Luana Malheiro | UFBA - Federal University of Bahia (original) (raw)
Papers by Luana Malheiro
El uso de drogas y la vida en calle presentan una multiplicidad de factores que no suponen una re... more El uso de drogas y la vida en calle presentan una multiplicidad de factores que no suponen una relación lineal entre ambas situaciones, incluso cuando hay un consumo intenso de pasta
Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre ... more Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das participantes da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às droga, se configurando como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao abuso de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas vidas, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres.
A Atenção integral ao consumo e aos consumidores de psicoativos: contextos interdisciplinares, 2018
Texto sobre politicas de drogas e comunidades terapeuticas
Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cizenta. Melancolias, mercadorias... more Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cizenta. Melancolias, mercadorias, espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos. Sob a pele das palavras há cifras e códigos. Crimes da terra, como perdoá-los? Tomei parte em muitos, outros escondi. Alguns achei belos, foram publicados. Crimes suaves, que ajudam a viver. Uma flor nasceu na rua! 6 Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. Carlos Drummond de Andrade À Katicilene (in memorian) por revelar de forma tão doce o seu mundo para mim e por me possibilitar registrar a sua história.
Books by Luana Malheiro
Drafts by Luana Malheiro
A Redução de Danos na Rede Nacional de Feministas Antoproibicionistas
Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre ... more Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das participantes da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às droga, se configurando como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao abuso de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas vidas, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres.
Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre ... more Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das participantes da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às droga, se configurando como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao abuso de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas vidas, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres.
acompanhamos o pronunciamento do Governador Rui Costa acerca do seu apoio a legalização da maconh... more acompanhamos o pronunciamento do Governador Rui Costa acerca do seu apoio a legalização da maconha. Entretanto, é importante lembrar ao governador Rui Costa, que a nossa luta não é somente pela legalização da maconha. Não podemos incorrer no erro de supervalorizar o poder farmacológico das substâncias. Todas as drogas devem ser legalizadas porque a proibição só tem produzido danos irreparáveis a nossa população, que deveria ser alvo principal de políticas de proteção social, acabam sendo vítimas de uma política que elege a repressão como método de controle de drogas. O racismo, a desigualdade social, a desigualdade de gênero, a cultura do estupro, o feminicídio, a fragilidade dos equipamentos de proteção social que debilitam e agridem fortemente a saúde, não é o crack ou a cocaína como citou o atual governador.
El uso de drogas y la vida en calle presentan una multiplicidad de factores que no suponen una re... more El uso de drogas y la vida en calle presentan una multiplicidad de factores que no suponen una relación lineal entre ambas situaciones, incluso cuando hay un consumo intenso de pasta
Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre ... more Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das participantes da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às droga, se configurando como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao abuso de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas vidas, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres.
A Atenção integral ao consumo e aos consumidores de psicoativos: contextos interdisciplinares, 2018
Texto sobre politicas de drogas e comunidades terapeuticas
Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cizenta. Melancolias, mercadorias... more Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cizenta. Melancolias, mercadorias, espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos. Sob a pele das palavras há cifras e códigos. Crimes da terra, como perdoá-los? Tomei parte em muitos, outros escondi. Alguns achei belos, foram publicados. Crimes suaves, que ajudam a viver. Uma flor nasceu na rua! 6 Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio. Carlos Drummond de Andrade À Katicilene (in memorian) por revelar de forma tão doce o seu mundo para mim e por me possibilitar registrar a sua história.
A Redução de Danos na Rede Nacional de Feministas Antoproibicionistas
Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre ... more Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das participantes da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às droga, se configurando como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao abuso de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas vidas, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres.
Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre ... more Este estudo de caráter etnográfico teve como objetivo investigar a cultura de uso de crack entre mulheres com trajetória de vida nas ruas do Centro da cidade de Salvador, compreendendo, a partir da dinâmica desta cultura, a importância da construção entre pares dos controles sociais informais, bem como dos controles sociais formais advindos de uma sociedade estruturada a partir de opressões. Com a finalidade de observar o cotidiano da vivência desta cultura, procedi ao acompanhamento das participantes da pesquisa nas cenas de uso de crack. Posteriormente, o trabalho de campo me conduziu para o acompanhamento dessas mulheres em outros trajetos urbanos de busca por serviços de assistência, saúde e justiça, bem como a construção de um grupo local de militância feminista. Por meio da bibliografia de referência para o tema foi possível direcionar o meu olhar para a compreensão da gramática de violência cotidiana direcionada a essas mulheres, acirrada pelo direcionamento de uma política de drogas que utiliza a estratégia de guerra às droga, se configurando como uma guerra contra as mulheres. Como resultado reflito que a grande maioria das mulheres investigadas recorrem ao abuso de crack como método para aliviar o sofrimento de violências de gênero e raciais sofridas ao longo de suas vidas, bem como elaboram estratégias políticas de resistência, proteção e mobilização entre mulheres. Concluo pontuando que a politica de drogas, tal como se apresenta na atualidade, reforça opressões de raça, gênero e classe constituindo uma arena marcada pela injustiça social na vida das mulheres.
acompanhamos o pronunciamento do Governador Rui Costa acerca do seu apoio a legalização da maconh... more acompanhamos o pronunciamento do Governador Rui Costa acerca do seu apoio a legalização da maconha. Entretanto, é importante lembrar ao governador Rui Costa, que a nossa luta não é somente pela legalização da maconha. Não podemos incorrer no erro de supervalorizar o poder farmacológico das substâncias. Todas as drogas devem ser legalizadas porque a proibição só tem produzido danos irreparáveis a nossa população, que deveria ser alvo principal de políticas de proteção social, acabam sendo vítimas de uma política que elege a repressão como método de controle de drogas. O racismo, a desigualdade social, a desigualdade de gênero, a cultura do estupro, o feminicídio, a fragilidade dos equipamentos de proteção social que debilitam e agridem fortemente a saúde, não é o crack ou a cocaína como citou o atual governador.