U.Porto - Edif�cios Hist�ricos da Universidade do Porto (original) (raw)

Mem�ria U.Porto

Jos� Maria Veloso Salgado (1864-1945)

Jos� Maria Veloso Salgado nasceu em Santa Maria de Melon, na prov�ncia espanhola de Orense, a 2 de Abril de 1864. Era filho dos agricultores Jos� Perez e Dolores Veloso Rodrigues Salgado.

Com dez anos de idade foi acolhido em Lisboa na casa do seu tio materno, Miguel Veloso Rodrigues, que era mestre da Litografia Lemos, sita na antiga Rua de S. Francisco (atual Rua Ivens), onde Jos� Maria come�ou a trabalhar como aprendiz de lit�grafo.

Fotografia da tela O Sufr�gio, de Veloso Salgado / Photo of O Sufr�gio, by Veloso SalgadoEntre 1878 e 1880 frequentou como disc�pulo amador a "Aula de Rudimentos de Desenho" no curso noturno para oper�rios da Escola da Academia de Belas Artes de Lisboa, tendo sido aprovado com distin��o no ano letivo de 1878-79. No ano seguinte, e ainda como amador, frequentou o curso diurno de desenho.

Em 1881 matriculou-se no curso noturno normal, tendo alcan�ado, ao fim de um ano, a distin��o em desenho na exposi��o trienal escolar (1882) e ganho um pr�mio pecuni�rio de 20.000 reis.

De seguida, passou para o curso diurno, no qual foi disc�pulo do tio Sim�es de Almeida, em Desenho, e de Jos� Ferreira Chaves, em Pintura, obtendo a classifica��o m�xima de 20 valores em ambas as disciplinas. Por�m, o facto de continuar a trabalhar na litografia prejudicou a evolu��o dos estudos e, no ano letivo de 1883-1884, foi-lhe atribu�da a classifica��o de "suficiente".

Em 1884, apresentou dois trabalhos na XIII exposi��o da Sociedade Promotora de Belas Artes, tendo ganho uma men��o honrosa e, em 1887, participou na XIV exposi��o da mesma Sociedade. Neste ano, concluiu o curso com a m�dia final de 17 valores.

Em 1888, Veloso Salgado partiu para Paris como pensionista do Estado e a� alugou um ateli� na Rue Denfert-Rochereau que, numa primeira fase, partilhou com Artur Melo. Em Paris, tornou-se amigo do escultor Ant�nio Teixeira Lopes, que tinha um est�dio no mesmo pr�dio.

A 8 de Outubro desse ano, foi admitido em 5.� lugar num total de 300 concorrentes nos ateliers de Cabanel e Benjamin Constant, na �cole des Beaux-Arts. Recebeu, tamb�m, li��es de Jules-Elie Delaunay, de Jean-Paul Laurens e de Fernand Cormon. Foi por esta altura que se relacionou com o pintor Jules Breton, com a sua filha e disc�pula, Virg�nia Demont Breton, e o marido desta, o paisagista Adrien Demont, que se tornou seu amigo �ntimo.

Fotografia da tela Amor e Psych�, de Veloso Salgado datada de 1891 (Museu do Chiado) / Photo of Amor e Psych�, by Veloso Salgado  (1891, Chiado Museum)No in�cio da d�cada de 90 do s�culo XIX estreou-se no Salon de Paris e venceu o concurso de pintura da C�mara Municipal de Lisboa (1890); enviou telas � I Exposi��o do Gr�mio Art�stico de Lisboa, voltou ao Salon, alcan�ando uma 3.� medalha com o quadro "Amor e Psych�" e visitou It�lia, onde fez pintura de ar-livre, estudou os primitivos, e reproduziu pintores renascentistas (1891).

Entre 1892 e 1894 voltou a expor no Salon e no Gr�mio Art�stico, participou na Exposi��o de Arte de Munique e na Exposi��o Universal de Antu�rpia, avolumou a sua cole��o de pr�mios e foi eleito Acad�mico de M�rito da Academia de Belas Artes de Lisboa.

Regressou a Lisboa em 1895 e, em Dezembro desse ano, foi nomeado professor interino de Pintura Hist�rica da Escola de Belas Artes; dois anos mais tarde assumiu fun��es como professor efetivo, derrotando Columbano, entre outros.

Desse per�odo em diante manteve uma participa��o regular nas grandes exposi��es art�sticas nacionais e internacionais, pintou quadros para distintas institui��es e personalidades e acumulou mais galard�es e distin��es (grau de oficial da Ordem de S�o Tiago, em 1896, cavaleiro da Ordem Nacional da Legi�o de Honra Francesa, em 1902, vogal da Academia das Ci�ncias, em 1907).

Em 1896 casou com Vitorina de Silva Mello, afilhada e protegida de Ferreira Chaves, da qual teve dois filhos, Jos� Miguel (1896) e Maria Adelina (1899).

Com a reforma do ensino art�stico, em 1901, passou a repartir a sua cadeira de Pintura Hist�rica com Columbano e, entre 21 de Novembro e 7 de Dezembro, n�o p�de lecionar por se encontrar doente.

Veloso Salgado na Ilustra��o Portuguesa (Capa da publica��o) / Veloso Salgado in Ilustra��o Portuguesa (Cover of the publication)Com o falecimento da vi�va de Ferreira Chaves, em 1903, herdou grande parte dos seus bens, designadamente um pr�dio de rendimento na Rua da Quintinha, em Lisboa.

Em 1926 foi homenageado pela Escola de Belas Artes de Lisboa com o descerramento de uma l�pide na sala de pintura onde lecionava e, em 1934, ao atingir o limite de idade para o exerc�cio da doc�ncia, foi homenageado pela EBAP, embora tendo continuando a lecionar.

No decurso do seu processo de aposenta��o (entre 1937 e 1941), a Sociedade Nacional de Belas Artes realizou uma exposi��o retrospetiva da sua obra e da de Sim�es de Almeida (1939). Em 1940 deixou de pintar.

Em 1945 foi novamente homenageado, desta vez numa exposi��o coletiva realizada no Porto, com Jos� de Brito, mas � qual n�o se associou por se encontrar doente.

Jos� Maria Veloso Salgado faleceu a 12 de Dezembro de 1945. No primeiro anivers�rio da sua morte, a Sociedade Nacional de Belas Artes promoveu uma sess�o comemorativa da efem�ride, a qual foi presidida por Diogo de Macedo. A C�mara Municipal de Lisboa descerrou uma l�pide no n.� 99 da Rua da Quintinha, casa onde viveu e faleceu.