Alana Brezolin | Universidade de Caxias do Sul (original) (raw)
Papers by Alana Brezolin
Cadernos Literários, 2024
Este artigo objetiva discutir gênero, na perspectiva da historiadora Joan Scott, a partir de Gêne... more Este artigo objetiva discutir gênero, na perspectiva da historiadora Joan Scott, a partir de Gênero: uma categoria útil para análise histórica (2019), originalmente publicado em 1986, tendo em vista o romance A intrusa, de Júlia Lopes de Almeida (2019), lançado pela primeira vez em 1905. Para chegar ao propósito estabelecido, partimos inicialmente da apresentação da escritora Júlia Lopes de Almeida, um nome posto em segundo plano na construção da narrativa historiográfica brasileira. No entanto, atualmente, muitas pesquisas de resgate de sua obra estão sendo desenvolvidas. Em seguida, apresentamos algumas considerações sobre gênero a partir do que Joan Scott postulou no texto acima referido. Por fim, discutimos gênero, na definição proposta pela autora, como um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos e como uma forma primeira de significar as relações de poder, tendo em vista a obra A intrusa, de Júlia Lopes de Almeida (2019). A leitura sugerida nos possibilitará perceber a construção de gênero na sociedade carioca do século XIX, representada na obra de D. Júlia.
Universidade de Caxias do Sul, 2020
Este trabalho tem como objetivo investigar em que medida a literatura fantástica pode servir como... more Este trabalho tem como objetivo investigar em que medida a literatura fantástica pode servir como ferramenta para incentivar a leitura, a fim de compreender como se dá a interação literatura fantástica e leitor. Para isso, definições de leitura e de literatura foram apresentadas, tanto em sentido amplo quanto restrito. Além disso, verificou-se como normalmente são e como poderiam ocorrer a leitura do texto literário na escola e as aulas de literatura. Quanto à literatura fantástica, o(s) seu(s) percurso(s) histórico(s) e algumas concepções teóricas sobre ela foram apresentadas. Por fim, relacionou-se leitura, ensino e literatura fantástica, com a intenção de perceber como ela pode promover o incentivo à leitura. Para a realização deste trabalho, optou-se, principalmente, pela pesquisa bibliográfica, mas, também, uma pesquisa informal a partir de bases de dados e de levantamentos foi realizada. Constatou-se que a literatura fantástica pode incentivar a leitura, em especial, na medida em que depende da ativa participação do leitor ou de sua pró-atividade, bem como propõe um jogo entre o real e o irreal.
Revista Água Viva , 2021
Este artigo pretende discutir a construção do fantástico clássico e do fantástico contemporâneo n... more Este artigo pretende discutir a construção do fantástico clássico e do fantástico contemporâneo nos contos "As rosas", de Júlia Lopes de Almeida, integrante da obra Ânsia eterna (2019) e "As flores", de Augusta Faro, da obra A friagem (1999). A pesquisa será de cunho bibliográfico e realizará um breve percurso pelos teóricos do fantástico clássico, como Todorov (2017) e Bessière (2012) e do fantástico contemporâneo, também chamado de neofantástico, como Alazraki (1990) e Roas (2014). Objetiva-se analisar a presença do fantástico na obra de Júlia Lopes de Almeida e a evolução do gênero na narrativa de Augusta Faro. Além disso, é de fundamental importância trazer à tona os escritos de Almeida, importante escritora do século XIX, esquecida pela historiografia literária brasileira. Isso também aconteceu com Faro, que tem sua prosa alegórica pouco mencionada no cenário atual.
Macabéa - Revista Eletrônica do Netlli, 2021
A literatura fantástica foi compreendida por muito tempo apenas como aquela que apresentava eleme... more A literatura fantástica foi compreendida por muito tempo apenas como aquela que apresentava elementos sobrenaturais e despertava medo ou horror no leitor. A hesitação e a ambiguidade também foram marcas que caracterizaram fortemente o fantástico e ainda são recordadas hoje. Atualmente, contudo, estudos pautados mais na relação do fantástico com o real e/ou a realidade e a cultura se apresentam de modo relevante. Desse modo, já podemos diferenciar o fantástico tradicional do fantástico contemporâneo. Além disso, percebemos a possibilidade do exame do fantástico tanto em uma perspectiva ampla quanto restrita. Neste artigo procuramos apresentar um panorama histórico e teórico da literatura fantástica. Iniciamos indicando o(s) percurso(s) histórico(s) do fantástico e, de modo mais amplo, do insólito, a fim de compreender como o fantástico e o insólito se definem e de especular sobre quando e onde surgiu a literatura fantástica. Em seguida, expomos, discutimos e contrapomos as concepções sobre o fantástico dos teóricos David Roas (2014), Irène Bessière (2012), Jaime Alazraki (1990) e Tzvetan Todorov (2017).
Books by Alana Brezolin
Anais do V Seminário Internacional de Língua, Literatura e Processos Culturais – SILLPRO, 2023
Este artigo tem como objetivo discutir sobre a literatura fantástica brasileira de autoria femini... more Este artigo tem como objetivo discutir sobre a literatura fantástica brasileira de autoria feminina, que esteve e, em certa medida, ainda permanece à margem do cânone por duas razões: primeiro, pelo próprio fato de se configurar como literatura fantástica e, segundo, por ser escrita por uma mulher. Para chegar ao propósito estabelecido, inicialmente partimos de breves considerações teóricas a respeito da literatura fantástica a partir dos teóricos Tzvetan Todorov (2017) e David Roas (2014). Em seguida investigamos a origem e o desenvolvimento do gênero no Brasil, a fim de mostrarmos que se a literatura fantástica brasileira pareceu não existir por muito tempo é porque permaneceu, até o século passado, invisível, sendo posta à margem do cânone. Para esta análise consultamos as pesquisas de Murilo Garcia Gabrielli (2002, 2004), Karla Menezes Lopes Niels (2018) e Bruno Anselmi Matangrano e Enéias Tavares (2019). Dessa produção, observamos, mais especificamente, a presença feminina em antologias de literatura fantástica publicadas no Brasil. Com isso, debatemos sobre o cânone a partir de Lúcia Osana Zolin (2009) e Roberto Reis (1992). A leitura proposta nos possibilitou perceber o quanto o fantástico brasileiro feminino está à margem, as causas disso e o que modificou e tem modificado esse cenário.
Thesis by Alana Brezolin
Universidade de Caxias do Sul, 2023
Esta dissertação compreende em que medida se altera a manifestação do fantástico, no que tange às... more Esta dissertação compreende em que medida se altera a manifestação do fantástico, no que tange às inscrições do real nele, nos contos "A casa dos mortos", de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), publicado na imprensa em 1893 e presente na coletânea Ânsia eterna, lançada em 1903; e "As flores", de Augusta Faro (1948-), que compõe a coletânea A friagem, publicada no ano de 1998, tendo em vista o anseio da literatura fantástica em buscar o ou se aproximar do real, uma vez que, segundo o teórico espanhol David Roas (2011, 2014), o objetivo do fantástico é refletir e questionar sobre a realidade e seus limites, desestabilizando-os. Este estudo pretende, portanto, defender que o fantástico não se opõe ao real, porque percebemos o anseio da literatura fantástica em buscar o ou se aproximar do real. Consideramos mais adequado afirmar que o fantástico se contrasta com o real do que se opõe a ele. Ainda que toda a ficção tenha um amparo no real, visamos ressaltar que o fantástico também depende do real para se sustentar, visto que, pela presença do sobrenatural, o fantástico possa parecer mais ficcional ou menos realista do que outras narrativas. Isso será demonstrado na literatura fantástica brasileira de autoria feminina, de duas escritoras que apresentam com grande maestria o fantástico: Júlia Lopes de Almeida e Augusta Faro. Ambas, contudo, na construção da narrativa historiográfica brasileira, ou foram postas em segundo plano, ou silenciadas: a primeira, apesar de ter sido uma importante escritora do século XIX, reconhecida internacionalmente, e, a segunda, ainda que conte com uma relevante prosa alegórica do século XX e XXI. A pesquisa toma como suporte teórico, entre outras, as discussões de Murilo Garcia Gabrielli (2004), Karla Menezes Lopes Niels (2018) e Bruno Anselmi Matangrano e Enéias Tavares (2019), sobre a literatura fantástica brasileira; Constância Lima Duarte (1997), Zahidé Lupinacci Muzart (1997), Roberto Reis (1992) e Lúcia Osana Zolin (2009), sobre a literatura de autoria feminina e suas relações com o cânone; Tzvetan Todorov (2017), Irène Bessière (2012), Jaime Alazraki (1990) e David Roas (2011, 2014), sobre a teoria da literatura fantástica; Roberto Reis (1980) e David Roas (2011, 2014), sobre as inscrições do real; e Francisco Vicente de Paula Júnior (2011), David Roas (2020) e Ana Paula dos Santos Martins (2021), sobre o fantástico feminino. Os resultados apontam para a evolução da literatura fantástica, de "A casa dos mortos" (2019), de Júlia Lopes de Almeida a "As flores" (2001), de Augusta Faro. Além disso, mostram que ambos os contos apresentam inscrições do real, em que não só elementos reais constituem os textos, pois as narrativas também estão construídas a fim de demonstrar que funcionam como o real.
Cadernos Literários, 2024
Este artigo objetiva discutir gênero, na perspectiva da historiadora Joan Scott, a partir de Gêne... more Este artigo objetiva discutir gênero, na perspectiva da historiadora Joan Scott, a partir de Gênero: uma categoria útil para análise histórica (2019), originalmente publicado em 1986, tendo em vista o romance A intrusa, de Júlia Lopes de Almeida (2019), lançado pela primeira vez em 1905. Para chegar ao propósito estabelecido, partimos inicialmente da apresentação da escritora Júlia Lopes de Almeida, um nome posto em segundo plano na construção da narrativa historiográfica brasileira. No entanto, atualmente, muitas pesquisas de resgate de sua obra estão sendo desenvolvidas. Em seguida, apresentamos algumas considerações sobre gênero a partir do que Joan Scott postulou no texto acima referido. Por fim, discutimos gênero, na definição proposta pela autora, como um elemento constitutivo de relações sociais baseado nas diferenças percebidas entre os sexos e como uma forma primeira de significar as relações de poder, tendo em vista a obra A intrusa, de Júlia Lopes de Almeida (2019). A leitura sugerida nos possibilitará perceber a construção de gênero na sociedade carioca do século XIX, representada na obra de D. Júlia.
Universidade de Caxias do Sul, 2020
Este trabalho tem como objetivo investigar em que medida a literatura fantástica pode servir como... more Este trabalho tem como objetivo investigar em que medida a literatura fantástica pode servir como ferramenta para incentivar a leitura, a fim de compreender como se dá a interação literatura fantástica e leitor. Para isso, definições de leitura e de literatura foram apresentadas, tanto em sentido amplo quanto restrito. Além disso, verificou-se como normalmente são e como poderiam ocorrer a leitura do texto literário na escola e as aulas de literatura. Quanto à literatura fantástica, o(s) seu(s) percurso(s) histórico(s) e algumas concepções teóricas sobre ela foram apresentadas. Por fim, relacionou-se leitura, ensino e literatura fantástica, com a intenção de perceber como ela pode promover o incentivo à leitura. Para a realização deste trabalho, optou-se, principalmente, pela pesquisa bibliográfica, mas, também, uma pesquisa informal a partir de bases de dados e de levantamentos foi realizada. Constatou-se que a literatura fantástica pode incentivar a leitura, em especial, na medida em que depende da ativa participação do leitor ou de sua pró-atividade, bem como propõe um jogo entre o real e o irreal.
Revista Água Viva , 2021
Este artigo pretende discutir a construção do fantástico clássico e do fantástico contemporâneo n... more Este artigo pretende discutir a construção do fantástico clássico e do fantástico contemporâneo nos contos "As rosas", de Júlia Lopes de Almeida, integrante da obra Ânsia eterna (2019) e "As flores", de Augusta Faro, da obra A friagem (1999). A pesquisa será de cunho bibliográfico e realizará um breve percurso pelos teóricos do fantástico clássico, como Todorov (2017) e Bessière (2012) e do fantástico contemporâneo, também chamado de neofantástico, como Alazraki (1990) e Roas (2014). Objetiva-se analisar a presença do fantástico na obra de Júlia Lopes de Almeida e a evolução do gênero na narrativa de Augusta Faro. Além disso, é de fundamental importância trazer à tona os escritos de Almeida, importante escritora do século XIX, esquecida pela historiografia literária brasileira. Isso também aconteceu com Faro, que tem sua prosa alegórica pouco mencionada no cenário atual.
Macabéa - Revista Eletrônica do Netlli, 2021
A literatura fantástica foi compreendida por muito tempo apenas como aquela que apresentava eleme... more A literatura fantástica foi compreendida por muito tempo apenas como aquela que apresentava elementos sobrenaturais e despertava medo ou horror no leitor. A hesitação e a ambiguidade também foram marcas que caracterizaram fortemente o fantástico e ainda são recordadas hoje. Atualmente, contudo, estudos pautados mais na relação do fantástico com o real e/ou a realidade e a cultura se apresentam de modo relevante. Desse modo, já podemos diferenciar o fantástico tradicional do fantástico contemporâneo. Além disso, percebemos a possibilidade do exame do fantástico tanto em uma perspectiva ampla quanto restrita. Neste artigo procuramos apresentar um panorama histórico e teórico da literatura fantástica. Iniciamos indicando o(s) percurso(s) histórico(s) do fantástico e, de modo mais amplo, do insólito, a fim de compreender como o fantástico e o insólito se definem e de especular sobre quando e onde surgiu a literatura fantástica. Em seguida, expomos, discutimos e contrapomos as concepções sobre o fantástico dos teóricos David Roas (2014), Irène Bessière (2012), Jaime Alazraki (1990) e Tzvetan Todorov (2017).
Anais do V Seminário Internacional de Língua, Literatura e Processos Culturais – SILLPRO, 2023
Este artigo tem como objetivo discutir sobre a literatura fantástica brasileira de autoria femini... more Este artigo tem como objetivo discutir sobre a literatura fantástica brasileira de autoria feminina, que esteve e, em certa medida, ainda permanece à margem do cânone por duas razões: primeiro, pelo próprio fato de se configurar como literatura fantástica e, segundo, por ser escrita por uma mulher. Para chegar ao propósito estabelecido, inicialmente partimos de breves considerações teóricas a respeito da literatura fantástica a partir dos teóricos Tzvetan Todorov (2017) e David Roas (2014). Em seguida investigamos a origem e o desenvolvimento do gênero no Brasil, a fim de mostrarmos que se a literatura fantástica brasileira pareceu não existir por muito tempo é porque permaneceu, até o século passado, invisível, sendo posta à margem do cânone. Para esta análise consultamos as pesquisas de Murilo Garcia Gabrielli (2002, 2004), Karla Menezes Lopes Niels (2018) e Bruno Anselmi Matangrano e Enéias Tavares (2019). Dessa produção, observamos, mais especificamente, a presença feminina em antologias de literatura fantástica publicadas no Brasil. Com isso, debatemos sobre o cânone a partir de Lúcia Osana Zolin (2009) e Roberto Reis (1992). A leitura proposta nos possibilitou perceber o quanto o fantástico brasileiro feminino está à margem, as causas disso e o que modificou e tem modificado esse cenário.
Universidade de Caxias do Sul, 2023
Esta dissertação compreende em que medida se altera a manifestação do fantástico, no que tange às... more Esta dissertação compreende em que medida se altera a manifestação do fantástico, no que tange às inscrições do real nele, nos contos "A casa dos mortos", de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), publicado na imprensa em 1893 e presente na coletânea Ânsia eterna, lançada em 1903; e "As flores", de Augusta Faro (1948-), que compõe a coletânea A friagem, publicada no ano de 1998, tendo em vista o anseio da literatura fantástica em buscar o ou se aproximar do real, uma vez que, segundo o teórico espanhol David Roas (2011, 2014), o objetivo do fantástico é refletir e questionar sobre a realidade e seus limites, desestabilizando-os. Este estudo pretende, portanto, defender que o fantástico não se opõe ao real, porque percebemos o anseio da literatura fantástica em buscar o ou se aproximar do real. Consideramos mais adequado afirmar que o fantástico se contrasta com o real do que se opõe a ele. Ainda que toda a ficção tenha um amparo no real, visamos ressaltar que o fantástico também depende do real para se sustentar, visto que, pela presença do sobrenatural, o fantástico possa parecer mais ficcional ou menos realista do que outras narrativas. Isso será demonstrado na literatura fantástica brasileira de autoria feminina, de duas escritoras que apresentam com grande maestria o fantástico: Júlia Lopes de Almeida e Augusta Faro. Ambas, contudo, na construção da narrativa historiográfica brasileira, ou foram postas em segundo plano, ou silenciadas: a primeira, apesar de ter sido uma importante escritora do século XIX, reconhecida internacionalmente, e, a segunda, ainda que conte com uma relevante prosa alegórica do século XX e XXI. A pesquisa toma como suporte teórico, entre outras, as discussões de Murilo Garcia Gabrielli (2004), Karla Menezes Lopes Niels (2018) e Bruno Anselmi Matangrano e Enéias Tavares (2019), sobre a literatura fantástica brasileira; Constância Lima Duarte (1997), Zahidé Lupinacci Muzart (1997), Roberto Reis (1992) e Lúcia Osana Zolin (2009), sobre a literatura de autoria feminina e suas relações com o cânone; Tzvetan Todorov (2017), Irène Bessière (2012), Jaime Alazraki (1990) e David Roas (2011, 2014), sobre a teoria da literatura fantástica; Roberto Reis (1980) e David Roas (2011, 2014), sobre as inscrições do real; e Francisco Vicente de Paula Júnior (2011), David Roas (2020) e Ana Paula dos Santos Martins (2021), sobre o fantástico feminino. Os resultados apontam para a evolução da literatura fantástica, de "A casa dos mortos" (2019), de Júlia Lopes de Almeida a "As flores" (2001), de Augusta Faro. Além disso, mostram que ambos os contos apresentam inscrições do real, em que não só elementos reais constituem os textos, pois as narrativas também estão construídas a fim de demonstrar que funcionam como o real.