Ciro Inácio Marcondes | Universidade Catolica de Brasília (original) (raw)
Articles by Ciro Inácio Marcondes
REVISTA FAMECOS mídia, cultura e tecnologia, 2022
Este trabalho faz uma análise do filme O martírio de Joana D’Arc, de Carl Dreyer, a partir de trê... more Este trabalho faz uma análise do filme O martírio de Joana D’Arc, de Carl
Dreyer, a partir de três vértices que compõem uma axiologia do cinema silencioso. Em primeiro lugar, o gesto, que disputa com a imagem o privilégio de fundar a expressão silenciosa. Em segundo lugar, o rosto, atuando ora como “buraco negro” deleuziano, e ora como código semiológico através de uma sintagmática demonstrada nos procedimentos fílmicos. Por fim, somos levados a uma análise da morte no filme como aporia derridiana. O corolário teórico que norteia esta abordagem são as ideias de Antonin Artaud para o cinema.
ZIP - Quadrinhos e Cultura Pop, 2021
Primeiras 28 páginas do livro ZIP - Quadrinhos e Cultura Pop, que publiquei em 2021 (Editora Metr... more Primeiras 28 páginas do livro ZIP - Quadrinhos e Cultura Pop, que publiquei em 2021 (Editora Metrópoles). O livro reúne 70 textos críticos sobre quadrinhos, filmes, desenhos animados, games e séries, publicados ao longo de 3 anos em coluna no portal Metrópoles. Está à venda na Amazon.
Vitralizado, 2021
Longa entrevista concedida ao jornalista Ramon Vitral para o Vitralizado. Sobre o livro ZIP - QUA... more Longa entrevista concedida ao jornalista Ramon Vitral para o Vitralizado. Sobre o livro ZIP - QUADRINHOS E CULTURA POP, crítica de quadrinhos e outros assuntos.
Revista Mídia e Cotidiano, 2021
As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e apelam para uma razão poétic... more As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e apelam para uma razão poética atuante nas brechas entre elas, convidando o leitor a constantes exercícios de montagens e remontagens narrativas. A partir dos estudos da imagem de Warburg e Didi-Huberman adentramos a poeticidade dessas imagens que consideramos imagenssonho dotadas de potência aurática imaginante. Também recorremos ao conceito de razão poética proposto por Zambrano. A análise de tiras Gasoline Alley, de Frank King, ampara nossa proposta. Concluímos que os saberes imagéticos do tarô baseiam-se em uma linguagem que ultrapassa códigos e sistemas de significação, estendendo seu alcance a uma potência latente, atuante na dimensão aurática das imagens-sonho. Dimensão também presente nas imagens dos quadrinhos, cuja teorização permite abrir-se a competências imaginativas.
Autofagia, 2021
Artigo publicado no livro Autofagia, sobre quadrinhos experimentais, abordando a obra do quadrini... more Artigo publicado no livro Autofagia, sobre quadrinhos experimentais, abordando a obra do quadrinista brasiliense Lucas Gehre e sua arte radical.
Plaf - Revista Brasileira Sobre Quadrinhos, 2021
Chegou a hora de um resgate ao cânone da obra de Cynthia Carvalho. Artigo publicado na Plaf - Rev... more Chegou a hora de um resgate ao cânone da obra de Cynthia Carvalho. Artigo publicado na Plaf - Revista Brasileira Sobre Quadrinhos, Número 6. Discute a a relevância de LEÃO NEGRO, quadrinho altamente negligenciado pela história dos quadrinhos brasileiros.
História do DF Medieval Vol. 1, 2021
Introdução para o livro em quadrinhos "História do DF Medieval Vol. 1", de Gabriel Mombasca e Mun... more Introdução para o livro em quadrinhos "História do DF Medieval Vol. 1", de Gabriel Mombasca e Munha da 7.
Anais da Compós 2020, 2020
As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e moventes, e apelam para uma ... more As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e moventes, e apelam para uma razão poética atuante nas brechas e nos intervalos entre elas, convidando o leitor a constantes exercícios de montagens e remontagens narrativas. Nossa proposta aqui é trazer os fundamentos dos estudos da imagem de Warburg e Didi-Huberman para adentrar a poeticidade dessas imagens que consideramos como imagens-sonho ou imagens em movimento, dotadas de potência aurática imaginante. Para isso, também recorremos ao conceito de razão poética proposto por Zambrano, de maneira a ampliar o alcance da proposta de Jakobson de uma função poética da linguagem centrada na mensagem. A análise de algumas das tiras Gasoline Alley, de Frank King, amparam nossa proposta. Com isso, esperamos contribuir para uma maior legitimação da comunicação oracular nos estudos acadêmicos e de seu papel no desenvolvimento de competências imaginativas e criativas, afora qualquer senso esotérico.
Cultura Pop - Comunicação e Linguagem, 2020
Este artigo compara as visões sobre a Grande Depressão norte-americana a partir de duas histórias... more Este artigo compara as visões sobre a Grande Depressão norte-americana a partir de duas histórias em quadrinhos: Um Contrato com Deus (Will Eisner) e Kings in Disguise (James Vance e Dan Burr). São analisados aspectos contextuais, gráficos e narrativos.
A educação enquanto fenômeno social: política, economia, ciência e cultura 4, 2020
O presente artigo pretende demonstrar que os estudos acerca da criatividade no contexto educacion... more O presente artigo pretende demonstrar
que os estudos acerca da criatividade no contexto
educacional têm focalizado o aprimoramento de
habilidades cognitivas e afetivas. Para tanto, a
adoção de um currículo escolar que desperte
o interesse e o prazer do aluno pelo ato de
aprender por meio de uma educação criativa e
a adoção de práticas educacionais que levem
em consideração características dos alunos e
o acesso às tecnologias digiatais de informação
e comunicação, constituem elementos de um
ambiente escolar favorável à realização escolar
e produção criativa. Metodologicamente, a
pesquisa é descritiva tendo como procedimento
a pesquisa bibliográfica e, ainda, a apresentação
e análise qualitativa de relatos de práticas
pedagógicas desenvolvidas em uma escola
pública do Distrito Federal. Por fim, buscou-se
destacar, nos estudos apresentados, a estreita
relação entre criatividade e autonomia intelectual,
enfatizando a sua importância e necessidade
para o desenvolvimento humano, uma vez que
o ato de criar configura-se como condição para
pensar. Pensar com liberdade, pensar por si
mesmo, propiciando desta forma que o sujeito
tenha a oportunidade de expressar suas ideias.
Intexto, 2020
A carreira de Charles Chaplin, especialmente em sua fase na Keystone, tem um fundamento na violên... more A carreira de Charles Chaplin, especialmente em sua fase na
Keystone, tem um fundamento na violência. Ou em duas
violências: a primeira, a violência física das trombadas e
pontapés que seu personagem Carlitos desfere em seus
antagonistas; e a segunda, a violência motora, do movimento
incessante pelo campo cinematográfico e através dos planos.
Propomos uma análise desta dupla valência da violência em
Chaplin como princípio fundador da poesia cinematográfica
silenciosa: como esta violência motora e física se transforma em
balé? Será analisada a trajetória de Chaplin em seus primeiros
curtas por meio de uma reconstrução narrativa e histórica do
cinema, em busca do nascimento da poesia fílmica.
Memorare, 2019
Resumo: Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das... more Resumo: Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das revistas Cannibale e Frigidaire. Criadas por Stefano Tamburini, é nelas que histórias em quadrinhos como RanXerox, de Tamburini e Tanino Liberatore, e Squeak the Mouse, de Massimo Mattioli, são publicadas. Não só esteticamente ligadas às revoltas de 1977, assim como ao seu fracasso revolucionário, essas HQs problematizam o estatuto da modernidade dos quadrinhos, dialogando com as vanguardas artísticas e, ao mesmo passo, instaurando um tempo distinto aos regimes da arte. Busca-se, portanto, investigar estética e narrativamente nesses quadrinhos italianos pós-77 sua potência mítica, temporalidades heterogêneas e apelo a um povo porvir. Palavras-chave: Quadrinhos italianos. Povo. Regimes da arte. Modernidade. Movimento de 77. Abstract: The Italian comics, in the movement of 1977, are marked by the experiences of the magazines Cannibale and Frigidaire. Created by Stefano Tamburini, it's where comics as RanXerox, by Tamburini and Tanino Liberatore, and Squeak the Mouse, by Massimo Mattioli, were published. Not only aesthetically linked to the 1977 revolts, but also to their revolutionary failure, these comics problematize the status of the comic book modernity, dialoguing with the artistic avant-garde and, at the same time, establishing a distinct time for art regimes. Therefore, we seek to investigate aesthetically and narratively in these Italian comics post-1977 their mythic power, heterogeneous temporalities and appeal to a people to come. 1 OS QUADRINHOS ITALIANOS PÓS-77 E O POVO PORVIR: UMA INTRODUÇÃO Em diferentes ocasiões, Deleuze reafirmará que à arte falta o povo. "Não há obra de arte que não faça apelo a um povo que não existe ainda" (DELEUZE, 2015, p. 398). Essa ausência não implica na clássica premissa de que para a arte é preciso adestrar o povo, esclarecê-lo, de modo a tornar o espírito apto para o gigantismo das obras que lhe são apresentadas. Pelo contrário, a ausência de que fala Deleuze é o chamamento a uma geografia acidental, lugar de encontro ele próprio sem território definido, movimento de saída em que o povo precisa escapar de sua própria história e da identidade que o constitui enquanto povo para que se agencie pelas sensações
Razón y Palabra, 2019
Este artigo aborda os modos de produção e uso da fotografia desde o anúncio oficial de sua invenç... more Este artigo aborda os modos de produção e uso da fotografia desde o anúncio oficial de sua invenção, em 1839, até o início do século
XX. Com base em revisão bibliográfica de autores tanto desta época
quanto contemporâneos, analisa não apenas o termo documento fotográfico, mas também o contexto histórico, social e cultural deste
período e como o advento do novo medium foi marcado por uma
enorme diversidade de práticas com diferentes propostas éticas e
estéticas que oscilavam, muitas vezes de maneira paradoxal, entre a
noção de documentação fotográfica fundada na ideia de fotografia
como prova – já que esta seria um registro direto e objetivo da realidade – e o conceito de “fotografia artística” como produto unicamente
da criação pictórica e pessoal do seu autor.
Catálogo Stephen King RJ, 2019
Resenha para a HQ "Creepshow", realizada para o catálogo da Mostra "Stephen King - o medo é o se... more Resenha para a HQ "Creepshow", realizada para o catálogo da Mostra "Stephen King - o medo é o seu melhor companheiro", realizada no Centro Cutural Banco do Brasil em 2019.
CATALOGO ANIME CCBB 2019 V, 2019
Resenha para o filme "Os Padrinhos de Tóquio" (Tokyo Godfathers, Satoshi Kon, 2003), presente no ... more Resenha para o filme "Os Padrinhos de Tóquio" (Tokyo Godfathers, Satoshi Kon, 2003), presente no catálogo da mostra "ANIME - o fantástico mundo das animações japonesas", ocorrida no Centro Cultural Banco do Brasil em 2019.
Comunicação, Mídias e Educação 3 , 2019
As atividades para as disciplinas de “Produção de TV” ou “Produção Audiovisual” nos cursos de Com... more As atividades para as disciplinas de
“Produção de TV” ou “Produção Audiovisual”
nos cursos de Comunicação Social necessitam
avançar nas técnicas pedagógicas para
que o discente se sinta mais à vontade para
aprender os conteúdos e desenvolver as
atividades práticas demandadas pelo mercado
de trabalho. Partindo do princípio que o roteiro
de um produto audiovisual é ferramenta básica
para uma boa produção, selecionou-se itens
importantes para a estruturação básica de um
roteiro de filme publicitário e, a partir de um
exercício prático, os discentes trabalharam na
correção de textos de colegas de turma e na
instrução das devidas correções melhorando,
assim, a formação acadêmica e profissional de
cada envolvido no processo. Por outro lado, a
proposta traz uma experiência que pode ser
interessante a quem tenha intenção de produzir
conteúdo audiovisual utilizando um padrão de
roteiro profissional e que irá facilitar o processo
de gravação e edição do vídeo. Capítulo para o livro "Comunicação, Mídias e Educação 3 Atena Editora 2019", organizado por Marcelo Pereira da Silva.
L’Imaginaire de la catastrophe dans la communication et les arts, 2018
Cet article explique comment les thèmes de la catastrophe et de la tragédie ont suivi l’évolution... more Cet article explique comment les thèmes de la catastrophe et de la tragédie ont suivi l’évolution du récit cinématographique et en ont été transformés, à partir d’études sur les films "Intolérance" de D.W. Griffith et "Aurora" de F.W. Murnau. Publié dans Le livre de L'Harmattan: L'Imaginaire de la catastrophe dans la communication et les arts.
This article discusses how the themes of catastrophe and tragedy followed the development of film narrative and were transformed by it, from studies on the films "Intolerance" by D.W. Griffith, and "Sunrise" by F.W. Murnau. Published in the book L'Imaginaire de la Catastrophe dans la Communication et les Arts, by L'Harmattan.
Este artigo fala sobre como os temas da catástrofe e da tragédia acompanharam o desenvolvimento da narrativa cinematográfica e foram transformados por ela, a partir de estudos a respeito dos filmes “Intolerância”, de D.W. Griffith, e “Aurora”, de F.W. Murnau. Publicado no livro L’Imaginaire de la Catastrophe dans la Communication et les Arts, da L’Harmattan.
Projeção e Docência, 2018
As tecnologias da informação desenvolvem papel importante para o aprendizado. O rádio e a TV envo... more As tecnologias da informação desenvolvem papel importante para o aprendizado. O
rádio e a TV envolvem potenciais de comunicação que ainda serão bastante
explorados pelos estudantes e professores. Por outro lado, com o contexto atual de
interação e evolução constante, as telas dos smartphones e mídias de sinalização
digital, conhecidas como Digital Signage ou Media Digital Out Of Home (MDOOH)
ganham espaço. O mercado para essas mídias é crescente e, pelo campo
acadêmico, é perceptível a necessidade de mais pesquisas para que docentes e
discentes se apropriem cada vez mais deste tipo de veiculação de informação e,
consequentemente, haja um benefício nos processos de aprendizagem.
Mapinguari, 2019
Prefácio para o romance gráfico "Mapinguari", de Gabriel Góes e André Miranda. No texto é traçada... more Prefácio para o romance gráfico "Mapinguari", de Gabriel Góes e André Miranda. No texto é traçada uma historiografia do quadrinho nacional a partir dos temas amazônicos.
Entre 1975 e 1976, o quadrinista Moebius (Jean Giraud) lançou uma história que, pode-se dizer, re... more Entre 1975 e 1976, o quadrinista Moebius
(Jean Giraud) lançou uma história que,
pode-se dizer, revolucionaria as histórias
em quadrinhos. Totalmente “silenciosa”,
sem inferências gráficas a textos e sem
falas, Arzach investia em um universo
profundamente onírico e que realizava
um aproveitamento máximo da imagem
muda para desenvolver um sofisticado
sistema de declinação icônica. A partir
de autores como Barthes, Groensteen e
Chion, além de uma comparação com
o cinema silencioso, procuramos neste
artigo pensar os efeitos da ausência quase
total da palavra escrita em Arzach e seus
desdobramentos para uma etiologia dos
quadrinhos mudos.
REVISTA FAMECOS mídia, cultura e tecnologia, 2022
Este trabalho faz uma análise do filme O martírio de Joana D’Arc, de Carl Dreyer, a partir de trê... more Este trabalho faz uma análise do filme O martírio de Joana D’Arc, de Carl
Dreyer, a partir de três vértices que compõem uma axiologia do cinema silencioso. Em primeiro lugar, o gesto, que disputa com a imagem o privilégio de fundar a expressão silenciosa. Em segundo lugar, o rosto, atuando ora como “buraco negro” deleuziano, e ora como código semiológico através de uma sintagmática demonstrada nos procedimentos fílmicos. Por fim, somos levados a uma análise da morte no filme como aporia derridiana. O corolário teórico que norteia esta abordagem são as ideias de Antonin Artaud para o cinema.
ZIP - Quadrinhos e Cultura Pop, 2021
Primeiras 28 páginas do livro ZIP - Quadrinhos e Cultura Pop, que publiquei em 2021 (Editora Metr... more Primeiras 28 páginas do livro ZIP - Quadrinhos e Cultura Pop, que publiquei em 2021 (Editora Metrópoles). O livro reúne 70 textos críticos sobre quadrinhos, filmes, desenhos animados, games e séries, publicados ao longo de 3 anos em coluna no portal Metrópoles. Está à venda na Amazon.
Vitralizado, 2021
Longa entrevista concedida ao jornalista Ramon Vitral para o Vitralizado. Sobre o livro ZIP - QUA... more Longa entrevista concedida ao jornalista Ramon Vitral para o Vitralizado. Sobre o livro ZIP - QUADRINHOS E CULTURA POP, crítica de quadrinhos e outros assuntos.
Revista Mídia e Cotidiano, 2021
As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e apelam para uma razão poétic... more As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e apelam para uma razão poética atuante nas brechas entre elas, convidando o leitor a constantes exercícios de montagens e remontagens narrativas. A partir dos estudos da imagem de Warburg e Didi-Huberman adentramos a poeticidade dessas imagens que consideramos imagenssonho dotadas de potência aurática imaginante. Também recorremos ao conceito de razão poética proposto por Zambrano. A análise de tiras Gasoline Alley, de Frank King, ampara nossa proposta. Concluímos que os saberes imagéticos do tarô baseiam-se em uma linguagem que ultrapassa códigos e sistemas de significação, estendendo seu alcance a uma potência latente, atuante na dimensão aurática das imagens-sonho. Dimensão também presente nas imagens dos quadrinhos, cuja teorização permite abrir-se a competências imaginativas.
Autofagia, 2021
Artigo publicado no livro Autofagia, sobre quadrinhos experimentais, abordando a obra do quadrini... more Artigo publicado no livro Autofagia, sobre quadrinhos experimentais, abordando a obra do quadrinista brasiliense Lucas Gehre e sua arte radical.
Plaf - Revista Brasileira Sobre Quadrinhos, 2021
Chegou a hora de um resgate ao cânone da obra de Cynthia Carvalho. Artigo publicado na Plaf - Rev... more Chegou a hora de um resgate ao cânone da obra de Cynthia Carvalho. Artigo publicado na Plaf - Revista Brasileira Sobre Quadrinhos, Número 6. Discute a a relevância de LEÃO NEGRO, quadrinho altamente negligenciado pela história dos quadrinhos brasileiros.
História do DF Medieval Vol. 1, 2021
Introdução para o livro em quadrinhos "História do DF Medieval Vol. 1", de Gabriel Mombasca e Mun... more Introdução para o livro em quadrinhos "História do DF Medieval Vol. 1", de Gabriel Mombasca e Munha da 7.
Anais da Compós 2020, 2020
As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e moventes, e apelam para uma ... more As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e moventes, e apelam para uma razão poética atuante nas brechas e nos intervalos entre elas, convidando o leitor a constantes exercícios de montagens e remontagens narrativas. Nossa proposta aqui é trazer os fundamentos dos estudos da imagem de Warburg e Didi-Huberman para adentrar a poeticidade dessas imagens que consideramos como imagens-sonho ou imagens em movimento, dotadas de potência aurática imaginante. Para isso, também recorremos ao conceito de razão poética proposto por Zambrano, de maneira a ampliar o alcance da proposta de Jakobson de uma função poética da linguagem centrada na mensagem. A análise de algumas das tiras Gasoline Alley, de Frank King, amparam nossa proposta. Com isso, esperamos contribuir para uma maior legitimação da comunicação oracular nos estudos acadêmicos e de seu papel no desenvolvimento de competências imaginativas e criativas, afora qualquer senso esotérico.
Cultura Pop - Comunicação e Linguagem, 2020
Este artigo compara as visões sobre a Grande Depressão norte-americana a partir de duas histórias... more Este artigo compara as visões sobre a Grande Depressão norte-americana a partir de duas histórias em quadrinhos: Um Contrato com Deus (Will Eisner) e Kings in Disguise (James Vance e Dan Burr). São analisados aspectos contextuais, gráficos e narrativos.
A educação enquanto fenômeno social: política, economia, ciência e cultura 4, 2020
O presente artigo pretende demonstrar que os estudos acerca da criatividade no contexto educacion... more O presente artigo pretende demonstrar
que os estudos acerca da criatividade no contexto
educacional têm focalizado o aprimoramento de
habilidades cognitivas e afetivas. Para tanto, a
adoção de um currículo escolar que desperte
o interesse e o prazer do aluno pelo ato de
aprender por meio de uma educação criativa e
a adoção de práticas educacionais que levem
em consideração características dos alunos e
o acesso às tecnologias digiatais de informação
e comunicação, constituem elementos de um
ambiente escolar favorável à realização escolar
e produção criativa. Metodologicamente, a
pesquisa é descritiva tendo como procedimento
a pesquisa bibliográfica e, ainda, a apresentação
e análise qualitativa de relatos de práticas
pedagógicas desenvolvidas em uma escola
pública do Distrito Federal. Por fim, buscou-se
destacar, nos estudos apresentados, a estreita
relação entre criatividade e autonomia intelectual,
enfatizando a sua importância e necessidade
para o desenvolvimento humano, uma vez que
o ato de criar configura-se como condição para
pensar. Pensar com liberdade, pensar por si
mesmo, propiciando desta forma que o sujeito
tenha a oportunidade de expressar suas ideias.
Intexto, 2020
A carreira de Charles Chaplin, especialmente em sua fase na Keystone, tem um fundamento na violên... more A carreira de Charles Chaplin, especialmente em sua fase na
Keystone, tem um fundamento na violência. Ou em duas
violências: a primeira, a violência física das trombadas e
pontapés que seu personagem Carlitos desfere em seus
antagonistas; e a segunda, a violência motora, do movimento
incessante pelo campo cinematográfico e através dos planos.
Propomos uma análise desta dupla valência da violência em
Chaplin como princípio fundador da poesia cinematográfica
silenciosa: como esta violência motora e física se transforma em
balé? Será analisada a trajetória de Chaplin em seus primeiros
curtas por meio de uma reconstrução narrativa e histórica do
cinema, em busca do nascimento da poesia fílmica.
Memorare, 2019
Resumo: Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das... more Resumo: Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das revistas Cannibale e Frigidaire. Criadas por Stefano Tamburini, é nelas que histórias em quadrinhos como RanXerox, de Tamburini e Tanino Liberatore, e Squeak the Mouse, de Massimo Mattioli, são publicadas. Não só esteticamente ligadas às revoltas de 1977, assim como ao seu fracasso revolucionário, essas HQs problematizam o estatuto da modernidade dos quadrinhos, dialogando com as vanguardas artísticas e, ao mesmo passo, instaurando um tempo distinto aos regimes da arte. Busca-se, portanto, investigar estética e narrativamente nesses quadrinhos italianos pós-77 sua potência mítica, temporalidades heterogêneas e apelo a um povo porvir. Palavras-chave: Quadrinhos italianos. Povo. Regimes da arte. Modernidade. Movimento de 77. Abstract: The Italian comics, in the movement of 1977, are marked by the experiences of the magazines Cannibale and Frigidaire. Created by Stefano Tamburini, it's where comics as RanXerox, by Tamburini and Tanino Liberatore, and Squeak the Mouse, by Massimo Mattioli, were published. Not only aesthetically linked to the 1977 revolts, but also to their revolutionary failure, these comics problematize the status of the comic book modernity, dialoguing with the artistic avant-garde and, at the same time, establishing a distinct time for art regimes. Therefore, we seek to investigate aesthetically and narratively in these Italian comics post-1977 their mythic power, heterogeneous temporalities and appeal to a people to come. 1 OS QUADRINHOS ITALIANOS PÓS-77 E O POVO PORVIR: UMA INTRODUÇÃO Em diferentes ocasiões, Deleuze reafirmará que à arte falta o povo. "Não há obra de arte que não faça apelo a um povo que não existe ainda" (DELEUZE, 2015, p. 398). Essa ausência não implica na clássica premissa de que para a arte é preciso adestrar o povo, esclarecê-lo, de modo a tornar o espírito apto para o gigantismo das obras que lhe são apresentadas. Pelo contrário, a ausência de que fala Deleuze é o chamamento a uma geografia acidental, lugar de encontro ele próprio sem território definido, movimento de saída em que o povo precisa escapar de sua própria história e da identidade que o constitui enquanto povo para que se agencie pelas sensações
Razón y Palabra, 2019
Este artigo aborda os modos de produção e uso da fotografia desde o anúncio oficial de sua invenç... more Este artigo aborda os modos de produção e uso da fotografia desde o anúncio oficial de sua invenção, em 1839, até o início do século
XX. Com base em revisão bibliográfica de autores tanto desta época
quanto contemporâneos, analisa não apenas o termo documento fotográfico, mas também o contexto histórico, social e cultural deste
período e como o advento do novo medium foi marcado por uma
enorme diversidade de práticas com diferentes propostas éticas e
estéticas que oscilavam, muitas vezes de maneira paradoxal, entre a
noção de documentação fotográfica fundada na ideia de fotografia
como prova – já que esta seria um registro direto e objetivo da realidade – e o conceito de “fotografia artística” como produto unicamente
da criação pictórica e pessoal do seu autor.
Catálogo Stephen King RJ, 2019
Resenha para a HQ "Creepshow", realizada para o catálogo da Mostra "Stephen King - o medo é o se... more Resenha para a HQ "Creepshow", realizada para o catálogo da Mostra "Stephen King - o medo é o seu melhor companheiro", realizada no Centro Cutural Banco do Brasil em 2019.
CATALOGO ANIME CCBB 2019 V, 2019
Resenha para o filme "Os Padrinhos de Tóquio" (Tokyo Godfathers, Satoshi Kon, 2003), presente no ... more Resenha para o filme "Os Padrinhos de Tóquio" (Tokyo Godfathers, Satoshi Kon, 2003), presente no catálogo da mostra "ANIME - o fantástico mundo das animações japonesas", ocorrida no Centro Cultural Banco do Brasil em 2019.
Comunicação, Mídias e Educação 3 , 2019
As atividades para as disciplinas de “Produção de TV” ou “Produção Audiovisual” nos cursos de Com... more As atividades para as disciplinas de
“Produção de TV” ou “Produção Audiovisual”
nos cursos de Comunicação Social necessitam
avançar nas técnicas pedagógicas para
que o discente se sinta mais à vontade para
aprender os conteúdos e desenvolver as
atividades práticas demandadas pelo mercado
de trabalho. Partindo do princípio que o roteiro
de um produto audiovisual é ferramenta básica
para uma boa produção, selecionou-se itens
importantes para a estruturação básica de um
roteiro de filme publicitário e, a partir de um
exercício prático, os discentes trabalharam na
correção de textos de colegas de turma e na
instrução das devidas correções melhorando,
assim, a formação acadêmica e profissional de
cada envolvido no processo. Por outro lado, a
proposta traz uma experiência que pode ser
interessante a quem tenha intenção de produzir
conteúdo audiovisual utilizando um padrão de
roteiro profissional e que irá facilitar o processo
de gravação e edição do vídeo. Capítulo para o livro "Comunicação, Mídias e Educação 3 Atena Editora 2019", organizado por Marcelo Pereira da Silva.
L’Imaginaire de la catastrophe dans la communication et les arts, 2018
Cet article explique comment les thèmes de la catastrophe et de la tragédie ont suivi l’évolution... more Cet article explique comment les thèmes de la catastrophe et de la tragédie ont suivi l’évolution du récit cinématographique et en ont été transformés, à partir d’études sur les films "Intolérance" de D.W. Griffith et "Aurora" de F.W. Murnau. Publié dans Le livre de L'Harmattan: L'Imaginaire de la catastrophe dans la communication et les arts.
This article discusses how the themes of catastrophe and tragedy followed the development of film narrative and were transformed by it, from studies on the films "Intolerance" by D.W. Griffith, and "Sunrise" by F.W. Murnau. Published in the book L'Imaginaire de la Catastrophe dans la Communication et les Arts, by L'Harmattan.
Este artigo fala sobre como os temas da catástrofe e da tragédia acompanharam o desenvolvimento da narrativa cinematográfica e foram transformados por ela, a partir de estudos a respeito dos filmes “Intolerância”, de D.W. Griffith, e “Aurora”, de F.W. Murnau. Publicado no livro L’Imaginaire de la Catastrophe dans la Communication et les Arts, da L’Harmattan.
Projeção e Docência, 2018
As tecnologias da informação desenvolvem papel importante para o aprendizado. O rádio e a TV envo... more As tecnologias da informação desenvolvem papel importante para o aprendizado. O
rádio e a TV envolvem potenciais de comunicação que ainda serão bastante
explorados pelos estudantes e professores. Por outro lado, com o contexto atual de
interação e evolução constante, as telas dos smartphones e mídias de sinalização
digital, conhecidas como Digital Signage ou Media Digital Out Of Home (MDOOH)
ganham espaço. O mercado para essas mídias é crescente e, pelo campo
acadêmico, é perceptível a necessidade de mais pesquisas para que docentes e
discentes se apropriem cada vez mais deste tipo de veiculação de informação e,
consequentemente, haja um benefício nos processos de aprendizagem.
Mapinguari, 2019
Prefácio para o romance gráfico "Mapinguari", de Gabriel Góes e André Miranda. No texto é traçada... more Prefácio para o romance gráfico "Mapinguari", de Gabriel Góes e André Miranda. No texto é traçada uma historiografia do quadrinho nacional a partir dos temas amazônicos.
Entre 1975 e 1976, o quadrinista Moebius (Jean Giraud) lançou uma história que, pode-se dizer, re... more Entre 1975 e 1976, o quadrinista Moebius
(Jean Giraud) lançou uma história que,
pode-se dizer, revolucionaria as histórias
em quadrinhos. Totalmente “silenciosa”,
sem inferências gráficas a textos e sem
falas, Arzach investia em um universo
profundamente onírico e que realizava
um aproveitamento máximo da imagem
muda para desenvolver um sofisticado
sistema de declinação icônica. A partir
de autores como Barthes, Groensteen e
Chion, além de uma comparação com
o cinema silencioso, procuramos neste
artigo pensar os efeitos da ausência quase
total da palavra escrita em Arzach e seus
desdobramentos para uma etiologia dos
quadrinhos mudos.
Este trabalho se propõe a elaborar uma poética do cinema silencioso a partir de elementos básicos... more Este trabalho se propõe a elaborar uma poética do cinema silencioso a partir de
elementos básicos constituintes deste cinema: a imagem, o silêncio e a poesia. Entre
seus objetivos principais estão investigar a natureza das relações mediáticas entre
som e silêncio, fala e silêncio, escrita e silêncio, imagem e palavra. O que ocorre, na
percepção humana, quando um medium (a banda sonora) é retirado de outro medium
(o cinema sonoro), gerando, por antecipação, o cinema silencioso? Trabalhamos com
a hipótese de que o silêncio técnico do filme, associado a propriedades específicas da
imagem, gera uma frequência (um medium que ocorre não na materialidade, mas na
percepção) poética, mergulhando o espectador em estado cognitivo diferente. Neste
caso, portanto, a poesia não é forma literária ou artística, mas sim ontologia. Para
realizar esta investigação foram adotados alguns procedimentos metodológicos: o
“hologramático”, que prevê um corpus e um material de investigação policêntricos; o
“fragmento”, que encerra o conteúdo em pequenas porções dispersas, mas completas
em si; a “iconologia dos movimentos”, para se pensar a história da arte por meio das
relações entre imagens; o “método erótico”, que valoriza a aproximação entre sujeito e
objeto; e a “razão poética”, meta-método que propõe uma heurística por meio da
poesia. Através deste procedimento, investigamos inúmeros filmes silenciosos e
também sonoros, como O vagabundo, Os vampiros, O boulevard do crime, O gabinete
das figuras de cera, Ivan o terrível, Moana with sound, A ponte, Fantômas, Retrato de
um homem jovem, entre outros. Como a poesia se adapta diferentemente em cada
contexto mediático, cada análise constituiu um universo em si de cruzamento dos
temas principais do trabalho. Isso também justifica a presença de análises dos
pintores René Magritte e Claude Monet. Circundando os temas por meio desta
investigação hologramática, chegamos à ideia de que a frequência poética se
manifesta de maneira semelhante em media que compartilham a imagem e o silêncio,
como a pintura e o cinema silencioso, e que todos eles fazem parte de um mesmo
fenômeno de percepção.
“Limite: o poema em filme” se propõe a investigar quais as relações entre a poesia no cinema e na... more “Limite: o poema em filme” se propõe a investigar quais as relações entre a poesia no cinema e na literatura a partir do filme Limite (1931), de Mário Peixoto. O que faz com que um filme possa ser considerado um poema? Quais os antecedentes, dentre os elementos que compõem o fenômeno poético, que permitem que ele se expresse não apenas em palavras, mas também em imagens? Limite, o famoso clássico de vanguarda silencioso de Mário Peixoto, apresenta características específicas que nos conduzem a entendê-lo não como narrativo (não conta uma história), mas como poema, não apenas por sua estrutura não-usual, mas por sua carregada simbologia, que o distancia do enredo e o aproxima da sensibilidade, de idéias transcendentes e das relações paradoxais que se estabelecem entre o homem e as coisas. Isso conduz a uma investigação a respeito da própria natureza do poético, de sua insolúvel ambigüidade e de seu eterno projetar-se para os problemas sem solução. Por fim, o estudo de Limite se une à estética transcendental de Kant para procurar entender o filósofo a partir do filme, e o filme a partir do filósofo.
CHAMADA REVISTA MEMORARE -Vol. 6, n. 2 (jul-dez 2019) DOSSIÊ: POTÊNCIAS DOS QUADRINHOS Organi... more CHAMADA REVISTA MEMORARE -Vol. 6, n. 2 (jul-dez 2019)
DOSSIÊ: POTÊNCIAS DOS QUADRINHOS
Organizadores: Dr. Alexandre Linck Vargas (UNISUL) e Dr. Ciro Inácio Marcondes (UCB)
Desde os anos 1970, quando a intelectualidade por fim descobriu os quadrinhos, são publicados estudos com a pretensão de desvendar linguagens, gramáticas, sistemas dos quadrinhos. Ainda que se ateste a inegável contribuição teórica e analítica, a tradição dos estudos de quadrinhos, fortemente influenciada ainda hoje pelo estruturalismo, construiu-se a partir de uma metodologia bastante restrita: era preciso apreender o objeto, isolar suas unidades, apontando sua funcionalidade no todo para então, após a dissecação, recompor um corpo universal a todos os quadrinhos, de modo que cada elemento testemunhe o quão é necessário ou contingente. Os limites desse procedimento evidencia-se na proliferação dos resultados e seus desacordos. Questões que seriam supostamente sanadas, como o que são os quadrinhos, quais são seus elementos fundamentais e o que delimita aquilo que é ou não uma história em quadrinhos permanecem em aberto.
As múltiplas definições de quadrinhos jamais foram apaziguadas, a incapacidade de se chegar a um elementar dos quadrinhos mostrou-se insistente, e com razoável facilidade pode-se contrapor exceções a qualquer universalização dos recursos que caracterizam aquilo que é ou não uma história em quadrinhos. Mesmo Thierry Groensteen, na introdução de O Sistema dos Quadrinhos, no tópico “A definição inencontrável”, ao avaliar qual seria a essência dos quadrinhos, atestará a aporia da missão. Daí sua aposta no dispositivo espaçotópico e na artrologia restrita e geral, tentativas parciais de não mais estudar o objeto quadrinhos a partir de sua imobilização e desmembramento, mas por sua relação e acontecimento.“Da minha parte, estou convencido que não é abordando as HQs ao nível do detalhe que poderemos, ao preço de uma ampliação progressiva, chegar numa descrição coerente e fundamentada da sua linguagem. Proponho o contrário: que os abordemos do alto, ao nível de suas articulações maiores” (GROENSTEEN, 2015, p. 13).
Caminhos semelhantes tomaram Charles Hatfield em Alternative Comics ao pensar os quadrinhos a partir de suas tensões e Maaheen Ahmed em Openness of Comics ao pegar emprestado o conceito de obra aberta de Umberto Eco para teorizar estruturas flexíveis aos quadrinhos. Observa-se, portanto, que o estudo dos quadrinhos contemporâneo traz consigo, por vezes de maneira esquizofrênica, uma vontade de potência. Conceito nietzschiano, potência enquanto poder-vir-a-ser, que aplicado ao estudo dos quadrinhos significa uma virada metodológica. Não se trata mais de colocar o quadrinho sobre a mesa de autópsia, mas de abordá-lo em sua plena vitalidade. Aqui reconhece-se traços do método de Aby Warburg, para quem as imagens deveriam ser pensadas não pela exclusividade ou simples sequencialidade, mas por sua serialidade, capacidade sintomática de estabelecer relações múltiplas, anacrônicas e imprevisíveis. Hannah Miodrag em Comics and Language faria percurso parecido ao criticar o elogio ao sequencial enquanto pressuposto de transparência narrativa, ao passo que Christopher Pizzino em Arresting Development denunciaria o olhar organicista sobre os quadrinhos que por meio de um discurso Bildungsroman, isto é, discurso que organiza e valida uma adultidade progressiva, acaba por ocultar toda sorte de forças e contraforças.
Pensar as potências dos quadrinhos implica, portanto, em uma recusa a qualquer organização da HQ, tentativa de qualificá-la enquanto organismo fechado, para, de outro modo, abrir-se à uma cartografia dos corpos móveis, imagens rizomáticas, “corpo sem órgãos”, espaço de entradas e saídas, tempos e contratempos, ou seja, devires, pelos quais afetos e perceptos agenciam-se sensivelmente na materialidade dos quadrinhos. Em outras palavras, os quadrinhos tornam-se potentes quando voltam-se contra qualquer projeto de identidade universal e sinalizam insistentemente um ir além, ponto de fuga ontológico.
Diante dessa emergência e sua atualidade, o dossiê "Potências dos Quadrinhos" convida todos os pesquisadores e pesquisadoras de diferentes disciplinas a contribuir com produções inéditas que refletem e problematizam as questões colocadas ao estudo dos quadrinhos.
O prazo final de submissão é 10 de novembro.
Para o proximo dossiê, propomos pensar as relações entre o campo da Comunicação e os quadrinhos. ... more Para o proximo dossiê, propomos pensar as relações entre o campo da Comunicação e os quadrinhos.
O ato de comunicar por meio de imagens sequenciais é muito antigo. Mais antigo até do que a própria escrita. Seu modelo comunicacional está inscrito ao longo da História em tapeçarias, pirâmides, iluminuras, pinturas neoclássicas, etc. A eclosão de sua forma moderna no século XIX apenas libertou um potencial já prenhe em inúmeras culturas humanas, fazendo as histórias em quadrinhos se tornarem uma vastíssima cultura dos mass media, alcançando local de protagonismo nas formas de comunicação contemporâneas.
A pesquisa sobre quadrinhos há muito deixou para trás as primeiras obras de referência. Quadrinhos e arte sequencial, de Will Eisner, e Desvendando os quadrinhos, de Scott McCloud, importantes pioneiros, estão hoje mais no anedotário da teoria do que em sua linha de frente. A recente tradução para o português de O sistema dos quadrinhos, de Thierry Groensteen, obra do final dos anos 1990, mas de fundamental referencial narratológico, ajudou a impulsionar o novo boom de estudos sobre quadrinhos no Brasil. Juntam-se a isso pesquisas avançadas, tanto no campo da linguagem, quanto na análise representacional, quanto ontológica, quanto em estudos culturais ou de gênero. Nomes mundiais emergem sinalizando caminhos para a pesquisa em quadrinhos: Robert C. Harvey, Paul Gravett, Ann Miller, Bart Beaty, David Carrier, Charles Hatfield, etc. Do lado francófono, trabalhos pioneiros como os de Fresnault-Deruelle e Benoît Peeters juntam-se a historiografias atualizadas e estudos variados como os de Thierry Smolderen e Henri Garric. No Brasil, atualmente centenas de pesquisas em pós-graduação estão sendo realizadas na área. Aos trabalhos consistentes e já históricos de nomes como Waldomiro Vergueiro e Moacy Cirne somam-se projetos promissores como as recentes pesquisas de Alexandre Linck Vargas e Maria Clara Carneiro.
A presença maciça da cultura de quadrinhos nas formas comunicacionais contemporâneas é muito evidente. As maiores bilheterias do cinema atual são adaptações de quadrinhos. Mas isso não significa que o meio se restrinja a um conteúdo ainda infanto-juvenil ou mainstream. Além de estarem presentes em laureados romances gráficos, reportagens de guerra, intensas autobiografias e todo tipo de histórias impressas, os quadrinhos viraram também moeda comum na Internet, nas mais diferentes plataformas, e dão continuidade à sua longa tradição de comentário político e sátira social. Esta publicação tem por objetivo estender este momento fértil para os quadrinhos privilegiando tanto uma reflexão sobre o campo em si e suas dimensões política e ontológica, quanto a pormenorização destes aspectos em análises de obras individuais, quanto análises discursivas e narratológicas, problematizando a linguagem e o meio em si.
Como sempre, a seção “Livres” aceitará artigos sobre os mais diversos temas que abordem os fenômenos comunicacionais e o campo da pesquisa em comunicação.
Editor: Frederico Feitoza
Co-editor para esta edição: Ciro Inácio Marcondes
Latindex LIVRE DIADORIM
E-ISSN 2446-6190
DOI 10.19174
REVISTA B2 (Qualis CAPES 2015)
Raio Laser, 2020
Análise de uma produção estética sobre a Primeira Guerra Mundial a partir de três trabalhos em mí... more Análise de uma produção estética sobre a Primeira Guerra Mundial a partir de três trabalhos em mídias distintas: o romance "Nada de novo no front", a história em quadrinhos "Era a guerra de trincheiras" e o filme "1917".
Metrópoles, 2019
Ensaio sobre a participação do quadrinho Becassine no filme "Palavra e Imagem", de Jean-Luc Godard.
Metrópoles, 2019
Comparação entre o quadrinho "O Martírio de Joana Dark Side" com o filme "O Martírio de Joana D'A... more Comparação entre o quadrinho "O Martírio de Joana Dark Side" com o filme "O Martírio de Joana D'Arc", de Carl Th. Dreyer.
Metrópoles, 2019
Resenha para "O Perfeito Estranho", coletânea de quadrinhos dos anos 50 de Bernie Kriegstein
Ensaio sobre procedimentos e ideias do expressionismo alemão (cinema de Weimar) pensados a partir... more Ensaio sobre procedimentos e ideias do expressionismo alemão (cinema de Weimar) pensados a partir de um álbum em quadrinhos de Spirou dos anos 60. Publicado no site raiolaser.net
Uma longa reflexão sobre a importância de Asterix e análise de seus novos álbuns.
Análise da série "Mort Cinder", por Héctor Oesterheld e Alberto Breccia, clássico dos quadrinhos... more Análise da série "Mort Cinder", por Héctor Oesterheld e Alberto Breccia, clássico dos quadrinhos argentinos. Sâo considerados a proximidade com a Literatura de Borges e a obsessão do roteirista Oesterheld pela questão do tempo. Publicado no site de crítica de quadrinhos raiolaser.net.
Quatro filmes procuraram repensar o gênero do terror no 48º Festival de Brasília do Cinema Brasil... more Quatro filmes procuraram repensar o gênero do terror no 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ensaio escrito para o site da Abraccine.
Metrópoles, 2019
Resenha sobre o clássico "Fun Home", romance gráfico autobiográfico de Alison Bechdel.
Crítica para "Aqui", de Richard McGuire, publicada no Portal Metropoles.
O romance gráfico de Leandro Melite mistura jornalismo, literatura pulp e quadrinhos europeu.
O romance gráfico de Cynthia Bonacossa é um dos melhores lançamentos de 2017,
"Mensur", de Rafael Coutinho, é um brilhante romance gráfico sobre obsessão.
Tese em quadrinhos de Nick Sousanis chega ao público leigo, mas não entrega o que promete.
A experiência íntima da guerra a partir de "Dunkirk".
Uma revisão do,clássico "A noite dos mortos-vivos".
A educação enquanto fenômeno social: política, economia, ciência e cultura 4, 2020
O presente artigo pretende demonstrar que os estudos acerca da criatividade no contexto educacion... more O presente artigo pretende demonstrar que os estudos acerca da criatividade no contexto educacional têm focalizado o aprimoramento de habilidades cognitivas e afetivas. Para tanto, a adoção de um currículo escolar que desperte o interesse e o prazer do aluno pelo ato de aprender por meio de uma educação criativa e a adoção de práticas educacionais que levem em consideração características dos alunos e o acesso às tecnologias digiatais de informação e comunicação, constituem elementos de um ambiente escolar favorável à realização escolar e produção criativa. Metodologicamente, a pesquisa é descritiva tendo como procedimento a pesquisa bibliográfica e, ainda, a apresentação e análise qualitativa de relatos de práticas pedagógicas desenvolvidas em uma escola pública do Distrito Federal. Por fim, buscou-se destacar, nos estudos apresentados, a estreita relação entre criatividade e autonomia intelectual, enfatizando a sua importância e necessidade para o desenvolvimento humano, uma vez que o ato de criar configura-se como condição para pensar. Pensar com liberdade, pensar por si mesmo, propiciando desta forma que o sujeito tenha a oportunidade de expressar suas ideias.
Viagem a Lua , o famoso filme de Georges Melies, captura a essencia da era moderna e do que o cin... more Viagem a Lua , o famoso filme de Georges Melies, captura a essencia da era moderna e do que o cinema em si se transformaria em tres frentes que podem ser identificadas tanto na trajetoria comercial do filme quanto nos temas que trabalha: primeiro, uma filiacao a arte-espetaculo, reconhecendo-se como tal e incapaz de distinguir uma coisa da outra; em segundo lugar, o reconhecimento da propria condicao tecnico-industrial da modernidade, sendo o filme um inventario de temas positivistas, colonialistas, progressistas; por ultimo, o filme aponta para uma dimensao mais autoral e artistica do cinema, atraves de sua relacao com a magica, a magia e a poesia.
Revista Memorare, 2019
Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das revista... more Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das revistas Cannibale e Frigidaire. Criadas por Stefano Tamburini, é nelas que histórias em quadrinhos como RanXerox, de Tamburini e Tanino Liberatore, e Squeak the Mouse, de Massimo Mattioli, são publicadas. Não só esteticamente ligadas às revoltas de 1977, assim como ao seu fracasso revolucionário, essas HQs problematizam o estatuto da modernidade dos quadrinhos, dialogando com as vanguardas artísticas e, ao mesmo passo, instaurando um tempo distinto aos regimes da arte. Busca-se, portanto, investigar estética e narrativamente nesses quadrinhos italianos pós-77 sua potência mítica, temporalidades heterogêneas e apelo a um povo porvir.
Intexto, 2020
A carreira de Charles Chaplin, especialmente em sua fase na Keystone, tem um fundamento na violên... more A carreira de Charles Chaplin, especialmente em sua fase na Keystone, tem um fundamento na violência. Ou em duas violências: a primeira, a violência física das trombadas e pontapés que seu personagem Carlitos desfere em seus antagonistas; e a segunda, a violência motora, do movimento incessante pelo campo cinematográfico e através dos planos. Propomos uma análise desta dupla valência da violência em Chaplin como princípio fundador da poesia cinematográfica silenciosa: como esta violência motora e física se transforma em balé? Será analisada a trajetória de Chaplin em seus primeiros curtas por meio de uma reconstrução narrativa e histórica do cinema, em busca do nascimento da poesia fílmica.
Esferas, 2017
Entre 1975 e 1976, o quadrinista Moebius (Jean Giraud) lançou uma história que, pode-se dizer, re... more Entre 1975 e 1976, o quadrinista Moebius (Jean Giraud) lançou uma história que, pode-se dizer, revolucionaria as histórias em quadrinhos. Totalmente “silenciosa”, sem inferências gráficas a textos e sem falas, Arzach investia em um universo profundamente onírico e que realizava um aproveitamento máximo da imagem muda para desenvolver um sofisticado sistema de declinação icônica. A partir de autores como Barthes, Groensteen e Chion, além de uma comparação com o cinema silencioso, procuramos neste artigo pensar os efeitos da ausência quase total da palavra escrita em Arzach e seus desdobramentos para uma etiologia dos quadrinhos mudos.
Acta Universitatis Sapientiae, Film and Media Studies, 2016
The so-called German Weimar Cinema encompasses a profusion of films that used frame narratives. I... more The so-called German Weimar Cinema encompasses a profusion of films that used frame narratives. In the case of Paul Leni’s
Rebeca - Revista Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, 2016
O grito é uma ação presente no cinema silencioso desde os seus primórdios, quando os ambientes ci... more O grito é uma ação presente no cinema silencioso desde os seus primórdios, quando os ambientes cinematográficos eram caóticos e carregados de todo tipo de som. No crepúsculo do cinema silencioso nos anos 1930, o grito converge para dentro dos filmes, em representações existencialistas. A partir desta metáfora e de uma aparelhagem conceitual retirada da “Audiovisão” de Michel Chion, analisaremos dois casos extremos da relação entre cinema silencioso e cinema sonoro: o ubiquidade sonora e espacial em Ivan o terrível, de Eisenstein, e o som que ratifica o silêncio em Moana with sound, versão sonorizada do clássico mudo de Robert Flaherty.
CASA: Cadernos de Semiótica Aplicada, 2011
O teatro e o cinema, enquanto meios de expressão aparentemente semelhantes, encontraram na estéti... more O teatro e o cinema, enquanto meios de expressão aparentemente semelhantes, encontraram na estética expressionista (no decorrer do século XX) maneiras muito eficientes de potencializar suas próprias formas de comunicar. Assim, as artes dramatúrgica, literária e cinematográfica brasileiras acabaram também encontrando meios de vincular suas identidades ao potencial delineador do expressionismo. O famoso dramaturgo Antunes Filho explora as ambiguidades formais e temáticas do texto Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues, a partir de um avanço sobre a linguagem teatral com uma câmera de cinema. Nesse filme-peça, a ambiguidade característica do texto rodrigueano se expande para uma metalinguagem que, de maneira paradoxal, aproxima e distancia o teatro do cinema. Da mesma forma, o filme silencioso Limite, de Mário Peixoto, usa o dispositivo cinema para, ao mesmo tempo, recapitular e sublimar o conteúdo expressionista do qual é herdeiro, tornando essas obras da arte brasileira exemplos de co...
CASA: Cadernos de Semiótica Aplicada, 2009
O faroeste é um gênero cinematográfico que sempre primou por dualidades bem claras, procurando di... more O faroeste é um gênero cinematográfico que sempre primou por dualidades bem claras, procurando distinguir a civilização e a selvageria através de arquétipos que cumprem funções bem estabelecidas no projeto civilizatório norte-americano. Rastros de Ódio, filme de John Ford de 1956, reinaugura a tradição do faroeste revertendo esses princípios e estabelecendo espaços simbólicos diferenciais a partir de motivos abstratos como o conflito, a fuga e a busca. Nessa nova configuração, o que se pensa dominante na verdade é dominado por um discurso velado, que fala através de um lócus anterior. Índios, cowboys, mestiços, mexicanos e outros se misturam em instâncias em que, pensando estar cultivando um determinado discurso, na verdade projetam a fala do outro. Este ventriloquismo étnico é o que desloca as verdadeiras fronteiras simbólicas com que esses personagens se deparam, exibindo uma América que se identifica pela negatividade.
... se interpuseram nas minhas obsessões fílmicas e pessoais, além de terem aberto, para mim, um ... more ... se interpuseram nas minhas obsessões fílmicas e pessoais, além de terem aberto, para mim, um mundo onde a ética, o amor ea curiosidade podem andar juntos; e é também dedicado a Anna Carolina Baião, pessoa com ... Welles e Maria Falconetti (a Joana d'Arc de Dreyer). ...
Razón y Palabra, 2019
This article deals with the production and use methods of photography since the official announce... more This article deals with the production and use methods of photography since the official announcement of your invention, in 1839, until the beginning of 20th century. Based on a bibliography review from past and present authors, it analyses not only the term photographic document but also the historical, social and cultural context of this period and how the advent of the new medium was marked by a huge diversity of practices with different ethical and aesthetical proposals that, often paradoxically, ranged between the notion of photographic documentation founded on idea of photography as evidence – as it would be a direct and objective record of the reality – and the concept of “artistic photography” as a product uniquely of pictorial and personal creation of its author.
Revista Mídia e Cotidiano
As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e apelam para uma razão poétic... more As imagens do tarô, assim como as dos quadrinhos, são arquetípicas e apelam para uma razão poética atuante nas brechas entre elas, convidando o leitor a constantes exercícios de montagens e remontagens narrativas. A partir dos estudos da imagem de Warburg e Didi-Huberman adentramos a poeticidade dessas imagens que consideramos imagens-sonho dotadas de potência aurática imaginante. Também recorremos ao conceito de razão poética proposto por Zambrano. A análise de tiras Gasoline Alley, de Frank King, ampara nossa proposta. Concluímos que os saberes imagéticos do tarô baseiam-se em uma linguagem que ultrapassa códigos e sistemas de significação, estendendo seu alcance a uma potência latente, atuante na dimensão aurática das imagens-sonho. Dimensão também presente nas imagens dos quadrinhos, cuja teorização permite abrir-se a competências imaginativas.
Revista FAMECOS
Este trabalho faz uma análise do filme O martírio de Joana D’Arc, de Carl Dreyer, a partir de 3 v... more Este trabalho faz uma análise do filme O martírio de Joana D’Arc, de Carl Dreyer, a partir de 3 vértices que compõem uma axiologia do cinema silencioso. Em primeiro lugar, o gesto, que disputa com a imagem o privilégio de fundar a expressão silenciosa. Em segundo lugar, o rosto, atuando ora como “buraco negro” deleuziano, e ora como código semiológico através de uma sintagmática demonstrada nos procedimentos fílmicos. Por fim, somos levados a uma análise da morte no filme como aporia derridiana. O corolário teórico que norteia esta abordagem são as ideias de Antonin Artaud para o cinema.
Acta Universitatis Sapientiae, Film and Media Studies, 2016
The so-called German Weimar Cinema encompasses a profusion of films that used frame narratives. I... more The so-called German Weimar Cinema encompasses a profusion of films that used frame narratives. In the case of Paul Leni’s Waxworks (Das Wachsfigurenkabinett, 1924), as the framing stems from a literary act (the stories are framed by the act of narration), the film proposes the mise-enabyme technique as a sort of immersion into the intermedial when it deals with notions like speaking, writing, silence, image and cinema. In the case of silent cinema, and especially in Waxworks, the presence of a perverse relation with the medium of writing becomes noticeable (producing a fantasy of writing), since every effort to represent the literary act on film results in an infinite production of silent images, creating a parody effect and even postulating an act of aggression against writing. This confrontational relation between the writing code and the code of the mute image in silent cinema allows us to suggest that there is an inherent inflexibility in the language of silent cinema which does not allow the coexistence of written and spoken word as complementary codes. On the contrary, in silent cinema, the image and the silence of the film seem to work against the word, the spoken word being set forth against silence, and the written word against images.
Memorare, 2019
Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das revista... more Os quadrinhos italianos, a partir do movimento de 77, são marcados pelas experiências das revistas Cannibale e Frigidaire. Criadas por Stefano Tamburini, é nelas que histórias em quadrinhos como RanXerox, de Tamburini e Tanino Liberatore, e Squeak the Mouse, de Massimo Mattioli, são publicadas. Não só esteticamente ligadas às revoltas de 1977, assim como ao seu fracasso revolucionário, essas HQs problematizam o estatuto da modernidade dos quadrinhos, dialogando com as vanguardas artísticas e, ao mesmo passo, instaurando um tempo distinto aos regimes da arte. Busca-se, portanto, investigar estética e narrativamente nesses quadrinhos italianos pós-77 sua potência mítica, temporalidades heterogêneas e apelo a um povo porvir.