Plantas medicinais já eram usadas em Marrocos há 15 mil anos, diz pesquisa (original) (raw)
Espécie encontrada em sítio arqueológico era consumida e utilizada durante sepultamentos; entenda mais sobre o estudo!
Pesquisa aponta uso medicinal e ritualístico da Ephedra nebrodensis há 15 mil anos atrás, no Marrocos — Foto: Flickr / José María Escolano / Creative Commons
Lar de antigos conhecimentos que se mantêm pertinentes até hoje, o norte da África revelou que, há pelo menos 15.000 anos, o povo de Marrocos já usava plantas medicinais em rituais fúnebres e dia a dia.
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A descoberta divulgada no periódico científico Nature, em novembro, estudou o uso da erva Efedra durante a época Pleistocena (período Quaternário), após ser encontrada em depósitos arqueológicos de aproximadamente 15 mil anos na gruta de Taforalt, também conhecida como Gruta dos Pombos, no nordeste de Marrocos.
Os primeiro sinais de habitação humana na gruta de Taforalt são datadas de mais de 80.000 anos atrás — Foto: Nicolas Perrault III / Wikimedia Commons
"Esta caverna produziu os primeiros macrofósseis carbonizados de Ephedra, encontrados em um depósito de sepultamento humano junto a outros achados especiais", diz a pesquisa, liderada pelo Instituto Nacional de Arqueologia e Ciências do Patrimônio do Marrocos (INSAP).
Localização da Grotte des Pigeons, Taforalt. Ao lado, a planta do local mostrando a localização do sepultamento (Setor 10) e depósitos de midden (onde eram descartados todos os tipos de objetos) — Foto: L. Humphrey, J. Morales, I. Ziani / Nature / Reprodução | Mapa criado pelos autores no https://qgis.org/
A efedrina, alcaloide encontrado na planta, historicamente, sempre foi utilizado na medicina, em especial na China, e hoje compõe medicamentos como descongestionantes nasais, bronco-dilatadores (para asma) e para hipotensão e choque, por conta de seu efeito estimulante do sistema nervoso central.
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Durante a análise dos fósseis, os pesquisadores encontraram dois possíveis usos da planta, a partir da sua disposição na localidade. As brácteas (estruturas que se parecem com folhas) em formato cônico estavam carbonizadas, indicando que a espécie também era utilizada pelas suas propriedades terapêuticas através do consumo.
Em outra parcela da caverna, de área de sepultamento, os exemplares encontrados contam uma história diferente, na qual a planta seria usada em rituais funerários.
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