Helena Fietz | Rice University (original) (raw)
Papers by Helena Fietz
Revista Mundaú, Dec 27, 2016
A antropóloga estadunidense Emily Martin possui uma importante obra ligada a diversas vertentes d... more A antropóloga estadunidense Emily Martin possui uma importante obra ligada a diversas vertentes da antropologia que vão desde a antropologia médica, da ciência, aos estudos de gênero e ao feminismo. Em seu "Bipolar Expeditions: Mania and Depression in American Culture" (2007), a autora se coloca em uma desafiadora posição dupla: enquanto
Horizontes Antropológicos, Dec 1, 2022
As discussões sobre moradias assistidas para adultos com deficiência são recentes e cada vez mais... more As discussões sobre moradias assistidas para adultos com deficiência são recentes e cada vez mais comuns no Brasil. Além de remeter ao histórico de institucionalização desta população, a questão contém três dimensões que ora se contrapõem, ora são sobrepostas: a) o cansaço das mães-cuidadoras; b) o “morar sozinho” como um passo em direção a maior autonomia e participação social das pessoas com deficiência; c) e a preocupação com o futuro e a provisão dos cuidados - o que faz com que os debates sobre o tema sejam permeados por controvérsias. Na presente tese, abordo estas controvérsias e dimensões a fim de refletir sobre as práticas de cuidado de famílias de adultos com deficiência intelectual. Durante cinco anos realizei pesquisa etnográfica junto a organizações públicas, privadas e filantrópicas onde pude conhecer famílias de pessoas com deficiência intelectual de diferentes contextos socioeconômicos, em especial na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Centrando minha análise na experiência das mães-cuidadoras e em diálogo com os estudos críticos sobre a deficiência, estudos da ciência e tecnologia e teorias feministas do cuidado, abordei suas trajetórias levando em consideração a dimensão corporal da experiência da deficiência em paralelo com discussões sobre como sociedades e instituições impedem a participação social destas pessoas e suas famílias. Com isso reflito sobre as temporalidades da deficiência e do cuidado e como as mães-cuidadoras estão constantemente coordenando modos distintos de fazer o “bom cuidado” quando diferentes autonomias estão em jogo. Proponho que se a autonomia é uma política, um valor e uma competência que é sempre relacional, sua promoção depende das infraestruturas e políticas de cuidado para se consolidar. Sugiro, por fim, que os processos que aqui chamei de “autoconstrução do cuidado” são reveladores dos modos como a deficiência e o cuidado são diferentemente performados em nossa sociedade.In the past few years, the subject of Assisted Living for people with disabilities has become more common in Brazil. Aside from involving the recent history of institutionalization, the issue addresses three dimensions that are sometimes opposed and sometimes overlap: a) the fatigue of care-giving mothers; b) "living alone" as a step towards more autonomy and social participation for people with disabilities; c) and concerns about the provision of care in the future. Given this scenario, debates are permeated with controversies. In the present dissertation, I address these controversies and dimensions to reflect on the caregiving practices in families that include adults with intellectual disabilities. For the past five years, I have been conducting ethnographic research in public, non-governmental, and privately-run organizations with families that include adults with intellectual disabilities from various socio-economic backgrounds in South Brazil. Focusing on the experience of caregivers (mostly mothers) and incorporating perspectives from critical disability studies, science and technology studies, and feminist care theories, I was able to address the bodily experiences of disability while also recognizing how societies and institutions "dis-able" people through structural and symbolic barriers that prevent their and their families’ full participation. I then examined the temporalities of care and disability and how caregiving mothers constantly coordinate different modes of enacting "good care" when different sorts of autonomy are at stake. My findings suggested that if autonomy is a value, a competence, and an ethical-political category that is relational, its promotion depends on the enactment of infrastructures and politics of care. I end by suggesting that the processes involved in what I call the "autoconstruction of care" reveal the various ways in which disability and care are enacted in contemporary Brazil
Anuário Antropológico, Apr 28, 2023
Apresentação do Dossiê "O Cuidado e suas Matérias: diálogos entre a antropologia do cuidado e os ... more Apresentação do Dossiê "O Cuidado e suas Matérias: diálogos entre a antropologia do cuidado e os estudos sociais da ciência e tecnologia" Presenting the Special Issue "Care and its Matters: dialogues between the anthropology of care and the social studies of science and technology"
Anuário Antropológico
Pesquisadora, tradutora e professora adjunta no Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Gra... more Pesquisadora, tradutora e professora adjunta no Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. É pesquisadora associada ao programa TWAS/UNESCO, abordando descolonização, feminismos Sul-Sul e diplomacia científica. Pesquisadora associada ao Coletivo de Antropologia e Saúde Coletiva-CASCA, da Universidade de Brasília (UnB) e do instituto mulheres e economia-imuê. Possui pesquisas e consultorias nos temas do cuidado, envelhecimento, demências e complexidade medicamentosa. Pós-doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Pesquisa desde atravessamentos entre corporalidades, performance e políticas. Suas pesquisas e colaborações desenvolveram-se no Brasil e na Argentina, principalmente com coletivos indígenas e afro-brasileiros. Antropóloga, professora de antropologia na Rice University e pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa Ciências na Vida/UFRGS e Grupo de Estudos em Antropologia e Deficiência/UFRGS. É especialista em cuidado e deficiência.
Space and Culture
Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but th... more Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but the Covid-19 pandemic has intensified domestic care labor by limiting infrastructures of care. Drawing on ethnographic fieldwork with women caring for disabled others at different stages of life in three regions of Brazil, we advance two interconnected concepts that emerged in our interlocutors’ narratives. We contend that the Covid-19 pandemic has engendered a chronification of home-making, which intensified a long-standing pattern of unequally gendered labor in maintaining arrangements of spaces, people, and things. In the context of the progressive loss of social safety nets and deepening social inequality, this chronicified process of home-making also gives rise to dis/abling care—care that simultaneously enables others and disables caregivers. Our work demonstrates how the pandemic is re-entrenching historical inequalities in Brazil and how disability is produced in pandemic times.
Space and Culture, 2023
Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but th... more Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but the Covid-19 pandemic has intensified domestic care labor by limiting infrastructures of care. Drawing on ethnographic fieldwork with women caring for disabled others at different stages of life in three regions of Brazil, we advance two interconnected concepts that emerged in our interlocutors' narratives. We contend that the Covid-19 pandemic has engendered a chronification of home-making, which intensified a long-standing pattern of unequally gendered labor in maintaining arrangements of spaces, people, and things. In the context of the progressive loss of social safety nets and deepening social inequality, this chronicified process of homemaking also gives rise to dis/abling care-care that simultaneously enables others and disables caregivers. Our work demonstrates how the pandemic is re-entrenching historical inequalities in Brazil and how disability is produced in pandemic times.
Cadernos Pagu
Resumo No Brasil, a centralidade do cuidado familiar faz com que a vida de mães de pessoas com de... more Resumo No Brasil, a centralidade do cuidado familiar faz com que a vida de mães de pessoas com deficiência seja marcada pela busca por serviços adequados para seus filhos. Com base em um trabalho de campo realizado junto a mães de adultos com deficiência intelectual da cidade de Porto Alegre, examinarei, a partir da trajetória de vida de uma de minhas interlocutoras, as dependências que se dão “ao longo do tempo” e suas transformações ao longo da vida. Com isso, busco compreender como o tempo do cuidado e o ‘tempo aleijado’ (Crip Time) atuam na conformação do cuidado familiar da pessoa com deficiência. Proponho, por fim, que o reconhecimento dessas temporalidades dissidentes é essencial para a valorização do trabalho do cuidado e da experiência da deficiência.
Revista Anuário Antropológico, 2023
O pensamento disruptivo do cuidado The disruptive thinking of care Tradução da apresentação d... more O pensamento disruptivo do cuidado
The disruptive thinking of care
Tradução da apresentação do livro "Matters of Care", de Maria Puig de la Bellacasa
Tradutoras: Ana Gretel Echazú Böschemeier, Cíntia Engel, Lucrecia Greco e Helena Fietz
Revista Anuário Antropológico
Dossiê Cuidados
V.48 N.1 | 2023
2023/v.48 n.1
p. 108-133
Também disponível em: https://journals.openedition.org/aa/10539
Horizontes Antropológicos
Revista AntHropológicas, 2019
A categoria cuidado é central na teoria feminista da deficiência. Ainda assim, enquanto um termo ... more A categoria cuidado é central na teoria feminista da deficiência. Ainda assim, enquanto um termo êmico e também analítico, o cuidado tem sido objeto de controvérsias entre teóricas e ativistas do campo da deficiência. No presente trabalho, pretendemos traçar a trajetória desta categoria dentro do movimento social e das teorias que embasam o modelo social da deficiência, a fim de apontar os conflitos que permeiam este diálogo. A abordagem parte de pesquisas realizadas em Porto Alegre e Belo Horizonte, Brasil, respectivamente junto a mães/cuidadoras de adultos com deficiência cognitiva e a mulheres com deficiência física com histórico de violências, bem como a fontes secundárias. Problematizaremos quatro aproximações comumente acionadas no cotidiano de nossas(os) interlocutoras(es) - o cuidado como “superproteção”, o cuidado como “educar” e o cuidado como “violência” - por entendermos que elas proporcionam uma reflexão teórica em torno da polarização entre os conceitos “cuidado”, “aut...
REA. Revista euroamericana de antropología, 2016
CTS em foco: Boletim da ESOCITE.BR, 2021
This article presents a reflection about the human rights promoted and violated in the digital en... more This article presents a reflection about the human rights promoted and violated in the digital environment, with a special focus on the existence of community space, a network of free circulation that gave us a new perfection of social relationship, which is very important. approaching the traditional agora. At the end, the general situation of the Democratic State of Law in Brazil, conceived by modernity, is analyzed, in face of the challenges of hypercommunication, Based on reflections by Bazzo, Castells, Lévy, Morin, Brazilian and international legislation.
Esta pesquisa só foi possível pelas tantas relações construídas ao longo destes dois anos de mest... more Esta pesquisa só foi possível pelas tantas relações construídas ao longo destes dois anos de mestrado. Por isso, este é um trabalho coletivo, fruto de trocas, diálogos e discussões que permitiram as reflexões aqui propostas. A todos que fizeram parte dessa caminhada, agradeço profundamente. A todos os meus interlocutores, por dividirem comigo suas histórias e experiências de uma forma tão generosa. Em especial às três famílias nas quais centrei este trabalho, por tanta troca e proximidade. Pela generosidade, paciência e amizade que proporcionaram tantos bons momentos e desafiadoras reflexões. À Claudia Fonseca, por ter abraçado com tanta dedicação a orientação de uma "novata" na Antropologia e por ter me proporcionado, ao longo destes dois anos, tanto aprendizado e inspiração. Pelo cuidado com que orientou este trabalho e com que lidou com meus tantos momentos de angústia e inquietações ante às novas descobertas. Isso fez desse período de aprendizagem uma jornada mais leve, prazerosa e instigante. À professora Fernanda Bittencourt Ribeiro, por acompanhar e incentivar meus passos desde a preparação para o processo seletivo. Sou muito grata pelas oportunidades de aprendizado e pelas reflexões. À Patrice Schuch, por ter me encorajado a encarar o desafio do mestrado em Antropologia quando ele era ainda um objetivo distante; por todo o apoio durante esses dois anos; pelas trocas durante as aulas e por ter aceito o convite de participar desta banca; à Ceres Victora, pela generosidade e atenção durante as aulas, por me apresentar a tantos autores que serviram de inspiração para este trabalho, e também por poder contar com sua presença neste momento final de curso; e à Jurema Brites, por ter aceito colaborar com esse trabalho ao participar desta banca examinadora. À Lucia Scalco, antropóloga e amiga, que, sem medir esforços, permitiu que essa pesquisa de campo fosse possível, me apresentando não só às minhas interlocutoras, mas também ao fazer etnográfico. Que nossas caminhadas e "aventuras" perdurem por muito tempo ainda. Sem seu carinho, sua inspiração, seu trabalho e seu exemplo essa pesquisa não teria acontecido. À Coordenação de Aperfeiçoamento e Pessoal de Nível Superior, pela concessão da bolsa que permitiu dedicação integral a esta pesquisa. Ao Programa de Pósgraduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em especial à Rosemeri Nunes Feijó e à Tamires pela dedicação, presteza e pelo carinho com que resolveram as tantas dúvidas administrativas que fizeram parte desses dois anos. Aos colegas do grupo de pesquisa "Ciências na Vida", pelo diálogo, pela troca de conhecimento e pela oportunidade de crescimento. Em especial, à professora Fabíola Rohden, que com os comentários sempre generosos permitiu que este trabalho ganhasse forma. Muito do que aqui será apresentado é fruto de suas aulas, conversas e sugestões.
Cuidado e dependencia sao considerados conceitos bastante contestados, sendo alvo de controversia... more Cuidado e dependencia sao considerados conceitos bastante contestados, sendo alvo de controversias inclusive dentre os pesquisadores do campo dos Estudos sobre Deficiencia. Os autores do modelo social da deficiencia compreendem a experiencia da desigualdade enquanto imposta por barreiras sociais e nao pelo corpo com lesao. Esses pesquisadores e ativistas tendem a rejeitar o uso dos conceitos de dependencia e cuidado por carregarem conotacoes negativas da pessoa com deficiencia enquanto passiva e incapaz de tomar as suas proprias decisoes. Ja as autoras feministas, conhecidas como a segunda geracao do modelo social, ao agregarem a dimensao do corpo com sofrimento a este debate, trouxeram para o centro da discussao questoes referentes justamente ao cuidado e a dependencia. O presente trabalho propoe refletir, a partir da descricao da trajetoria de uma mae e sua filha com “problemas de cabeca”, sobre as relacoes de cuidado e de dependencia que se conformam na vida cotidiana desses ator...
Disability Studies Quarterly, 2017
In the late 2000s, a network of agents started to promote the inclusion of people with disabiliti... more In the late 2000s, a network of agents started to promote the inclusion of people with disabilities into the Brazilian labor market, through an Affirmative Action Law that requires private companies to include from 2 to 5 % of people with disabilities among their employees. In this context, the experiences of people with autism brought to light theoretical and practical discussions on both the autonomy of these people and the 'best ways' of managing their everyday work routines. Perceiving public policies as producers of both subjects and social relations (Shore, 2010; Biehl & Petryna, 2013; Schuch, 2009), we aim to understand their effects in the management practices of different companies and in the citizenship-making processes (Ong, 2003) involving people with autism. Through ethnographic observation of the work environment in private companies, we highlight some 'Western' values implicit both in the public policies and in management technologies which may clash w...
Mediações - Revista de Ciências Sociais, 2019
O tema das moradias assistidas é recente tanto nos debates públicos quanto na legislação brasilei... more O tema das moradias assistidas é recente tanto nos debates públicos quanto na legislação brasileira. Com um trabalho etnográfico realizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, junto a mães de adultos com deficiência cognitiva que se organizaram enquanto um movimento que luta pela causa das moradias assistidas, proponho, neste trabalho, uma reflexão sobre deficiência e práticas de cuidado que parta de suas práticas e discursos. Ao buscar arranjos outros que não junto ao seio familiar, essas mulheres trazem à tona julgamentos que muito dizem sobre a experiência da deficiência. Foco, portanto, minha análise nas tensões, controvérsias e acusações morais que permeiam este pleito para, com isto, chamar atenção para os modos como suas trajetórias são perpassadas por regimes em que tanto a deficiência quanto os trabalhos do cuidado são desvalorizados. Argumento, por fim, que discussões que versam sobre a promoção de direitos, autonomia e independência das pessoas com deficiência de...
Anais Da React Reuniao De Antropologia Da Ciencia E Tecnologia, May 12, 2015
Resumo: No processo judicial de interdição civil, fértil campo de análise para compreensão da int... more Resumo: No processo judicial de interdição civil, fértil campo de análise para compreensão da interação entre os saberes jurídicos e médicos, cabe a um juiz de Direito, após todos os trâmites judiciais, declarar ou não a "incapacidade para os atos da vida civil" do sujeito. Na comprovação de capacidade, entra em cena o saber especialista de psicólogos e psiquiatras que-através da realização de perícias para avaliação da capacidade e elaboração de laudos-buscam auxiliar o juiz em sua tomada de decisão. O campo de minha pesquisa será, justamente, o trabalho de psiquiatras e psicólogos que tenham atuado como peritos judiciais em processos de interdição civil na cidade de Porto Alegre. Pensando a "incapacidade para os atos da vida civil" enquanto uma construção, parto da fala destes profissionais para compreender quais interesses são por eles considerados mais ou menos legítimos na produção de seus laudos. A partir da fala de meus interlocutores, percebi o quão importante é para a declaração da incapacidade que a condição do sujeito possa ser classificada em um dos códigos do CID-10 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) da Organização Mundial da Saúde. Neste artigo proponho pensar os peritos não como "aplicadores" de uma classificação proveniente de uma organização internacional, mas sim como "mediadores" que a utilizam de acordo seus objetivos e com as particularidades do mundo local em que estão inseridos. Estes profissionais trabalham para que seu laudo seja valorizado e levado em consideração pelos profissionais do Direito que tomarão a decisão final acerca da interdição ao mesmo tempo em que se deparam com suas próprias questões em relação à ética profissional, suas militâncias e concepções acerca da noção de "incapacidade", as quais se mostram igualmente importantes para sua atuação nestes processos.
Sociologia & Antropologia, 2018
In this article, we reflect on the care practices and relationships that contribute to the well-b... more In this article, we reflect on the care practices and relationships that contribute to the well-being of people with intellectual disabilities, living in a poor neighbourhood of Porto Alegre (Brazil), in a context of incipient public policies for this population. Through the ethnographic description of the experience of three women from who are responsible for adult relatives with what they call ‘head troubles’, we aim to illustrate the gender, generation, class and ethnicity peculiarities of their trajectories. We consider that taking stock of the various dynamics at play in situations of care, as well as the interaction of the family, neighbourhood, and public resources available to deal with such challenges, is a fundamental step for forging efficient policies adjusted to the complexities of the contemporary context.
Espaço Ameríndio, Dec 31, 2015
Revista Mundaú, Dec 27, 2016
A antropóloga estadunidense Emily Martin possui uma importante obra ligada a diversas vertentes d... more A antropóloga estadunidense Emily Martin possui uma importante obra ligada a diversas vertentes da antropologia que vão desde a antropologia médica, da ciência, aos estudos de gênero e ao feminismo. Em seu "Bipolar Expeditions: Mania and Depression in American Culture" (2007), a autora se coloca em uma desafiadora posição dupla: enquanto
Horizontes Antropológicos, Dec 1, 2022
As discussões sobre moradias assistidas para adultos com deficiência são recentes e cada vez mais... more As discussões sobre moradias assistidas para adultos com deficiência são recentes e cada vez mais comuns no Brasil. Além de remeter ao histórico de institucionalização desta população, a questão contém três dimensões que ora se contrapõem, ora são sobrepostas: a) o cansaço das mães-cuidadoras; b) o “morar sozinho” como um passo em direção a maior autonomia e participação social das pessoas com deficiência; c) e a preocupação com o futuro e a provisão dos cuidados - o que faz com que os debates sobre o tema sejam permeados por controvérsias. Na presente tese, abordo estas controvérsias e dimensões a fim de refletir sobre as práticas de cuidado de famílias de adultos com deficiência intelectual. Durante cinco anos realizei pesquisa etnográfica junto a organizações públicas, privadas e filantrópicas onde pude conhecer famílias de pessoas com deficiência intelectual de diferentes contextos socioeconômicos, em especial na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Centrando minha análise na experiência das mães-cuidadoras e em diálogo com os estudos críticos sobre a deficiência, estudos da ciência e tecnologia e teorias feministas do cuidado, abordei suas trajetórias levando em consideração a dimensão corporal da experiência da deficiência em paralelo com discussões sobre como sociedades e instituições impedem a participação social destas pessoas e suas famílias. Com isso reflito sobre as temporalidades da deficiência e do cuidado e como as mães-cuidadoras estão constantemente coordenando modos distintos de fazer o “bom cuidado” quando diferentes autonomias estão em jogo. Proponho que se a autonomia é uma política, um valor e uma competência que é sempre relacional, sua promoção depende das infraestruturas e políticas de cuidado para se consolidar. Sugiro, por fim, que os processos que aqui chamei de “autoconstrução do cuidado” são reveladores dos modos como a deficiência e o cuidado são diferentemente performados em nossa sociedade.In the past few years, the subject of Assisted Living for people with disabilities has become more common in Brazil. Aside from involving the recent history of institutionalization, the issue addresses three dimensions that are sometimes opposed and sometimes overlap: a) the fatigue of care-giving mothers; b) "living alone" as a step towards more autonomy and social participation for people with disabilities; c) and concerns about the provision of care in the future. Given this scenario, debates are permeated with controversies. In the present dissertation, I address these controversies and dimensions to reflect on the caregiving practices in families that include adults with intellectual disabilities. For the past five years, I have been conducting ethnographic research in public, non-governmental, and privately-run organizations with families that include adults with intellectual disabilities from various socio-economic backgrounds in South Brazil. Focusing on the experience of caregivers (mostly mothers) and incorporating perspectives from critical disability studies, science and technology studies, and feminist care theories, I was able to address the bodily experiences of disability while also recognizing how societies and institutions "dis-able" people through structural and symbolic barriers that prevent their and their families’ full participation. I then examined the temporalities of care and disability and how caregiving mothers constantly coordinate different modes of enacting "good care" when different sorts of autonomy are at stake. My findings suggested that if autonomy is a value, a competence, and an ethical-political category that is relational, its promotion depends on the enactment of infrastructures and politics of care. I end by suggesting that the processes involved in what I call the "autoconstruction of care" reveal the various ways in which disability and care are enacted in contemporary Brazil
Anuário Antropológico, Apr 28, 2023
Apresentação do Dossiê "O Cuidado e suas Matérias: diálogos entre a antropologia do cuidado e os ... more Apresentação do Dossiê "O Cuidado e suas Matérias: diálogos entre a antropologia do cuidado e os estudos sociais da ciência e tecnologia" Presenting the Special Issue "Care and its Matters: dialogues between the anthropology of care and the social studies of science and technology"
Anuário Antropológico
Pesquisadora, tradutora e professora adjunta no Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Gra... more Pesquisadora, tradutora e professora adjunta no Departamento de Antropologia, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN. É pesquisadora associada ao programa TWAS/UNESCO, abordando descolonização, feminismos Sul-Sul e diplomacia científica. Pesquisadora associada ao Coletivo de Antropologia e Saúde Coletiva-CASCA, da Universidade de Brasília (UnB) e do instituto mulheres e economia-imuê. Possui pesquisas e consultorias nos temas do cuidado, envelhecimento, demências e complexidade medicamentosa. Pós-doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Pesquisa desde atravessamentos entre corporalidades, performance e políticas. Suas pesquisas e colaborações desenvolveram-se no Brasil e na Argentina, principalmente com coletivos indígenas e afro-brasileiros. Antropóloga, professora de antropologia na Rice University e pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa Ciências na Vida/UFRGS e Grupo de Estudos em Antropologia e Deficiência/UFRGS. É especialista em cuidado e deficiência.
Space and Culture
Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but th... more Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but the Covid-19 pandemic has intensified domestic care labor by limiting infrastructures of care. Drawing on ethnographic fieldwork with women caring for disabled others at different stages of life in three regions of Brazil, we advance two interconnected concepts that emerged in our interlocutors’ narratives. We contend that the Covid-19 pandemic has engendered a chronification of home-making, which intensified a long-standing pattern of unequally gendered labor in maintaining arrangements of spaces, people, and things. In the context of the progressive loss of social safety nets and deepening social inequality, this chronicified process of home-making also gives rise to dis/abling care—care that simultaneously enables others and disables caregivers. Our work demonstrates how the pandemic is re-entrenching historical inequalities in Brazil and how disability is produced in pandemic times.
Space and Culture, 2023
Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but th... more Care for disabled family members in Brazil has historically been concentrated in the home, but the Covid-19 pandemic has intensified domestic care labor by limiting infrastructures of care. Drawing on ethnographic fieldwork with women caring for disabled others at different stages of life in three regions of Brazil, we advance two interconnected concepts that emerged in our interlocutors' narratives. We contend that the Covid-19 pandemic has engendered a chronification of home-making, which intensified a long-standing pattern of unequally gendered labor in maintaining arrangements of spaces, people, and things. In the context of the progressive loss of social safety nets and deepening social inequality, this chronicified process of homemaking also gives rise to dis/abling care-care that simultaneously enables others and disables caregivers. Our work demonstrates how the pandemic is re-entrenching historical inequalities in Brazil and how disability is produced in pandemic times.
Cadernos Pagu
Resumo No Brasil, a centralidade do cuidado familiar faz com que a vida de mães de pessoas com de... more Resumo No Brasil, a centralidade do cuidado familiar faz com que a vida de mães de pessoas com deficiência seja marcada pela busca por serviços adequados para seus filhos. Com base em um trabalho de campo realizado junto a mães de adultos com deficiência intelectual da cidade de Porto Alegre, examinarei, a partir da trajetória de vida de uma de minhas interlocutoras, as dependências que se dão “ao longo do tempo” e suas transformações ao longo da vida. Com isso, busco compreender como o tempo do cuidado e o ‘tempo aleijado’ (Crip Time) atuam na conformação do cuidado familiar da pessoa com deficiência. Proponho, por fim, que o reconhecimento dessas temporalidades dissidentes é essencial para a valorização do trabalho do cuidado e da experiência da deficiência.
Revista Anuário Antropológico, 2023
O pensamento disruptivo do cuidado The disruptive thinking of care Tradução da apresentação d... more O pensamento disruptivo do cuidado
The disruptive thinking of care
Tradução da apresentação do livro "Matters of Care", de Maria Puig de la Bellacasa
Tradutoras: Ana Gretel Echazú Böschemeier, Cíntia Engel, Lucrecia Greco e Helena Fietz
Revista Anuário Antropológico
Dossiê Cuidados
V.48 N.1 | 2023
2023/v.48 n.1
p. 108-133
Também disponível em: https://journals.openedition.org/aa/10539
Horizontes Antropológicos
Revista AntHropológicas, 2019
A categoria cuidado é central na teoria feminista da deficiência. Ainda assim, enquanto um termo ... more A categoria cuidado é central na teoria feminista da deficiência. Ainda assim, enquanto um termo êmico e também analítico, o cuidado tem sido objeto de controvérsias entre teóricas e ativistas do campo da deficiência. No presente trabalho, pretendemos traçar a trajetória desta categoria dentro do movimento social e das teorias que embasam o modelo social da deficiência, a fim de apontar os conflitos que permeiam este diálogo. A abordagem parte de pesquisas realizadas em Porto Alegre e Belo Horizonte, Brasil, respectivamente junto a mães/cuidadoras de adultos com deficiência cognitiva e a mulheres com deficiência física com histórico de violências, bem como a fontes secundárias. Problematizaremos quatro aproximações comumente acionadas no cotidiano de nossas(os) interlocutoras(es) - o cuidado como “superproteção”, o cuidado como “educar” e o cuidado como “violência” - por entendermos que elas proporcionam uma reflexão teórica em torno da polarização entre os conceitos “cuidado”, “aut...
REA. Revista euroamericana de antropología, 2016
CTS em foco: Boletim da ESOCITE.BR, 2021
This article presents a reflection about the human rights promoted and violated in the digital en... more This article presents a reflection about the human rights promoted and violated in the digital environment, with a special focus on the existence of community space, a network of free circulation that gave us a new perfection of social relationship, which is very important. approaching the traditional agora. At the end, the general situation of the Democratic State of Law in Brazil, conceived by modernity, is analyzed, in face of the challenges of hypercommunication, Based on reflections by Bazzo, Castells, Lévy, Morin, Brazilian and international legislation.
Esta pesquisa só foi possível pelas tantas relações construídas ao longo destes dois anos de mest... more Esta pesquisa só foi possível pelas tantas relações construídas ao longo destes dois anos de mestrado. Por isso, este é um trabalho coletivo, fruto de trocas, diálogos e discussões que permitiram as reflexões aqui propostas. A todos que fizeram parte dessa caminhada, agradeço profundamente. A todos os meus interlocutores, por dividirem comigo suas histórias e experiências de uma forma tão generosa. Em especial às três famílias nas quais centrei este trabalho, por tanta troca e proximidade. Pela generosidade, paciência e amizade que proporcionaram tantos bons momentos e desafiadoras reflexões. À Claudia Fonseca, por ter abraçado com tanta dedicação a orientação de uma "novata" na Antropologia e por ter me proporcionado, ao longo destes dois anos, tanto aprendizado e inspiração. Pelo cuidado com que orientou este trabalho e com que lidou com meus tantos momentos de angústia e inquietações ante às novas descobertas. Isso fez desse período de aprendizagem uma jornada mais leve, prazerosa e instigante. À professora Fernanda Bittencourt Ribeiro, por acompanhar e incentivar meus passos desde a preparação para o processo seletivo. Sou muito grata pelas oportunidades de aprendizado e pelas reflexões. À Patrice Schuch, por ter me encorajado a encarar o desafio do mestrado em Antropologia quando ele era ainda um objetivo distante; por todo o apoio durante esses dois anos; pelas trocas durante as aulas e por ter aceito o convite de participar desta banca; à Ceres Victora, pela generosidade e atenção durante as aulas, por me apresentar a tantos autores que serviram de inspiração para este trabalho, e também por poder contar com sua presença neste momento final de curso; e à Jurema Brites, por ter aceito colaborar com esse trabalho ao participar desta banca examinadora. À Lucia Scalco, antropóloga e amiga, que, sem medir esforços, permitiu que essa pesquisa de campo fosse possível, me apresentando não só às minhas interlocutoras, mas também ao fazer etnográfico. Que nossas caminhadas e "aventuras" perdurem por muito tempo ainda. Sem seu carinho, sua inspiração, seu trabalho e seu exemplo essa pesquisa não teria acontecido. À Coordenação de Aperfeiçoamento e Pessoal de Nível Superior, pela concessão da bolsa que permitiu dedicação integral a esta pesquisa. Ao Programa de Pósgraduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em especial à Rosemeri Nunes Feijó e à Tamires pela dedicação, presteza e pelo carinho com que resolveram as tantas dúvidas administrativas que fizeram parte desses dois anos. Aos colegas do grupo de pesquisa "Ciências na Vida", pelo diálogo, pela troca de conhecimento e pela oportunidade de crescimento. Em especial, à professora Fabíola Rohden, que com os comentários sempre generosos permitiu que este trabalho ganhasse forma. Muito do que aqui será apresentado é fruto de suas aulas, conversas e sugestões.
Cuidado e dependencia sao considerados conceitos bastante contestados, sendo alvo de controversia... more Cuidado e dependencia sao considerados conceitos bastante contestados, sendo alvo de controversias inclusive dentre os pesquisadores do campo dos Estudos sobre Deficiencia. Os autores do modelo social da deficiencia compreendem a experiencia da desigualdade enquanto imposta por barreiras sociais e nao pelo corpo com lesao. Esses pesquisadores e ativistas tendem a rejeitar o uso dos conceitos de dependencia e cuidado por carregarem conotacoes negativas da pessoa com deficiencia enquanto passiva e incapaz de tomar as suas proprias decisoes. Ja as autoras feministas, conhecidas como a segunda geracao do modelo social, ao agregarem a dimensao do corpo com sofrimento a este debate, trouxeram para o centro da discussao questoes referentes justamente ao cuidado e a dependencia. O presente trabalho propoe refletir, a partir da descricao da trajetoria de uma mae e sua filha com “problemas de cabeca”, sobre as relacoes de cuidado e de dependencia que se conformam na vida cotidiana desses ator...
Disability Studies Quarterly, 2017
In the late 2000s, a network of agents started to promote the inclusion of people with disabiliti... more In the late 2000s, a network of agents started to promote the inclusion of people with disabilities into the Brazilian labor market, through an Affirmative Action Law that requires private companies to include from 2 to 5 % of people with disabilities among their employees. In this context, the experiences of people with autism brought to light theoretical and practical discussions on both the autonomy of these people and the 'best ways' of managing their everyday work routines. Perceiving public policies as producers of both subjects and social relations (Shore, 2010; Biehl & Petryna, 2013; Schuch, 2009), we aim to understand their effects in the management practices of different companies and in the citizenship-making processes (Ong, 2003) involving people with autism. Through ethnographic observation of the work environment in private companies, we highlight some 'Western' values implicit both in the public policies and in management technologies which may clash w...
Mediações - Revista de Ciências Sociais, 2019
O tema das moradias assistidas é recente tanto nos debates públicos quanto na legislação brasilei... more O tema das moradias assistidas é recente tanto nos debates públicos quanto na legislação brasileira. Com um trabalho etnográfico realizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, junto a mães de adultos com deficiência cognitiva que se organizaram enquanto um movimento que luta pela causa das moradias assistidas, proponho, neste trabalho, uma reflexão sobre deficiência e práticas de cuidado que parta de suas práticas e discursos. Ao buscar arranjos outros que não junto ao seio familiar, essas mulheres trazem à tona julgamentos que muito dizem sobre a experiência da deficiência. Foco, portanto, minha análise nas tensões, controvérsias e acusações morais que permeiam este pleito para, com isto, chamar atenção para os modos como suas trajetórias são perpassadas por regimes em que tanto a deficiência quanto os trabalhos do cuidado são desvalorizados. Argumento, por fim, que discussões que versam sobre a promoção de direitos, autonomia e independência das pessoas com deficiência de...
Anais Da React Reuniao De Antropologia Da Ciencia E Tecnologia, May 12, 2015
Resumo: No processo judicial de interdição civil, fértil campo de análise para compreensão da int... more Resumo: No processo judicial de interdição civil, fértil campo de análise para compreensão da interação entre os saberes jurídicos e médicos, cabe a um juiz de Direito, após todos os trâmites judiciais, declarar ou não a "incapacidade para os atos da vida civil" do sujeito. Na comprovação de capacidade, entra em cena o saber especialista de psicólogos e psiquiatras que-através da realização de perícias para avaliação da capacidade e elaboração de laudos-buscam auxiliar o juiz em sua tomada de decisão. O campo de minha pesquisa será, justamente, o trabalho de psiquiatras e psicólogos que tenham atuado como peritos judiciais em processos de interdição civil na cidade de Porto Alegre. Pensando a "incapacidade para os atos da vida civil" enquanto uma construção, parto da fala destes profissionais para compreender quais interesses são por eles considerados mais ou menos legítimos na produção de seus laudos. A partir da fala de meus interlocutores, percebi o quão importante é para a declaração da incapacidade que a condição do sujeito possa ser classificada em um dos códigos do CID-10 (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) da Organização Mundial da Saúde. Neste artigo proponho pensar os peritos não como "aplicadores" de uma classificação proveniente de uma organização internacional, mas sim como "mediadores" que a utilizam de acordo seus objetivos e com as particularidades do mundo local em que estão inseridos. Estes profissionais trabalham para que seu laudo seja valorizado e levado em consideração pelos profissionais do Direito que tomarão a decisão final acerca da interdição ao mesmo tempo em que se deparam com suas próprias questões em relação à ética profissional, suas militâncias e concepções acerca da noção de "incapacidade", as quais se mostram igualmente importantes para sua atuação nestes processos.
Sociologia & Antropologia, 2018
In this article, we reflect on the care practices and relationships that contribute to the well-b... more In this article, we reflect on the care practices and relationships that contribute to the well-being of people with intellectual disabilities, living in a poor neighbourhood of Porto Alegre (Brazil), in a context of incipient public policies for this population. Through the ethnographic description of the experience of three women from who are responsible for adult relatives with what they call ‘head troubles’, we aim to illustrate the gender, generation, class and ethnicity peculiarities of their trajectories. We consider that taking stock of the various dynamics at play in situations of care, as well as the interaction of the family, neighbourhood, and public resources available to deal with such challenges, is a fundamental step for forging efficient policies adjusted to the complexities of the contemporary context.
Espaço Ameríndio, Dec 31, 2015
Experiencias y vinculos cooperativos en el sostenimiento de la vida en America Latina y el sur de Europa, 2018
creative commons cc Licencia Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0 España Usted es libr... more creative commons cc Licencia Creative Commons Reconocimiento-NoComercial 4.0 España Usted es libre de: *Compartir-copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato *Adaptar-remezclar, transformar y crear a partir del material El licenciador no puede revocar estas libertades mientras cumpla con los términos de la licencia. Bajo las condiciones siguientes: *Reconocimiento-Debe reconocer adecuadamente la autoría, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios<. Puede hacerlo de cualquier manera razonable, pero no de una manera que sugiera que tiene el apoyo del licenciador o lo recibe por el uso que hace. *NoComercial-No puede utilizar el material para una finalidad comercial. No hay restricciones adicionales-No puede aplicar términos legales o medidas tecnológicas que legalmente restrinjan realizar aquello que la licencia permite. No tiene que cumplir con la licencia para aquellos elementos del material en el dominio público o cuando su utilización esté permitida por la aplicación de una excepción o un límite. No se dan garantías. La licencia puede no ofrecer todos los permisos necesarios para la utilización prevista. Por ejemplo, otros derechos como los de publicidad, privacidad, o los derechos morales pueden limitar el uso del material.
Cientistas Sociais e o Coronavírus, 2020
"O que cientistas sociais e de outras áreas de ciências humanas podem fazer diante de uma pandemi... more "O que cientistas sociais e de outras áreas de ciências humanas podem fazer diante de uma pandemia? Como podem intervir no debate público? Quais são as consequências do isolamento social para suas próprias pesquisas? Como manter os espaços de formação acadêmica durante o isolamento social? Como lidar com novas tecnologias de comunicação para o ensino? Quais os impactos da pandemia do coronavírus sobre populações tradicionais e grupos subalternizados na sociedade brasileira? Como o isolamento social no espaço doméstico exacerbou violências e desigualdades de gênero, raça, deficiência, entre gerações? Como a morte foi vivida por diferentes grupos sociais, com a impossibilidade de acompanhamento hospitalar e em um período onde os rituais funerários foram proibidos? Quais os impactos das politicas públicas sanitárias, econômicas e políticas durante a pandemia da Covid-19 no Brasil? Escritos de modo direto e breve, os textos deste livro oferecem algumas respostas para essas e outras perguntas. Trata-se da contribuição coletiva de duas centenas de cientistas sociais para pensar nos efeitos da Covid-19 nos contextos sanitário, social, político, econômico, cultural brasileiro durante o ano de 2020." (Miriam Pillar Grossi e Rodrigo Toniol, organizadores).
ClimaCom - Epidemiologias, 2020
Flávia (Orgs.). Micro: contribuições da Antropologia. 1ª edição. Brasília: Athalaia, 2020. 188 p.... more Flávia (Orgs.). Micro: contribuições da Antropologia. 1ª edição. Brasília: Athalaia, 2020. 188 p. O debate sobre a escrita etnográfica rendeu bons frutos no decorrer dos últimos anos. Desde a marcante resposta de Lila Abu-Lughod ao Manifesto for Ethnography (2000), temos debatido sobre a capacidade da Antropologia localizar tanto os/as interlocutores/as quanto os/as etnógrafos/as na escrita sobre o Outro. A discussão está longe de acabar, como demonstrou Claudia Fonseca (2017). Ao estabelecer um diálogo direto com Akhil Gupta e James Ferguson, a antropóloga se questionou sobre como cumprir a promessa dos autores de "esboçar linhas possíveis de aliança" (2017, p. 455-6). Para Fonseca, é a perspectiva lançada por Latour de "viver num mundo comum" (FONSECA, 2017, p. 461) aliada à uma "ética do cuidado" (BELLACASA, 2011) que nos permite destacar esse caráter inescapavelmente político da produção acadêmica. É no campo etnográfico, no encontro com o Outro, que a Antropologia se faz viva, desafiada a (re)negociar coletivamente compromissos políticos e éticos. Para Fonseca, essa etnografia é responsiva e provocadora. É justamente este o caso de Micro: contribuições da Antropologia, organizado por Soraya Fleischer e Flávia Lima. Através de escrita coletiva e feminina, o livro toma para si a tarefa de pensar política e eticamente o papel das pesquisas desenvolvidas e do livro, que agora materializa uma trama etnográfica de humanos e não-humanos. Afetadas pela epidemia que surgia em 2015, foi através de cartas que essa rede começou a ser criada e mantida, por meio de contatos presenciais e à distância. Neste sentido, podemos dizer que as autoras dos onze textos que compõem esta obra engajam-se com a proposta de Maria Puig de la Bella Casa (2011; 2017) para que pensemos com (o) cuidado. Não apenas por estarem falando destas práticas contingenciais, situacionais, morais e tão comumente invisibilizadas que são as práticas de cuidado, mas por destacarem ao longo do livro as tantas associações necessárias para que estas se deem. Associações tão comumente invisibilizadas não apenas no cotidiano de suas interlocutoras que veem um Estado e uma população que cada vez se importa menos com suas questões, mas mesmo por outros pesquisadores e cientistas com os quais tanto conviveram. O cuidado, como nos lembra Puig de la Bella Casa (2017, p. 6), é uma