Tales Santos Pereira | Universidade Estadual de Santa Cruz (original) (raw)
Papers by Tales Santos Pereira
Revista do GELNE
Discute-se a seguinte problemática: de que modo nos contos “A orgia dos loucos” e “O exorcismo”, ... more Discute-se a seguinte problemática: de que modo nos contos “A orgia dos loucos” e “O exorcismo”, que integram a obra Orgia dos loucos, de Ungulani Ba Ka Khosa (2016), enquanto representantes da literatura moçambicana, apresentam relações entre trauma, memória e violência relativas à realidade social vivenciada em Moçambique? Para tanto, realiza-se um estudo essencialmente de cunho bibliográfico, com base nas discussões sobre trauma, violência e literatura encontradas em Ginzburg (2004, 2011, 2012) e Selligmann-Silva (2008, 2016). Enquanto resultado de análise, acreditamos que o autor em estudo elabora, nessas narrativas, uma linguagem hiperbólica da destruição, verdadeira orgia de corpos jogados no abismo da morte e da desumanização.
Letras
Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes (1990), propomos uma leitu... more Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes (1990), propomos uma leitura homoerótica da narrativa jornalística de cunho biográfico “Manuel nunca dijo adiós”, de Tomás Eloy Martínez, e do roteiro cinematográfico La tajada, de Manuel Puig, a fim de flagrar vestígios e pormenores de identidades e subjetividades homoeroticamente inclinadas. Dessa forma, os biografemas revelados, em cenas de flertes, paqueras, flashs da infância e memórias de grandes ícones, constituem-se enquanto espaço de discussão das representações da dissidência sexual e da multiplicidade de agenciamentos, modos de ler, ser, viver e interpretar o mundo.
Litterata: Revista do Centro de Estudos Hélio Simões
Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, objetivam... more Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, objetivamos compreendê-la enquanto meio que conduz o poeta à construção de um espaço identitário e de enunciação, em contrapartida aos discursos de dominação heteropatriarcais. Amparados teoricamente, através de pesquisa bibliográfico-analítica, em autores como Barcellos (2006), Lopes (2002) e García (2011; 2014), que discutem a relação entre literatura e homoerotismo, assim como em Cabañas (2005; 2009) e Calegari (2010), que estudam o fenômeno da poesia marginal da década de 1970, seguiremos o encalço da voz marginal projetada na poética do autor e do sujeito homossexual que a enuncia, direcionando nossas conclusões para a tônica imperativa e transgressora que compõe o cenário em Falo.
Revista Letras, 2019
RESUMO: Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes, propomos uma leit... more RESUMO: Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes, propomos uma leitura homoerótica da narrativa jornalística de cunho biográfico "Manuel nunca dijo adiós", de Tomás Eloy Martínez, e do roteiro cinematográfico La tajada, de Manuel Puig, a fim de flagrar vestígios e pormenores de identidades e subjetividades homoeroticamente inclinadas. Dessa forma, os biografemas revelados, em cenas de flertes, paqueras, flashes da infância e memórias de grandes ícones, constituem-se enquanto operacionalizações para discussão das representações da dissidência sexual e da multiplicidade de agenciamentos, modos de ler, ser, viver e interpretar o mundo. PALAVRAS-CHAVE: Espaço biográfico. Homoerotismo. Manuel Puig.
Resumos da 70ª Reunião Anual da SBPC, 2018
Através de pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, o presente trabalho de iniciação científi... more Através de pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, o presente trabalho de iniciação científica orientou-se pela investigação do mito de Eva Perón na configuração de escrituras homoeróticas, a partir de textos como "Eva", de Maria Helena Walsh, destacando a construção do ícone feminino homoerótico da primeira dama argentina. Acreditamos que há elementos presentes no mito de Eva Perón que atraem uma perspectiva homoerótica na interpretação de seu universo mitológico. Tanto o percurso de vida, semelhante a um conto de fadas contemporâneo, quanto a linguagem melodramática e a aproximação de sua imagem às divas do cinema e do mundo do espetáculo, bem como a amizade com homossexuais de seu tempo, são chaves de interpretação para compreender tanto a identificação-adoração nutrida pelos sujeitos homoeróticos, quanto a inserção de Eva Perón no universo simbólico homocultural.
Palavras-chave: Homocultura; Eva Perón; Literatura Homoerótica.
Litterata, 2018
Resumo: Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, o... more Resumo: Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, objetivamos compreendê-la enquanto meio que conduz o poeta à construção de um espaço identitário e de enunciação, em contrapartida aos discursos de dominação heteropatriarcais. Amparados teoricamente, através de pesquisa bibliográfico-analítica, em autores como Barcellos (2006), Lopes (2002) e García (2011; 2014), que discutem a relação entre literatura e homoerotismo, assim como em Cabañas (2005; 2009) e Calegari (2010), que estudam o fenômeno da poesia marginal da década de 1970, seguiremos o encalço da voz marginal projetada na poética do autor e do sujeito homossexual que a enuncia, direcionando nossas conclusões para a tônica imperativa e transgressora que compõe o cenário em Falo. Palavras-chave: Homoerotismo. Poesia marginal. Ditadura civil-militar brasileira. Paulo Augusto. "porque sabe que é maravilhoso/ ser fresco/ como um dia de Domingo" (Paulo Augusto, Falo) No presente trabalho, buscamos analisar a coletânea poética Falo (1976), do escritor brasileiro Paulo Augusto Queiróz, a qual se bifurca em uma postura localizada dentro do projeto estético da geração de 1970 e em outra, que persegue a vocalização do desejo homoerótico. Na constituição dos cânticos malditos do poeta potiguar, convém assinalar a interseção entre "homoerotismo" e "poesia marginal" como possibilidade de compreender representações literárias de sujeitos e histórias não sintonizados com os centros de poder e, consequentemente, com a instituição canônica tradicional. O elemento da marginalidade manifesta-se: no conteúdo explicitamente homoerótico; na forma subversiva; no posicionamento contraproducente aos valores hegemônicos. Paulo Augusto assume todas essas vertentes por meio de uma enunciação homoerótica escancarada, cujo local de produção focaliza-se num contexto de repressão, controle e violência-como foi o caso da ditadura 1 Estudante do Mestrado em Letras, Linguagens e Representações, UESC. 2 Professor Doutor do Departamento de Letras e Artes (DLA) da UESC e do Programa de Pós-graduação Mestrado em Letras, Linguagens e Representações.
Conference Presentations by Tales Santos Pereira
Anais Enlaçando Sexualidades, 2015
RESUMO O presente trabalho objetiva investigar a obra Falo, do escritor potiguar Paulo Augusto, p... more RESUMO O presente trabalho objetiva investigar a obra Falo, do escritor potiguar Paulo Augusto, percorrendo as vias que o autor percorre para assumir o desejo homoerótico. Para tanto, encontramos respaldo teórico em Eribon (2000), Hocquenghem (2009) e García (2011). Acreditamos que a ambiguidade estabelecida pelo título da obra literária-o membro sexual masculino e o particípio do verbo falar-persiga o caminho de assumir o desejo homoerótico ao mesmo tempo que se empodera de uma voz ativa. O "falo" representa a comunhão do desejo homoerótico com a tônica da enunciação do ser homossexual. PALAVRAS-CHAVE: poesia homoerótica; homocultura; desejo homoerótico. INTRODUÇÃO Antes do desejo de invertidos, de loucos, de devassos, de criminosos, não estaria apenas o desejo? Se na primordial questão do "ovo e da galinha" pudéssemos discutir o desejo, assim poderíamos formular: O que vem primeiro, o desejo ou a vontade de reprimi-lo? Já não bastasse o fruto proibido que expulsou Adão e Eva do paraíso, em frondosa maçã algo mais havia de incômodo e nojento: diríamos um verme. E este verme insano, pecaminoso e criminoso irá se lambuzar na polpa do doce fruto da perdição. Falar abertamente no desejo é afrontar diretamente as instituições responsáveis por seu confinamento, atitude que consiste em suplantar a série de interdições e tabus construídos em nome "da moral e dos bons costumes". Falar em desejo homoerótico, então, é inverter perversamente a ordem e o padrão da heteronormatividade. No cenário da criação, apenas Adão e Eva são referendados, o infecto verme da maçã será anulado, objeto de ojeriza posto nas sarjetas do paraíso. A palavra de autoridade será dada aos médicos, policiais, psiquiatras e religiosos, ambos resolutos a categorizarem as sexualidades desviantes sob o prisma da condenação, seja ela patológica, criminal, neurótica ou pecaminosa. Nesse aspecto, o
Revista do GELNE
Discute-se a seguinte problemática: de que modo nos contos “A orgia dos loucos” e “O exorcismo”, ... more Discute-se a seguinte problemática: de que modo nos contos “A orgia dos loucos” e “O exorcismo”, que integram a obra Orgia dos loucos, de Ungulani Ba Ka Khosa (2016), enquanto representantes da literatura moçambicana, apresentam relações entre trauma, memória e violência relativas à realidade social vivenciada em Moçambique? Para tanto, realiza-se um estudo essencialmente de cunho bibliográfico, com base nas discussões sobre trauma, violência e literatura encontradas em Ginzburg (2004, 2011, 2012) e Selligmann-Silva (2008, 2016). Enquanto resultado de análise, acreditamos que o autor em estudo elabora, nessas narrativas, uma linguagem hiperbólica da destruição, verdadeira orgia de corpos jogados no abismo da morte e da desumanização.
Letras
Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes (1990), propomos uma leitu... more Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes (1990), propomos uma leitura homoerótica da narrativa jornalística de cunho biográfico “Manuel nunca dijo adiós”, de Tomás Eloy Martínez, e do roteiro cinematográfico La tajada, de Manuel Puig, a fim de flagrar vestígios e pormenores de identidades e subjetividades homoeroticamente inclinadas. Dessa forma, os biografemas revelados, em cenas de flertes, paqueras, flashs da infância e memórias de grandes ícones, constituem-se enquanto espaço de discussão das representações da dissidência sexual e da multiplicidade de agenciamentos, modos de ler, ser, viver e interpretar o mundo.
Litterata: Revista do Centro de Estudos Hélio Simões
Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, objetivam... more Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, objetivamos compreendê-la enquanto meio que conduz o poeta à construção de um espaço identitário e de enunciação, em contrapartida aos discursos de dominação heteropatriarcais. Amparados teoricamente, através de pesquisa bibliográfico-analítica, em autores como Barcellos (2006), Lopes (2002) e García (2011; 2014), que discutem a relação entre literatura e homoerotismo, assim como em Cabañas (2005; 2009) e Calegari (2010), que estudam o fenômeno da poesia marginal da década de 1970, seguiremos o encalço da voz marginal projetada na poética do autor e do sujeito homossexual que a enuncia, direcionando nossas conclusões para a tônica imperativa e transgressora que compõe o cenário em Falo.
Revista Letras, 2019
RESUMO: Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes, propomos uma leit... more RESUMO: Pela perspectiva biografemática, conforme proposição de Roland Barthes, propomos uma leitura homoerótica da narrativa jornalística de cunho biográfico "Manuel nunca dijo adiós", de Tomás Eloy Martínez, e do roteiro cinematográfico La tajada, de Manuel Puig, a fim de flagrar vestígios e pormenores de identidades e subjetividades homoeroticamente inclinadas. Dessa forma, os biografemas revelados, em cenas de flertes, paqueras, flashes da infância e memórias de grandes ícones, constituem-se enquanto operacionalizações para discussão das representações da dissidência sexual e da multiplicidade de agenciamentos, modos de ler, ser, viver e interpretar o mundo. PALAVRAS-CHAVE: Espaço biográfico. Homoerotismo. Manuel Puig.
Resumos da 70ª Reunião Anual da SBPC, 2018
Através de pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, o presente trabalho de iniciação científi... more Através de pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, o presente trabalho de iniciação científica orientou-se pela investigação do mito de Eva Perón na configuração de escrituras homoeróticas, a partir de textos como "Eva", de Maria Helena Walsh, destacando a construção do ícone feminino homoerótico da primeira dama argentina. Acreditamos que há elementos presentes no mito de Eva Perón que atraem uma perspectiva homoerótica na interpretação de seu universo mitológico. Tanto o percurso de vida, semelhante a um conto de fadas contemporâneo, quanto a linguagem melodramática e a aproximação de sua imagem às divas do cinema e do mundo do espetáculo, bem como a amizade com homossexuais de seu tempo, são chaves de interpretação para compreender tanto a identificação-adoração nutrida pelos sujeitos homoeróticos, quanto a inserção de Eva Perón no universo simbólico homocultural.
Palavras-chave: Homocultura; Eva Perón; Literatura Homoerótica.
Litterata, 2018
Resumo: Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, o... more Resumo: Ao abordar a relação entre homoerotismo e marginalidade na obra Falo, de Paulo Augusto, objetivamos compreendê-la enquanto meio que conduz o poeta à construção de um espaço identitário e de enunciação, em contrapartida aos discursos de dominação heteropatriarcais. Amparados teoricamente, através de pesquisa bibliográfico-analítica, em autores como Barcellos (2006), Lopes (2002) e García (2011; 2014), que discutem a relação entre literatura e homoerotismo, assim como em Cabañas (2005; 2009) e Calegari (2010), que estudam o fenômeno da poesia marginal da década de 1970, seguiremos o encalço da voz marginal projetada na poética do autor e do sujeito homossexual que a enuncia, direcionando nossas conclusões para a tônica imperativa e transgressora que compõe o cenário em Falo. Palavras-chave: Homoerotismo. Poesia marginal. Ditadura civil-militar brasileira. Paulo Augusto. "porque sabe que é maravilhoso/ ser fresco/ como um dia de Domingo" (Paulo Augusto, Falo) No presente trabalho, buscamos analisar a coletânea poética Falo (1976), do escritor brasileiro Paulo Augusto Queiróz, a qual se bifurca em uma postura localizada dentro do projeto estético da geração de 1970 e em outra, que persegue a vocalização do desejo homoerótico. Na constituição dos cânticos malditos do poeta potiguar, convém assinalar a interseção entre "homoerotismo" e "poesia marginal" como possibilidade de compreender representações literárias de sujeitos e histórias não sintonizados com os centros de poder e, consequentemente, com a instituição canônica tradicional. O elemento da marginalidade manifesta-se: no conteúdo explicitamente homoerótico; na forma subversiva; no posicionamento contraproducente aos valores hegemônicos. Paulo Augusto assume todas essas vertentes por meio de uma enunciação homoerótica escancarada, cujo local de produção focaliza-se num contexto de repressão, controle e violência-como foi o caso da ditadura 1 Estudante do Mestrado em Letras, Linguagens e Representações, UESC. 2 Professor Doutor do Departamento de Letras e Artes (DLA) da UESC e do Programa de Pós-graduação Mestrado em Letras, Linguagens e Representações.
Anais Enlaçando Sexualidades, 2015
RESUMO O presente trabalho objetiva investigar a obra Falo, do escritor potiguar Paulo Augusto, p... more RESUMO O presente trabalho objetiva investigar a obra Falo, do escritor potiguar Paulo Augusto, percorrendo as vias que o autor percorre para assumir o desejo homoerótico. Para tanto, encontramos respaldo teórico em Eribon (2000), Hocquenghem (2009) e García (2011). Acreditamos que a ambiguidade estabelecida pelo título da obra literária-o membro sexual masculino e o particípio do verbo falar-persiga o caminho de assumir o desejo homoerótico ao mesmo tempo que se empodera de uma voz ativa. O "falo" representa a comunhão do desejo homoerótico com a tônica da enunciação do ser homossexual. PALAVRAS-CHAVE: poesia homoerótica; homocultura; desejo homoerótico. INTRODUÇÃO Antes do desejo de invertidos, de loucos, de devassos, de criminosos, não estaria apenas o desejo? Se na primordial questão do "ovo e da galinha" pudéssemos discutir o desejo, assim poderíamos formular: O que vem primeiro, o desejo ou a vontade de reprimi-lo? Já não bastasse o fruto proibido que expulsou Adão e Eva do paraíso, em frondosa maçã algo mais havia de incômodo e nojento: diríamos um verme. E este verme insano, pecaminoso e criminoso irá se lambuzar na polpa do doce fruto da perdição. Falar abertamente no desejo é afrontar diretamente as instituições responsáveis por seu confinamento, atitude que consiste em suplantar a série de interdições e tabus construídos em nome "da moral e dos bons costumes". Falar em desejo homoerótico, então, é inverter perversamente a ordem e o padrão da heteronormatividade. No cenário da criação, apenas Adão e Eva são referendados, o infecto verme da maçã será anulado, objeto de ojeriza posto nas sarjetas do paraíso. A palavra de autoridade será dada aos médicos, policiais, psiquiatras e religiosos, ambos resolutos a categorizarem as sexualidades desviantes sob o prisma da condenação, seja ela patológica, criminal, neurótica ou pecaminosa. Nesse aspecto, o