de Cooperação Económica Europeia 4 ; o apoio americano ao Plano Schuman e, de um modo mais generalizado, à integração europeia 5 ; a nato, que -apesar de ter admitido Portugal como membro fundador por razões estritamente estratégicas -codificou no tratado fundador que os seus membros se comprometiam a salvaguardar os princípios da democracia e da liberdade individual 6 , e enfatizou sempre o carácter democrático dos seus membros em oposição à União Soviética e aos países do Pacto de Varsóvia. Nos anos 1990, a Aliança Atlântica permitiu, ainda, a consolidação da democracia nos estados da Europa de Leste, e hoje já admite parcerias privilegiadas com estados fora do espaço euro-atlântico, desde que tenham como regime interno a democracia e participem nas operações militares da Aliança 7 . Desde o fim da II Guerra Mundial, especialmente a partir da Administração Truman 8 , é possível delinear o desenvolvimento de uma ordem internacional liberal que resistiu, até hoje, e que pretende proteger uma determinada forma de organização social e política, e influenciar os acontecimentos internacionais e comportamentos dos outros estados. No entanto, a questão das relações institucionais entre democracias -que nunca foi um tema pacífico, como se verificou a propósito do alargamento da Aliança Atlântica aos países do Leste europeu 9 -ganhou um novo impulso quando o candidato às recentes eleições presidenciais norte-americanas, John McCain, introduziu no seu programa eleitoral a proposta para fundação de uma Liga das Democracias. Esta organização de estados democráticos teria como objectivos centrais substituir as Nações Unidas, cada relações internacionais setembro : 2009 23 [ pp. [105][106][107][108][109][110][111][112][113][114][115][116][117][118] 105

Research paper thumbnail of A América eo regresso à humildade e à política de poder

Relações Internacionais (R: I), 2008

Research paper thumbnail of A grande estratégia americana no Médio Oriente

Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos d... more Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos da América para o Médio Oriente. Apesar do presidente eleito Barack Obama insistir na determinação de retirar as forças militares do Iraque, argumenta-se que as linhas fundamentais da política externa Bush vão ser mantidas no futuro. A América continuará a desempenhar o papel de agente pacificador da região, onde as alianças com Israel, a Arábia Saudita e o Egipto são elementos importantes. Tal como no passado, os objectivos fundamentais serão manter a estabilidade do Iraque, evitar a nuclearização do Irão, controlar os movimentos fundamentalistas e garantir as fontes de abastecimento energéticos.

Research paper thumbnail of Waltz, a diversidade das democracias e a semelhança dos estados

Research paper thumbnail of A emergência da Índia e a ordem liberal americana

Research paper thumbnail of A América e o regresso à humildade e à política de poder

Research paper thumbnail of A grande estratégia americana no Médio Oriente

Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos d... more Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos da América para o Médio Oriente. Apesar do presidente eleito Barack Obama insistir na determinação de retirar as forças militares do Iraque, argumenta-se que as linhas fundamentais da política externa Bush vão ser mantidas no futuro. A América continuará a desempenhar o papel de agente pacificador da região, onde as alianças com Israel, a Arábia Saudita e o Egipto são elementos importantes. Tal como no passado, os objectivos fundamentais serão manter a estabilidade do Iraque, evitar a nuclearização do Irão, controlar os movimentos fundamentalistas e garantir as fontes de abastecimento energéticos.

Research paper thumbnail of Retraimento ou acomodação?: A herança de Barack Obama para as potências emergentes e a ordem internacional

Research paper thumbnail of Nota introdutória Potências emergentes e democracia

Research paper thumbnail of Economic Growth and the Role of India in the Global Energy Security System: Challenges Ahead

Research paper thumbnail of Institucionalização das relações entre democracias: Há uma liga adequada ao século XXI?

Research paper thumbnail of Institucionalização das relações entre democracias: Há uma liga adequada ao século XXI?

Relacoes Internacionais, Sep 1, 2009

Research paper thumbnail of Política Externa Norte-Americana

Relacoes Internacionais, Jun 1, 2010

Research paper thumbnail of Retraimento ou Acomodacao? A Heranca de Barack Obama para as Poencias Emergentes e a Ordem Internacional

Nos anos 1980, nos Estados Unidos, a teoria das relações internacionais encheu-se de declinistas.... more Nos anos 1980, nos Estados Unidos, a teoria das relações internacionais encheu-se de declinistas. A perceção (sabemos agora que errada) de que a América estava em declínio perante o seu perigoso rival, a União Soviética, deu origem a um conjunto de trabalhos sobre transição de poder e declínio 2 e, talvez mais importante, ao programa do estado da paz democrática 3 . Afirmava-se, com base em métodos quantitativos e qualitativos, que as democracias se manteriam unidas, com ou sem hegemonia para as sustentar, porque os estados democráticos eram potências satisfeitas com o seu conjunto de valores, e estavam dispostos a defender a sua forma de vida 4 . Apoiar-se-iam no momento em que os Estados Unidos já não pudessem liderar, uma vez que tinham constituído uma comunidade democrática disposta a defender-se militar, económica e normativamente dos desafios futuros 5 . O declínio não se verificou, antes pelo contrário, mas estes textos tornaram-se referência para estudos de transição de poder. Afinal, os Estados Unidos eram uma potência hegemónica liberal 6 , e isso dava-lhes vantagem

Research paper thumbnail of A emergência da Índia e a ordem liberal americana Notas sobre desafios futuros

Amitav Acharya, um proeminente construtivista crítico da American University, publicou recentemen... more Amitav Acharya, um proeminente construtivista crítico da American University, publicou recentemente um livro-panfleto na senda de Kishore Mabhubani 1 onde faz dois argumentos centrais. O primeiro é que, independentemente de questões quantificáveis de declínio e ascensão, a narrativa da indispensabilidade da hegemonia americana tem os dias contados 2 . Não será fácil para os Estados Unidos continuarem a defender a ideia de que o mundo beneficia da sua primazia (da «nação indispensável») depois da Guerra do Iraque, que pôs em causa a legitimidade da liderança e da crise económica internacional, que teve início nos Estados Unidos, contaminou o mundo, e pôs seriamente em causa a validade do modelo económico internacional liberal 3 . Para os países que compõem os brics, um grupo que cada vez mais se apresenta como uma coligação que pretende criar alternativas para a ordem internacional económica, os acontecimentos de 2008, diz Acharya, provaram que o modelo americano está esgotado. O segundo argumento é que o mundo ocidental desenvolveu a ideia falsa de que a unipolaridade é condição necessária para a estabilidade internacional 4 . O Ocidente tem defendido a validade da teoria da estabilidade hegemónica 5 -que contém a ideia essencial de que o mundo beneficia da existência de uma potência organizadora 6 sem a qual a paz internacional e a cooperação entre os estados é muito mais difícil de obter. E que a

Research paper thumbnail of Waltz, a Diversidade das Democracias e a Semelhanca dos Estados

Relacoes Internacionais, Sep 2013

Politics, Kenneth Waltz resolveu -nos uma série de problemas. Em 1959, na sua tese de doutorament... more Politics, Kenneth Waltz resolveu -nos uma série de problemas. Em 1959, na sua tese de doutoramento, viu -se livre da natureza humana como explicação central das relações internacionais. Para investigar as causas da guerra, Waltz recorreu a três autores fundamentais da filosofia política. Rousseau, que argumentou que os conflitos eram consequência da existência do Estado, que precisava da guerra para se consolidar e progredir; se não se substituísse esta forma de organização política, as tensões tenderiam a perpetuar -se. Kant, que defendeu que a origem da guerra residia nos vícios dos governos não republicanos e que para reduzir os conflitos era necessário esperar que o número de repúblicas aumentasse. Espinosa, que afirmou que natureza humana era maligna tendendo ao conflito. Sendo esta impossível de se transformar, os estados estavam perpetuamente condenados ao regresso à guerra. Waltz, ainda num realismo muito clássico e concentrando--se na história das potências europeias antes da II Guerra Mundial (da qual tinha passado pouco mais que uma década) contestou todas estas visões: o Estado, disse, iria perpetuar -se independentemente da sua tendência beligerante, uma vez que era a forma mais eficaz de proteger os indivíduos uns dos outros; as democracias eram diferentes das autocracias apenas na liberdade da população. Em tudo o resto, governos tinham sensivelmente o mesmo O L E G E ste artigo tem como objetivo perceber porque é que Kenneth Waltz descartou o fator «democracia» nos seus estudos das relações internacionais. Para isso, recupera um dos livros esquecidos do autor -Foreign Policy and Democratic Politics: the American and British Experience -escrito em 1967, cujo principal argumento é que existem mais semelhanças entre todos os estados (democracias e autocracias) do que diferenças criadas pelo tipo de regime. Este livro permite ainda traçar o percurso de Waltz entre Man, the State and War e Theory of International Politics, identificando continuidade no percurso académico de um dos mais influentes pensadores da política internacional do século xx. Palavras-chave: Kenneth N. Waltz, democracia, política externa, teoria das relações internacionais A B S T R A C T Waltz, the democracies' diversity and the states' similarities T his article aims to uncover part of Kenneth Waltz forgotten legacy. By asking why the Professor of Columbia University disregarded >

Research paper thumbnail of O Relatório Albright ea grande estratégia Obama um caso de convergência

Relações Internacionais (R: I), 2010

Research paper thumbnail of Institucionalização das relações entre democracias: Há uma liga adequada ao século XXI?

Relações Internacionais (R: I), 2009

n ão existe novidade no conceito de institucionalização das relações entre democracias, no domíni... more n ão existe novidade no conceito de institucionalização das relações entre democracias, no domínio do pensamento norte-americano. Nem novidade, nem sequer falta de experiência empírica. A Sociedade das Nações, projectada por Woodrow Wilson, foi a primeira tentativa de organizar os estados em nome da segurança colectiva, fazendo uso das regras institucionais democráticas 1 . Daí em diante, a qualificação do regime interno passou a ter influência nas questões relacionadas com a cooperação e a ordem internacional 2 . Os exemplos são diversos: a codificação do Plano Marshall, cujos princípios levaram os estados sob influência soviética a recusar a ajuda à reconstrução 3 , e forçaram os beneficiários a tomar decisões conjuntas no Comité de Cooperação Económica Europeia 4 ; o apoio americano ao Plano Schuman e, de um modo mais generalizado, à integração europeia 5 ; a nato, que -apesar de ter admitido Portugal como membro fundador por razões estritamente estratégicas -codificou no tratado fundador que os seus membros se comprometiam a salvaguardar os princípios da democracia e da liberdade individual 6 , e enfatizou sempre o carácter democrático dos seus membros em oposição à União Soviética e aos países do Pacto de Varsóvia. Nos anos 1990, a Aliança Atlântica permitiu, ainda, a consolidação da democracia nos estados da Europa de Leste, e hoje já admite parcerias privilegiadas com estados fora do espaço euro-atlântico, desde que tenham como regime interno a democracia e participem nas operações militares da Aliança 7 . Desde o fim da II Guerra Mundial, especialmente a partir da Administração Truman 8 , é possível delinear o desenvolvimento de uma ordem internacional liberal que resistiu, até hoje, e que pretende proteger uma determinada forma de organização social e política, e influenciar os acontecimentos internacionais e comportamentos dos outros estados. No entanto, a questão das relações institucionais entre democracias -que nunca foi um tema pacífico, como se verificou a propósito do alargamento da Aliança Atlântica aos países do Leste europeu 9 -ganhou um novo impulso quando o candidato às recentes eleições presidenciais norte-americanas, John McCain, introduziu no seu programa eleitoral a proposta para fundação de uma Liga das Democracias. Esta organização de estados democráticos teria como objectivos centrais substituir as Nações Unidas, cada relações internacionais setembro : 2009 23 [ pp. [105][106][107][108][109][110][111][112][113][114][115][116][117][118] 105

Research paper thumbnail of A América eo regresso à humildade e à política de poder

Relações Internacionais (R: I), 2008

Research paper thumbnail of A grande estratégia americana no Médio Oriente

Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos d... more Este artigo pretende determinar quais são os grandes objectivos estratégicos dos Estados Unidos da América para o Médio Oriente. Apesar do presidente eleito Barack Obama insistir na determinação de retirar as forças militares do Iraque, argumenta-se que as linhas fundamentais da política externa Bush vão ser mantidas no futuro. A América continuará a desempenhar o papel de agente pacificador da região, onde as alianças com Israel, a Arábia Saudita e o Egipto são elementos importantes. Tal como no passado, os objectivos fundamentais serão manter a estabilidade do Iraque, evitar a nuclearização do Irão, controlar os movimentos fundamentalistas e garantir as fontes de abastecimento energéticos.