Rafael Follmann dos Santos | Universidade Estadual de Ponta Grossa (original) (raw)

Uploads

Papers by Rafael Follmann dos Santos

Research paper thumbnail of Territórios canábicos: visita de campo à Associação Santa Cannabis

Em fevereiro de 2023, a Associação Santa Cannabis de Florianópolis-SC recebeu autorização judicia... more Em fevereiro de 2023, a Associação Santa Cannabis de Florianópolis-SC recebeu autorização judicial para realizar cultivo e extração de cannabis para fins medicinais. A convite do presidente de uma Associação paranaense, foi aproveitada a oportunidade para visitar a Santa Cannabis algumas semanas após a autorização para cultivo ser concedida. Etapa metodológica de um projeto de doutorado que trata da territorialização das Associações Canábicas brasileiras, este texto relata a experiência do primeiro campo conduzido com uma Associação autorizada a cultivar cannabis. Entre os resultados, além das perspectivas obtidas por vivenciar um dia de trabalho na Associação, é destacado seu papel social enquanto um dos principais aspectos de suas territorialidades.

Research paper thumbnail of COSTA VERDE: UMA REGIONALIZAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES CANÁBICAS BRASILEIRAS

Cannabis Social Club" (CSC) 26 é uma associação não-lucrativa que visa fornecer cannabis entre um... more Cannabis Social Club" (CSC) 26 é uma associação não-lucrativa que visa fornecer cannabis entre um circuito fechado de adultos usuários de cannabis (Decorte et al., 2017). Surge na busca por leis com potencial interpretação de tolerância à cannabis, configurando uma atividade de cultivo coletivo que não se enquadre nas ofensas jurídicas locais. Portanto, os clubes de cannabis surgem primeiro como uma sociedade ativista. Com as recentes mudanças da ANVISA 27 e a popularização da cannabis medicinal no Brasil (Bôas & Rezende, 2020), cada vez mais associações canábicas são registradas reivindicando acesso ao medicamento. Cerca de 15 estados brasileiros possuem alguma associação canábica registrada (Figura 1 e Figura 2).

Research paper thumbnail of GEOGRAFIA E CANNABIS: disputas territoriais no Brasil

CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, 2021

Desde milhares de anos atrás a Cannabis spp. possui relação com a humanidade. Hoje proibida em p... more Desde milhares de anos atrás a Cannabis spp. possui relação com a humanidade. Hoje proibida em países como o Brasil, o cultivo e comércio legal de cannabis costumam ser exclusivos para finalidades medicinais, enquanto o uso recreativo constitui uma demanda por maconha que é sustentada por produções ilegais. O acesso legal da cannabis é resultado dos interesses de diferentes grupos projetados na disputa pelo controle dos territórios nacionais. Embora estes interesses também provenham da influência de países estrangeiros, as disputas territoriais possuem configurações únicas em cada país. No caso do Brasil, nem um esforço foi realizado para identificar os possíveis territórios configurados nessa disputa. Após revisar aspectos da cannabis com relação aos processos territoriais que resultam do seu status legal, são propostos conceitos que buscam compreender como se configuram os diferentes territórios que disputam a cannabis no Brasil. Quatro territórios foram identificados e conceituados. Este é um estudo singular e que se inicia, ainda há muito para se investigar sobre as geografias da cannabis, e seus possíveis subcampos, como as territorialidades envolvidas. É esperado que esta discussão estimule novas pesquisas.

Research paper thumbnail of Cannabis no Brasil e questões agrárias

A cannabis possui estreita relação com a história da humanidade. Apesar do cenário ilegal da cann... more A cannabis possui estreita relação com a história da humanidade. Apesar do cenário ilegal da cannabis que se estabeleceu no século XX em países como o Brasil, o consumo e produção ilegal de maconha não cessaram com o tempo. Enquanto isso, os recentes debates estabelecidos em torno do uso medicinal da cannabis instituíram mudanças jurídicas que permitem seu acesso medicinal no país. À demanda ilegal de maconha então, é somada a demanda por cannabis medicinal que se estabeleceu a partir da Lei de Drogas de 2006, e mudanças nas Resoluções de Diretoria Colegiada da ANVISA que vêm ocorrendo desde 2015. Tamanha demanda de cannabis, recreativa e medicinal, implica que cultivos de cannabis sejam tomados em escalas comerciais para atender o consumo de maconha e de cannabis medicinal. O cultivo de cannabis apresenta impactos ambientais, é alvo de manipulação genética, e explora o trabalhado rural nos diferentes cenários de produção. Parte dos problemas referentes à questões agrárias são agravadas pela mal emprego de conceitos, a ausência de uma compreensão efetiva sobre o que é cannabis e como lidar com este problema de um ponto de vista jurídico. Resultado da investigação de mestrado de um dos autores, esta revisão bibliográfica expõe problemas agrários relativos à demanda de cannabis no Brasil.

Research paper thumbnail of SISTEMAS DE CULTIVO ILEGAL DE CANNABIS AO REDOR DO MUNDO

VIº CEPIAL - Congresso Internacional de Cultura e Educação para a Integração da América Latina, 2021

Durante muito tempo o modelo internacional vigente de guerra às drogas tornou impalpável o levant... more Durante muito tempo o modelo internacional vigente de guerra às drogas tornou impalpável o levantamento
de dados espacial e complexo as formas de produção espacial nos locais dominados pelo narcotráfico,
envolvendo diversos atores. Os dados registrados por instituições são imprecisos, raramente refletem a
realidade do quanto de droga é produzida por uma localidade. Por outro lado, registros de apreensões e
outras fontes de informação nos permitem trabalhar em outros aspectos não quantitativos dos dados, ao
revelar que mesmo com dinâmicas aleatórias, as espacialidades de cultivo ilegal de cannabis mais
expressivas estão condicionadas por suas geografias físicas e políticas circundantes, e portanto podem ser
representadas. Por trabalharmos com objetos em relação, consideramos o espaço enquanto um conjunto
indissociável de sistema de objetos e de sistemas de ações. Assim buscamos reconhecer os sistemas de
cultivo ilegal de cannabis ao redor do mundo, conceituando o espaço geográfico como um sistema, ao levantar
dados sobre cannabis e geografia, mapeamos os sistemas de cultivo ilegal, permitindo descrever sobre como
ocorrem suas complexas dinâmicas espaciais agravadas por um contexto de ilegalidade.

Research paper thumbnail of Quantificação das Associações Canábicas do Paraná

Anais XXVII SEMANA DE GEOGRAFIA UEPG, 2021

Como citar este artigo: Follmann, R. S.; Rosas, C. A. R. F. (2021). Quantificação das Associaçõe... more Como citar este artigo:

Follmann, R. S.; Rosas, C. A. R. F. (2021). Quantificação das Associações Canábicas do Paraná. In: XXVII SEMANA DE GEOGRAFIA UEPG, Ponta Grossa. Anais [...] Ponta Grossa: UEPG, 2021. p. 84-88.

Ou

Santos, R. F.; Rosas, C. A. R. F. (2021). Quantificação das Associações Canábicas do Paraná. In: XXVII SEMANA DE GEOGRAFIA UEPG, Ponta Grossa. Anais [...] Ponta Grossa: UEPG, 2021. p. 84-88.

Drafts by Rafael Follmann dos Santos

Research paper thumbnail of Tipos de cannabis: conceitos populares e classificação taxonômica

Texto de apoio do vídeo sobre os tipos de cannabis postado no canal do youtube do autor.

Thesis Chapters by Rafael Follmann dos Santos

Research paper thumbnail of A territorialidade das Associações Canábicas no Paraná

O interesse pela cannabis está em ascensão no Brasil e no mundo. Diversos motivos podem ser indic... more O interesse pela cannabis está em ascensão no Brasil e no mundo. Diversos motivos podem ser indicados como motores deste processo: a experiência com a descriminalização das drogas em alguns países na segunda metade do século XX e a descoberta das propriedades da cannabis medicinal são alguns dos que podem ter despertado a atenção da sociedade sobre esta planta. Muitas questões foram colocadas em xeque, como as reais consequências de fumar maconha, e, atualmente, também se questiona sobre até que ponto esses argumentos são válidos para justificar sua proibição, quando comparada com os prejuízos causados pela criminalização ou pelo consumo de outras drogas, legais e ilegais. Porém, mesmo este sendo um tema de debate crescente entre as ciências sociais, poucos são os estudos que investigam as geografias da cannabis. Definir uma metodologia para a identificação das Associações Canábicas abordadas nesta dissertação requer perceber as dificuldades que envolvem o estudo da cannabis na ciência geográfica. A proibição da cannabis e a estigmatização que esta planta sofreu ao longo do século XX impediu e repeliu iniciativas científicas de estudá-la, sua problematização espacial tornase contraintuitiva ao se tratar de uma planta que, por lei, não deveria existir. Por outro lado, as Associações Canábicas que surgiram no Brasil e no mundo na virada do segundo para o terceiro milênio se apresentam como um potencial terreno para pesquisas espaciais, facilmente localizáveis. Como este modelo costuma surgir como forma de reivindicação de direitos de usuários recreativos e medicinais, o território pode ser uma categoria de análise chave para compreender a espacialidade do fenômeno. Estimativas apontam que no Brasil já existem cerca de 100 Associações Canábicas em atividade, sendo que, por meio deste trabalho, foram identificadas 13 delas atuando no estado do Paraná. Além aproximar os estudos da cannabis com a geografia, estudar as Associações Canábicas também é um tema de interesse de outras áreas do conhecimento ainda não introduzido na ciência geográfica, que também poderia contribuir na compreensão do fenômeno e no debate sobre as consequências positivas e negativas quando as Associações se apresentam como um modelo alternativo de políticas de
drogas. Dessa forma, esta dissertação tem como objetivo principal compreender a territorialidade das Associações Canábicas em atuação no Paraná. Para tanto, buscou-se contextualizá-las dentro de uma geografia da cannabis; definir uma categoria de análise territorial para o fenômeno; identificar as Associações presentes no estado; entrevistar representantes institucionais e associados; e, por fim, caracterizar a territorialidade das Associações Canábicas no Paraná. Apesar de apresentar considerações sobre a territorialidade das Associações presentes no Paraná, uma consideração geral sobre a territorialidade das Associações Canábicas como um todo ainda está para ser construída através do estudo de outros contextos em que este modelo pode ser identificado. Espera-se que o presente trabalho também motive outros pesquisadores, especialmente da área da geografia, a investigarem sobre a cannabis e as Associações Canábicas.

Research paper thumbnail of Territórios canábicos: visita de campo à Associação Santa Cannabis

Em fevereiro de 2023, a Associação Santa Cannabis de Florianópolis-SC recebeu autorização judicia... more Em fevereiro de 2023, a Associação Santa Cannabis de Florianópolis-SC recebeu autorização judicial para realizar cultivo e extração de cannabis para fins medicinais. A convite do presidente de uma Associação paranaense, foi aproveitada a oportunidade para visitar a Santa Cannabis algumas semanas após a autorização para cultivo ser concedida. Etapa metodológica de um projeto de doutorado que trata da territorialização das Associações Canábicas brasileiras, este texto relata a experiência do primeiro campo conduzido com uma Associação autorizada a cultivar cannabis. Entre os resultados, além das perspectivas obtidas por vivenciar um dia de trabalho na Associação, é destacado seu papel social enquanto um dos principais aspectos de suas territorialidades.

Research paper thumbnail of COSTA VERDE: UMA REGIONALIZAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES CANÁBICAS BRASILEIRAS

Cannabis Social Club" (CSC) 26 é uma associação não-lucrativa que visa fornecer cannabis entre um... more Cannabis Social Club" (CSC) 26 é uma associação não-lucrativa que visa fornecer cannabis entre um circuito fechado de adultos usuários de cannabis (Decorte et al., 2017). Surge na busca por leis com potencial interpretação de tolerância à cannabis, configurando uma atividade de cultivo coletivo que não se enquadre nas ofensas jurídicas locais. Portanto, os clubes de cannabis surgem primeiro como uma sociedade ativista. Com as recentes mudanças da ANVISA 27 e a popularização da cannabis medicinal no Brasil (Bôas & Rezende, 2020), cada vez mais associações canábicas são registradas reivindicando acesso ao medicamento. Cerca de 15 estados brasileiros possuem alguma associação canábica registrada (Figura 1 e Figura 2).

Research paper thumbnail of GEOGRAFIA E CANNABIS: disputas territoriais no Brasil

CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, 2021

Desde milhares de anos atrás a Cannabis spp. possui relação com a humanidade. Hoje proibida em p... more Desde milhares de anos atrás a Cannabis spp. possui relação com a humanidade. Hoje proibida em países como o Brasil, o cultivo e comércio legal de cannabis costumam ser exclusivos para finalidades medicinais, enquanto o uso recreativo constitui uma demanda por maconha que é sustentada por produções ilegais. O acesso legal da cannabis é resultado dos interesses de diferentes grupos projetados na disputa pelo controle dos territórios nacionais. Embora estes interesses também provenham da influência de países estrangeiros, as disputas territoriais possuem configurações únicas em cada país. No caso do Brasil, nem um esforço foi realizado para identificar os possíveis territórios configurados nessa disputa. Após revisar aspectos da cannabis com relação aos processos territoriais que resultam do seu status legal, são propostos conceitos que buscam compreender como se configuram os diferentes territórios que disputam a cannabis no Brasil. Quatro territórios foram identificados e conceituados. Este é um estudo singular e que se inicia, ainda há muito para se investigar sobre as geografias da cannabis, e seus possíveis subcampos, como as territorialidades envolvidas. É esperado que esta discussão estimule novas pesquisas.

Research paper thumbnail of Cannabis no Brasil e questões agrárias

A cannabis possui estreita relação com a história da humanidade. Apesar do cenário ilegal da cann... more A cannabis possui estreita relação com a história da humanidade. Apesar do cenário ilegal da cannabis que se estabeleceu no século XX em países como o Brasil, o consumo e produção ilegal de maconha não cessaram com o tempo. Enquanto isso, os recentes debates estabelecidos em torno do uso medicinal da cannabis instituíram mudanças jurídicas que permitem seu acesso medicinal no país. À demanda ilegal de maconha então, é somada a demanda por cannabis medicinal que se estabeleceu a partir da Lei de Drogas de 2006, e mudanças nas Resoluções de Diretoria Colegiada da ANVISA que vêm ocorrendo desde 2015. Tamanha demanda de cannabis, recreativa e medicinal, implica que cultivos de cannabis sejam tomados em escalas comerciais para atender o consumo de maconha e de cannabis medicinal. O cultivo de cannabis apresenta impactos ambientais, é alvo de manipulação genética, e explora o trabalhado rural nos diferentes cenários de produção. Parte dos problemas referentes à questões agrárias são agravadas pela mal emprego de conceitos, a ausência de uma compreensão efetiva sobre o que é cannabis e como lidar com este problema de um ponto de vista jurídico. Resultado da investigação de mestrado de um dos autores, esta revisão bibliográfica expõe problemas agrários relativos à demanda de cannabis no Brasil.

Research paper thumbnail of SISTEMAS DE CULTIVO ILEGAL DE CANNABIS AO REDOR DO MUNDO

VIº CEPIAL - Congresso Internacional de Cultura e Educação para a Integração da América Latina, 2021

Durante muito tempo o modelo internacional vigente de guerra às drogas tornou impalpável o levant... more Durante muito tempo o modelo internacional vigente de guerra às drogas tornou impalpável o levantamento
de dados espacial e complexo as formas de produção espacial nos locais dominados pelo narcotráfico,
envolvendo diversos atores. Os dados registrados por instituições são imprecisos, raramente refletem a
realidade do quanto de droga é produzida por uma localidade. Por outro lado, registros de apreensões e
outras fontes de informação nos permitem trabalhar em outros aspectos não quantitativos dos dados, ao
revelar que mesmo com dinâmicas aleatórias, as espacialidades de cultivo ilegal de cannabis mais
expressivas estão condicionadas por suas geografias físicas e políticas circundantes, e portanto podem ser
representadas. Por trabalharmos com objetos em relação, consideramos o espaço enquanto um conjunto
indissociável de sistema de objetos e de sistemas de ações. Assim buscamos reconhecer os sistemas de
cultivo ilegal de cannabis ao redor do mundo, conceituando o espaço geográfico como um sistema, ao levantar
dados sobre cannabis e geografia, mapeamos os sistemas de cultivo ilegal, permitindo descrever sobre como
ocorrem suas complexas dinâmicas espaciais agravadas por um contexto de ilegalidade.

Research paper thumbnail of Quantificação das Associações Canábicas do Paraná

Anais XXVII SEMANA DE GEOGRAFIA UEPG, 2021

Como citar este artigo: Follmann, R. S.; Rosas, C. A. R. F. (2021). Quantificação das Associaçõe... more Como citar este artigo:

Follmann, R. S.; Rosas, C. A. R. F. (2021). Quantificação das Associações Canábicas do Paraná. In: XXVII SEMANA DE GEOGRAFIA UEPG, Ponta Grossa. Anais [...] Ponta Grossa: UEPG, 2021. p. 84-88.

Ou

Santos, R. F.; Rosas, C. A. R. F. (2021). Quantificação das Associações Canábicas do Paraná. In: XXVII SEMANA DE GEOGRAFIA UEPG, Ponta Grossa. Anais [...] Ponta Grossa: UEPG, 2021. p. 84-88.

Research paper thumbnail of Tipos de cannabis: conceitos populares e classificação taxonômica

Texto de apoio do vídeo sobre os tipos de cannabis postado no canal do youtube do autor.

Research paper thumbnail of A territorialidade das Associações Canábicas no Paraná

O interesse pela cannabis está em ascensão no Brasil e no mundo. Diversos motivos podem ser indic... more O interesse pela cannabis está em ascensão no Brasil e no mundo. Diversos motivos podem ser indicados como motores deste processo: a experiência com a descriminalização das drogas em alguns países na segunda metade do século XX e a descoberta das propriedades da cannabis medicinal são alguns dos que podem ter despertado a atenção da sociedade sobre esta planta. Muitas questões foram colocadas em xeque, como as reais consequências de fumar maconha, e, atualmente, também se questiona sobre até que ponto esses argumentos são válidos para justificar sua proibição, quando comparada com os prejuízos causados pela criminalização ou pelo consumo de outras drogas, legais e ilegais. Porém, mesmo este sendo um tema de debate crescente entre as ciências sociais, poucos são os estudos que investigam as geografias da cannabis. Definir uma metodologia para a identificação das Associações Canábicas abordadas nesta dissertação requer perceber as dificuldades que envolvem o estudo da cannabis na ciência geográfica. A proibição da cannabis e a estigmatização que esta planta sofreu ao longo do século XX impediu e repeliu iniciativas científicas de estudá-la, sua problematização espacial tornase contraintuitiva ao se tratar de uma planta que, por lei, não deveria existir. Por outro lado, as Associações Canábicas que surgiram no Brasil e no mundo na virada do segundo para o terceiro milênio se apresentam como um potencial terreno para pesquisas espaciais, facilmente localizáveis. Como este modelo costuma surgir como forma de reivindicação de direitos de usuários recreativos e medicinais, o território pode ser uma categoria de análise chave para compreender a espacialidade do fenômeno. Estimativas apontam que no Brasil já existem cerca de 100 Associações Canábicas em atividade, sendo que, por meio deste trabalho, foram identificadas 13 delas atuando no estado do Paraná. Além aproximar os estudos da cannabis com a geografia, estudar as Associações Canábicas também é um tema de interesse de outras áreas do conhecimento ainda não introduzido na ciência geográfica, que também poderia contribuir na compreensão do fenômeno e no debate sobre as consequências positivas e negativas quando as Associações se apresentam como um modelo alternativo de políticas de
drogas. Dessa forma, esta dissertação tem como objetivo principal compreender a territorialidade das Associações Canábicas em atuação no Paraná. Para tanto, buscou-se contextualizá-las dentro de uma geografia da cannabis; definir uma categoria de análise territorial para o fenômeno; identificar as Associações presentes no estado; entrevistar representantes institucionais e associados; e, por fim, caracterizar a territorialidade das Associações Canábicas no Paraná. Apesar de apresentar considerações sobre a territorialidade das Associações presentes no Paraná, uma consideração geral sobre a territorialidade das Associações Canábicas como um todo ainda está para ser construída através do estudo de outros contextos em que este modelo pode ser identificado. Espera-se que o presente trabalho também motive outros pesquisadores, especialmente da área da geografia, a investigarem sobre a cannabis e as Associações Canábicas.