bruna ariel | University State of Paraiba - UEPB - Brazil (original) (raw)
Papers by bruna ariel
A visão do Circo é fundamental para se entender não só meu Teatro mas toda a poética se encontra ... more A visão do Circo é fundamental para se entender não só meu Teatro mas toda a poética se encontra por trás dele, do meu romance, da minha poesia e até da minha vida, como um dia talvez venha a revelar melhor (Ariano Suassuna, 2008a: 12) O consagrado romancista e dramaturgo brasileiro Ariano Suassuna (2000: 29) dizia que a alma humana é formada por dois hemisférios, um "hemisfério Rei" e um "hemisfério Palhaço": no "hemisfério Rei" estaria o que existe de mais elevado e nobre no ser humano, mas se exacerbado, poderia resultar em extrema crueldade e autoritarismo; ao contrário, o "hemisfério Palhaço" estaria ligado ao riso e este seria o ponto de equilíbrio com o "hemisfério Rei". Quando pensamos em Ariano Suassuna, o que normalmente nos vem à mente é a lembrança do riso durante sua atuação como apresentador das aulas-espetáculo, ou senão, a imagem cômica dos personagens João Grilo e Chicó na adaptação para o cinema de uma de suas obras mais conhecidas: o Auto da Compadecida. O riso, presente na maior parte da obra literária de Suassuna, nem sempre fez parte da sua vida. Seu pai, João Suassuna, ex-governador da Paraíba, foi assassinado quando o filho tinha apenas três anos de idade. Esse fato marcou profundamente o destino do futuro autor, que teve nos livros, no circo e no palhaço Gregório-imortalizado por ele no seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (Suassuna, 2008b: 241)-seus grandes momentos de "escape" e de alegria durante a infância. O circo configura-se como elemento essencial da poética suassuniana e revela-se em sua obra de diversas formas, dentre as quais elencamos as três que nos parecem mais marcantes: 1. Na primeira, o circo aparece de forma clara, visível e bem identificada, inclusive com a presença do palhaço, e pode ser evidenciada na peça Auto da Compadecida. 2. Na segunda, o circo revela-se de forma pontual ou diluído na narrativa, sem ser a temática principal, mas deixando a sua marca. Aqui, serve-nos como exemplo o romance d'A Pedra do Reino.
A visão do Circo é fundamental para se entender não só meu Teatro mas toda a poética se encontra ... more A visão do Circo é fundamental para se entender não só meu Teatro mas toda a poética se encontra por trás dele, do meu romance, da minha poesia e até da minha vida, como um dia talvez venha a revelar melhor (Ariano Suassuna, 2008a: 12) O consagrado romancista e dramaturgo brasileiro Ariano Suassuna (2000: 29) dizia que a alma humana é formada por dois hemisférios, um "hemisfério Rei" e um "hemisfério Palhaço": no "hemisfério Rei" estaria o que existe de mais elevado e nobre no ser humano, mas se exacerbado, poderia resultar em extrema crueldade e autoritarismo; ao contrário, o "hemisfério Palhaço" estaria ligado ao riso e este seria o ponto de equilíbrio com o "hemisfério Rei". Quando pensamos em Ariano Suassuna, o que normalmente nos vem à mente é a lembrança do riso durante sua atuação como apresentador das aulas-espetáculo, ou senão, a imagem cômica dos personagens João Grilo e Chicó na adaptação para o cinema de uma de suas obras mais conhecidas: o Auto da Compadecida. O riso, presente na maior parte da obra literária de Suassuna, nem sempre fez parte da sua vida. Seu pai, João Suassuna, ex-governador da Paraíba, foi assassinado quando o filho tinha apenas três anos de idade. Esse fato marcou profundamente o destino do futuro autor, que teve nos livros, no circo e no palhaço Gregório-imortalizado por ele no seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (Suassuna, 2008b: 241)-seus grandes momentos de "escape" e de alegria durante a infância. O circo configura-se como elemento essencial da poética suassuniana e revela-se em sua obra de diversas formas, dentre as quais elencamos as três que nos parecem mais marcantes: 1. Na primeira, o circo aparece de forma clara, visível e bem identificada, inclusive com a presença do palhaço, e pode ser evidenciada na peça Auto da Compadecida. 2. Na segunda, o circo revela-se de forma pontual ou diluído na narrativa, sem ser a temática principal, mas deixando a sua marca. Aqui, serve-nos como exemplo o romance d'A Pedra do Reino.