Perspectivas da COP26 (original) (raw)

Mariana Vasconcelos

Mariana Vasconcelos

Founder at Agrosmart | Bloomberg most influential in Latam | Forbes under 30 | MIT TR35 | Fast Company Most Creative | ESG | Climate | Food Systems

Publicado em 10 de dez. de 2021

Com a correria do dia a dia, só agora tive tempo de escrever sobre que ocorreu na COP 26, em Glasgow.

Tivemos avanços, mas seguimos com muitos desafios! Pela primeira vez, temos referências a utilização de combustíveis fósseis, mas o texto foi atenuado após pressão, focando apenas em diminuição e não eliminação. Também, tivemos avanços na regularização dos mercados de carbono, com a conclusão do famoso artigo 6 definindo o livro de regras. Porém medir e garantir a qualidade e integridade dos créditos segue sendo um desafio. O fundo pleiteado pelos países mais vulneráveis para adaptação não teve o aceite desejado.

Fui convidada a falar no painel do Brazil Climate Hub, onde compartilhei casos de sucesso de agricultura de baixo carbono dos clientes da Agrosmart. Só no Brasil, nosso hub de soluções digitais ajuda mais de 40 mil agricultores a serem mais resilientes ao clima.

Ressaltei a importância do uso da tecnologia para acelerar a transição para uma agricultura mais produtiva, sustentável e resiliente ao clima. Os dados além de apoiarem a decisão, trazem transparência. Assim, produtores e corporações podem mensurar, verificar e reportar seu progresso a todos os stakeholders da cadeia.

Falei também da necessidade de se direcionar recursos financeiros para que os produtores rurais invistam em tecnologia e em modelos sustentáveis, com baixa emissão de carbono, como a agricultura regenerativa e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.

Recomendados pelo LinkedIn

O Brasil, junto com mais de 100 países, assumiu o compromisso de cortar 30% das emissões de metano até 2030. Além disso, apresentou diretrizes de mitigar 50% das emissões totais de GEE, zerar o desmatamento ilegal até 2028, restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030, alcançar, neste mesmo ano, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz energética e recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas.

A agricultura tem um grande potencial de redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE) e, ao mesmo tempo, de sequestro de carbono. A agricultura é parte da solução, mas precisamos democratizar e acelerar a adoção de tecnologias para que possamos atingir os objetivos 2030.

Source: Natural Climate Solutions Alliance.

Também tivemos atuação ativa junto a Natural Climate Solutions Alliance, aliança coordenada pelo World Economic Forum e o WBCSD – World Business Council for Sustainable Development da qual somos membro, no lançamento de duas iniciativas chave o Natural Climate Solutions (NCS) Lighthouses e o NCS Investment accelerator.

Voltei para o Brasil otimista, mas com fome de mudança! Não precisamos de mais compromissos e sim mais ação! Tenho orgulho do time da Agrosmart por liderar essa agenda e gerar cada vez mais casos reais no Brasil e na América Latina, que são exemplo de ação e resultado para todo o mundo!

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos